XII Encontro de Iniciação Científica do Centro Universitário Barão de Mauá

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Transcrição:

Efeito das linhagens e dos dias de alojamento, nas características da cama de aviário. Autores: Gilcirlei Antonio Rosa 1, Cecília Maria Costa do Amaral 2 Colaboradores: Andréa Cristina Frizzas de Lima 3, Ketherson Rodrigues Silva 3 1,2,3 Centro Universitário Barão de Mauá 1 gil_antony@outlook.com, 2 cecilia.amaral@baraodemaua.br Resumo A avaliação das características da cama aviária em sistemas de produção de frangos é de fundamental importância, assim, foi possível concluir que o ph e a umidade não diferiram na cama das aves das linhagens Cobb ou Ross, entretanto, os teores de amônia volatilizada foram maiores na cama das aves da linhagem Cobb. No decorrer dos dias de alojamento, houve aumento no ph e nos teores de amônia volatilizada, embora, a umidade não tenha sido alterada. Introdução O setor avícola é um dos segmentos mais importantes na expansão do agronegócio como fonte de alimentos para suprir a demanda global e gerar, cada vez mais, divisas para o Brasil (UBABEF, 2011). Atualmente, está presente em praticamente todo território nacional, englobando desde o mercado de insumos até o setor produtivo e a indústria de processamento. Além dos aspectos econômicos, a avicultura possui papel social extremamente significativo, sendo um setor que contribui para a geração de aproximadamente 4,5 milhões de empregos diretos e indiretos no país (ABPA, 2018). A criação de frangos de corte no Brasil é realizada em galpões climatizados ou convencionais, utilizando-se cama sobre piso de concreto ou chão batido. Essa cama é espalhada ao longo de todo galpão numa altura que geralmente varia entre 10cm e 15cm, proporcionando conforto aos animais e auxiliando na redução das oscilações de temperatura no aviário, refletindo em otimização da conversão alimentar para ganho de peso em menor período de tempo (MENDES, 2011). O grande impacto dentro do sistema de criação de frangos de corte é o processo natural de fermentação da cama que ocorre na presença de umidade. Camas úmidas fermentam no interior dos aviários e além da liberação da amônia, também geram calor para o ambiente, o que dificulta a manutenção da temperatura desejada (CASTRO, 2017). Api (2014) avaliou as linhagens Hubbard, Cobb e Ross e citou que o desempenho produtivo das aves possui influência das linhagens de acordo com a variável e o período observado, porém, na idade de abate avaliada, verificou que ambos apresentaram resultados satisfatórios para o desempenho zootécnico. A linhagem Cobb apresentou melhores resultados em alguns cortes, principalmente de peito, porém, para o rendimento de carcaça, todas as linhagens apresentaram rendimentos esperados. Dessa forma, o autor concluiu que tanto a linhagem Hubbard como as linhagens Cobb e Ross, apresentaram adequados rendimentos (produtivo e de carcaça) sendo assim, as empresas avícolas devem basear-se em critérios de mercado para a escolha de uma ou outra linhagem. Objetivos Os objetivos do presente estudo foram avaliar os teores de matéria seca, o ph e os teores de amônia volatilizada, obtidos em cama de aviário, proveniente da criação de frangos de corte das linhagens Ross e Cobb, em galpão climatizado, aos 26, 33 e 40 dias de alojamento. Material e Métodos O experimento foi conduzido no Setor de Avicultura pertencente ao Departamento de Zootecnia da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, UNESP/Jaboticabal, em aviário experimental para frangos de corte, climatizado (sistema adiabático evaporativo), com ventilação negativa em túnel de vento e painel evaporativo. O protocolo experimental obedeceu aos princípios éticos de experimentação animal, adotado pelo Colégio Brasileiro de Experimentação (COBEA), aprovado pela Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA) da FCAV-UNESP, no entanto não foi descrito o número de protocolo e nem anexado o documento, visto que foram apenas amostras de cama aviária.

O galpão possui 46 boxes (2,9 x 1,0 metros cada) de cada lado, com piso de concreto, comedouros tubulares e bebedouros tipo nipple em todos os boxes (Figuras 1 e 2). Para o estudo foi utilizada cama de maravalha de primeiro uso, numa altura de aproximadamente 8cm, distribuída uniformemente. O galpão foi preparado para o alojamento das aves, em boxes com separação das linhagens. Utilizou-se no estudo uma densidade de 10 aves/m 2. Figura 1 - Boxes para distribuição das aves de acordo com os tratamentos. Figura 2. Aves distribuídas de acordo com a linhagem (Cobb ou Ross) em box com comedouro e bebedouro tipo nipple. Para determinação da umidade da cama, as amostras foram encaminhadas ao Laboratório de Nutrição Animal (LANA) pertencente ao Departamento de Zootecnia da Unesp/Jaboticabal e analisadas de acordo com metodologia descrita por (SILVA, 2002). Para determinação do ph e quantificação da amônia na cama, as amostras foram levadas para o Laboratório Didático de Microbiologia, Imunologia e Micologia n 79, do Centro Universitário Barão de Mauá. Para determinação do ph da cama de aviário utilizou-se phmetro digital e foram pesadas 30g de amostra (cama), maceradas dentro de um béquer e em seguida, adicionados 250mL de água deionizada, procedendo-se à agitação em agitador magnético, por cinco minutos. A amostra então permaneceu em repouso por 30 minutos e em seguida, obtida a leitura (metodologia adaptada de OLIVEIRA et al., 2003). Foram analisadas 2 repetições para cada amostra. Para quantificação da amônia presente na cama utilizou-se metodologia descrita por (HERNANDES e CAZETTA, 2001), usando-se frascos de vidro nos quais foram colocadas 70 gramas de cama juntamente com um béquer contendo 10mL de ácido bórico 2% (m/v) para fixar a amônia volatilizada pela cama e em seguida, o vidro foi tampado (Figura 3). Após 22 horas de incubação a 21ºC o béquer contendo ácido bórico foi retirado do vidro, procedendo-se a titulação com o ácido sulfúrico 0,05N. Utilizou-se como indicador uma mistura de verde de bromocresol e alaranjado de metila (Figura 4). Figura 3. Frasco incubador com béquer contendo acido bórico 2%. Aos 26, 33 e 40 dias de alojamento, foram realizadas coletas da cama aviária. Em cada coleta, foram obtidas amostras de oito boxes, sendo que quatro boxes alojavam aves da linhagem Cobb e quatro boxes aves da linhagem Ross. Foram amostrados dois pontos diferentes dentro de cada box, evitando-se áreas próximas aos comedouros e bebedouros. As amostras foram imediatamente acondicionadas em sacos plásticos (aproximadamente 400 gramas para realização de todas as análises) e homogeneizadas. Os sacos foram fechados, identificados e levados aos laboratórios para realização das análises.

Figura 4. Ponto de viragem da solução quando adicionado ácido sulfúrico 0,05N na solução de 10ml de ácido bórico 2% (m/v). Figura 5. Teores de matéria seca obtidos em cama de maravalha de primeiro uso. Médias seguidas pela mesma letra, dentro da mesma variável, não diferem pelo Teste de Tukey (P>0,05). CV%= 5,75 Os dados foram analisados estatisticamente de acordo com delineamento inteiramente casualizado em esquema fatorial 2x3 (duas linhagens e três idades de alojamento) com quatro repetições. A comparação das médias foi realizada pelo Teste de Tukey (5%) e analisada utilizando-se programa estatístico SAS (2001). Com relação aos valores de ph da cama (Figura 6), verificou-se que não ocorreu interação significativa entre linhagem e dias de alojamento. O ph encontrado na cama dessas aves foi alcalino, em média 8,5, não ocorrendo diferença significativa entre as variáveis. Marin (2011) avaliando o ph da cama aviária em vários ciclos de uso, verificou que na cama de maravalha de primeiro uso, os valores de ph foram em média 7,9, próximos aos obtidos no presente estudo aos 26 dias de alojamento. Resultados e Discussão Com relação aos teores de matéria seca da cama verificou-se que não ocorreu interação significativa entre as variáveis linhagem e dias de alojamento, sendo assim, os valores encontrados no presente estudo, são apresentados na Figura 5. Considerando-se as condições do estudo, o qual foi realizado em galpão climatizado em até 40 dias de alojamento, não ocorreu aumento significativo nos teores de umidade da cama, os quais estiveram próximos a 26% (74% MS) e não diferiram entre os dias de alojamento (26, 33 e 40 dias) e também não diferiram entre as linhagens (P>0,05). A utilização de um determinado material para cama, aliado ao manejo inadequado, principalmente com relação a elevados teores de umidade, podem gerar uma condição desfavorável em relação à sanidade, desempenho e aumento na ocorrência de lesão nas aves, o que provavelmente não ocorreu no presente estudo, embora essas variáveis não tenham sido avaliadas. Os teores de matéria seca estavam de acordo com os limites considerados ideais para criação de frangos de corte. De acordo com Marin (2011) o ideal é que a umidade da cama esteja entre 20% e 25%. Já Macari et al. (2014) citaram que os níveis de umidade aceitáveis para cama, devem ser inferiores a 35%. Figura 6. Valores de ph obtidos em cama de maravalha de primeiro uso. Médias seguidas pela mesma letra, dentro da mesma variável, não diferem pelo Teste de Tukey (P>0,05). CV%= 2,62. No presente estudo, observou-se aumento do ph (P<0,05) com aumento dos dias de alojamento, sendo que a partir dos 33 dias de alojamento, os valores de ph foram próximos a 9,00 e aumentaram significativamente aos 40 dias, sugerindo que, embora os teores de matéria seca estejam de acordo com os limites considerados ideais, valores de ph superiores a 7,0 normalmente estimulam a proliferação bacteriana na cama (TRALDI et al., 2007), aumentando a possibilidade de contaminação da pele e consequentemente da carcaça das aves.

O ph da cama exerce influência direta sobre os níveis de amônia no ar. A volatilização da amônia é baixa, quando o ph é menor que 7,0 e aumenta, à medida que o ph se eleva (TRALDI et al., 2007; CARVALHO et al., 2011), fato que foi verificado nesse estudo, pois com aumento do ph também ocorreu aumento na volatilização da amônia (Figura 7). A uricase possui atividade máxima em ph igual a 9,0 (LIU et al., 2009). Verificou-se também que não ocorreu interação significativa entre as variáveis linhagem e dias de alojamento. Os valores de amônia aumentaram significativamente conforme aumentaram os dias de alojamento e foram maiores (P<0,05) nos boxes que continham aves da linhagem Cobb. Figura 7. Valores de amônia volatilizada obtidos em cama de maravalha de primeiro uso. Médias seguidas pela mesma letra, dentro da mesma variável, não diferem pelo Teste de Tukey (P>0,05). CV%= 19,16. Analisando diversos substratos de cama e densidade de 12 aves/m 2 em cama de maravalha após 40 dias de alojamento. Freitas et al. (2011) obtiveram para os mesmos parâmetros, valores de 77%, 7,98 e 8,53 (mg/100g). Em estudo realizado em aviário climatizado, coletando-se amostra de cama na extremidade opostas às placas evaporativas, Rezende (2017) verificou valor de 1,26 mg/ 100g/ hora com densidade de 13 aves/m 2. Conclusão Mediante os resultados obtidos neste estudo, foi possível concluir que a criação de aves de diferentes linhagens (Cobb ou Ross) não afetou a qualidade da cama. O ph e a umidade não diferiram na cama das aves das linhagens Cobb ou Ross, entretanto, os teores de amônia volatilizada foram maiores na cama das aves da linhagem Cobb. No decorrer dos dias de alojamento, houve aumento no ph e nos teores de amônia volatilizada, embora, a umidade não tenha sido alterada. Diferentes estudos na literatura consultada também demonstraram que independentemente do tipo de cama utilizada, com o aumento da idade das aves, também houve aumento na volatilização da amônia. As variações ocorridas em termos de valores, sejam expressos em mg/100g ou mg/kg são decorrentes dos vários métodos existentes para sua determinação, manejo ou tipo de cama utilizada. Fato este também levantado por Castro (2017) que relatou que a alta umidade da cama, associada a fatores como quantidade de excretas, altura da cama, composição do material utilizado, ph e tipo de piso, podem contribuir para o aumento nos níveis de amônia no aviário. Efeitos adversos da amônia são indicados em um número substancial de estudos científicos. Aves submetidas à exposição prolongada à amônia podem apresentar problemas respiratórios, transtornos oculares e aumento de susceptibilidade às infecções. Em estudo com lotes mistos em galpão convencional com densidade de 12 aves/m 2 mantidos em cama de casca de arroz, Oliveira et al. (2003) verificaram que os teores de matéria seca, ph e amônia volatilizada (mg/ kg) foram 64,42%, 7,66 e 54,40, respectivamente. Referências 1 ABPA Associação Brasileira de Proteína Animal. Relatório Anual ABPA 2018. Disponível em: <http://abpabr.com.br/setores/avicultura/publicacoes/relatorios -anuais/2018>. Acesso em 06 de agosto de 2018. API, I. Efeito da sexagem e de linhagens no desempenho e rendimento de carcaça de frangos de corte. Dissertação (Mestrado em Zootecnia). 2014. Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Dois Vizinhos, 2014. 63 p. CARVALHO, T. M. R.; MOURA, D. J.; SOUZA, Z. M.; SOUZA, G. S.; BUENO, L. G. F. Qualidade da cama e do ar em diferentes condições de alojamento de frangos de corte. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 46, n. 4, p. 351-361, 2011. CASTRO, C. M. Manejo da cama aviária e impactos na produção avícola. Anais... Simpósio Brasil Sul de Avicultura, 2017, Chapecó, Brasil. FREITAS, L. W., GARCIA, R. G., NÄÄS, I. A., CALDARA, F. R., LIMA, N. D. S. Volatilização de amônia em diferentes tipos de cama para frangos de corte. BioEng, v. 5, n. 3, p. 142-151, 2011. 1 ABNT- NBR6023/2002.

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