BARÓMETRO 2005-2015. Evolução da gestão de frotas nos últimos 10 anos



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Transcrição:

BARÓMETRO 2005-2015. Evolução da gestão de frotas nos últimos 10 anos O Corporate Vehicle Observatory (CVO) tem por missão a produção e divulgação de informação relevante e neutra sobre as tendências da industria automóvel e da gestão de frotas para profissionais do sector automóvel, serviços associados, associações, seguradoras, entidades públicas, financeiras e naturalmente para os gestores de empresas, pela importância dos custos de gestão da sua estrutura de mobilidade. O Barómetro CVO, uma das atividades do CVO, resulta de um estudo de opinião realizado em simultâneo em 16 países durante o primeiro trimestre de cada ano em colaboração com a empresa CSA, especialista em estudos de mercado. Este estudo pretende acima de tudo, ouvir a opinião das empresas de diferentes segmentos de atividade e dimensão sobre as suas perspectivas e tendências para a gestão das suas frotas. Para este estudo de opinião são entrevistados os responsáveis de milhares de empresas num universo completamente neutro, sendo entrevistadas em Portugal cerca de 300 empresas. As opiniões e perspectivas das empresas, traduzidas pelos Barómetros do CVO, e a sua correspondência com a evolução real da gestão de frotas automóveis e das metodologias de gestão, são já uma referência na informação especializada sobre gestão de frotas e que naturalmente o CVO irá continuar a divulgar. Ao completarmos dez anos da apresentação do Barómetro CVO em Portugal, queremos oferecer-lhe um resumo sobre a perspectiva das empresas portuguesas e a evolução das tendências na gestão das suas frotas entre os anos 2005 e 2015. Para além da referência ao contexto económico e ao volume de vendas de viaturas ligeiras de cada ano, sublinhamos neste resumo pequenos pormenores que contribuíram para que hoje olhemos para o futuro do mundo automóvel e para a gestão de frotas de forma bem diferente. Nos últimos dez anos assistimos a uma evolução significativa na gestão das frotas empresariais. Das preocupações com a segurança e da decisão sobre a forma como financiamos a aquisição das viaturas, a crise financeira e o surgimento das novas tecnologias são o embrião de novas necessidades nas empresas, que têm resposta numa cada vez maior e mais especializada oferta de serviços que permitem às empresas ganhos de eficiência e produtividade para as suas atividades. Neste período passamos de uma visão sobre a viatura para uma gestão que considera o TCO (Total Cost of Ownership). Porém vimos emergir no final destes dez anos, os princípios de novas tendências onde as novas tecnologias e aplicações digitais de gestão especializada, o desenvolvimento de sistemas de mobilidade integrada e uma maior delegação da gestão operacional no condutor presumem o surgimento de um novo conceito, o TCM (Total Cost of Mobility). Para mantermos a referência na informação produzida pelo CVO, não nos rogamos tecer conclusões, mas tão só a descrever alguns dos fatos que nos guiaram ao longo dos últimos dez anos e a deixar em aberto uma observação sobre tendências para o futuro.

2005 Primeiro ano em que é feito o estudo do Barómetro CVO em Portugal. Sem comparações de anos anteriores, procura-se uma fotografia sobre a gestão de frotas nas empresas. Portugal tinha entrado em recessão na segunda metade de 2004, ano em que nasceu o Facebook. Em 2005 os níveis de confiança sobre a economia do País são ainda negativos. No relatório de Maio de 2005 a OCDE revê em alta o crescimento do PiB, que termina esse ano com uma variação de 0,8%. A maioria das empresas nacionais tem a sua frota financiada em leasing, e entre as empresas que recorrem a outsourcing, regista-se uma média de 2,7 serviços contratados além do financiamento. Neste ano, as estradas portuguesas lideram pelos piores motivos as estatísticas de acidentes rodoviários com 119 acidentes mortais por cada um milhão de habitantes. Ao barómetro, as empresas indicam a segurança, seguida da marca como principal critério para escolha de uma viatura nova. Quanto às preocupações sobre o meio ambiente, apenas 27% das empresas manifestam intensão de reduzir emissões de CO2 nas frotas. Quanto ao uso de combustíveis alternativos, embora residual, existe maior utilização de GPL. Neste ano venderam-se em Portugal 273126 viaturas ligeiras (fonte: ACAP Associação Automóvel de Portugal). 2006 Níveis de confiança sobre as empresas é positivo em contraste com clima de confiança na economia do País. O PiB sobe mais umas décimas face ao ano anterior, para uma variação de 1.6%. As vendas de viaturas novas ligeiras baixam um pouco face a 2005, mas ao barómetro do CVO há uma maior percentagem de empresas que prevê um crescimento das suas frotas nos próximos 3 anos. Sobe interesse nas empresas na utilização de mais serviços como complemento ao financiamento das frotas. O preço de aquisição passou a ser o principal critério de aquisição de viaturas novas, passando a segurança para segundo plano. 19% empresas manifestam interesse em comprar viaturas mais amigas do ambiente. Utilização de combustíveis alternativos sem evolução positiva nas empresas. Fonte: Barómetro CVO 2006 2007 Em Julho deste ano, entram em vigor o ISV (Imposto sobre Veículos) e o IUC (Imposto Único de Circulação), fazendo desaparecer o IA (imposto Automóvel), o IMV (Imposto Municipal sobre Veículos), o Imposto Circulação e o Imposto de Camionagem. Esta alteração fiscal, traz como principal novidade uma incidência de 30% da componente de emissões de CO2 na base do imposto sobre viaturas ligeiras de passageiros. Níveis de confiança sobre as empresas mantém-se positivo e existe melhoria no clima de confiança sobre economia nacional. O PiB mantém uma trajetória positiva com uma variação de 2,5%. O balanço sobre o crescimento das frotas traz uma maior percentagem de empresas que perspectiva um crescimento das suas frotas. A venda de viaturas novas ligeiras recupera quase a valores de 2005. Cresce interesse por avaliação de novos serviços em apoio à gestão da frota. O preço de aquisição é o principal critério de aquisição de viaturas, seguido da marca. Segurança deixa de constar no topo dos critérios de escolha. Com novo ambiente fiscal, 39% empresas manifestam interesse em adquirir carros com menos emissões de CO2. Entre o consumo de energias alternativas 5% empresas manifestam interesse nas viaturas hibridas, enquanto apenas 2% ponderam o uso de viaturas elétricas. Neste ano é lançado o primeiro smartphone - iphone.

2008 Falência do Lehman Brothers e eclosão da crise financeira. Empresas portuguesas ainda não reconhecem efeitos da crise e estão otimístas sobre crescimento das suas frotas. Venda de automóveis ligeiros mantem boa performance apenas com ligeira redução face a 2007. PiB reflecte uma contenção da economia mas ainda com uma percentagem positiva. Aumento da componente ambiental sobre o peso do ISV tem reflexo numa percentagem de 51% de empresas que indicam que irão pôr em prática medidas de redução do CO2 na frota. Baixa a percentagem de empresas com interesse na utilização de viaturas com combustíveis alternativos. Apenas 2% de empresas manifestam interesse em incluir viaturas híbridas na frota e 1% considera viaturas eléctricas. Neste ano Google lança o sistema operativo andróide. Fonte: Barómetro CVO 2008 2009 O cenário de crise financeira promove um colapso nas vendas de viaturas ligeiras. Confrontadas sobre o impacto da crise nas suas frotas, 42% das empresas acha que nada vai mudar nas suas frotas, 32% diz que crise irá produzir efeitos a longo prazo e apenas 16% diz que já mudou. O saldo global da perspectiva das empresas sobre o crescimento das suas frotas retrai-se bastante, mas mantem-se ainda em terreno positivo, impulsionado por algum otimismo nas empresas de média dimensão, enquanto as grandes empresas e as empresas mais pequenas mostram já um saldo nulo. PiB mergulha exibindo uma variação de 3%. Para combater a crise, empresas tomam medidas que passam pela redução do consumo de combustível, pela paragem imediata de aquisições de viaturas e pela redução de frota. A utilização de contratos de aluguer operacional/renting é motivada pelo controlo de custo fixo mensal, pela redução de custos que inclui a substituição de tarefas administrativas da empresa e pela flexibilidade dos contratos. No inquérito deste ano, a manifestação de interesse pelas empresas inquiridas na utilização de viaturas com combustíveis alternativos é nula. 2010 Programa de incentivo ao abate e expectativa sobre aumento de impostos em 2011 empurram crescimento de vendas de viaturas ligeiras em contraciclo com o cenário de crise. PiB recupera para uma variação de 1,9%. Neste ano é apresentado o PEC (Programa de Estabilidade e Crescimento) e conhecem-se as primeiras medidas de austeridade. Pelo barómetro, empresas antecipam cenário, com um balanço nulo sobre o crescimento das suas frotas, verificando-se agora uma maior reação no sentido inverso ao de 2009 entre as empresas de média dimensão, onde mais empresas indicam que frota irá diminuir. TCO (Total Cost of Ownership) é o principal critério das empresas para aquisição de novas viaturas. Para combate à crise financeira empresas estudam alternativas que passam por consumo combustível, sobre financiamento próprio, e redução do número de viaturas. O uso de sistemas de telemática para controlo do consumo de combustível, a perspectiva de uso de car sharing e serviços que permitam controlo sobre custos com origem no condutor começam a ter empresas interessadas, ainda que de forma residual. Nesta altura, a média de serviços utilizados por empresas que recorrem a outsourcing e associada à gestão da frota, para além do financiamento, é de 4,6 serviços (em 2005, este valor era de 2,7).

2010 (Cont.) Empresas indicam que o aluguer operacional/renting tem um papel importante como apoio à gestão durante o período de crise, porque permite uma melhor análise do TCO e pela flexibilidade dos contratos. Ligeiro aumento de interesse sobre a utilização de energias alternativas, com 5% das empresas a manifestarem interesse em viatura híbridas e 3% que consideram o uso de viaturas eléctricas para as suas frotas. 2011 Portugal faz pedido de assistência financeira. Início do período de regulação da Troika. São anunciadas novas medidas de austeridade e um forte agravamento sobre a tributação autónoma. O País está em recessão com PiB no final deste ano a variar -1,8%. Vendas de viaturas novas tropeçam, reflectindo a perspectiva das empresas que denunciam ao barómetro a continuidade na redução das suas frotas. O mercado de usados regista uma forte queda. Neste cenário, empresas relatam enorme pressão sobre os custos da frota. A utilização de contratos em aluguer operacional é reforçado pelo seu apoio no controlo e redução de custos e pela flexibilidade dos contratos permitindo o ajustamento dos contratos em função das necessidades da empresa. 30% das empresas já têm regras nas suas políticas de frota sobre as emissões de CO2. 7% das empresas manifestam interesse na utilização de viaturas eléctricas. Neste ano a ONU comunica que a população mundial ultrapassou os sete mil milhões de habitantes. 2012 Mercado automóvel fortemente afectado pela crise financeira, com vendas de viaturas ligeiras a recuarem a valores de 1985. O balanço das empresas sobre o crescimento das frotas mergulha. A recessão agrava-se com o PiB a mostrar uma variação de -4%. Empresas procuram nos contratos de aluguer operacional uma forma de melhor controlarem os seus orçamentos e conseguirem redução de custos, no facto de manterem custos fixos e porque lhes permite reduzir o peso das tarefas administrativas. Questionadas sobre que outros factores são importantes para a gestão da frota para além do controlo ou redução de custos, uma larga maioria de empresas aponta para o cuidado com a sustentabilidade da frota. Entre os serviços de outsourcing Fonte: CVO 2012 adicionais, relevo para a informação em relatórios sobre a frota, para a comunicação com condutores, para serviços de telemática e para formação em condução. Existindo uma percentagem significativa de empresas que optam pela aquisição directa de viaturas sem recurso a financiamento, o barómetro do CVO quis saber a opinião das empresas sobre o porquê desta escolha, sendo o motivo principal para esta opção a possibilidade de escolherem o melhor fornecedor para cada serviço. São também apontados como motivos para esta escolha, poderem controlar melhor o custo da frota e permitir-lhes estender o período de utilização das viaturas. 48% das empresas já têm limites de emissões de CO2 nas suas políticas de frota. 5% das empresas manifestam interesse em serviços de telemática, com objectivos de redução do consumo de combustível, monitorização de problemas técnicos e como forma de prevenção sobre comportamentos dos condutores.

2013 Há sinais de que poderemos ter batido no fundo. O mercado de venda de viaturas ligeiras novas apresenta sinais de recuperação, crescendo 11,5% face ao ano 2012. Em igual tragetória, mas ainda em terreno recessivo, o PiB varia -1,6%. Segundo os dados do barómetro do CVO, o balanço das empresas sobre as perspectivas de crescimento das suas frotas continua a cair. Como suporte deste indicador, os dados da ALF (Associação de Leasing e Factoring) mostram o parque automóvel de empresas gerido pelas principais locadoras em Portugal a caír mais de 8%. Embora a perspectiva das frotas seja ainda de crescimento negativo, o Corportate Vehicle Observatory, dá nota de um sinal de evolução na valorização do mercado de viaturas usadas como mais um dado que pode sustentar um princípio de recuperação no mercado automóvel. A decisão sobre as frotas nas empresas sobe na hierarquia e há uma tendência para prolongamento do período de utilização das viaturas. Sobre o tipo de utilização permitido aos colaboradores que utilizam viaturas de empresa, distingue-se essencialmente pelo tipo de viatura. Para viaturas ligeiras de passageiros a maioria das empresas permite o uso total das mesmas, mas nas viaturas ligeiras de mercadorias a utilização é mais restrita ao uso profissional. Empresas escolhem o aluguer operacional motivadas pelo custo fixo mensal, pela inclusão de serviços e pelo controlo do orçamento. Sobre os critérios para aquisição de novas viaturas, surge em primeiro lugar o preço de aquisição, seguido da marca e do TCO. 2014 Fim do programa de ajustamento (troika). A economia portuguesa segue a tendência de recuperação e o País sai da recessão com uma variação do PiB de 0,8%. A venda de viaturas novas sobe 35% face ao ano anterior e pelo barómetro do CVO o balanço global sobre a perspectiva das empresas quanto ao crescimento das suas frotas nos próximos 3 anos mostra um ligeiro sinal de inversão na tendência de queda das frotas empresariais dos últimos anos. Entre Maio e Junho deste ano, a frota das locadoras representadas pela ALF dão os mesmos sinais de inversão na tendência verificada nos últimos anos, apesar de, no final deste ano, o parque gerido pelas locadoras ser ainda inferior ao de 2013. Empresas indicam como fatores de impedimento para o crescimento das suas frotas, o fato de este não ser um assunto estratégico, os cortes orçamentais e as restrições ao crédito. As empresas respondem ao barómetro sobre os motivos que as levam a utilizar o leasing financeiro como forma de financiamento das suas frotas, sendo identificado como principal motivo a proximidade com o banco, seguido da possibilidade de compra das viaturas no final dos contratos e da obtenção de outros benefícios do banco. Numa comparação entre o aluguer operacional e o leasing financeiro, empresas identificam o aluguer operacional como metodologia mais adaptada à gestão de frotas, por permitir uma maior eficiência na gestão de recursos e maior controlo do TCO. Nesta altura é também referido o alívio sobre o balanço contabilístico das empresas como um dos motivos para a utilização do aluguer operacional. Com excepção das empresas mais pequenas, a maioria das empresas está a tomar medidas para minimizar o impacto dos colaboradores no TCO. O principal critério para aquisição de viaturas para as empresas é o TCO. Para além do controlo de custos, a sustentabilidade continua a ser muito importante para as empresas e sobe a preocupação das empresas sobre a satisfação dos seus colaboradores. Sobre as razões que levam as empresas a subcontratar serviços são apontados diversos motivos, destacando-se o apoio na identificação de poupanças, a disponibilização de relatórios de apoio à decisão, a maior visibilidade sobre a satisfação dos condutores e a capacidade de gradualmente delegarem tarefas. A gestão das deslocações dos colaboradores é ainda uma tarefa muito centralizada na maioria das empresas. A recente introdução e a tendência para um maior uso de ferramentas digitais, permite às empresas pensarem em soluções de mobilidade integrada para os seus colaboradores. Sendo esta uma tendência emergente no mercado de gestão de frotas profissionais, o barómetro denuncia um conceito ainda muito recente, mas mostram interesse das empresas portuguesas pelo uso futuro destes serviços.

2015 O balanço sobre a perspectiva das empresas quanto ao crescimento das suas frotas para os próximos anos é globalmente positivo, fato que não ocorria desde 2008. Segundo os dados da ACAP até Setembro deste ano, a venda de viaturas ligeiras novas segue uma linha de crescimento, estando cerca de 30% acima da produção de 2014. Ao mesmo tempo as previsões da OCDE sobre o comportamento da economia nacional revistas em Junho, apontam para uma ligeira subida do PiB, a variar 1,6%. Os dados da ALF até Setembro demonstram uma ligeira recuperação da frota gerida pelas locadoras, embora ainda sem se conseguir definir uma verdadeira tendência de crescimento. Uma maioria das viaturas utilizadas pelas empresas são financiadas em leasing financeiro, existindo este ano um crescimento de mais 5% de empresas de pequena e média dimensão que manifestam intenção de utilizar o aluguer operacional. Reflexo da crise financeira, as decisões das empresas sobre as aquisições de viaturas novas passou a ser mais racional. Apesar da melhoria do clima económico, as empresas mantêm como principal objectivo o controlo de custos com a frota. Porém, o barómetro do CVO 2015 mostra-nos que em todos os segmentos e dimensões de empresas, existem para este ano objectivos de substituição de frota por viaturas novas e objectivos de crescimento da frota. Empresas identificam vantagens na comunicação direta entre o condutor e a locadora principalmente pelo ganho de tempo para as suas atividades. Perceciona-se um aumento do período de utilização das suas viaturas. A mobilidade nas empresas nacionais continua muito centralizada no topo da hierarquia, enquanto nas empresas de maior dimensão, com mais de 500 colaboradores, ela é assegurada por um departamento de gestão de frota. Empresas portuguesas manifestam interesse e vantagens na utilização de aplicações móveis no auxílio à gestão de frotas, tanto para o gestor de frota como para os condutores. Uso de viaturas com energias alternativas é ainda pouco comum entre as empresas nacionais. EVOLUÇÃO DA PREVISÃO DAS EMPRESAS PORTUGUESAS SOBRE O CRESCIMENTO DAS SUAS FROTAS EM COMPARAÇÃO COM O PIB E COM A VENDA DE VIATURAS LIGEIRAS