AUXILIO FORMAÇÃO 2017.2 O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA ATRAVÉS DOS GÊNEROS TEXTUAIS: (RE)PENSANDO A LÍNGUA PORTUGUESA COMO CAPITAL CULTURAL PROF/A. VALÉRIA CORREIA LOURENÇO/ CURSO: ENSINO MÉDIO INTEGRADO TÉCNICO EM NÍVEL MÉDIO QUÍMICA (1º ANO/ 2º SEMESTRE) CRATEÚS 2017
1. Proposta do projeto O presente projeto tem como objetivo o ensino da Língua Portuguesa em escolas públicas da cidade de Crateús, através de diversos gêneros textuais que serão ensinados em oficinas regulares. Sabendo que o (a) estudante do 2º semestre do curso Técnico de Nível Médio e Integrado em Química é, antes de qualquer habilitação profissional, um (a) falante e produtor de textos em sua língua materna, nesse caso, o domínio da Língua Portuguesa pode ser visto como uma espécie de capital cultural (BOURDIEU; PASSERON, 1975), ou um instrumento de poder, em que a necessidade do aprendizado da variante padrão é um dos instrumentos para sua inserção no mundo social. Além disso, quanto mais gêneros textuais esse (a) estudante vir a conhecer, melhor será a elaboração e a compreensão de diversos textos com os quais ele (a) tem contato ao longo da vida escolar e social. Para além da identidade deste (a) estudante somente como discente do curso Técnico de Nível Médio e Integrado em Química, pensamos, com esse projeto, em uma formação mais ampla que o leve para além dos muros do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará campus Crateús e o possibilite o contato com escolas públicas e alunos (as) do 9º ano do Ensino Fundamental. Ainda citando Bourdieu, [v]isto que o que se trata de ensinar é, essencialmente, um modus operandi, um modo de produção científico que supõe um modo de percepção, um conjunto de princípios de visão e de divisão, a única maneira de o adquirir é a de o ver operar praticamente ou de observar (BOURDIEU, 2012, p.21). Sendo assim, mais do que ouvir o professor explicar sobre determinados tipos de produção textual, o bolsista terá a oportunidade de colocar em prática o aprendizado que tem recebido. Desse modo, o saber vai ser construído como uma via de mão dupla, na qual tanto aquele que aprende quanto o que ensina tem uma responsabilidade nesse processo de ensino-aprendizagem. O projeto será dividido em duas etapas. Primeiramente, o (a) bolsista selecionado (a) terá 05 (cinco) meses de preparação com a orientadora do projeto, na qual haverá reuniões de orientação para leitura e debate de textos que o (a) forneça subsídios para o momento de realização das oficinas na (s) escola (s). Em seguida, ainda em trabalho coletivo, selecionaremos a (s) escola (s) que receberá (rão) as oficinas. Estamos fazendo esse destaque de escola no singular e escolas no plural, pois não sabemos ainda a dimensão que o projeto pode vir ao longo do ano de execução. Importante destacar que a escolha da (s) escola (s) levará em consideração a facilidade de acesso que o (a) bolsista terá para chegar até o local. Após a seleção da (s) escola (s), será o momento de montagem do cronograma das oficinas com as datas e os conteúdos que serão ministrados. As aulas farão uso de música, filmes e textos de
diversos gêneros que serão sempre selecionados em diálogo com a professora-orientadora do projeto. 2. Objetivos Alguns dos objetivos do projeto são: Perceber a Língua Portuguesa padrão como uma das variedades da Língua Portuguesa; Conhecer diferentes tipos de variações que a Língua Portuguesa apresenta e as contribuições de outras línguas (indígenas e africanas) para a formação da Língua Portuguesa falada no Brasil; Conhecer os países que ainda utilizam a Língua Portuguesa como língua oficial; Localizar informação explícita nos textos, músicas, vídeos, filmes; Capacitar o (a) discente para que faça leituras com reflexões; Identificar o assunto principal de um determinado texto; Construir conceitos gramaticais; Identificar o tema ou assunto de um texto; Expressar opinião em relação aos textos lidos; Formular hipóteses sobre o conteúdo do texto; Desenvolver habilidades de leitura, compreensão e interpretação dos diferentes gêneros textuais; Utilizar na produção escrita os recursos observados nos textos lidos; Desenvolver a oralidade e a criticidade do aluno; Trabalhar a gramática contextualizada.
3. Plano de atividades Obs.: O projeto terá duração de 1 (um) ano. O bolsista deve cumprir uma carga horária de 16 horas semanais em acordo com o professor orientador. Sugestão: Atividades Objetivos Período Leitura e debate de textos teóricos Estudo e seleção da (s) escola (s) que receberão as oficinas; montagem do conteúdo e do cronograma das oficinas Realização das oficinas Elaboração de relatório final e análise dos resultados Dar ao estudante-bolsista subsídios teóricos para a aplicação das oficinas. Mapear a (s) escola (s) que poderia (m) receber o bolsista selecionado. Após isso, elaborar um cronograma de assuntos e atividades a serem aplicadas nas oficinas. As oficinas serão realizadas duas vezes por semana, com duração de duas horas cada uma. O (a) bolsista deverá redigir um relatório em que conste as atividades realizadas. Publicização dos resultados Compartilhar com a comunidade acadêmica, os resultados obtidos com a realização do projeto. 22/01/2018 07/05/2018 08/05/2018 28/05/2018 29/05/2018 29/11/2018 30/11/2018 20/11/2018 A partir de 21 de dezembro de 2018.
4. Resultados Esperados Ao final do período de realização das oficinas, alguns resultados são esperados, dentre eles, citaremos os principais. Todos eles são hipóteses, afinal, o caminho do conhecimento, por vezes, nos surpreende e traz momentos que podem vir a romper todas as expectativas que haviam sido previstas. Em primeiro lugar, a formação do discente bolsista será contínua desde os momentos iniciais de realização do projeto. Ou seja, a fase inicial do plano de trabalho requererá um tempo de pesquisa para leitura, interpretação dos textos, fichamento e compreensão das ideias principais contidos nos livros selecionados. Esse movimento de leitura-debate-compreensão-refutação de ideias pode ser visto como um dos principais na formação de um (a) futuro (a) pesquisador (a), em qualquer área de conhecimento. Ademais, a autonomia do (a) discente será colocada em prática em diversos outros momentos do projeto seja auxiliando na escolha da (s) escola (s) que receberá (ão) as oficinas ou na montagem do cronograma para aplicabilidade. Além disso, o (a) discente selecionado (a) irá ministrar essas oficinas de forma independente, mas, em alguns momentos com o auxílio e a supervisão da professora orientadora do projeto. Ao falarmos de autonomia, não devemos nos esquecer de que, além de um (a) futuro (a) Técnico (a) em Química, estamos formando cidadãos (ãs) para o mundo social em que estão inseridos. Por isso, uma formação que consiga unir o aspecto acadêmico, o social e o cultural torna esse (a) discente muito mais completo para que ele (a) dialogue com diversas experiências de vida. Para além do nosso estudante-bolsista, o projeto prevê um impacto na formação de discentes de escolas públicas da cidade de Crateús. As oficinas que serão realizadas para estes (as) alunos (as), além de levar o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará campus Crateús para dentro das escolas públicas da cidade, pretende ampliar a capacidade de leitura e interpretação dos (as) discentes participantes. Afinal, ler, interpretar e construir textos em sua própria língua também é uma das ferramentas de acesso ao que poderíamos denominar de cidadania plena. 5. Referências Bibliográficas BOURDIEU, Pierre. O poder simbólico. Tradução Fernando Tomaz. 16ª ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2012.. PASSERON, Jean-Claude. A reprodução: elementos para uma teoria do sistema de ensino.
Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1975.