INFLUÊNCIA DA COMPETIÇÃO NA ESTRUTURA DA COMUNIDADE META



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Transcrição:

INFLUÊNCIA DA COMPETIÇÃO NA ESTRUTURA DA COMUNIDADE META Nessa aula é importante aprender relações de competição dentro da comunidade. OBJETIVOS Ao final desta aula, o aluno deverá: Definir competição dentro da comunidade Expor algumas teorias aplicadas à competição na comunidade Identificar alguns exemplos PRÉ-REQUISITOS Conceito de nicho

Ecologia de comunidades INTRODUÇÃO Muitos ecólogos acreditam que a competição interespecíþca pode desempenhar um papel central e determinante na estrutura da comunidade. A competição interespecíþca agiria pela exclusão de espécies ou determinando precisamente quais espécies podem coexistir em uma comunidade. Em uma revisão publicada por Schoener (1983), foi constatado que a competição não pode ser muito importante em 89% dos estudos realizados em ecossistemas terrestres, em 91% das investigações conduzidas em ecossistemas lacustres e ßuviais e em 94% das pesquisas ecológicas realizadas nos oceanos. Não há fortes evidências de que a competição imediata possa ter grande poder de organizar estruturalmente as comunidades mas, três critérios devem ser observados Begon et. al. (1990): os competidores em potencial deveriam exibir um alto grau de diferenciação de nicho; essa diferenciação deveria estar reßetida em diferenciação morfológica e/ou comportamental; e os competidores sem diferenciação de nicho não deveriam ter distribuições negativamente associadas. As abelhas do gênero Bombus, estudadas por Pyke(1982), no Colorado, EUA, constituem um bom exemplo de comunidade moldada com base em diferenciação de nicho a partir da competição. Constituem em guilda, uma vez que formam um grupo de espécies que exploram a mesma classe de recursos de maneira similar (Root, 1967). As abelhas foram divididas em quatro grupos caracterizados em termos da dimensão da probóscide e do comprimento da corola das plantas visitadas. As abelhas com probóscide longa, tais como B. appositus, preferiam as plantas com corola também longa, especialmente Delphinium barbeyi. As abelhas de probóscide curta, tais como B. frigidus, de maneira análoga, preferiam plantas com corolas curtas, tais como certas Compositae e Epibolium angustifolium. Abelhas com probóscides medianas, tais como B. ß avifrons, visitavam plantas com corola de tamanho variável. Havia também uma abelha, B. occidentalis, de probóscide curta que conseguia alimentar-se em plantas de corola longa, já que era capaz de cortar, com suas mandíbulas potentes, a base da corola dessas plantas. A diferenciação morfológica e /ou comportamental retrata o uso de recursos variados (diferentes nichos) resultando em diferenças morfológicas. Tamanho da corola e prosboscibe da abelha. Fonte: http://www. biologia.ufrj.br/matedida/ecologia/ecologia_basica(ibe231)/estrutura%20de%20comunidades%20-%20regula%e7%e3o%20 e%20estabilidade.pdf 42

Influência da competição na estrutura da comunidade Competição inter-espedífica. Fonte: http:// www.biologia.ufrj.br/matedida/ecologia/ecologia_basica(ibe231)/estrutura%20de%20comunidades%20-%20regula%e7%e3o%20e%20 Estabilidade.pdf Relações de nicho podem ser retratadas no espaço morfologico. Fonte: http://www. biologia.ufrj.br/matedida/ecologia/ecologia_ basica(ibe231)/estrutura%20de%20comunidades%20-%20regula%e7%e3o%20 e%20estabilidade.pdf E para exempliþcar as distribuições negativamente associadas como resultados de interações competitivas foram dados por Diamond (197) nas ilhas Bismarck, a leste da Nova Guiné. Nessas ilhas, duas ou mais espécies ecologicamente similares têm sempre distribuições mutuamente exclusivas. Isso pode ser explicado pela Teoria de Tilman onde as espécies positivamente associadas podem não competir, ao passo que as espécies negativamente, com requerimentos similares são negativamente similares. Distribuição negativamente associadas como resultados de interações competitivas. Fonte: http:// www.biologia.ufrj.br/matedida/ecologia/ecologia_basica(ibe231)/estrutura%20de%20comunidades%20-%20regula%e7%e3o%20e%20estabilidade.pdf 43

Ecologia de comunidades CONCLUSÃO A competição interespecíþca é uma razão plausível e possível para explicar a organização de comunidades, porém foi demonstrada apenas em um pequeno número de comunidades, sendo que as espécies na natureza têm nichos realizados normalmente menores que seus respectivos nichos fundamentais. RESUMO A competição interespecíþca agiria pela exclusão de espécies ou determinando precisamente quais espécies podem coexistir em uma comunidade. Não há fortes evidências de que a competição imediata possa ter grande poder de organizar estruturalmente as comunidades, mas três critérios devem ser observados Begon et. al. (1990): os competidores em potencial deveriam exibir um alto grau de diferenciação de nicho; essa diferenciação deveria estar reßetida em diferenciação morfológica e/ou comportamental; e os competidores sem diferenciação de nicho não deveriam ter distribuições negativamente associadas. Por isso a competição explica a organização das comunidades sempre realacionando com o nicho ocupado pelas espécies em estudo. ATIVIDADES O conteúdo apresentado nesta aula nos compete literalmente a formar alguns conceitos. 1. O que seria competição e de que forma podemos evidenciá-la? 2. Relacione nicho e competição. ExempliÞque. 3. O que o texto relata sobre a competição entre as abelhas? 4. Realize uma pesquisa na internet sobre a Teoria de Tilman. COMENTÁRIO SOBRE AS ATIVIDADES Após cada atividade o aluno será capaz de dicernir como a temática da aula se insere no contexto do conteúdo visto nas aulas anteriores. Relacionar competição e o conceito de nicho. PRÓXIMA AULA N a próxima aula, relacionaremos a inßuência da predação na comunidade. Bons estudos!! 44

Influência da competição na estrutura da comunidade AUTO-AVALIAÇÃO Baseado no conteúdo desta aula procurem no sitem (www.scielo.com. br) um artigo entitulado competição entre espécies de plantas uma revisão e extraia dele o máximo de conceitos que puderem. REFERÊNCIAS BEGON, M.; HARPER, J. L.; TOWNSEND, C. R.Ecology: Individuals, populations and communites. 2 ed. Blackwell Sci Publ. Oxford, Inglaterra. 1990. DIAMOND, J. M. Assembly of species communities. In: CODY,M.L. & DIAMOND, J. M. (eds.) Ecology and Evolution of communities. Belknap, Cambridge, Massachussets, Estados Unidos. 197. PINTO COELHO, R. M. Princípios de Ecologia. Artmed. Porto Alegre. 2000. PYKE, G. H. Local geographic distribuitions of bumblebees near Crested Butte, Colorado: competition and community structure. Ecology, 63: - 73. 1982. ROOT, R. The niche explotation pattern of the bluegrey gnatcatcher. Ecological Monographs, 37:317-30. 1967. SCHOENER, T. W. Field experiments on interespeciþc competition. American Naturalist, 122:240-28. 1983 4