PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA Controladoria-Geral da União Ouvidoria-Geral da União PARECER Referência: 2480.024/201-15 Assunto: Restrição de acesso: Recurso contra decisão denegatória ao pedido de acesso à informação. Sem restrição. Ementa: Concurso Público Interesse pessoal Informação em transparência ativa Conhecido e desprovido Pedido desarrazoado. Órgão ou entidade recorrido (a): Recorrente: Fundação Universidade de Brasília UNB. Senhor Ouvidor-Geral da União, 1. O presente parecer trata de solicitação de acesso à informação pública, com base na Lei nº 12.527/2011, conforme resumo descritivo abaixo apresentado: RELATÓRIO Data Teor Pedido 10/10/201 O cidadão solicita o original do seu caderno de provas objetivas P1 e P2, bem como o original de sua folha de respostas das provas objetivas P1 e P2 referentes ao Concurso Público para o cargo de Auditor-Fiscal do Resposta Inicial Recurso à Autoridade Superior 18/10/201 Trabalho do Ministério do Trabalho (MTE) 201. A UNB negou o acesso, informando que não arquiva os cadernos de provas utilizados pelos candidatos; no que tange à folha de resposta, o original não pode ser disponibilizado, pois é o único documento válido para correção e que comprova a nota atribuída ao candidato; por outro lado, informou que a respectiva imagem fica disponibilizada no endereço eletrônico indicado. 18/10/201 O cidadão reitera o pedido inicial. 1
Resposta do Recurso à Autoridade Superior Recurso à Autoridade Máxima Resposta do Recurso à Autoridade 29/10/201 A UNB indeferiu o recurso nos mesmos termos da resposta inicial. 29/10/201 O cidadão reitera o pedido inicial. 12/11/201 A UNB indefere o pleito nos mesmos termos anteriores. Máxima Recurso à CGU 12/11/201 O recorrente reitera o pedido inicial. É o relatório. Análise 2. Registre-se que o Recurso foi apresentado perante a CGU de forma tempestiva e recebido na esteira do disposto no caput e 1º do art. 16 da Lei nº 12.527/2012, bem como em respeito ao prazo de 10 (dez) dias previsto no art. 2 do Decreto nº 7724/2012, in verbis: Lei nº 12.527/2012 Art. 16. Negado o acesso a informação pelos órgãos ou entidades do Poder Executivo Federal, o requerente poderá recorrer à Controladoria-Geral da União, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias se: (...) 1o O recurso previsto neste artigo somente poderá ser dirigido à Controladoria Geral da União depois de submetido à apreciação de pelo menos uma autoridade hierarquicamente superior àquela que exarou a decisão impugnada, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias. Decreto nº 7724/2012 Art. 2. Desprovido o recurso de que trata o parágrafo único do art. 21 ou infrutífera a reclamação de que trata o art. 22, poderá o requerente apresentar recurso no prazo de dez dias, contado da ciência da decisão, à Controladoria-Geral da União, que deverá se manifestar no prazo de cinco dias, contado do recebimento do recurso.. Quanto ao cumprimento dos arts. 19 e 21 do Decreto n.º 7.724/2012, combinados com o art. 11 da Lei 9.784/99, observa-se que consta da resposta ao recurso de 1ª instância que a autoridade que proferiu a decisão era a superior à que respondeu o pedido inicial; contudo, não consta que a autoridade máxima do órgão decidiu o recurso de 2ª instância. 4. Passando à análise do mérito, temos que o cidadão solicitou o original do seu caderno de provas objetivas P1 e P2, bem como o original de sua folha de respostas das provas
objetivas P1 e P2 referentes ao Concurso Público para o cargo de Auditor-Fiscal do Trabalho do Ministério do Trabalho (MTE) 201. 5. Destarte, compete à CGU verificar se a Lei de Acesso à Informação está sendo cumprida pela UNB. No caso concreto, razão assiste à recorrida, vez que os motivos de não atendimento foram devidamente esclarecidos pela Fundação. Assim, houve a devida manifestação da recorrida, nos termos do art. 15, 1º, inciso I, do Decreto nº 7.724/2012, in verbis: Decreto nº 7.724/2012 Art. 15. Recebido o pedido e estando a informação disponível, o acesso será imediato. 1o Caso não seja possível o acesso imediato, o órgão ou entidade deverá, no prazo de até vinte dias: I - enviar a informação ao endereço físico ou eletrônico informado; II - comunicar data, local e modo para realizar consulta à informação, efetuar reprodução ou obter certidão relativa à informação; III - comunicar que não possui a informação ou que não tem conhecimento de sua existência; IV - indicar, caso tenha conhecimento, o órgão ou entidade responsável pela informação ou que a detenha; ou V - indicar as razões da negativa, total ou parcial, do acesso. 6. Neste viés, através de contato telefônico com a Fundação, consignamos que foi por ela reafirmado que os cadernos de provas não são arquivados, sendo descartados logo após a aplicação dos exames mas faculta-se aos candidatos levarem consigo os originais de tais cadernos, obedecidas as regras do edital quanto ao horário de saída dos locais de provas. Quanto ao original de sua folha de resposta, entendemos por desarrazoado o pedido, pois conforme afirmado pelo Cespe/UnB, a folha de resposta das provas objetivas é o único documento que comprova a nota atribuída ao candidato, razão pela qual não é possível a disponibilização do seu original. O recorrente poderia acessar o respectivo espelho pelo link (internet) indicado. 7. Portanto, em relação ao pedido inicial motivador do uso da LAI, repita-se que a UNB justificou adequadamente a negativa de acesso ao pleito do recorrente, ainda que de forma contrária ao seu interesse pessoal. Conclusão
7. De todo o exposto, opina-se pelo conhecimento e desprovimento do recurso interposto. 8. Por fim, observamos que a recorrida descumpriu procedimentos básicos da Lei de Acesso à Informação. Dessa forma, recomenda-se orientar a autoridade de monitoramento da Fundação Universidade de Brasília que reavalie os fluxos internos para assegurar que o Recurso de 2ª Instância seja julgado por sua autoridade máxima. FÁBIO LUCIANO IKIJIRI Analista de Finanças e Controle D E C I S Ã O No exercício das atribuições a mim conferidas pela Portaria n. 1.567 da Controladoria-Geral da União, de 22 de agosto de 201, adoto, como fundamento deste ato, o parecer acima, para decidir pelo desprovimento do recurso interposto, nos termos do art. 2 do referido Decreto, no âmbito do pedido de informação nº 2480.024/201-15, direcionado à Fundação Universidade de Brasília UNB. JOSÉ EDUARDO ROMÃO Ouvidor-Geral da União
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA Controladoria-Geral da União Folha de Assinaturas Documento: PARECER nº 872 de 21/0/2014 Referência: PROCESSO nº 2480.024/201-15 Assunto: Concurso Público. Signatário(s): JOSE EDUARDO ELIAS ROMAO Ouvidor Assinado Digitalmente em 21/0/2014 Relação de Despachos: À consideração superior. FABIO LUCIANO IKIJIRI ANALISTA DE FINANCAS E CONTROLE Assinado Digitalmente em 07/0/2014 Este despacho foi expedido eletronicamente pelo SGI. O código para verificação da autenticidade deste documento é: b7a9a2a_8d114f7681a2d