UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS



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Transcrição:

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS EDUCAÇÃO PARA O TRABALHO, TRABALHANDO A EDUCAÇÃO FREDERICO GUILHERME FERREIRA LIMA Monografia apresentada a Diretoria de Projetos Especiais da Universidade Candido Mendes, como requisito da disciplina Metodologia Científica do curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Docência do Ensino Fundamental e Médio, ministrado pela Profª. Maria Ester Oliveira. Rio de Janeiro, janeiro de 2002.

A memória de minha mãe, meu pai, minha esposa que foi o meu sustentáculo nos momentos adversos durante o curso e a Deus pela própria existência. 8

Agradeço aos colegas de curso, alunos envolvidos na pesquisa e todos os Mestres do curso de Pós- Graduação. 9

Não sei se foi isso, ou se foi aquilo, não importa o ser. Ser importante é viver. Dá-me uma chance, Maneira de aprender é saber conhecer: Ironia, graça e sorriso... Fred Lima 10

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RESUMO Esta pesquisa tem como objetivo, realizar um levantamento real, através de estudo bibliográfico constatado pela pesquisa de campo, da forma equivocada que é tratada Educação Técnica em nosso país. Utilizamos algumas considerações técnicas, que apesar de simples, tem a ousadia da contestação de grandes autores diante de uma realidade nebulosa, transmissora de fatores e não de fatos relacionados com a transformação de indivíduo através da Educação Técnica. Como foco central tratamos o ensino médio profissionalizante, como sendo palco de nosso estudo e minimundo a ser desvendado, pois a corrida em busca do cliente, fez com que houvesse uma massificação de escolas de ensino médio a oferecer cursos de formação profissional. Outro enfoque relevante é a verificação de não consulta àqueles que irão absorver a mão de obra formada nas escolas de ensino técnico.

SUMÁRIO RESUMO...5 INTRODUÇÃO... 7 1- VIVENDO A ESCOLA PROFISSIONAL... 9 2- POR DENTRO DA ESCOLA TËCNICA... 11 2.1-Caso a caso... 12 2.2-Tudo que seu Mestre Mandar... 14 3- METODOLOGIA... 15 3.1-Análise dos resultados... 15 CONCLUSÃO... 17 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA... 18 ANEXOS... 19 8

INTRODUÇÃO Educação Técnica designa, genericamente, as atividades sistemáticas de formação e aperfeiçoamento de pessoal para as ocupações existentes na agricultura, na indústria, comércio e serviços, em cursos de nível médio ou pós médio que não se inclui nos padrões universitários clássicos. 1 Será que o conceito de Angelo Corrêa Viana em 1970, retrata uma verdade absoluta, ou hoje pensaríamos assim: Época difícil, tempos modernos, nada é conseguido sem esforço.com certeza você já ouviu falar estas populares frases. O processo de construção (ou reconstrução) do país, passa sem dúvida, pela recuperação da cidadania e dignidade de um povo. Mas, como podemos falar em dignidade, se ao menos temos direito ao trabalho. Trabalho que enobrece, que traduz ao chefe de família toda tranqüilidade que lhe é necessária para ajudar o processo educativo de uma nação, que por conceituação, começa na célula mater chamada família. Pesquisadores, ao longo do tempo, verificaram a necessidade de começar a formação profissional de um indivíduo ainda no ensino médio (as Escolas Técnicas). Mudanças foram sugeridas e realizadas, porém a Educação Transformadora, aquela que deveria fazer parte do nosso dia a dia, esbarrou na intransigência de alguns e inoperância de outros. 1 VIANA, A.C. Educação Técnica, Brasília MEC/DEI, 1970,p1 9

Falar de Educação Técnica, requer mais cuidado, necessita de resultados, pois nossa realidade mostra que será, para muitos, a única oportunidade de formação profissional. Utilizando algumas considerações, deparamos com uma massificação das Escolas ditas Técnicas, sem a preocupação de formação de uma estratégia transformadora, de real conceito do que o próprio mercado de trabalho sugere, aliás poderemos verificar quais e quantas empresas foram consultadas para saber qual o perfil e o que é necessário tecnicamente, para que um jovem formando ou formado adentre em seus quadros. Um diploma após alguns anos, não é (e nem pode), ser sinônimo de garantia de emprego, para isso deveríamos pensar em toda a expectativa que passamos a verificar em nossos educandos no contexto de preparação para o futuro e a possível garantia de emprego pela qualificação profissional, que como o nome já sugere, qualidade de um profissional, sendo trabalhado pedagogicamente diferente.

9 1-VIVENDO A ESCOLA PROFISSIONAL Tornou-se familiar os discursos sobre formação profissional, na preparação para o trabalho, esta prática não é equivocada ou errônea. O que procuramos ressaltar, é como são conduzidas as questões das Escolas Profissionalizantes, as Escolas Técnicas. Ao longo desses anos,não foi tratado, ou somente verificado, se os resultados, daquilo que se propõe com as Escolas Técnicas, é positivo Não encontrei em nenhum trabalho de Pesquisa, algum dado sobre qual o percentual de alunos formados por essas Escolas que ingressaram no Mercado de Trabalho, se os recém formados estão em sua própria área de formação ou debandaram para outra profissão, por estar mais na mídia ou por oferecer maior oportunidade de se gerar capital. Em resumo ao exposto, dentro da Escola Profissional, antes que ela exista, não seria necessário, fazer um levantamento Mercadológico, onde teríamos uma visão mais apurada do que fazer na formação de determinado profissional, como, e qual a sua perspectiva dentro deste cenário. Não estaríamos iludindo crianças com balas e bombons quando quisermos que realizem algo. As respostas podem, e devem, ser apuradas antes da própria construção de uma Unidade Escolar Profissionalizante, para que não comecemos o errado erradamente.

Não seria demais chamar atenção para o que verificamos chamar de 10 Escola Técnica. Foram diversas publicações e quase em sua totalidade, seus autores associam a Escola Profissional á Teoria do Capital Humano 2. Entro na redundância da ênfase para informar que a contestação a esta Teoria ou a discussão sobre o modelo capitalista ou até mesmo uma visão mais socialista de Marx e Engels, pôr exemplo, não leva ninguém a conseguir modificar uma realidade brasileira, o desemprego. De certo é, que um indivíduo qualificado ou especializado, tem mais chances de ingressar em uma Empresa e conseguir seu espaço. Isto sim é a realidade Nacional, isto sim é dar condições de uma pessoa se tornar verdadeiramente cidadã. Com o emprego, salário no final de cada mês, é onde realmente se começa a modificar um quadro social. E para que isso aconteça, pôr onde passou este indivíduo? Eu respondo, na Escola Técnica, preferencialmente. Uma Escola sólida que não tenha somente teorias, mas também o trabalho prático. FRIGOTTO Gaudêncio. A produtividade da Escola improdutiva. São Paulo: Cortez, 1989.p.38 8

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11 2-POR DENTRO DA ESCOLA TÉCNICA A vivência dentro das Escolas Técnicas não retratam toda a estrutura e conhecimento a que se pré dispõem todas as teorias centralizadas no capital. Na verdade todo o trabalho desenvolvido nas Escolas Técnicas, em sua grande maioria, apresenta um quadro de eficiência e eficácia abaixo do mínimo esperado pelo seu pública alvo. A explicação do exposto, anteriormente, pode ser verificado a partir da postura do corpo docente. O nosso transformador, por uma imposição do Legislativo, não consegue enxergar a formação profissional como maior objetivo a ser alcançado em uma Escola Técnica..Pelo fato de ser concomitante o ensino médio e o profissionalizante, ficando aí, uma lacuna a ser tratada, pelo desconhecimento do que vem a ser formação profissional. A interdisciplinaridade fica só no papel, a Educação Transformadora, só transforma trabalho em papel moeda. E o aluno que deveria ser transformado em profissional qualificado, fica a deriva nesta nau sem rumo. Sim, eu disse sem rumo, pois todo o esforço do trabalho pedagógico que deveria dar um sentido a seguir fica, no ostracismo do não conhecimento do que realmente precisamos alcançar com a formação profissional, pois o desenvolvimento pedagógico esbarra na falta de conhecimento técnico para traçar objetivos e caminhos para o alcance do pleno êxito.

12 Quando aqui destacamos o trabalho pedagógico como sendo falho, não estamos falando simplesmente de profissionais, e sim da formação de especialistas que possam integrar o quadro das Escolas Técnicas como qualificados para Educação Técnica. Há quem diga que com o passar dos anos acaba aprendendo, ora mas quantos anos e quantos sofridos professores e alunos passariam pelo teste de cobaias da Educação Técnica. Exatamente, por essa necessidade é que atribuo à Educação Técnica uma forma própria de tratamento, uma condição especial, com objetivo diferente do objetivo da formação de núcleo comum, tem que ser tratado pedagogicamente diferente. 2.1- Caso a Caso O trabalho pedagógico passa por uma realidade ainda mais problemática do que a falta de conhecimento da Educação Profissional: a variável social. Esta é a razão maior de qualificação de mão de obra no ensino médio. A necessidade de implantação de determinados cursos técnicos, deveria passar por uma verificação dos anseios da população local, seja cidade, distrito ou bairro, para que o público alvo possa ser realmente atingido, além de uma consulta das necessidades existente em Empresas como indústrias, comércio etc.., de qual o profissional que seria de seu interesse e qual o grau de comprometimento desta Empresa em contratar estes profissionais depois de formados. Considerando o trabalho profissional, em cada região, como uma situação particular, partimos do princípio que é traduzido pelo enfoque o supérfluo para alguns é a necessidade de outros. Ao generalizar o trabalho da Educação Técnica estaremos caindo no avivamento do enfoque anterior, pois cada região (cidade, distrito ou bairro) apresente 8

13 características e necessidades diferentes, exatamente o que tanto mostra com a pesquisa de campo realizada em Escolas Técnicas da zona oeste do Rio de Janeiro, tida como a mais pobre do Município, além de mais distante do centro urbano. Nesta região contamos com vários Distritos Industriais como os de Campo Grande, Santa Cruz e Itaguaí com mais de uma centena de grandes indústrias em sem número de pequenas e médias empresas. Sendo, portanto, um pólo de necessidade de mão de obra qualificada. Apesar de sua dimensão na geração de empregos, ao realizar uma pesquisa junto a algumas dessas empresas como: FURNAS, GLASURIT, GERDAU e LATASA, constatei que nenhuma das Escolas Técnicas da região, procurou verificar qual o perfil técnico e profissional que gostariam que tivessem em seus quadros, afim de produzir nas escolas, exatamente aquilo que os futuros profissionais encontraram nas grandes empresas, daí o comprometimento destas empresas em contratar, exatamente o profissional que ajudaram a formar. Por isso, alguns autores duvidam da escola como formadora de profissionais. 3 Contudo, em contrapartida, vemos autores defendendo o papel atribuído ao Ensino Técnico, com maestria única, como Lucília Machado 4, passando toda essa responsabilidade ao governo, seja na elaboração ou fiscalização de normas para o Ensino Técnico. 3 FRIGOTO Gaudêncio,A Produtividade da Escola Improdutiva, São Paulo, Cortez, 1989 4 MACHADO,Lucília R. de Souza, Educação e Divisão Social do Trabalho, São Paulo, Cortez, 1989 9

14 2.2- Tudo que seu Mestre Mandar Ao analisar todo o ambiente de trabalho, deparamos com a situação das diretrizes das Empresas no sentido de avivamento da formação Técnica, como sendo uma brincadeira de tudo que seu Mestre mandar. Não estou (e nem quero) defender o papel do empresariado em nosso país, mas é natural que este, diga o que é melhor para o profissional que ele quer contratar, diferente da falta de claridade no desenvolvimento de absorção de mão-de-obra por certas Empresas que tratam produção como sinônimo de lucro. Para enfatizar vemos o que diz Aparecida Tiradentes 5, quando informa que o trabalhador tem que se identificar com a Empresa. Este sim é um enfoque descompromissado. O mesmo não pode-se dizer de nosso Governo que em um dos objetivos, traçados pelo PLANFOR 6, dez que busca elevar o nível de escolaridade da PEA (População Economicamente Ativa) e diz que isso vai erradicar o analfabetismo e ampliar o contingente escolarizado no nível básico. Nesta hora eu digo que nada entendo, pois se o Planfor é um Plano de Formação Profissional, como vai acabar com analfabetismo? Com certeza este, será erradicado com projetos específicos. E ainda, PEA é resumo de arrecadação de impostos e por conseqüência vai atender os interesses, em primeiro lugar, de terceiros e o aluno (trabalhador) fica em segundo plano, colocando em dúvida a seriedade do Plano. 5 SANTOS, Aparecida de Fatima Tiradentes dos, In Revista Augustus, Rio de Janeiro: SUAM 1999 6 MEHEDEFF, Nassim Gabriel, PLANFOR, Brasília, MT / SEFOR 1996. 10

15 3-METODOLOGIA Faz parte do nossa pesquisa, a avaliação qualitativa, utilizando-se de bibliografia referendada, além de pesquisa de campo, realizada em Escolas Técnicas Estadual localizada na Zona Oeste do Rio de Janeiro, onde testemunharemos o grau de ansiedade dos atores aqui descritos. (Anexo I). 3.1- Análise dos Resultados Fizemos a pesquisa de campo com alunos da Escola Técnica Estadual Santa Cruz, com idade entre 17 e 19 anos e todos da 3 ª série do Ensino Médio Técnico. A renda familiar destes alunos apresentou o seguinte resultado: 67,7% dos alunos tem renda familiar até cinco vezes o salário mínimo, 21 6% entre 6 a 10 mínimos e apenas 10,7% com mais de 10 mínimos, o que facilita para todo o entendimento do exposto anteriormente e para entender outra pergunta, se acham que depois de formados vão modificar uma situação social, 93% disseram que sim, e 7% disseram não saber. Quando perguntado qual o mais importante o Ensino Médio ou Profissionalizante 50% disseram os dois, 35,7% o curso técnico e apenas 14,3% o Ensino Médio. Perguntei se aprovam a construção de mais Escolas Técnicas e 100% disseram que sim. E ainda tentando verificar opiniões externas perguntei se os colegas deles de outras instituições 11

16 acreditam na formação deles e 71,4% disseram que sim, 14,3% disseram não e 14, 3% não sabem. A conclusão das perspectivas foi que eles desejam se transformar em bons profissionais para entrar com mais facilidade no mercado de trabalho e após os três anos, se as perspectivas mudaram, eles disseram que não e estão mais interessados. 12

17 CONCLUSÃO Não me resta outra alternativa a não ser aquela que induza o trabalho da Escola Técnica com mais responsabilidade, pois a esperança de muitos está em jogo e ninguém pode brincar de fazer Escola, e sim verificar que a Escola ainda está por se fazer. Que o trabalho pedagógico nas Escolas Técnicas precisa ter mais atenção para podermos trabalhar tecnicamente o Ensino Técnico e verificarmos que objetivos diferentes não podem ser tratados da mesmo forma e lançarmos a Pedagogia do Diferente, a que verifica a essência da transformação e não transformação por excelência. A diferença entre as estratégias Pedagógicas na Educação para o trabalho do Ensino da Base Nacional Comum pode ser a solução de melhor formação do indivíduo e do profissional principalmente se pensarmos nos resultados esperados pelos alunos no tocante a formação profissional, que ora constatamos, diante da frieza retratada em números contrariando a necessidade de trabalharmos a variável humana, esta sim cheia de anseios, pura e invisível aos olhos da moeda como meio de trabalho, verdadeira sim como conseqüência deste trabalho. 13

18 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA FRIGOTTO, Gaudêncio A Produtividade da Escola Improdutiva São Paulo. Cortez, 1989 SANTOS, Aparecida de Fátima Tiradentes dos Educação e Trabalho : Utilitarismo, Perspectivas e novos Paradigmas na Produção. In Revista Augustus. Rio de Janeiro: SUAM, nº8, julho 1999 MEHEDFF, Nassim Gabriel. Plano Nacional de Educação Profissional Brasília Ministério do Trabalho/ SEFOR, 1996, 2 ª edição VIANNA, A. C. Educação Técnica Brasília, MEC/DEI, 1970 FRANCO, L.A. Carvalho A Escola do trabalho e o Trabalho Da Escola São Paulo,Cortez. 1987 MACHADO, Lucilia R. De Souza Educação e Divisão Social Do Trabalho São Paulo Cortez, 1989 14

19 ANEXOS Anexo 1 - Questionário Caro aluno, você está recebendo um questionário que irá aucxil8iar-me em uma pesquisa sobre o ensino profissionalizante. Agradeço sua colaboração, Fred Lima. Escola... Curso... Série... Idade... 1- Qual a sua perspectiva quando iniciou o curso profissionalizante?...... 2- Agora, já no decorrer do curso, sua opinião modificou em relação a sua perspectiva?...... 3- O grau de importância, que você dá as disciplinas técnicas é o mesmo das disciplinas do núcleo comum?... 4- Para você, o que é mais importante, o diploma do Ensino Médio ou o diploma do Curso Técnico?... 5- Você acha que ao término do curso conseguirá modificar a sua situação social?... 6- A renda familiar em sua residência é de: ( ) 1 a 3 salários mínimos. ( ) 6 a 10 salários mínimos. ( ) 4 a 5 salários mínimos. ( ) Acima de 10 salários mínimos. 7- Você aprova a construção de mais escolas profissionalizantes?... 8- Você acredita que sua escola leva a sério o ensino profissionalizante?... 9- Seus colegas de outras Escolas acreditam no seu Curso Profissionalizante?... 15

Anexo 2 - Gráfico 1 Renda Familiar 20 40 35 30 25 20 15 1 a 3 sm 4 a 5 sm 6 a 10 sm acima de 10 sm 10 5 0 16

Anexo 3- Gráfico 2- Modificação de situação Social 21 100 90 80 70 60 50 40 sim não 30 20 10 0 17

22 Anexo 4 Gráfico 3 Ensino Médio ou Ensino Profissionalizante 50 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0 Os dois Médio Profissionaliza nte 18

23 Anexo 5- Gráfico 4 Acreditam na Formação 80 70 60 50 40 30 sim não não sabem 20 10 0 19

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