Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se

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Transcrição:

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético; III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção; VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade.

7 capítulos 1. DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES 2. DO SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DA NATUREZA SNUC 3. DAS CATEGORIAS CONSERVAÇÃO DE UNIDADES DE 4. DA CRIAÇÃO, IMPLANTAÇÃO E GESTÃO DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO 5. DOS INCENTIVOS, ISENÇÕES E PENALIDADES 6. DAS RESERVAS DA BIOSFERA 7. DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS 60 artigos

Estabelece critérios e normas para a criação, implantação e gestão das unidades de conservação com limites territoriais definidos e seus recursos ambientais legalmente instituídos pelo Poder Público em âmbito municipal, estadual e federal.

Capítulo III Das categorias de unidade de conservação I Unidades de proteção integral Art. 8. O grupo das Unidades de Proteção Integral é composto pelas seguintes categorias de unidade de conservação: I - Estação Ecológica; II - Reserva Biológica; III - Parque Nacional; IV - Monumento Natural; V - Refúgio de Vida Silvestre.

II Unidades de uso sustentável Art. 14. Constituem o Grupo das Unidades de Uso Sustentável as seguintes categorias de unidade de conservação: I - Área de Proteção Ambiental; II - Área de Relevante Interesse Ecológico; III - Floresta Nacional; IV - Reserva Extrativista; V - Reserva de Fauna; VI Reserva de Desenvolvimento Sustentável; VII - Reserva Particular do Patrimônio Natural.

As Unidades de Conservação (UC s) são criadas pelo poder público. São implantadas analisando a categoria da UC (Ex: Estação Ecológica, Reservas Extrativista, de Uso Sustentável) Art. 22-A. O Poder Público poderá, ressalvadas as atividades agropecuárias e outras atividades econômicas em andamento e obras públicas licenciadas, na forma da lei, decretar limitações administrativas provisórias ao exercício de atividades e empreendimentos efetiva ou potencialmente causadores de degradação ambiental, para a realização de estudos com vistas na criação de Unidade de Conservação, quando, a critério do órgão ambiental competente, houver risco de dano grave aos recursos naturais ali existentes. ( Incluído pela Lei nº 11.132, de 2005) (vide Decreto de 2 de janeiro de 2005)

1 o O Plano de Manejo deve abranger a área da unidade de conservação, sua zona de amortecimento e os corredores ecológicos, incluindo medidas com o fim de promover sua integração à vida econômica e social das comunidades vizinhas. 2 o Na elaboração, atualização e implementação do Plano de Manejo das Reservas Extrativistas, das Reservas de Desenvolvimento Sustentável, das Áreas de Proteção Ambiental e, quando couber, das Florestas Nacionais e das Áreas de Relevante Interesse Ecológico, será assegurada a ampla participação da população residente. 3 o O Plano de Manejo de uma unidade de conservação deve ser elaborado no prazo de cinco anos a partir da data de sua criação. 4 o O Plano de Manejo poderá dispor sobre as atividades de liberação planejada e cultivo de organismos geneticamente modificados nas Áreas de Proteção Ambiental e nas zonas de amortecimento das demais categorias de unidade de conservação, observadas as informações contidas na decisão técnica da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança - CTNBio.

Art. 38. A ação ou omissão das pessoas físicas ou jurídicas que importem inobservância aos preceitos desta Lei e a seus regulamentos ou resultem em dano à flora, à fauna e aos demais atributos naturais das unidades de conservação, bem como às suas instalações e às zonas de amortecimento e corredores ecológicos, sujeitam os infratores às sanções previstas em lei. Art. 39. 2 o A ocorrência de dano afetando espécies ameaçadas de extinção no interior das Unidades de Conservação de Proteção Integral será considerada circunstância agravante para a fixação da pena. Capítulo VI - DAS RESERVAS DA BIOSFERA Art. 41. A Reserva da Biosfera é um modelo, adotado internacionalmente, de gestão integrada, participativa e sustentável dos recursos naturais, com os objetivos básicos de preservação da diversidade biológica, o desenvolvimento de atividades de pesquisa, o monitoramento ambiental, a educação ambiental, o desenvolvimento sustentável e a melhoria da qualidade de vida das populações.(regulamento)

Art. 42. As populações tradicionais residentes em unidades de conservação nas quais sua permanência não seja permitida serão indenizadas ou compensadas pelas benfeitorias existentes e devidamente realocadas pelo Poder Público, em local e condições acordados entre as partes.(regulamento) Art. 46. A instalação de redes de abastecimento de água, esgoto, energia e infra-estrutura urbana em geral, em unidades de conservação onde estes equipamentos são admitidos depende de prévia aprovação do órgão responsável por sua administração, sem prejuízo da necessidade de elaboração de estudos de impacto ambiental e outras exigências legais. Art. 55. As unidades de conservação e áreas protegidas criadas com base nas legislações anteriores e que não pertençam às categorias previstas nesta Lei serão reavaliadas, no todo ou em parte, no prazo de até dois anos, com o objetivo de definir sua destinação com base na categoria e função para as quais foram criadas, conforme o disposto no regulamento desta Lei. (Regulamento)

BRASIL - LEI N.º 9.985, De 18 DE JULHO DE 2000. Regulamenta o art. 225, 1 o, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências. DIAS, Bárbara. Novo Código Florestal: Licença para desmatar. IN: Educação Ambiental Crítica. 2011. Online. Disponível em: <http://eacritica.wordpress.com/2011/05/25/novo-codigo-florestal-licenca-paradesmatar/> Acesso em 31/10/11. ESTADÃO. Entenda a polêmica do novo Código Florestal. 2011. Online. Disponível em: <http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,entenda-a-polemica-do-novo-codigoflorestal,775440,0.htm> MOTA, Marcus Felipe. Breves considerações sobre a Lei 9.985 de 18 de julho de 2000 Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza SNUC. 2010. Disponível em <http://juricidico-ambiental.blogspot.com/2010/03/brevesconsideracoes-sobre-lei-9985-de.html> Acesso em 31/10/11. SOS Florestas. Código Florestal: Entenda o que está em jogo com a reforma da nossa legislação ambiental. Online. Disponível em: http://www.agricultura.gov.br/arq_editor/file/camaras_setoriais/hortalicas/26ro/cartilhacf. pdf Acesso em 31/10/11.