ÍNDICE PRIMEIRA PARTE A ARTE DA COMUNICAÇÃO

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1 ÍNDICE APRESENTAÇÃO PRIMEIRA PARTE A ARTE DA COMUNICAÇÃO 1. ESCUTAR OS FILHOS Dar tempo Prestar atenção Interpretar bem a mensagem Manifestar compreensão PERGUNTAR E RESPONDER Como fazer perguntas Como dar respostas SABER FALAR Usar linguagem clara Falar sem tabus Dizer a verdade Ter sentido de oportunidade RESOLUÇÃO DE CONFLITOS Conflitos entre pais e filhos Conflitos entre irmãos

2 5. ELOGIOS E PRÉMIOS Elogios sinceros Prémios merecidos REPREENSÕES E CASTIGOS Repreensões construtivas Castigos justos SEGUNDA PARTE A VIDA ESCOLAR DOS FILHOS 7. RELAÇÃO COM A ESCOLA Conversar com os filhos Respeitar os professores Dialogar com o diretor de turma MOTIVAÇÃO E SUCESSO Objetivos Autoconfiança ORIENTAÇÃO VOCACIONAL Oferecer informação Aceitar as escolhas GESTÃO DO TEMPO Tempo de estudo Trabalhos de casa Ocupações extraescolares A importância do sono HÁBITOS DE LEITURA Leitura recreativa Leitura de estudo PRESSÃO PARA O SUCESSO Riscos da pressão Valorização do esforço... 98

3 13. RESULTADOS ESCOLARES Preparação das provas Análise do insucesso Ajuda dos explicadores Amor incondicional VIOLÊNCIA ENTRE ALUNOS Sinais de alerta Reação dos pais TERCEIRA PARTE REGRAS E VALORES 15. REGRAS E LIMITES Definição de regras Estilos educativos Firmeza e coerência Acordos entre pai e mãe Vantagens das regras FORMAÇÃO MORAL O bem e o mal Critério da moralidade Ação moral CONCLUSÃO SUGESTÕES DE LEITURA

4 APRESENTAÇÃO Educar os filhos é a aventura mais apaixonante, mas também a tarefa mais difícil da vida dos pais. A educação pede amor e disciplina. Requer tempo, esforço e paciência. Exige a capacidade de conciliar a vida profissional com a vida familiar. Implica presença e atenção. É impossível educar à distância, através da Internet ou do telemóvel. Tudo se torna mais complicado quando o pai e a mãe vivem separados. Os filhos nascem sem manual de instruções! Para educar, os pais baseiam se nos princípios que aprenderam na família. Se gostaram da forma como foram educados, seguem o exemplo dos seus próprios pais. Se não gostaram, tentam educar de maneira diferente. Em geral, fazem o melhor que sabem. Alguns podem saber mais. Não há pais perfeitos. Na atualidade, muitos especialistas (professores, pediatras, psicólogos e terapeutas) desenvolvem investigações sobre o que é melhor e pior na educação. Mas a arte de educar não se aprende apenas em cursos ou na leitura de livros e revistas. Os pais podem aprender também, refletindo sobre a sua relação com os filhos e partilhando experiências com outros educadores que 13

5 vivem dúvidas e preocupações semelhantes. Não falo aqui das necessidades educativas especiais, que merecem cuidados diferenciados e o apoio de técnicos competentes. Pela minha experiência de professor, pai e formador de pais, creio que a chave da relação educativa está na qualidade da comunicação. Assim, a primeira parte deste livro contém orientações gerais para comunicar com os filhos. A segunda parte aborda alguns temas relacionados com a vida escolar. A terceira parte destaca a importância das regras e dos valores. No final de cada um dos vários capítulos, apresento, em versão adaptada, pequenas histórias de origem desconhecida, já recontadas por diversos autores. Perderam se as fontes, mas ficaram as mensagens que nos fazem pensar. Neste livro, dirigido especialmente aos pais de crianças e adolescentes em idade escolar, o meu objetivo é par tilhar ideias. Não há receitas universais para educar os filhos, porque eles não crescem todos ao mesmo ritmo, nem por fora, nem por dentro. Cada um é diferente e único, fruto da hereditariedade, do contexto social e das experiências vividas. O que funciona bem com um pode não funcionar com outro. A educação faz se sempre com incertezas. Deve fazer se também com otimismo e esperança. Os bons educadores acreditam que, apesar de todas as dificuldades, são capazes de promover a formação integral dos filhos, tornando os pessoas equilibradas, autónomas, respon sáveis e solidárias. Boas pessoas! António Estanqueiro 14

6 PRIMEIRA PARTE A ARTE DA COMUNICAÇÃO Escutar de forma ativa Perguntar e responder Saber falar sem tabus Prevenir e resolver conflitos Oferecer elogios e prémios Usar repreensões e castigos

7 1 ESCUTAR OS FILHOS Assim como devemos levar em conta cada palavrinha pronunciada, precisamos de levar em consideração cada momento de silêncio. Benjamin Franklin Saber escutar é o grande segredo da comunicação eficaz. O modo como os pais escutam influencia o modo como os filhos se comportam. Quando os pais sabem escutar, os filhos aproximam se e comunicam mais abertamente as suas ideias e os seus sentimentos, porque se sentem compreendidos e respeitados. Quando os pais não sabem escutar, os filhos afastam se, fecham se no seu silêncio ou revelam se mais conflituosos. Neste tempo dominado pelas tecnologias da comunicação, alguns pais têm de aprender a escutar de forma ativa. A escuta ativa implica dar tempo, prestar aten ção, interpretar bem a mensagem e manifestar compreensão. 17

8 1.1 Dar tempo Falar é uma necessidade. Os filhos precisam de tempo para que, ao seu ritmo, falem de si mesmos, dos seus sonhos e dos seus medos, das suas alegrias e das suas frustrações. Os pais não podem escutar os filhos como quem despacha recados! A pressa é inimiga da comunicação. É difícil programar todas as conversas para uma data concreta, com hora marcada. Os jovens comunicam quando querem. Os pais atentos estão próximos e disponíveis para escutar os filhos, sobretudo os adolescentes, porque estes podem decidir fazer uma confidência ou revelar um sentimento, de forma inesperada. Se os filhos não encontram disponibilidade, evitam conversas, não partilham a sua vida, não contam os seus problemas, não pedem conselhos. Calam se, por mais incómodo que seja o seu silêncio. Os pais não são fontes inesgotáveis de tempo e energia. Muitas vezes, chegam a casa cansados ou psicologicamente indisponíveis. Não devem fingir que escutam, mas dizer com honestidade: «Desculpa, agora não! Prometo escutar te, logo que possa.» Em geral, os jovens compreendem que os pais trabalham e têm outros assuntos a tratar. Só não aceitam permanentes desculpas para a falta de tempo. Eles precisam de afeto, tal como precisam de satisfazer outras necessidades básicas: a fome, a sede e o sono. O ritmo acelerado da vida não deixa muito tempo para escutar. Alguns pais atarefados com múltiplas atividades dão aos filhos prendas caras (por exemplo, roupas da moda ou novos telemóveis), para compensar a falta de dis ponibilidade e aliviar o sentimento de 18

9 culpa pela sua ausência. Devem repensar as suas prioridades. Os filhos precisam de tempo. Em qualidade e quantidade! Amar não é dar. É dar se! 19