1 APRAXIA DA FALA COIMBRA, Emmely¹ GIOPATO, Samara 2 ORCINO, Luciano Vial 3 TUNALA, Rosemeri Vieira Nascimento 4 GARIOLI, Daniele de Souza 5 INTRODUÇÃO Praxia refere-se à capacidade de executar movimentos ou gestos de maneira precisa, intencional, coordenada e organizada com vistas à obtenção de um fim ou resultado específico. (FUENTES, 2010, p.116). Ainda segundo Fuentes (2010), a apraxia pode se classificar em: apraxia Ideatória, que corresponde a dificuldade na organização do plano geral ao ato motor; apraxia ideomotora, decorrente de distúrbios na evocação de imagens motoras; e a apraxia mirlocinética, que resulta da desconexão ou inativação dos centros motores. Porém, devido a abrangência do tema, este trabalho tem como foco analisar formas de avaliação e tratamento da apraxia da fala e suas particularidades. MATERIAL E MÉTODOS A pesquisa realizada para a produção do presente artigo foi de natureza 1 Graduanda do Curso de Psicologia do Centro Universitário são Camilo- ES,mailemellycoimbra@hotmail.com; ² Graduando do Curso de Psicologia do Centro Universitário são Camilo-ES, samaragiopato@hotmail.com; ³ Graduanda do Curso de Psicologia do Centro Universitário são Camilo-ES, orcino31@yahoo.com.br; 4 Graduando do Curso de Psicologia do Centro Universitário são Camilo-ES, rosetunala@@hotmail.com; 5 Mestre Professora orientadora do Centro Universitário São Camilo-ES, danielegarioli@saocamiloes.br. Cachoeiro de Itapemirim ES, agosto de 2013
2 descritiva, concentrando-se em pesquisas bibliográficas em livros específicos na área de Neuropsicologia, além de utilizar a base de dados eletrônicos Scielo no período entre Março e Junho de 2013, buscando particularidades sobre a apraxia da fala, avaliação e tratamento. DESENVOLVIMENTO A apraxia da fala é definida como um transtorno da articulação no qual há comprometimento da capacidade de programar voluntariamente a posição da musculatura dos órgãos fonoarticulatórios e a sequência dos movimentos musculares para a produção de fonemas e palavras, podendo ser de origem desenvolvimental ou adquirida. É importante ressaltar que apesar de existirem relatos sobre as áreas cerebrais comprometidas na apraxia da fala adquirida, ainda não foram relatadas pesquisas dessa ordem nas apraxias da fala desenvolvimental. (PAYÃO e SOUZA, 2008). De acordo com Souza et al., (2009), as crianças não nascem com os músculos necessários para a fala desenvolvidos, sendo o desenvolvimento da fala um aprendizado funcional, ocorrendo de forma processual e podem indicar três contextos clínicos. 1. Podem estar associadas à etiologia neurológica conhecida (doença intra-uterina) infecções e traumas; 2. Ocorrem como sinal primário ou secundário em crianças com desordens neurocomportamentais complexas - genético, metabólico; 3. Estar associada a uma alteração dos sons da fala de origem neurogênica idiopática. Nos adultos, a apraxia é adquirida e resultante de lesão focal na área de Broca ou córtex sensoriomotor do hemisfério esquerdo, prejudicando o planejamento dos movimentos da fala, apesar de o sistema muscular estar intacto (CARDOSO, 2002, p.43). Esta pode ser causada por qualquer evento que cause dano cerebral, como por exemplo: Doença de Parkinson, Alzheimer, Acidente Vascular Encefálico, entre outros. Lesões do sistema nervoso central, dependendo da área acometida, podem acarretar alterações motoras, sensitivas, da linguagem e alterações práxicas entre outras (VAZ et al, 1999).
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO Avaliação e Diagnóstico A apraxia da fala possui características únicas que a diferenciam de qualquer outro distúrbio de comunicação. A primeira delas é o contraste existente entre a execução voluntária e involuntária da fala. A segunda característica da apraxia da fala é a variabilidade de erros. Uma das principais características da apraxia da fala é a inabilidade para realizar movimentos voluntários envolvidos no ato da fala, na ausência de alterações na musculatura dos órgãos fonoarticulatórios (PAYÃO e SOUZA, 2008). O profissional responsável pela avaliação do paciente apráxico da fala é o fonoaudiólogo, com o auxílio do neuropsicólogo. Segundo Cardoso (2012), o diagnóstico de apraxia direciona o fonoaudiólogo para o planejamento de um tratamento de abordagem propriamente motora. Logo, os procedimentos terapêuticos com enfoque linguístico não devem ser os mais apropriados para o indivíduo apráxico, seja ele adulto ou criança. De acordo com Syder (1997), nas avaliações clínicas formais, pede-se ao paciente que produza grupo de sons e palavras que apresentem uma complexidade crescente. Desta forma são analisados o tipo e o nível de erros, formando-se, assim, um quadro de natureza e da extensão da apraxia. Tratamento Segundo Syder (1997), o tratamento para corrigir a apraxia da fala está focado em fazer com que o paciente apráxico reconquiste o controle voluntário dos órgãos fonoarticulatórios, a fim de produzir de maneira correta os fonemas e as palavras. A evolução no tratamento da apraxia da fala é lenta, pois as propostas terapêuticas devem ser repetitivas e intensivas, utilizando-se de um planejamento das tarefas diárias que devem seguir o grau de complexidade do paciente.o paciente deve aprender a monitorar sua própria fala e a terapia, sempre que possível, deve se concentrar nas palavras que o paciente usa no dia-a-dia. Observar as posições dos órgãos fonoarticulatório no espelho e fazer um exercício de repetição de sons vocálicos são estratégias que auxiliam o paciente a ter um controle visual de sua produção articulatória e a restabelecer os padrões
4 articulatórios corretos contribuindo assim para o resgate da produção adequada da fala. Figuras Figura 1 Dinâmica neurofisiológica da fala (http://dspace.c3sl.ufpr.br/dspace/bitstream/handle/1884/29328/fatima%20morae S.pdf?sequence=1) Figura 2 Músculos envolvidos na produção da fala www.hsw.uol.com.br
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS As apraxias podem causar um importante déficit funcional neurológico aos pacientes. Sendo assim, profissionais empenhados na recuperação neuromotora desses pacientes necessitam diagnosticar e tratá-las o mais precocemente possível, de modo a não prejudicar a reabilitação integral desses pacientes. Portanto, a utilização de testes simples, práticos e de fácil aplicabilidade, na rotina de atendimento desses pacientes, faz-se necessária. REFERÊNCIAS CARDOSO, B.V.A.S. Apraxia de desenvolvimento: aspectos diagnósticos. Pró- Fono Revista de Atualização Científica, Barueri, v. 14, n. 1, p. 39-50, 2002. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/pfono/v14n1/02.pdf, acessado em 30 março 2013. EKMAN, Laurie Lundty. Neurociencia, Fundamentos para reabilitação. 3 ed. Rio de Janeiro: Elsevier Brasil, 2011. 536 p. FUENTES, Daniel et al., Avaliação Neuropsicológica, Porto Alegre: Artmed, 2010, 431p. SOUZA, T. N.U.; PAYÃO, L. M.C. Apraxia da fala adquirida e desenvolvimental: semelhanças e diferenças, Rev Soc Bras Fonoaudiol, São Paulo, v., n. 2, p.193-202, 2008, disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rsbf/v13n2/15.pdf, acessado em: 30 março 2013. SOUZA, TNU et al. Apraxia da fala na infância em foco: perspectivas teóricas e tendências atuais- Pró-Fono Revista de Atualização Científica. Baruei, v. 2, n 1, jan-mar, 2009. Disponível em;: http://www.scielo.br/pdf/pfono/v21n1/13.pdf, acessado em 30 março 2013. SYDER, D. Introdução aos distúrbios de comunicação. Rio de Janeiro: Revinter; 1997. 188 p. VAZ, E.R. et al. Testes para Detecção de Apraxias por Profissionais de Saúde. Neurociências, v. 7, n. 3, p.136-139, 1999. Disponível em: www.revistaneurociencia.com.br