RESUMO No presente artigo pretende-se fazer uma reflexão analítica sobre a construção do ideário de pobreza nas letras de hip-hop, estudando, especificamente as expressões artísticas e ideológicas oriundas do movimento Hip-Hop em Londrina. Assim, partindo do princípio de que a cultura hip-hop é uma resposta frente às condições precárias que os jovens da periferia das grandes cidades enfrentam, buscou-se fazer um estudo de como essas respostas destes jovens têm-se manifestado ao longo do tempo e se as condições sociais, especificamente a pobreza, conservam as mesmas características de outrora e de que maneira isso está reproduzido nas poesias orais dos rappers da periferia londrinense. O estudo comparativo pode revelar como se dá o maniqueísmo nessas representações já construídas e pode demonstrar, do ponto de vista teórico-literário, como essa dicotomia é trabalhada. Este trabalho é pautado em um projeto de iniciação científica, desenvolvido na Universidade Estadual de Londrina, o qual faz parte de um projeto maior denominado: Leitura, ritmo e poesia: prática de poéticas orais entre os rappers de londrina. A CONSTRUÇÃO DO IDEÁRIO DE POBREZA NAS LETRAS DE HIP-HOP Regiany Cristina dos Santos (G - Letras-UEL) Cristiano Biazzo Simon (Orientador-UEL) Palavras-Chaves: HIP-HOP, POBREZA, LONDRINA Em primeiro lugar faz-se necessário estabelecer um conceito para pobreza, mas, por não ser um termo consensual é difícil estabelecer uma definição concreta, já que o mesmo pode ser interpretado de diversas maneiras. Dessa forma, considerando que a definição da pobreza é um conceito extremamente complexo, ambíguo e relativo serão apresentadas algumas definições para o termo e, posteriormente, explicitadas qual pobreza será trabalhada no presente estudo.
A POBREZA Expressão originalmente latina, a pobreza, de acordo com Michel Moulat, diversificou nas línguas vulgares a partir dos séculos XIII e XIV, designa inicialmente a qualidade, depois a condição de uma pessoa de qualquer estado social atingida por uma carência. A definição do pobre e de seu estado deve, portanto, ser ampla. O pobre é aquele que de modo permanente ou temporário encontra-se em situação de debilidade, dependência e humilhação caracterizada pela privação dos meios variáveis seguindo as épocas e as sociedades, que garantem força e consideração social: dinheiro, relações, influência, poder, ciência, qualificação técnica, honorabilidade de nascimento, vigor físico, capacidade intelectual, liberdade e dignidade pessoal (MOULAT) Historicamente, e no âmbito social, a pobreza sempre foi vista como antítese da riqueza ou então como a separação entre ricos e pobres. Entretanto, há mais de um século, devido às relações conflituosas entre patrões e empregados, o termo começa a aparecer no campo da chamada questão social. O verbete pobreza apresentado nos dicionários tradicionais de língua portuguesa traz entre outras as seguintes explanações: falta do necessário a vida, penúria, escassez, estado ou qualidade de pobre, a classe dos pobres. Quanto ao termo pobre: que não tem o necessário à vida, cuja as posses são inferiores a sua posição ou condição social, que revela pobreza, pouco produtivo, mal dotado, digno de lastima, que inspira compaixão. Registram-se ainda algumas expressões como: pobre de espírito, pobre de cristo, pobre diabo, usadas para com certos indivíduos, mas não nos atemos a isso. Na literatura, as diferentes abordagens encontradas levam a diversas formas de medição de pobreza e refletem diferentes percepções da realidade. Cita-se, a exemplo, a pobreza explorada no romance O Cortiço de Aluísio Azevedo, em comparação com a exposta em O Quinze de Rachel de Queiroz, claro que aqui caberiam inúmeras considerações e análises como: fazem parte de diferentes escolas literárias, foram produzidas em diferentes contextos, entre outras. Como também poderia mencionar outras obras. Mas, a intenção é apenas mostrar as possibilidades e ambigüidade do termo. Na ordem jurídica, a pobreza é uma penúria de bens econômicos de difícil
definição, pois pode significar a carência de bens materiais ou até mesmo a carência da capacidade de trabalho sobre bens próprios ou alheios. No segundo caso a carência pode alcançar a qualificação de miséria e colocar-se na situação de dependência da misericórdia de outros. Pelo exposto, e dada à relatividade do termo, percebe-se que para cada indivíduo ser pobre pode remeter a sensações distintas; falamos no pobre de bens materiais, no pobre de competência, no pobre de espírito, no pobre de cristo, no pobre diabo, enfim, definitivamente, fica claro que o termo não é unívoco, daí a necessidade de especificar uma pobreza ; a definição de Sérgio Henrique Abranches é bem pertinente: Pobreza é destituição, marginalidade e desproteção. Destruição dos meios de sobrevivência física; marginalização no usufruto dos benefícios do progresso e no acesso as oportunidades de emprego e consumo; desproteção por falta de amparo público adequado e inoperância dos direitos básicos de cidadania, que incluem garantias à vida e ao bem-estar."(abranches) Assim, não ignorando as outras acepções, ficaremos com aquelas relativas às questões sociais, onde os bens econômicos influenciam na qualidade de vida do indivíduo determinando, muitas vezes, o seu comportamento. O MOVIMENTO HIP-HOP Aqui a busca do conhecimento sobre a origem do movimento hip-hop, as tramas ideológicas, o processo de formação, são necessários para elaborar um elo entre o passado e o presente e assim compreender o papel do movimento nos dias atuais, suas denúncias e críticas ao sistema. O Hip-Hop surgiu nos Estados Unidos, nos anos 70, nos guetos negros, como um movimento de denúncias e críticas às opressões sofridas pelas classes menos favorecidas. Tempo antes, alguns homens lutaram por melhores condições de vida ao próximo e estes são considerados os alicerces desse movimento. Portanto, abro um parêntesis para fazer um breve resgate dos conflitos políticos antecedentes à década de 70, em especial a discriminação dos negros, onde o líder Martin Luther King, em busca de transformações inicia um processo de luta frente aos problemas sociais. Seus discursos motivavam e influenciavam os negros que sofriam com a segregação racial
prescrita por lei. Cita-se também o líder Malcon X, que pregava a autodefesa negra, e embora tivesse uma idéia distinta da resistência pacífica defendida por Martin, também se preocupava em buscar melhores condições para população negra. Assim, após a morte desses líderes, formam-se grupos destinados a lutar pelas desigualdades raciais que pairavam sobre a população negra. Dentre eles cita-se a organização Black Phanters, que abandona todo a pacifismo pregado por King e nomeia a violência para decidir a direção da comunidade negra sem a interferência dos brancos. Embora esta organização permitisse aos jovens negros contato com as leis jurídicas que os favoreciam e os instruía nas formações de grupo, com o tempo, a forma violenta e repressiva adotada a enfraqueceu. Entretanto, os Black Panthers já haviam trilhado o caminho que serviria de base para o surgimento do movimento artístico Hip-Hop. Voltando aos guetos negros dos anos 70, segue uma definição, elaborada por Pimentel, de como se encontrava a população daquele local: gente pobre, com empregos mal remunerados, baixa escolaridade, pele escura. Jovens pelas ruas, desocupados, abandonaram a escola por não verem o porquê de aprender sobre democracia e liberdade se vivem apanhando da polícia e sendo discriminados no mercado de trabalho. Ruas sujas e abandonadas, poucos espaços para o lazer. Alguns, revoltados ou acovardados, partem para a violência, o crime, o álcool, as drogas; muitos buscam na religião a esperança para suportar o dia-a-dia; outros ouvem música, dançam, desenham nas paredes... (PIMENTEL). Claro que esta definição serviria para descrever a situação da população pobre de vários países, especialmente o nosso, mas não é de Brasil que estamos falando e sim dos EUA, especificamente do Bronx em Nova York, lugar onde surgiu o movimento Hip-Hop, onde a população cansada do desprezo do sistema e inspirada pelos líderes mencionados começam a criar formas para driblar os problemas sociais, de acordo com suas possibilidades, que não eram muitas, já que estamos falando de um meio de pobreza. Assim, como forma de protesto e também como uma opção de entretenimento acessível, os jovens começam a se reunir para dançar, compor, desenhar e cantar surge então, as manifestações (rap, break e grafite) que juntas formam o movimento Hip-Hop. A palavra rap é formada da junção da inicias de Rhytm and poetry (ritmo e poesia), e foi difundida juntamente com os elementos break e grafite: O break é uma dança de rua, de movimentos de ruptura corporal as quebras e
movimentos acrobáticos de pulos e saltos, de efeitos harmoniosos, em performances reelaboradas com movimentos de outras danças de origem afro-americanas como o charlestone, e até mesmo das artes marcias. O grafite surgiu também na década de 70, a partir das tags, assinaturas escritas pelos jovens com sprays nos muros, trens e estações de metrô de Nova York. Mais tarde incorporou letras especiais, desenhos e símbolos, criando uma estética própria, definindo-se como arte das ruas. O grafite era a forma dos jovens do gueto se apropriarem do espaço público. (DAYRELL.). Aqui nos voltaremos, especificamente, para o rap, o qual compreende a junção de dois elementos do movimento hip-hop: o DJ e o MC. O DJ (Disc Jóquei) se caracteriza pelas bases musicais, o ritmo rap, e sua origem estão ligados ao spiritual, ao blues, ao soul e ao funk... Já o MC (Mestre de Cerimônia) nos remete às tradições orais africanas os griots contadores de história que carregavam na memória toda a tradição das tribos africanas, preservaram suas técnicas em versos passados de pai para filho (SPENSY). É o poder da música, meio do qual se valiam os negros para expressar suas emoções e que mais tarde, já com o rap, continua a retratar os descasos e as opressões sofridas pelas populações marginalizadas. No Brasil o rap aparece por volta da década de 80, nas periferias das grandes cidades, especialmente do Rio de Janeiro e de São Paulo. Em principio os raps se caracterizavam por narrativas simples, chamadas de rap historinha, já que não eram tão conscientes e criticas como agora. Na verdade eram até ingênuas. Entretanto, tão logo os grupos de rap perceberam que poderiam protestar contra a situação social o rap se consolida como trilha sonora da periferia, sendo escolhido pela juventude (a maioria da população pobre) como representante de suas idéias. Em Londrina, com base nas pesquisas realizadas por Dejair Dionísio, estudante do movimento hip-hop e integrante do projeto Leitura, Ritmo e poesia, a partir da década de 80, começaram a se formar grupos de dança (break) e com o tempo a maioria deles tornaram-se grupos de rap. No final dos anos 90, esses grupos começam a ter notoriedade e posição na sociedade local. Diante destas informações, fica fácil entender porque certos jovens abraçaram o movimento Hip-Hop e a ideologia que o sustenta, como a voz para denunciar as opressões, a tensão e as contradições vivenciadas no cenário urbano moderno.
A POESIA ORAL E O RAP Para compreender o rap como uma manifestação poética oral, devemos investigar a poesia oral presente nos raps e sua função de estabilização social, buscar na linguagem oral os elementos poéticos que permitam afirmá-la como uma poesia advinda da exposição da realidade denunciada pelos rappers. Porém, eleger um conceito para a poesia oral não é uma tarefa fácil, já que falamos de uma poesia diferente daquela encontrada nos livros, e muitas vezes tida como cânone literário. Deixando para outro momento a discussão acerca da legitimidade da poesia oral versus literatura escrita, cabe aqui dizer, apenas, que a poesia oral é uma manifestação capaz de expressar pela voz, um discurso carregado de marcas de uma identidade. Assim, na poesia oral, estão presentes narrativas e versos intimamente ligados às questões históricas, culturais e sociais das comunidades por onde ela permeia. Como está sempre relacionada às circunstâncias imediatas à que se refere, a poesia oral é dinâmica, inacabada, e está em constante renovação. A renovação acontece no momento da performance, ou seja, é a ação do dono do discurso, o modo pelo qual ele atualiza suas narrativas, que a caracteriza. Na poesia oral deve-se considerar, então, o sujeito a quem se destina e sua intenção, sem essa relação, ela estaria descontextualizada. Quanto à função social, no rap, entende-se que ele se traduz como uma arte voltada para o coletivo, com o intuito de transmitir regras, preceitos e normas de conduta. Assim, se a performance acontece no momento do ato de narrar, nos shows de rap, por exemplo, ela se faz presente no momento da interação com o público. Ao cantar, o rapper possibilita que seu corpo e mente expresse movimentos que envolvem os ouvintes e possibilitam que os mesmos vivenciem o que está sendo passado. Nessa perspectiva, temos no rap uma manifestação poética oral com um narrador que intenta, por meio de uma troca mútua, dizer ao outro sua forma de ser, estar e ler o mundo que o cerca. Devido a isso, os rappers podem ser considerados como uma espécie de portavozes das periferias e favelas. A POBREZA E O RAP Como exposto, o rap, enquanto manifestação poética oral é capaz de expressar pela voz, um discurso carregado de marcas de uma identidade. Desta forma,
considerando o contexto em que as letras de rap começaram a circular não há como separar o modus vivendi dos compositores de suas composições, ou seja, todas as manifestações partem de uma mesma realidade, a realidade da periferia, e por não ter meio de desvincular pobreza e periferia, pode-se dizer que a pobreza é o veiculo condutor dessas produções e também o veiculo gerador de tantos outros problemas, presentes nas letras de músicas, como violência, criminalidade, drogas, enfim, a pobreza torna-se, então, a razão e/ou a justificativa das ações do sujeito. Observe o trecho da música Um Lugar em decomposição do grupo facção central, onde a pobreza é o que incentiva a criminalidade: Me coloco no lugar, respeito os motivos; Tive todos ingredientes, motivos pra ser bandido; Num cortiço do glicério vem a minha infância; Um quarto e cozinha que mal cabia a família, não trazia esperança; O chão destruído, caindo aos pedaços; O corredor com água de esgoto com mau cheiro e merda por todos os lados; A incerteza sobre o rango, puta que o pariu; Será que hoje tem comida ou será mais um prato vazio.... Nesta outra composição, vida baixa, também do grupo facção central, além de escancarar as mazelas geradas pela escassez do mínimo necessário para uma vida digna, defende-se a idéia de que embora os indivíduos tenham condutas ilegais, eles também são vitimas: Desde criança limitada sempre à humildade; Pouca roupa, pouco estudo, só necessidade; Adolescência miserável merreca de emprego E como alvo da miséria daria nisso mesmo; Transformados em ladrões em vez de estudantes; Tem coisa errada em suas vidas, se tornou bem mais pulsante; Muita droga, muita cocaína; Mesmo roubando e se drogando mesmo assim eles são vitimas... Aqui caberiam inúmeras composições de tantos outros grupos musicais, que se valem do mesmo meio para construírem suas denúncias. Mas, a intenção é explorar as criações dos grupos londrinenses, descobrir suas afinidades e particularidades. Para
tanto, buscou-se analisar as fontes orais, bem como as letras de rap presentes no acervo do projeto. As composições produzidas pelos grupos londrinenses seguem a mesma linha dos grupos já citados, partem do mesmo ideário de pobreza, ou seja, a precariedade de vida enfrentada pela população pobre é o que conduz a criação das músicas e também o que leva a aceitação da mesma por determinados grupos. Sendo assim, a realidade das músicas produzidas pelos grupos londrinenses não diferem das produzidas por grupos de outras localidades. Embora seja preciso mencionar que a realidade das periferias londrinenses é diferente da realidade das periferias de São Paulo e Rio de Janeiro, por exemplo. Entretanto, como em outros lugares, aqui a pobreza também condiciona ou justifica as ações. Observe o trecho da composição Ideologia Rap de um grupo londrinense, onde a falta da comida (essencial à vida) e a não disposição a humilhação de pedir é o que gera o ladrão: Sua vida não é doce e sim amarga como fel / agora não é mais ilusão é uma coisa que vem do seu coração eu peço paz, pois não quero mais ver uma criança pobre de pé no chão que cata papelão e garimpa no lixão sua garantia de arroz e feijão / sua mãe que não ligou / e seu pai que nem ao menos se importou com o natal / no farol implorando um real para não morrer de fome / agora tudo mudou / agora ninguém mais se humilha melhor agora pega no cano / anda logo passa a grana, paz é uma palavra que pra muitos tanto faz / é um sonho cada vez mais o povo da favela / corre atrás quem tinha inveja de quem tem vídeo game e televisão isso o deixa na mira de um oitão / ele não tem mais amor só sente ódio e rancor / no seu coração ser alguém na vida / reflita sua profissão é virar ladrão de fuzil na mão. No trecho que se segue, da música M. de Jota do grupo londrinense Verbo Definitivo, é a falta da comida, junto com o desemprego e o descaso dos governantes, que produz o assaltante: Por aqui a gente vive num dilema ou a gente se mata ou se vende pro sistema / às vezes o assalto é a única solução pra acabar com a fome que aflige o coração / de um desempregado um ex assalariado que vive a vagar e sempre desesperado com a carteira de trabalho suja em suas mãos / essa é a receita do trabalhador vira ladrão a performance da violência que o pobre pode sofre/ é olha na sua mesa e não te o que come / exilado esquecido sem moradia é assim que eles fabricam a estatística na periferia / chega de espera chega de se fugaz / verbo definitivo vem pedir paz / Apesar das afinidades encontradas entre as produções nacionais e as produções londrinenses, nesta última, na maioria das vezes, as composições trazem mensagens de
conscientização ou apelos para uma vida melhor, no caso nos trechos apresentados neste artigo, ambas pedem pela paz. Não apenas a calmaria, mas a paz de espírito, que é proporcionada quando o individuo tem um lugar decente para morar, o alimento adequado, um trabalho, enfim o necessário para uma vida digna. Assim, junto com as criticas ao sistema, as mensagens pretendem induzir as pessoas a serem melhores a driblarem os problemas. O trecho abaixo, também da composição M. de Jota, serve como exemplo, pois, mesmo com as dificuldades é posto que não é necessário ser cúmplice da negligencia e pede: violência não. Como eu vou falar de paz / num país como o Brasil / como eu vou manter a calma em meio a uma guerra civil que horizonte essa comunidade pode tê? / como eu vou falar de paz ao ver meu filho sofrê / com fome / sem ter o que comê / antes de falar de paz eu tenho que sobreviver / e é por isso que eu escrevo / e é por isso que eu rimo / é assim que eu sobrevivo sem perder o compromisso / não sei se o meu amigo é cúmplice dessa negligencia / e vitima em carrasco da próxima ocorrência / pare pra pensa e diga não a violência / violência não, violência não, violência não, violência não / diga não a violência e seja um cara sangue bom. Assim, pode-se dizer que nas composições londrinenses o rap funciona, como uma arma social, que possibilita a expressão dos que mais sofrem e aqueles que possuem apesar de todas as dificuldades, um compromisso com uma sociedade mais justa. (BENTES). O que se buscou aqui foi entender a influência do papel da pobreza nas manifestações de Hip-Hop, em especial as londrinenses, e, pelo exposto, fica claro que o contexto no qual nascem às produções é o responsável por suas características e peculiaridades. Como visto também, o ideário de pobreza explorado aqui, é o mesmo trabalhado em outros lugares, seja no Bronx, onde surgiu o movimento, seja no Brasil, ou em qualquer país da América Latina, por exemplo. Aliás, Periferia é Periferia em qualquer lugar do mundo e embora cada região ou localidade apresente particularidades o fenômeno só é incorporado e acontece devido às afinidades, ou seja, mesmo com todas as diferenças, as semelhanças são mais fortes e determinam a caracterização do movimento.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABRANCHES, Sergio Henrique. Política Social e Combate a Pobreza 4ª Ed. Rio de Janeiro,1998. ANDRADE, Elaine Nunes de. (org.) Rap e Educação, Rap é Educação. São Paulo: Summus, 1999. BENTES, Anna Christina. Linguagem: Práticas de Leituras e Escrita. Volume dois, São Paulo. Editora Global. 2004. DAYREL, Juarez. A música entra em cena: o rap e funk, na socialização da juventude.belo Horizonte, Ed. UFMG, 2005. HOUAISS, Antônio. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, 6 vol., Lisboa: Círculo de Leitores, 2002. MOLLAT, Michel. Os pobres na idade média. Rio de Janeiro: Campus, 1989. PIMENTEL, Spensy. O livro vermelho do hip hop. São Paulo, 1997. Disponível em: <www.realhiphop.com.br/olivrovermelho/spensy_pimentel.htm> Acesso em: 15 nov. 2004.