Assunto: Entrevista com a primeira dama de Porto Alegre Isabela Fogaça

Transcrição

1 Serviço de Rádio Escuta da Prefeitura de Porto Alegre Emissora: Rádio Guaíba Assunto: Entrevista com a primeira dama de Porto Alegre Isabela Fogaça Data: 07/03/ :50 Programa: Guaíba Revista Apresentação: João Garcia João Garcia (apresentador): O nosso contato agora é com a Primeira Dama do município Isabela fogaça, boa tarde. Isabela Fogaça (primeira dama de Porto Alegre): Boa tarde João Garcia, que prazer estar aí com você e com os ouvintes da Radio Guaíba. João Garcia (apresentador): Tu te sente bem com esse negócio de Primeira Dama? Isabela Fogaça (primeira dama de Porto Alegre): Bom, essas coisas eu aprendo a levar com o tempo. A gente assume determinadas posições sem saber o rumo que estas situações vão cair no colo da gente. Mas a gente vai levando, não é João? João Garcia (apresentador): Eu sei que o Fogaça tem uma dificuldade com essas pomposidades... Isabela Fogaça (primeira dama de Porto Alegre): A gente procura levar uma vida normal. As pessoas as vezes até se espantam em nos ver no cinema, no supermercado, como cidadãos normais. Nossa vida é uma vida bem normal, graças a Deus. Eu procuro manter isso como uma questão de sanidade mental. João Garcia (apresentador): Um dia ele foi Senador, agora é Prefeito, outro dia ele pode voltar a ser o Fogaça professor...

2 Isabela Fogaça (primeira dama de Porto Alegre): Exatamente, eu sou a Isabela. Não mudarei jamais a minha performance diante da minha família. João Garcia (apresentador): Mas como é o trabalho da Isabela Fogaça, primeira dama, na Prefeitura do governo Fogaça? Isabela Fogaça (primeira dama de Porto Alegre): Quando nós assumimos a gestão José fogaça aqui na prefeitura de Porto Alegre eu me perguntei muito, o que eu podia fazer para ajudar. Porque todo trabalho de Primeira Dama é um trabalho voluntário, eu sempre gosto de frisar isso. Não ganha nada, não tem começo nem fim. A gente faz o que a gente acha que pode fazer dentro do processo. Sem interferir junto com as secretarias, sem interferir junto com o papel do Prefeito, e com o papel de mulher esposa companheira e mãe. Eu procuro não deixar com que essas coisas ultrapassem o limite. Nós estamos sempre no papel de articuladoras dentro dessa gestão Fogaça. O que quer dizer isso? Vou te dar um pequeno exemplo. Nesse projeto dos implantes, que agora foi bombardeado pelo conselho municipal de saúde. Qual era o papel da Isabela? A Isabela gostaria muito de poder ajudar buscando novos parceiros, trazendo novos empresários, comprando mais implantes, pra que a cidade pudesse ter mais condições de apresentar esse trabalho junto com a comunidade. Entendeu? João Garcia (apresentador): Sim. Isabela Fogaça (primeira dama de Porto Alegre): Como é que a Isabela está trabalhando, como articuladora, na questão das creches? Nós temos muitas creches para construir. Nós já fizemos ano passado seis creches. Estamos nesse ano entregando mais quatorze, e teremos um total de trinta e oito creches. Uma demanda do OP que não foi cumprida. Eu gostaria de dizer o seguinte, além da demanda do OP sempre tem aquela creche que não entrou no orçamento participativo, mas que também é necessária. João Garcia (apresentador): Essa fica como reserva técnica... Isabela Fogaça (primeira dama de Porto Alegre): Sabe como é que funciona? Muitas vezes nós procuramos parceiros da sociedade. Empresários que podem articular com a Prefeitura Municipal e com a sociedade, viabilizando a construção desse prédio, dessa creche. E a comunidade se torna responsável e como responsável ela administra a creche. Porque não pode ser só a prefeitura, só o governo, que deve ter esse tipo de responsabilidade. Então nós fizemos um

3 trabalho de governança junto com a sociedade. O que eu busco? Busco novos parceiros sempre. Chega até a ser cômico, eu chego perto de algum empresário e digo: olha estou aqui te fazendo essa visita, mas quero uma creche. João Garcia (apresentador): E tem conseguido Isabela? Isabela Fogaça (primeira dama de Porto Alegre): Sim, temos conseguido e eu acho que é um trabalho lento, não é um trabalho fácil. João Garcia (apresentador): Em média quando custa, qual é o investimento social que uma empresa tem que fazer para entrar nessa parceria, se tem algum valor inicial? Isabela Fogaça (primeira dama de Porto Alegre): Não existe um valor fixo. Existe uma empresa chamando outras empresas, e várias empresas trabalhando junto em prol de um objetivo. Para tu teres uma idéia mais ou menos duzentos e cinqüenta mil Reais, uma creche boa para cento e vinte crianças. A capa engenharia, no ano passado, foi uma grande parceira que nós tivemos. Nesse ano ela nos dará uma outra creche. Nós estamos agora canalizando junto a Marli da Vila Pinto essa parceria com a capa, e vamos tentar até o final do ano viabilizar esse trabalho. A capa nos apresenta o trabalho junto com outras empresas que ela consegue trazer. A prefeitura entra com alguma participação, seja na mão de obra, seja na construção, na doação de terreno. Várias situações se criam em que a parceria se viabiliza. E a comunidade é obrigada a estar junto dentro desse sistema todo. João Garcia (apresentador): Porque senão ela não considera sua. Isabela Fogaça (primeira dama de Porto Alegre): É, e não cuida. Nós queremos que a sociedade cuide do que é seu. Final do ano retrasado foi criada uma lei, a lei 544 através de nosso gabinete, para agilizar esse processo de construção de creches em Porto Alegre. Ela tinha que simplificar as obras porque estava muito complexo fazer uma creche, era uma obra gigantesca. Com essa lei nós barateamos essas creches, inclusive. Pelas regras da Prefeitura elas eram caríssimas, eram creches de primeiro mundo. Na verdade elas se tornavam inviáveis por serem caras, por terem regras demais, e dessa forma nós também tentamos melhorar a qualidade de segurança, que tava tudo muito difícil. Foi aprovada na câmara em dezembro de dois mil e cinco e assinada pelo Prefeito em meados de Janeiro de dois mil e seis, mais ou menos, e nós estamos com a regulamentação dela em andamento. Isso pra nós é fundamental.

4 João Garcia (apresentador): Realmente você tem razão, pelo pouco tempo de experiência que tive na administração municipal, realmente o modelo de creche que existia era uma coisa de louco. Isabela Fogaça (primeira dama de Porto Alegre): Era impraticável, era creche de primeiro mundo. Creches da Bélgica, da Dinamarca. Então elas não saiam por causa das exigências que eram rudes demais. O que eu quero hoje, no dia internacional da mulher, é prestar uma homenagem a mulher mãe de família, trabalhadora. A sociedade Porto Alegrense, eu percebo isso no meu dia-a-dia, tem muita dificuldade para entender o trabalho da Prefeitura. A Prefeitura geralmente trabalha para toda a cidade, mas a prefeitura tem que canalizar seus esforços para os que mais necessitam. Mulher trabalhadora, aquela que não tem marido, aquela que não tem onde deixar seus filhos, essa mulher tem que estar com a sua vida bem atendida. Na questão de saber onde deixar as crianças, saber com que cuidar. Por isso que nós canalizamos as nossas forças para essa questão das creches. Nós estamos esse ano fazendo mais quatorze creches e vamos dar um total, de mais ou menos, mil e setecentas novas vagas em creches. João Garcia (apresentador): Eu acho que a coisa mais importante que você disse até agora, nesse trabalho social, é que a maior homenagem que se pode fazer para as mulheres é dizer: vão trabalhar, que os filhos de vocês vão ser cuidados. E outra coisa importante é que a comunidade cuide da creche, isso é muito importante. Isabela Fogaça (primeira dama de Porto Alegre): É fundamental. A comunidade tem que ter olhos para as suas coisas. Tem que prestar atenção na sua própria vida. Tem que saber que uma escola lhe pertence, que uma creche lhe pertence, que um posto de saúde lhe pertence. Tem que saber cuidar disso, porque não existem condições de um órgão público manter esses órgãos sem a ajuda da sociedade. João Garcia (apresentador): Só o que é destruído e depredado custa horrores. Isabela Fogaça (primeira dama de Porto Alegre): Custa horrores, para o própria comunidade, porque esse dinheiro são os impostos da comunidade. João Garcia (apresentador): E a demora muitas vezes na reposição do bem público faz com que, durante algum tempo, aquela instituição funcione deteriorada.

5 Isabela Fogaça (primeira dama de Porto Alegre): É verdade. João eu quero também lembrar que nós aqui na Prefeitura estamos fazendo uma erradicação do trabalho infantil, e isso é muito importante. Tudo isso onde que cai? Cai no colo da mulher. É a mulher trabalhadora, é a mulher mãe. Tudo gera a intranqüilidade, a infelicidade de uma mãe saber que seu filho ta abandonado, ta mal cuidado ta precisando de ajuda e não ter por onde recorrer. Então é por isso que a gente se concentra nisso. Uma vez eu ouvi um comentário de uma amiga minha, que disse assim: vem cá vocês quando entram para esses órgãos, só pensam em fazer creches, não pensam em outras coisas, não são mais criativos?. Eu digo: olha, nós somos super criativos, mas a gente entende que a necessidade da tua empregada, que está trabalhando na tua casa, tranqüila ela saber que o filho dela está bem cuidado. Senão ela não vai trabalhar ela vai te deixar na mão. João Garcia (apresentador): Essa tua amiga deve ser daquelas que tem a mania de botar os filhos e os netos na creche também. Isabela Fogaça (primeira dama de Porto Alegre): Nós temos que ter amigas de várias linhas. João Garcia (apresentador): Isabel nós estamos sob a hora. Queria dizer que é muito bom te ouvir, porque você é uma Primeira Dama que se emociona, isso é fundamental. Isabela Fogaça (primeira dama de Porto Alegre): Um beijo a todos da Guaíba.