PSICODINÂMICA DO TRABALHO: UMA INVESTIGAÇÃO SOBRE A SAÚDE MENTAL DE DOCENTES UNIVERSITÁRIOS



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Transcrição:

PSICODINÂMICA DO TRABALHO: UMA INVESTIGAÇÃO SOBRE A SAÚDE MENTAL DE DOCENTES UNIVERSITÁRIOS O trabalho provoca influências que repercutem diretamente na constituição do sujeito contemporâneo. As instituições acadêmicas se fundamentaram em bases culturais, sociais, políticas e econômicas desde a Idade Média. Sendo assim, torna-se essencial compreender como ocorre o contrato social entre a organização do trabalho da universidade e o corpo docente, socialmente caracterizado como um importante grupo de trabalhadores. Estes vivenciam a dualidade de sentimentos nas atividades que desempenham: prazer e sofrimento. O objeto deste estudo são as inter-relações e impactos originados na relação de prazer e sofrimento psíquico de docentes universitários. Compreendem-se como sujeitos desta pesquisa trabalhadores/trabalhadoras professores/professoras de ensino superior que atuam em cursos de graduação e/ou pós-graduação. O objetivo norteador consiste em investigar as possibilidades de subjetivação e produção de prazer e sofrimento no contexto da educação superior. O Trabalho no Ensino Superior representa o eixo principal deste estudo, pois articula uma das centralidades da formação para o trabalho na atualidade e a exigência de uma qualificação constante, o que representa uma intensificação da competitividade no mundo acadêmico, que neste caso também é o mundo do trabalho. Nesta perspectiva, se faz necessário que as ações dirigidas aos trabalhadores professores vinculados ao espaço acadêmico estejam fundamentadas na compreensão dos processos de transformação do mundo do trabalho, permitindo assim a percepção dos aspectos que constroem e validam novos modelos de vivência profissional, especialmente àquelas que remetem à Psicodinâmica do Trabalho. Também se faz essencial compreender como a relação entre o prazer e o sofrimento no trabalho dos docentes universitários produzem formas de constituição da subjetividade de tais homens e mulheres ligados a uma época, uma sociedade e como estes sujeitos fazem a experiência de si no contexto do trabalho. Palavras-chaves: Transformações no Mundo do Trabalho; Psicodinâmica do Trabalho; Saúde Mental e Trabalho; Experiência Docente. Karine Vanessa Perez - Mestranda em Psicologia Social e Institucional UFRGS. Especialista em Psicologia Clínica Humanista Unoesc. Graduada em Psicologia - Unoesc Endereço completo: Rua General Bento Martins, 542, apto 304, Centro, 90010-080 - Porto Alegre-RS, Brasil. Endereço Eletrônico: karinevanessa@yahoo.com.br. Telefone para Contato: (51) 85363645 Álvaro Roberto Crespo Merlo - Doutorado em Sociologia - Universite Paris VII - Denis Diderot. Professor Associado III da Faculdade de Medicina da UFRGS e do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social e Institucional da UFRGS. Endereço: Rua Ramiro Barcelos, 2600-4º andar, Santana, 90035-003 - Porto Alegre, RS Brasil. Endereço Eletrônico:merlo@ufrgs.br. Telefone: (51) 33085291 Fax: (51) 33085291 1. INTRODUÇÃO O presente trabalho tem como objetivo apresentar uma pesquisa que esta sendo desenvolvida durante o mestrado no Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social e

Institucional da Universidade Federal do Rio Grande do Sul UFRGS. Dentre as formas de subjetivação, pode-se afirmar que o trabalho ocupa um espaço fundamental na vida humana, pois, além ser indispensável à manutenção da vida enquanto sobrevivência biológica tem sido considerado indispensável também à sobrevivência social. O trabalho provoca influências que repercutem diretamente na constituição do sujeito contemporâneo através da vivência da dualidade entre prazer e sofrimento sentidos nas atividades laborais, conforme abordam os estudos em Psicodinâmica do Trabalho (DEJOURS, 2004; MENDES, 2007; MERLO, 1999). Seguindo o pensamento de Goulart e Guimarães (2002), o terceiro milênio iniciouse colocando o trabalho como uma categoria essencial na vida do indivíduo e da sociedade. Neste contexto, a competitividade sem fronteiras, já legitimada pelas práticas de trabalho passadas, exige produtividade com qualidade, requerendo assim profissionais qualificados. Essa exigência de qualificação diz respeito à substituição do componente manual pelo intelectual que implica em competências relacionadas leitura, interpretação de textos, raciocínio abstrato, capacidade de trabalhar em grupos, facilidade de comunicação. Tal determinação se faz necessária até mesmo para a contratação de trabalhadores do chão de fábrica exigindo-se no mínimo escolaridade básica. Por sua vez, as instituições acadêmicas se fundamentaram em bases culturais, sociais, políticas e econômicas desde a Idade Média (FOUCAULT, 2002). Sendo assim, torna-se essencial compreender como ocorre o contrato social entre a organização do trabalho da universidade e o corpo docente, socialmente caracterizado como um importante grupo de trabalhadores. A partir do exposto pretende-se tomar como objeto deste estudo as inter-relações e impactos originados na relação de prazer e sofrimento psíquico dos docentes universitários. Compreendem-se como sujeitos desta pesquisa trabalhadores/trabalhadoras professores/professoras de ensino superior que atuam em cursos de graduação e/ou pósgraduação. Portanto, a presente pesquisa apresenta relevância científica e social, na medida em que pretende investigar a dinâmica prazer-sofrimento inserida no contexto acadêmico e do trabalho. Partindo desta premissa, a pesquisa será fundamentada na metodologia em Psicodinâmica do Trabalho, a partir dos estudos de Dejours (2004), os quais buscam

compreender a dinâmica prazer/sofrimento na esfera do mundo do trabalho. Mendes (2007) considera a psicodinâmica do trabalho como uma teoria crítica que parte de um modelo de sujeito marcado pelo poder de resistência, de engajamento e de busca pela mudança perante a simbólica violência que envolve suas vivências no mundo do trabalho. O objetivo norteador desta pesquisa consiste em investigar as possibilidades de subjetivação e produção de prazer e sofrimento no contexto da educação superior. O trabalho no ensino superior representa o eixo principal deste estudo, pois articula uma das centralidades da formação para o trabalho na atualidade e a exigência de uma qualificação constante, o que representa uma intensificação da competitividade no mundo acadêmico, que neste caso também é representado pelo mundo do trabalho. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA O sujeito histórico-social é, simultaneamente, produto e produtor da realidade circundante. Inserida nesta, encontra-se as relações de trabalho, essenciais para a constituição da subjetividade e, consequentemente da coletividade humana. É por meio do trabalho, atividade essencialmente humana, que os indivíduos encontram um dos consideráveis sentidos para o mundo, tanto que esta atividade social representa um dos modos para que as pessoas exponham suas capacidades e potencialidades para desenvolver funções específicas do mesmo modo que passam, consequentemente, a desenvolver-se, construindo novas formas de constituição subjetiva (JACQUES, 2002). A Psicologia do Trabalho compõe seu principal foco de estudo centrado essencialmente nas dinâmicas existentes em situações de trabalho que, em determinados momentos, incitavam ao prazer enquanto em outros, ao sofrimento e como este conduz a diferentes manifestações, dentre elas as patologias mentais ou psicossomáticas 1. Atualmente este campo de investigação recebe a denominação de Psicodinâmica do Trabalho a qual refere-se à gênese e às modificações do sofrimento mental agregadas à 1 O termo psicossomática representa a possível influência psicológica na origem das doenças orgânicas. Por incidir em um ser que é sempre mental, qualquer que seja a origem de uma doença passa a ser imediatamente psicossomática, pois desperta inúmeras repercussões psicológicas, incidindo em um individuo provido de soma e psique, inseparáveis, anatômica e funcionalmente (MELLO FILHO, 2002).

organização do trabalho (SELIGMANN-SILVA, 1994). O termo psicopatologia contém a raiz pathos que significa também sofrimento e não só doença ou loucura. Por isso, pode-se dizer que as interações referentes à psicopatologia, mais especificamente do trabalho, possuem resultados que nem sempre são sinônimos de doença mental. A partir disso, o termo psicopatologia, neste estudo assim como nos de Dejours e Abdoucheli (1990), não será restrito ao sentido mórbido, pois ele poderá referirse a psicopatologia da vida cotidiana, do trabalho e até mesmo da normalidade. Tanto que Dejours (2004) ao longo dos seus estudos alterou a nomenclatura de Psicopatologia do Trabalho para Psicodinâmica do Trabalho, por reconhecer a inter-relação da dinâmica prazer e sofrimento no trabalho. Quando se fala em pesquisa em Psicodinâmica do Trabalho, pode-se fazer referencia à pesquisa-ação ou pesquisa-intervenção (HELOANI; LANCMAN, 2004). Esta se refere a uma não neutralidade do pesquisador, mas sim as interações que acontecem entre pesquisador e pesquisado no sentido de modificar o meio e ser modificado por este (DEJOURS, 2004). [...] as mudanças não são apenas efeitos paralelos da pesquisa científica, registrados para memória ao final da avaliação e da validação dos trabalhos. Em psicodinâmica do trabalho, as mudanças eventualmente suscitadas pela pesquisa implicam o engajamento da responsabilidade do coletivo dos trabalhadores até mesmo na ação em si, pois estamos tratando do sofrimento (DEJOURS, 2004, p. 89). O desafio para o qual a Psicodinâmica do Trabalho se propõe a atender é o de superar a atual distância existente entre organização prescrita e organização real do trabalho, levando em conta todos os perigos que tal distância atualmente representa para a saúde, para a segurança e para a qualidade do que é produzido (SELIGMANN-SILVA, 1994, p. 19). A constante exigência de mudanças no mundo do trabalho, somadas às novas formas de produção e gestão organizacional acabam ocasionando pressões para com os/as trabalhadores/trabalhadoras, que por mais qualificados que sejam, apresentam medo de não serem capazes de desempenhar suas obrigações conforme as exigências do, altamente competitivo, mercado de trabalho. Além das necessidades antigas de rapidez e padronização há o aparecimento de novas exigências diariamente que, para adequar-se, o

trabalhador necessita estar constantemente atualizado (MERLO, 2000). Tais requisitos referem-se as exigências de ritmo, de formação, de informação, de aprendizagem, de conhecimento e qualificação, de experiência, de aquisição teórico-prática, de adaptação aos ideais da empresa, entre outros. O requisito de produtividade associado aos contextos de trabalhos insalubres vem favorecendo o desenvolvimento de sentimentos de sofrimento no trabalhador. Entretanto, de alguma forma os trabalhadores vêm encontrando estratégias para defender-se de tais situações. O conceito de Estratégias Defensivas aplica-se a estas situações onde os sujeitos buscam conservar sua saúde mental em momentos em que se encontram na linha tênue entre a saúde e a doença. Essas defesas podem implicar em transformações, modificações e, até mesmo, à eufemização da percepção que os trabalhadores têm da realidade vivenciada e produtora de sofrimento (DEJOURS; ABDOUCHELI, 1990). A partir da década de 60, com o surgimento da teoria do capital humano a educação passou a ser compreendida como um aspecto decisivo para o desenvolvimento econômico. Tal transformação representa a estreita ligação e influência entre a educação e o mundo do trabalho, considerando que a educação potencializa o trabalho. Para os críticos da teoria do capital humano a educação é funcional, sendo assim, inserida no sistema capitalista, economicamente por meio da qualificação da força de trabalho (SAVIANI, 2003). [...] a disponibilidade de uma força de trabalho educada é a condição necessária, embora não suficiente, para viabilizar estratégias produtivas centradas na capacidade de aprendizado e inovação das firmas (CARVALHO, 2003). Para Pimenta e Anastasiou (2005), o trabalho docente, por ser uma atividade que exige qualificação constante, requer conhecimentos e saberes pedagógicos, científicos, além de flexibilidade, polivalência, multicompetência e criatividade para enfrentar situações conflituosas e competitivas no âmbito acadêmico (FERREIRA; MENDES, 2003). Conforme a explanação de Dejours e Abdoucheli (1982), quanto mais um indivíduo cresce na cadeia hierárquica de uma empresa, mais há espaço para a realização do Desejo 2 2 Preferiu-se manter algumas iniciais com letras maiúsculas ao longo do texto a fim de conservar a fidedignidade em relação à idéia do autor (DEJOURS, 1982).

e para o Sujeito. A obtenção desta posição foi alcançada ou mediante a expressão de um Desejo ou por meio da disponibilização oferecida para o exercício da autonomia suficiente para a sua realização. Nos dois casos a questão do Desejo e sua realização fazem parte da rotina do trabalho. Esta questão é constantemente avaliada o que faz com que evolua ao longo do tempo e, portanto, quando a circunstância se modifica ou se bloqueia de tal modo que o Desejo não encontra mais espaço na vida de trabalho, ocasiona, geralmente, um desvio do curso das coisas ou então, caso esse desvio seja impossibilitado de acontecer, ocorre a visualização de um futuro diferente em um novo lugar. É preciso lembrar que o Desejo está precisamente situado entre a Necessidade (no sentido fisiológico do termo) e a Demanda (no sentido da demanda de amor) para que se compreenda que se atacando o Desejo, se ameaça o regulador natural do equilíbrio psíquico e somático (DEJOURS; ABDOUCHELI,1982, p. 40). Para Dejours (1982), a possibilidade de Subjetivação do trabalho expande-se à medida em que se sobe na hierarquia do trabalho. Entretanto, também é evidenciado o problema do sofrimento em níveis hierárquicos superiores. Este sofrimento é manifestado por meio um conjunto de condutas e comportamentos que o nível executivo percebe e deplora, condutas que demonstram agravar-se e sem inclinação a regredir. Esta situação aponta certos sentimentos de desencorajamento, irritação, desesperança e exasperação. A relação prazer-sofrimento é uma vivência subjetiva do trabalhador, influenciada pela atividade de trabalho, sendo compartilhada coletivamente (FERREIRA; MENDES, 2001). Tem sido estudada associada à variável organização do trabalho, identificada por meio do conteúdo da tarefa e interrelações socioprofissionais, exercendo um impacto no funcionamento psíquico do sujeito ocasionando prazer-sofrimento dependendo da intensidade do significado da tarefa para o trabalhador, bem como se o relacionamento com os colegas e chefes hierárquicos são ou não de reconhecimento, cooperação e solidariedade. O prazer-sofrimento inscreve-se numa relação subjetiva do trabalhador com seu trabalho, que implica intersubjetividade no momento em que esse sujeito passa a relacionar-se com outros [...] (MENDES; TAMAYO, 2001, p. 40) Apesar das inúmeras transformações no campo do trabalho e suas relações, o sofrimento, muitas vezes mascarado pela mecanização e robotização industrial, continua a

emergir no meio organizacional colocando em risco a saúde biológica e psicológica do trabalhador (DEJOURS, 2000). A dinâmica do sofrimento implica em um estado de luta do sujeito contra os aspectos ligados à organização do trabalho que o direcionariam a uma futura doença mental (DEJOURS; ABDOUCHELI, 1990). Para Dejours (1992), o trabalho deve fazer sentido para o próprio indivíduo e para a sociedade, sendo o reconhecimento, ou seja, sendo percebido pelos pares, chefias e subordinados e fazer uso da inteligência no trabalho, uma ferramenta essencial para a construção de uma identidade pessoal e social. 3. METODOLOGIA Este estudo constitui-se numa pesquisa qualitativa, optando pela Metodologia da Psicodinâmica do Trabalho. A partir da abordagem da Psicodinâmica do Trabalho, tem-se como foco as possibilidades singulares de ser e estar no mundo do trabalho contemporâneo e não a fixação nos diagnósticos psicopatológicos relacionados ao trabalho. Dessa forma, a Psicodinâmica busca romper com o modelo médico-biológico, evidenciando as estratégias defensivas que buscam criar uma resistência contra o adoecimento e a loucura no trabalho (MERLO, 1999). Dejours e Abdoucheli (1990, p. 120) definem a Psicopatologia do Trabalho como [...] a análise dinâmica dos processos psíquicos mobilizados pela confrontação do sujeito com a realidade do trabalho. Neste sentido, dinâmico tem a conotação de centralizar-se nos conflitos surgidos no momento em que um sujeito, já possuidor de uma história de vida particular, depara-se com uma situação de trabalho cujos aspectos, em sua maioria, são determinados independentemente da vontade do sujeito, mas se constituem no coletivo. Os sujeitos desta pesquisa são docentes universitários de diversos cursos de graduação ou pós-graduação que trabalham em uma universidade da região sul do Brasil há pelo menos um ano. O grupo de trabalhadores/trabalhadoras de pesquisa, a princípio, empreenderá profissionais de diversas áreas de atuação, os quais demonstrarem interesse pela pesquisa. A partir de então, serão esclarecidos dos objetivos, métodos e questões éticas e de sigilo pertinentes ao estudo, sob concordância com o termo de consentimento livre e

esclarecido. Conforme a abordagem da Psicodinâmica do Trabalho este método desenvolve-se em três etapas: a pré-pesquisa, a pesquisa propriamente dita, e a restituição (DEJOURS e JAYET, 2007) Estas etapas envolvem: a formação de grupo de pesquisadores, a prépesquisa (pesquisa documental e institucional), a pesquisa propriamente dita (formação de grupos com os trabalhadores/trabalhadoras), o tratamento do material produzido e a validação do estudo (DEJOURS, 2004). A pré-pesquisa trata-se de uma ambientação ao campo de pesquisa, buscando ao máximo informações sobre a organização de trabalho na qual será aplicada a pesquisa propriamente dita, sendo que estas informações podem ser coletadas por meio de pesquisa documental, bibliográfica e contato com o ambiente e os sujeitos objetos de estudo por meio de encontros ou reuniões preliminares (DEJOURS, 2004). A pesquisa propriamente dita refere-se à realização de diversos encontros ou reuniões com os sujeitos da pesquisa em local pré-estabelecido (DEJOURS, 2004). Neste estudo pretende-se realizar em torno de 15 encontros na instituição de ensino superior a ser definida. Nesta etapa a Psicodinâmica do Trabalho se interessa pelas explanações verbais dos participantes sobre o trabalho. Não faz-se necessário que o grupo aconteça sempre com os mesmos participantes, pois a pesquisa foca o coletivo e não o individual (BAIERLE, 2008). A validação será realizada após o acontecimento das reuniões periódicas e contará com uma reunião que será empregada após a análise dos dados como uma forma de devolução aos participantes (DEJOURS, 2004). Dessa forma, se possibilita aos sujeitos investigados uma apropriação da produção de conhecimento que pertence a estes, fundamentalmente. Esta também é a oportunidade que os participantes têm de expressar livremente a sua opinião acerca dos resultados obtidos (BAIERLE, 2008). Proporcionar um espaço para fala e escuta, que será elaborado com a constituição dos grupos pode ser fundamental para a re-significação das estratégias defensivas, bem como para a reflexão a respeito de como se constitui uma determinada organização de trabalho, demonstrando assim a importância da pesquisa que também se configura como intervenção (BAIERLE, 2008). A Psicodinâmica do Trabalho tem se apoiado em dois pontos principais: as

relações sociais do trabalho e do sofrimento no trabalho. Desta forma, a escuta dos trabalhadores em grupos proporcionará um espaço para privilegiar esta escuta a partir de questões coletivas para estes/estas trabalhadores/trabalhadoras. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS O trabalho é uma atividade estritamente humana por ser consciente e intencional. Por meio do trabalho, os seres humanos garantem a sua sobrevivência e de seus descendentes. A atividade de trabalho permite não só a aplicação da força de trabalho, mas principalmente de conhecimento, no qual o indivíduo pode então manifestar suas potencialidades desempenhando um papel ativo em um grupo de trabalho. As transformações no mundo trabalho demandam o acompanhamento por parte dos trabalhadores. Além de se adaptarem a nova ordem econômica, devem estar conscientes da importância da qualificação e de um aprendizado contínuo, não somente pelos meios formais de educação, mas também e principalmente dentro da própria organização. Nesta perspectiva, se faz necessário que as ações dirigidas aos trabalhadores professores vinculados ao espaço acadêmico estejam fundamentadas na compreensão dos processos de transformação do mundo do trabalho, permitindo assim a percepção dos aspectos que constroem e validam novos modelos de vivência profissional, especialmente àquelas que remetem à Psicodinâmica do Trabalho. Neste sentido, também se faz essencial compreender como a relação entre o prazer e o sofrimento no trabalho de professor/professora universitário/universitária produz novas formas de constituição da subjetividade de tais trabalhadores/trabalhadoras. REFERÊNCIAS BAIERLE, Tatiana Cardoso, MERLO, Álvaro Roberto Crespo. Saúde mental e subjetividade no trabalho de uma guarda municipal: estudo em psicodinâmica do trabalho. Cadernos de Psicologia Social do Trabalho, v.11, n.1, p.69-81. CARVALHO, Ruy de Quadros. Capacitação tecnológica, revalorização do trabalho e educação. In: FERRETTI, Celso João; et al. Novas tecnologias, trabalho e educação: um debate multidisciplinar. Petrópolis: Vozes, 2003. p pp. 151-168

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