Turma e Ano: Turma Regular Master A. Matéria / Aula: Direito Administrativo 08. Professor: Luiz Oliveira Carlos Jungested

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Transcrição:

Turma e Ano: Turma Regular Master A Matéria / Aula: Direito Administrativo 08 Professor: Luiz Oliveira Carlos Jungested Monitora: Beatriz Moreira Souza Segundo Setor da Administração Pública: Caracteriza-se por ser uma parceira com a iniciativa privada com fins lucrativos. A professora Di Pietro afirma que é uma parceria com o mercado. Esta parceira está pautada no art. 175 da CF/88. Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos. Essas leis não são nacionais. São federais. Art.22 Compete privativamente a União: XXVII - normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, 1, III; Leis que regem a concessão: Lei 8745/95 e 11.079/2004 (PPP). Lei 11.079/2004: concessão especial Lei 8745/95: concessão comum Destaca-se que inciso não fala de licitação e contratos e sim de normas gerais de licitação e contratação. A conclusão pacifica é que todos os entes podem legislar sobre licitações e contratos. Portanto, cabe a União é criar normas gerais de licitações e contratos. Os estados e municípios podem legislar sobre licitações. Devem respeitar o núcleo da geral, mas podem inovar nos demais aspectos. Obs.: Segundo a doutrina, a lei mais moderna sobre licitações é a 9433/2003 (Estado da Bahia) Obs2.: Lei de licitações do Rio de Janeiro: 2831/67 / Lei de PPP do Rio de Janeiro: 6089/2011. Atenção! Se a prova é da PGE, tem que citar a lei estadual do RJ. Vínculos de delegação: Autorização como vínculo de delegação: 1

O assunto tornou-se controvertido, após a constituição de 1988. Autores como José dos Santos Carvalho Filho e Diogo de Figueiredo Moreira Neto defendem que a autorização não existe mais com o advento da constituição de 1988. Entretanto, a doutrinadora Di Pietro defende a existência do instituto. Argumentos que sustentam o fim da autorização como vínculo de delegação de serviço público: Não está previsto constitucionalmente; Não está previsto na legislação que regulamenta o tema; A autorização, como regra geral, existe para atender o interesse do particular. Ex.: avião particular. É necessária uma autorização da ANAC. O que está em jogo é um interesse do particular. Nunca foi o meio adequado para a delegação de serviços públicos, pois atende de forma predominante os interesses de particulares. Art. 21 da CF Argumento Di Pietro: Sustenta a existência do instituto com base no art. 21, XI, XII da CF. XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um órgão regulador e outros aspectos institucionais; XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão: Esclarece-se que para Diogo de Figueiredo como vínculo de delegação a autorização acabou. Contudo, ela ainda existe como ato administrativo. Ou seja, a autorização ainda existe para outros fins, tais como o exercício de atividade privada com interesse público. Exemplo: Escola particular autorização (art. 209) atividade econômica de grande interesse público. Art.209, II - autorização e avaliação de qualidade pelo Poder Público. Questão dos taxistas: Majoritariamente os taxistas (aquele possui autonomia ) são considerados como permissionários do serviço público. Autorizatario é o individuo que dirige o taxi para o detentor da autonomia (permissionário). Ver lei 12.468/13 Direito de sucessão permissão. Concessão: Possui natureza de contrato administrativo. Pressupõe prévia licitação. 2

Permissão: Antes de 1988 era ato administrativo. Como a constituição de 1988 exige prévia licitação (art.175 da CF), a permissão foi contratualizada com a nova ordem. Fundamento legal para a contratualização da permissão: Lei 8987/95 Art. 2 o Para os fins do disposto nesta Lei, considera-se: IV - permissão de serviço público: a delegação, a título precário, mediante licitação, da prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco. Art. 40. A permissão de serviço público será formalizada mediante contrato de adesão, que observará os termos desta Lei, das demais normas pertinentes e do edital de licitação, inclusive quanto à precariedade e à revogabilidade unilateral do contrato pelo poder concedente. Parágrafo único. Aplica-se às permissões o disposto nesta Lei. Todo e qualquer contrato administrativo é contrato de adesão, pois é uma regra nas licitações e contratos que o futuro contrato é anexo do edital de licitações (art. 40, p.2,iii da lei 8.666/93 ). A minuta do futuro contrato é o próprio contrato. Lei 9472/97 art. 118 Parágrafo único. Permissão de serviço de telecomunicações é o ato administrativo pelo qual se atribui a alguém o dever de prestar serviço de telecomunicações no regime público e em caráter transitório, até que seja normalizada a situação excepcional que a tenha ensejado. Natureza jurídica da permissão Com advento da Lei 9472/97 a qual classificou permissão como ato administrativo no parágrafo único do art. 118, houve uma insegurança sobre a natureza jurídica do instituto, pois previamente 2 anos antes a Lei 8987/95 determinou que a permissão ocorre por meio de licitação e é formalizada por meio de contrato de adesão. O assunto foi questionado no STF pela ADIN 1491. O Supremo firmou entendimento que a permissão possui natureza contratual ( Informativos 116/117. A doutrina denominou esse fenômeno de contratualização de serviço público. Comparação do conceito legal da lei 8987/97 art. 2, II, IV (concessão x permissão) II - concessão de serviço público: a delegação de sua prestação, feita pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de 3

empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado; IV - permissão de serviço público: a delegação, a título precário, mediante licitação, da prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco. Diferenças entre Concessão e Permissão de serviços Públicos Concessão Permissão Licitação Modalidade: concorrência Qualquer modalidade. Delegatário Somente pessoa jurídica Pessoa física ou jurídica Natureza Jurídica Possui segurança jurídica Título precário. Sem indenização. segurança jurídica indenização (atentar p/ amortização de investimentos).. Indenização na permissão: O que responder? O contrato é de 20 anos, porém foi revogado no 10º ano. Se até o 10º ano o empresário amortizou o investimento, não há direito à indenização. Se não décimo ano ainda não amortizou, tem indenização. Se revogar a permissão antes de amortizar o investimento tem que indenizar. A partir do momento que amortizou, ou seja, a partir do momento que o empresário já está lucrando com o negócio, não há mais direito à indenização, pois não haverá prejuízos.. Princípios norteadores do serviço público: Lei 8987- Art. 6o 1o Art. 6o Toda concessão ou permissão pressupõe a prestação de serviço adequado ao pleno atendimento dos usuários, conforme estabelecido nesta Lei, nas normas pertinentes e no respectivo contrato. 1o Serviço adequado é o que satisfaz as condições de regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas. 3o Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção em situação de emergência ou após prévio aviso, quando: I - motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; e, II - por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade. 4

Não especificou o tipo de serviço, portanto, até o essencial pode ser paralisado. O STJ já admite corte por falta de pagamentos. Com relação aos particulares, deve-se atentar para preservação do mínimo existencial. Obs.: Lei 11.445/2007 ( lei de saneamento básico ) - permite o corte de água de hospitais. Princípio da modicidade das tarifas: O princípio da modicidade das tarifas justifica a longa duração dos contratos de concessão. A ideia é dilatar a duração dos contratos com objetivo de compensar o valor baixo das tarifas. 5