Ou aplicando a lei de Ampère, em casos de distribuições de correntes com bastante simetria:

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Transcrição:

Filipa Borges

Vimos na última aula que cargas em movimento (correntes) dão origem a campos magnéticos. Os campos magnéticos podem ser calculados aplicando a lei de Biot-Savart: Ou aplicando a lei de Ampère, em casos de distribuições de correntes com bastante simetria: න C B. dԧl = μ 0 I

Esta força obtém-se a partir de: Deste modo a sua grandeza é dada por (onde é o ângulo entre v e B): F M = qvb sinθ ԦF M = q Ԧv B A direção é perpendicular ao plano formado por v e B; O sentido é dada pela regra do produto vetorial/regra da mão direita ; FORÇA DE LORENTZ Carga negativa: -q Carga positiva: +q

Neste caso, F M = qvb com direção perpendicular ao plano formado por v e B, ou seja a força é sempre perpendicular à velocidade! Supondo que só atua a força magnética, qual o tipo de movimento que a carga vai descrever? F M qvb constante e perpendicular a v F M r mv r m v q B 2 qvb O raio da trajectória da partícula carregada (r) depende da relação q/m para o mesmo B e mesma velocidade, v.

Aplicando numa dada região campos E e B em simultâneo: Em algumas situações é necessário seleccionar partículas carregadas com a mesma velocidade, v. Aplicando campos E e B perpendiculares entre si e perpendiculares a v: Forças aplicadas na carga em movimento ԦF M = q Ԧv B ԦF E = qe Só as partículas para as quais: F qe v E E B F B qvb é que atravessam aquela zona sem serem deflectidas!

APLICAÇÕES Medida de q/m para o electrão - experiência de J.J. Thomson (1897) Os e-s são originados nesta região, e acelerados através de uma d.d.p até à zona entre as placas Entre as placas, de comprimento L, aplica-se um ΔV que origina um campo E na vertical. A força elétrica, F=-eE, desvia os e - s de: y 1 2 q m 2 L E 2 v Este desvio é medido no écran Mantendo todo o aparato inalterado, aplica-se corrente eléctrica ao electromagnete, ou seja aplica-se um campo B na zona entre as placas, até que o feixe não seja desviado, ou seja, as partículas atinjam o ecrã fluorescente na zona central. Quando isto acontece: F E = F M qvb = qe q m v = E B 2yE 2 2 B L

EFEITO DE HALL (EDWIN HALL 1879) Se um condutor atravessado por uma densidade de corrente ԦJ = ρ Ԧv for colocado numa região onde exista um campo magnético, B: Cargas negativas Cargas positivas Os portadores de carga ficam sujeitos a uma força: F z = qvb, acumulando-se num dos bordos do condutor; Esta acumulação de carga nos topos do condutor, origina um campo E no condutor, logo, as cargas sentem também uma força elétrica: F z = qe Quando qe = qvb os portadores de carga deixam de ser desviados, mantendo-se o fluxo de carga no condutor;

d Fica então uma acumulação de carga nos bordos do condutor, que dá origem a um campo elétrico: E = vb Este campo elétrico origina uma diferença de potencial (potencial de Hall), ΔV = E/d Podemos ainda retirar destas equações outras relações: ԦJ = ρ Ԧv = nq Ԧv nq J x E B z y q q 0 0 E E z z Densidade de portadores de carga=port. carga/volume Assim: podemos determinar n, conhecendo J, B e E (medindo ΔV), ou conhecendo n, E e J, obter B Este é o princípio de funcionamento de alguns medidores de campo magnético.

PARTÍCULAS CARREGADAS APRISIONADAS NO CAMPO MAGNÉTICO Quando o campo não é uniforme, as partículas descrevem trajectórias em hélice com raio variável; As partículas oscilam: a força magnética é uma força restauradora do equilíbrio; Princípio de funcionamento da garrafa magnética : Confinamento do plasma (eletrões e iões) necessário à fusão nuclear

OS CINTURÕES DE RADIAÇÃO DE VAN ALLEN Partículas carregadas aprisionadas no campo magnético da Terra protões produzidos na alta atmosfera, resultantes do decaimento de neutrões (raios cósmicos); eletrões fornecidos pelo vento solar; A deflexão que estas partículas energéticas sofrem ao entrar nestes cinturões protegem a atmosfera terrestre da destruição que seria causada pelas mesmas!

FORÇA DE LAPLACE Um condutor percorrido por corrente, na presença de um campo magnético fica sujeito a uma força que é a soma das forças a que ficam sujeitos todos os portadores de carga que o percorrem. Considerando um elemento de condutor dl, percorrido por uma corrente I, a força a que este fica sujeito é dada por: = Δq Δt d ԦF = ԦIdl B Logo, a força a que o condutor fica sujeito será: ԦF = න L ԦIdl B

FORÇA ENTRE 2 FIOS CONDUTORES Considerando 2 fios percorridos por correntes, I 1 e I 2, cada um deles sente a força magnética, devido ao campo magnético originado pelo outro Considerando fios retilíneos muito longos, o campo magnético originado pela corrente que os percorre à distância r do fio, é: B 1 = μ 0I 1 2πr df 2 = I 2 dl B 1 F 2 = න L I 2 dl B 1 F 2 = I 2 LB 1 = μ 0I 2 I 1 2πr L F 2 L = μ 0I 2 I 1 2πr Força por unidade de comprimento entre 2 fios paralelos, percorridos por correntes Atrativas: correntes no mesmo sentido Repulsivas: correntes em sentidos opostos

FORÇA EXERCIDA POR UM CAMPO MAGNÉTICO SOBRE UMA ESPIRA DE CORRENTE Começamos por calcular as forças em cada um dos lados da espira, usando: d ԦF = ԦIdl B df ab = IdlBsin 90 θ = Idlcos θ F ab = IBl ab cosθ, com o sentido marcado na figura. Porquê? Do mesmo modo, concluiríamos que F cd = IBl cd cosθ Apontando para cima. Porquê? Logo, F ab = F cd e as forças anulam-se! Para os lados bc e ad: F ad = IBl ad = F bc = IBl bc Logo também estas forças se anulam! Será que a espira fica em repouso?

Supondo que a espira pode rodar em torno de um eixo vertical: Embora as forças se anule, o momento das mesmas relativamente ao eixo não é nulo, logo a espira pode rodar em torno do eixo M = Ԧr ԦF M Fad = rf ad sinθ = l ab 2 F adsinθ M Fad = IBl adl ab 2 sinθ = M Fbc M total = IBl ad l ab sinθ = IA esp Bsinθ Definindo Ԧμ = IA esp n, como o momento magnético da espira de área A esp percorrida pela corrente I, podemos escrever: M esp = μ B

LEIS DE FARADAY E HENRY Como vimos uma corrente elétrica, origina um campo magnético. Será que um campo magnético pode originar corrente elétrica, ou seja, um E? Experiências de Faraday Faraday conclui que um campo magnético variável, originava uma corrente induzida (ou f.e.m. induzida):

UM CONDUTOR EM MOVIMENTO NUM CAMPO MAGNÉTICO UNIFORME O movimento do condutor origina a corrente induzida A força magnética sobre a barra devido à corrente induzida, contribui para travar o condutor

GERADOR DE CORRENTE ALTERNADA Quando as bobinas rodam numa região de campo magnético uniforme

GERADOR DE FARADAY A força magnética sobre as cargas do disco arrasta os eletrões para o centro (ou seja, as cargas positivas para a periferia). A d. d. p. estabelecida, origina a corrente I.

continuando

As Equações de Maxwell Lei de Gauss para o campo elétrico Lei de Gauss para o campo magnético Leis de Faraday (e de Lenz): a variação temporal de fluxo magnético cria um campo elétrico Lei de Ampère Maxwell: os campos magnéticos podem ser criados por correntes elétricas mas também podem resultar de variações com o tempo do fluxo elétrico!

SE OS FENÓMENOS ELÉTRICOS E OS FENÓMENOS MAGNÉTICOS ESTÃO RELACIONADOS... MANIPULANDO AS EQUAÇÕES QUE OS DESCREVEM Algum tempo depois

A LUZ VISÍVEL E AS LUZES QUE NÃO VEMOS SÃO: Transportam a informação de um lugar para o outro de que existe um campo eletromagnético; Propagam-se no vazio à velocidade de 3 10 8 m/s

O ANEL MÁGICO DE HEINRICH HERTZ 1887 produção de ondas hertzianas Ficou provado experimentalmente a existência de ondas electromagnéticas