Pronunciamento de Ronaldo Lima, Gerente Executivo do IBRAM Amazônia, durante sua posse, em 15/04/2013. Quero agradecer a presença de todos os que aqui vieram prestigiar esse evento. Agradeço a Federação das Indústrias do Estado do Pará, na pessoa do representante do Presidente José Conrado, o vice presidente Nilson Azevedo, que tem enfatizado a importância da mineração para o desenvolvimento do Estado e tem encorajado o IBRAM Amazônia nas ações de fortalecimento do setor e foi fundamental para a realização deste evento. Agradeço em especial ao Diretor-Presidente do IBRAM, José Fernando Coura, e aos demais Diretores, Rinaldo Mancin, Marcelo Ribeiro Tunes, Walter Alvarenga e Ary Pedreira, assim como toda a equipe do Instituto, pelo prestígio e confiança a mim depositados para enfrentar o grande desafio que é difundir e representar a indústria minerária na Amazônia. Disponibilizo ao IBRAM toda a experiência por mim adquirida ao longo de 23 anos de atuação como profissional da mineração na Amazônia, dos quais mais de 15 anos à frente da Gerência de Análise de Projetos Minerários da Secretaria de Meio Ambiente do Estado do Pará. Durante esse período representei o Estado do Pará em conselhos nacionais como CONAMA e CNRH, além de representar a SEMA no COEMA.
Acompanhei o surgimento e a implantação de grandes projetos que foram importantes para a economia e geração de empregos no Estado do Pará. Fui testemunha do crescimento da mineração no Estado do Pará. Agora, à frente do IBRAM Amazônia pretendo, junto a equipe do Instituto, compartilhar o conhecimento adquirido também com os outros Estados da região. Neste momento em que ainda se fala de crise econômica mundial, percebo que o cenário de investimentos em pesquisa mineral na Amazônia continua bastante promissor. Pode-se afirmar que atualmente a região amazônica responde por cerca de 35% da Produção Mineral Brasileira com investimentos previstos até 2016 de algo em torno de 60 bilhões de dólares, com destaque para os novos projetos de Ferro S11D e Serra Leste, Cobre do Salobo e Alemão em Carajás (Vale), Projeto Jacaré, Níquel em São Felix do Xingu (Anglo American), Bauxita de Rondon (Votorantim), Ouro da Volta Grande do Xingu (Belo Sun), Ouro em Serra Pelada (Colossus), Ouro Tocantizinho em Itaituba (Brazauro), Fosfato em Santana do Araguaia (Mbac), estes no Estado do Pará. No Estado do Amazonas podemos destacar os projetos de cassiterita e ligas de Ferro-Tântalo-Nióbio pela Mineração Taboca, na mina do Pitinga, no município de Presidente Figueiredo.
As reservas de mais de 900 milhões de toneladas de sais de potássio que abrangem 11 Municípios no sul do Amazonas, com previsão de investimentos na ordem de 2,5 bilhões de dólares, além do calcário agrícola na mina de Jatapu, em Urucará (a 640 quilômetros de Manaus), com uma reserva estimada inicialmente em 1,7 milhão de toneladas. Ressalte-se ainda a expansão dos investimentos da atividade mineral no Amazonas, a partir da chegada de novos empreendimentos nas áreas de petróleo e gás, calcário, silvinita e ouro. Investimentos previstos para a exploração de caulim da ordem de 250 milhões de dólares, além da estruturação do polo cerâmico do município de Iranduba. O Amapá, 9 o Estado brasileiro em arrecadação da CFEM, arrecadou só no ano de 2012 mais de 16 milhões de reais de Compensação Financeira. Aquele importante estado tem como principais projetos em operação a exploração de Ferro nos Municípios de: Pedra Branca do Amaparí pela AngloFerrous; em Tartarugalzinho pela Zamapa Mineração; e em Mazagão pela Unangem, tem ainda a produção de Ferro e Cromo também no município de Mazagão explorado pela Mineração Vila Nova, produção de ouro também no município de Pedra Branca do Amaparí, além do caulim explorado pela CADAM no município de Laranjal do Jarí. A produção mineral do estado do Tocantins está em fase de expansão com a implantação de projetos importantes para o
Estado como: o Complexo minero/químico da MbACFertilizers, por intermédio de sua subsidiária Itafós Mineração. no município de Arraias, gerando uma receita anual de cerca de R$ 250 milhões. Há também o projeto Ferro da Valmesa Mineração com produção de, aproximadamente, 400.000 t/ano de minério de ferro para abastecimento do mercado interno de ferro-gusa; e a produção de zirconita pela Mito-Mineração do Tocantins, em Jaú do Tocantins. Como perspectivas de futuro no Tocantins, estão os projetos de ouro que a Rio Novo Gold Inc. está implantando com investimentos previstos da ordem de 90 milhões de dólares no município de Natividade. Senhores, a ordem mundial é o Desenvolvimento Sustentável e a mineração tem a responsabilidade de demonstrar seu comprometimento com a sustentabilidade de suas operações e com o relacionamento com as comunidades na região de seus projetos, enfrentando esses desafios com transparência e gerando lucros, compatibilizando a proteção ao meio ambiente e a responsabilidade social. A evolução da atividade de mineração na Amazônia vem demonstrando este compromisso na prática quando seus projetos têm contribuído para a economia dos Estados e Municípios mineradores com pagamentos de emolumentos como a CFEM que, só no ano passado, no Estado do Pará, gerou um total de 524
Milhões de Reais, dos quais 23% foram para o Estado e 65% para os Municípios mineradores. Os projetos de mineração também foram importantes para a proteção ambiental, com a criação de grandes áreas de preservação. Basta observar as imagens de satélite das regiões de Carajás e de Trombetas em Oriximiná, para perceber que as Unidades de Conservação são verdadeiras barreiras para o avanço do desmatamento e da degradação ambiental naquelas regiões. As Empresas vêm contribuindo ainda mais para este fim, exemplo os 25 milhões de reais pagos pela ALCOA a SEMA para criação e gestão de Unidades em cumprimento a lei do SNUC. Dentro do mesmo conceito de sustentabilidade tem-se a responsabilidade social, na qual a mineração também não se esquiva. O investimento da Vale em programas sociais no ano de 2012 foi algo em torno de 181,6 milhões de reais, nas áreas de educação saúde, infraestrutura, desenvolvimento humano e econômico, entre outros. Temos ainda, exemplos positivos de Programas de Desenvolvimento Local apresentados pelas empresas, como no Município de Canaã dos Carajás, resultante do processo de licenciamento ambiental do Projeto Sossego, e agora incrementado com o Projeto S11D, a agenda positiva da Alcoa em Juruti com
investimentos da ordem de 45 Milhões de reais, envolvendo temáticas como: educação, saúde segurança etc.. Estes investimentos se materializaram como fator de desenvolvimento regional que estão evidenciados nos Municípios de Canaã dos Carajás, Ourilãndia do Norte, Juruti e Paragominas. Senhores, senhoras, o IBRAM desenvolveu ao longo de seus 36 anos de atuação ininterrupta a capacidade de colaboração com os poderes públicos na formulação de iniciativas e qualificação de debates, aproximando agentes públicos e empresas do setor. Debate este que usa a expertise das empresas do setor mineral em temas como Gestão de Recursos Hídricos, Saúde e Segurança Operacional, Inventário de Emissões de Gases relacionados ao Efeito Estufa, Capacitação para Gestão de Barragens de Rejeito, Planejamento de Fechamento de Mina e Inventário de Práticas de Gestão para a Sustentabilidade, todos exemplos de programas desenvolvidos pelo IBRAM. Regionalmente, o IBRAM Amazônia está engajado na esfera técnica, visando ao melhor desempenho da atividade minerária na região, com participação efetiva no Grupo de Trabalho para Aperfeiçoamento do Processo de Licenciamento Ambiental na Mineração (GTAPLAM), nas oficinas de trabalho para construção do Plano Estadual de Mineração do Estado do Pará. Temos estes liderados pela Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Mineração do Pará, temos assento permanente no Conselho Estadual de Recursos Hídricos do Estado do Pará e no Conselho
de Geodiversidade do Estado do Amazonas. Estamos trabalhando! Em parceria com o SINMINERAL, concluímos uma proposta de normativa para tratar a questão da reserva legal no âmbito do processo de licenciamento ambiental, que atenda as especificidades da atividade de mineração. Esta proposta será encaminhada para apreciação do corpo jurídico da SEMA. Estamos na Amazônia! E isto é motivação suficiente para o IBRAM Amazônia encorajar as empresas do setor mineral a dar um próximo passo no debate e no aperfeiçoamento das iniciativas em sustentabilidade desenvolvidas em seus territórios de atuação iniciativas estas que hoje encontram-se individualizadas, não articuladas em termos setoriais. Assim como o perfil dos investimentos socioambientais do setor mineral na Amazônia, enquanto conjunto, permanece ainda um dado inédito. Motivado pela necessidade de criar conhecimento e articulação entre as empresas do setor mineral no que diz respeito à sustentabilidade, apresento aqui, neste momento, o Consórcio Mineral para Sustentabilidade. O IBRAM Amazônia propõe a partir de agora a formação de um grupo de trabalho de caráter técnico, composto por empresas, do setor mineral Amazônico, convidadas. A missão do Consórcio Mineral para Sustentabilidade será, primeiro, produzir dados referenciais inéditos sobre o perfil de atuação socioambiental do setor mineral na região amazônica, seu investimento e seus desafios; em seguida, incentivar a integração
das equipes técnicas internas que atuam para empresas do setor mineral em questões de sustentabilidade; e então, a partir deste fortalecimento setorial, promover a interlocução entre empresas e setores do governo no que tange a investimento socioambiental alinhado à políticas públicas. Vamos sistematizar dados, criar coesão e, a partir da inteligência presente nas empresas do setor mineral, apresentar à sociedade alternativas de atuação em sustentabilidade e desenvolvimento territorial. Quero encorajar as empresas do setor na Amazônia a responder positivamente à formação do Consórcio Mineral para Sustentabilidade, que será detalhadamente apresentado a cada empresa. Finalizo com agradecimentos de apoio aos secretários de Estado: - Sidney Rosa, Secretário Especial de Desenvolvimento Econômico e Incentivo à Produção; do Pará - David Leal: Secretário de Estado de Indústria, Comércio e Mineração; Pará - Maria Amélia Enriquez Secretária Adjunta da SEICOM; Pará - José Colares, Secretário Estadual de Meio Ambiente. Do Pará - Daniel Nava, Secretario de Geodiversidade Mineração e Recursos Hídricos do Estado do Amazonas
Também transmito meus agradecimentos aos representantes das empresas de mineração que compõem o IBRAM, em especial ao José Fernando Gomes e Ana Celeste Franco presidente e vicepresidente do SINMINERAL que têm apoiado constantemente o escritório do IBRAM em Belém, e reforçar a parceria entre essas duas instituições que somadas tem contribuído e tem muito a contribuir para o desenvolvimento e divulgação do setor mineral e Agradeço principalmente a Deus e a minha família que são a razão de todo o meu esforço e trabalho. Muito obrigado.