MERCADO DE CAPITAIS PORTUGUÊS: Enquadramento, Visão das Empresas e Tópicos
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- Maria Nunes de Mendonça
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1 MERCADO DE CAPITAIS PORTUGUÊS: Enquadramento, Visão das Empresas e Tópicos para Reflexão Dezembro 215 Apoio
2 Contextoe objetivos desta reflexão O Forum para a Competitividade tem como missão refletir sobre temas chave que afetem a competitividade das empresas portuguesas Um dos temas que tem preocupado o Forum é o adequado e eficaz recurso a mercados de capitais como alternativa ao financiamento e capitalização das empresas Dado o reduzido peso que esse mercado ainda tem no financiamento em Portugal (<1% do total do financiamento), entendeu o Forum para a Competitividade (através da Comissão de Mercado de Capitais) refletir sobre as oportunidades para dinamizar este mercado em Portugal Nesse contexto, com a colaboração da Informa D&B, elaborou um inquérito a 257 das maiores empresas portuguesas com o objetivo de entender a apetência pelo financiamento através dos mercados de capitais Este documento foiestruturado em três pontos Enquadramento do mercado de capitais português Visão das empresas: Inquérito Mercado de Capitais Forum 215 Tópicos para reflexão O Forum para a Competitividade gostaria de agradecer a colaboração Das 257 empresas que se disponibilizaram a responder ao inquérito Da Informa D&B pela disponibilização ibili da informação financeira i das empresas e pela definição dfiiã e seleção da amostra a inquirir Da Reditus pela execução do inquérito telefónico 2
3 Agenda Enquadramento do mercado de capitais português Visãodas empresas: Inquérito Mercado de Capitais Fórum 215 Tópicos para reflexão 3
4 O mercado de valores mobiliários tem pouco peso na estrutura de financiamento do tecido empresarial português, apesar da subida dos últimos anos % Empréstimos totais obtidos Estrutura de financiamento das empresas nacionais % 2% 4% 6% 5% 5% 4% 4% 4% 25% 28% 27% Outros financiadores Subsidiárias, associadas e empreendimentos conjuntos Participantes de capital 5% 6 6% 9% 9% Mercado de valores mobiliários % 59% 54% 55% Instituições de crédito e sociedades financeiras Exclui Banca e Seguros Fonte: Informa D&B 4
5 Média = Volume de Negócios > 1 e <= 5 Pequena = Volume de Negócios >2 e <= 1 Micro = Volume de Negócios <=2 Com exceção das Grandes Empresas, o tecido empresarial recorre muito pouco ao Mercado de Capitais para se financiar Estrutura de financiamento das empresas nacionais 1 por tipo de empresa (214) % Empréstimos totais obtidos % 5% 4% % 1% 6% 1% 7% 18% 21% 27% 2%,16% 43%,15% Outros financiadores Subsidiárias, associadas e empreendimentos conjuntos Participantes de capital Mercado de valores mobiliários 4 9% 75% 74% 66% Instituições de crédito e sociedades financeiras 2 34% Grandes Volume de Negócios > 5 milhões Médias Volume de Negócios > 1 e <= 5 Pequenas Volume de Negócios >2 e <= 1 Micros Volume de Negócios <=2 1. Exclui Banca e Seguros Fonte: Informa D&B 5
6 Em termos de evolução apenas nas Grandes Empresas tem havido oscilações do peso relativo do mercado de capitais Financiamento por Mercado de Valores Mobiliários % Empréstimos totais obtidos 2 Grandes Empresas (% empréstimos éti totais t obtidos) 18, 2 15, 16, 9, 1 Médias Empresas (% empréstimos totais obtidos) 2 1 2, 2, 2,5 2, 1 9, 9, Pequenas Empresas (% empréstimos totais obtidos) 5, 6, 2 1,22,3,18, Micros (% empréstimos totais obtidos) 2 1,5,1,14, Fonte: Informa D&B; Análise BCG 6
7 As dinâmicas no mercado de ações e obrigações cotadas são no entanto contrárias Capitalização bolsista Euronext (m) ,9 238,2 225, , 172,3 197,5 134,9 167,5 12,7 27,8 117,4 132,5 136,3 127,3 Ações 5 13,7 11,9 Obrigações 9,4 93,2 62,5 64,8 29, Out 215 Fonte: CMVM 7
8 Capitalização bolsista do mercado de ações em Portugal tem vindo a baixar e é relativamente inferior a países comparáveis... Capitalização bolsista em percentagem do PIB comparação internacional Capitalização bolsista/pib (%) % 5% 5 41% 34% 34% 3% 26% 25% Holanda França EUA Reino Unido Bélgica Portugal Espanha Alemanha Itália Grécia Áustria Fonte: World Bank 8
9 ... o que é explicado pela falta de dinamismo do segmento acionista do mercado de capitais em Portugal 5 Empresas cotadas (em 2 eram 74) 9% Das transações concentradas em 1 empresas 17 Empresas no PSI 2 1 Empresas com menos de 1% de Free Float Empresas excluídas do PSI 2 ( ) (1) PSI 2 empresas em risco (2) 1. Desde 28 apenas um IPO foi incluído no PSI 2 (CTT, em resultado de uma privatização) 2. Risco de saírem do PSI 2, ou exclusão de negociação Fonte: CMVM 9
10 Em mercados de dívida (corporate bonds 1 ) Portugal está hoje na média dos países comparáveis Mercado de corporate bonds 1 em percentagem do PIB comparação internacional Corporate bonds outstanding/pib (%) 25 2 Portugal valor (mm ) Holanda França 15 EUA Reino Unido 13% 96% 97% Bélgica 1 89% 81% Portugal 71% Espanha 55% 48% Alemanha 5 35% Itália Grécia Áustria Obrigações dos sectores financeiro e não financeiro. Não inclui obrigações do Estado português. Fonte: Bank for International Settlements; World Bank 1
11 Agenda Enquadramento do mercado de capitais português Visãodas empresas: Inquérito Mercado de Capitais Fórum 215 Tópicos para reflexão 11
12 Definição e seleção de universos notas metodológicas Universo utilizado para o enquadramento do mercado de capitais português Pessoas coletivas com sede em Portugal, que apresentaram contas relativas aos anos fiscais de 211/212/213/214, excluindo Banca e Seguros Universo utilizado para realização do inquérito Pessoascoletivas do setor privado e público, com volume de negócios igualou superior a 1 milhões (não inclui Banca e Seguros) e que apresentam valores relativos a financiamentos obtidos, na declaração do ano fiscal
13 Inquéritoàs empresas notas metodológicas O objetivo final do inquérito cujos resultados serão apresentados de seguida é o de compreender o comportamento das empresas portuguesas no recurso ou não ao Mercado de Valores Mobiliários (MVM) para se financiarem Os resultados a seguir apresentados foram obtidos através de inquérito telefónico ou por correio eletrónico, realizado pela Reditus Foram contatadas 1521 grandes e médias empresas de uma base de dados das maiores empresas portuguesas da Informa D&B, tendo 257 questionários sido concluídos com sucesso e sem erros. As 257 empresas correspondentes constituema amostra final Cada questionário é constituído por 6 questões (5 perguntas fechadas e 1 com alternativa de resposta aberta) As 2 primeiras questões são dirigidas a empresas que já recorreram ao mercado de valores mobiliários As restantes 4 questões dirigem se a empresas que nunca recorreram ao mercado de valores mobiliários 13
14 Empresas que recorrem ao Mercado de Valores Mobiliários (MVM) fazem no sobretudo pela vantagem ao nível dos custos A empresa já recorreu ao Mercado de Valores Mobiliários? % 8 Por que razões se financiou no Mercado de Valores Mobiliários? % % Já recorreu % 4% 17% 1% 1% % Nun ca recorreu % 1 Custo Diversificação fontes financiamento Facilidade 12% Inexistência de alternativas Imagem Vai continuar a considerar o mercado de valores mobiliários como fonte de financiamento no futuro? Não 23% Talvez 5 65% Sim Fonte: Inquérito às empresas, Reditus 14
15 Empresas inquiridas que nunca recorreram ao MVM apontam como principal razão o fato de isso não lhes ter sido proposto Por que razões nunca se financiou no Mercado de Valores Mobiliários? Já alguma vez foi abordado por um banco/assessor financeiro sobre a possibilidade de recorrer ao MVM? % % Empresas não se financiam no Mercado de Valores Mobiliários por não serem confrontadas com essa possibilidade Não 66% % 4 2 Sim 34% 2 13% 12% 12% 2% Nunca lhe foi posto à consideração Custo elevado Exigências de informação Falta de informação sobre alternativas Lentidão Fonte: Inquérito às empresas, Reditus 15
16 Custos de financiamento e montagem de operação reduzidos podem ter grande peso na atração das empresas para o MVM Que fatores o levariam a considerar o mercado de valores mobiliários como alternativa de financiamento? (Escala de importância de 1 a 5) Importância para as empresas 5 Custos reduzidos 4 Praticalidade e apoio 3 2 4,4 3,78 3,54 3,4 3,3 1 Custos de financiamento mais reduzidos que alternativas Custos reduzidos de montagem de operação Rapidez e facilidade de montar operações Obrigações de reporte e informação mais simples Assessores fin. especializados em PMEs, que os aconselhem Fonte: Inquérito às empresas, Reditus 16
17 Existe abertura das empresas para considerar o financiamento no Mercado de Valores Mobiliários a futuro Tendo em conta o desenvolvimento esperado a prazo dos mercados de valores mobiliários para Empresas, tal como acontece em outros mercados, estaria disposto a considerar essa opção? 16% 72% 12% Nunca o considerarei Talvez, em determinadas condições Seguramente % Existe espaço pç para aumentar a utilização do MVM como forma de financiamento das empresas Fonte: Inquérito às empresas, Reditus 17
18 Agenda Enquadramento do mercado de capitais português Visãodas empresas: Inquérito Mercado de Capitais Fórum 215 Tópicos para reflexão 18
19 Principais ameaças e riscos Redução do número de potenciais novas empresas cotadas Redução do número de empresas com características para integrar o PSI 2 Redução do Free Float de muitas empresas cotadas Risco de empresas cotadas abandonarem o mercado português Risco de algumas empresas não cotadas poderem escolher outros mercados para se cotarem Agravamento da tributação dos dividendos e mais valias Fonte: CMVM; Forum Competitividade 19
20 Principais oportunidades Tecido empresarial descapitalizado, com necessidade de reforçar estrutura financeira Investidores internacionais com interesse em Portugal (casos CTT e ES Saúde), com destaque para novas geografias de origem (e.g., China, Médio Oriente, Brasil, Angola) As iniciativas Capital Markets Union e o Investment Plan for Europe como motores de uma iniciativa Europeia de promoção do mercado de capitais (com uma forte componente de better regulation ) Alinhamento das associações empresariais no objetivo de contribuir para desenvolver o mercado de capitais, nomeadamente da AEM, APB, APS, APFIPP, APAF, APC e também da CIP Potencial papel dinamizador da nova Instituição Financeira para o Desenvolvimento (IFD) Fonte: CMVM; Forum Competitividade 2
21 Considerações finais O recurso ao mercado de valores mobiliários como fonte de financiamento do tecido empresarial português está ainda muito longe do seu potencial e dos referenciais de outros países europeus Do lado das ações existem ameaças estruturais ao desenvolvimento do mercado Reduzida dimensão do mercado e liquidez Do lado da dívida parece existir claramente uma oportunidade para potenciar o mercado Estrutura de passivo das empresas desadequada e muito dependente do crédito de curto prazo Abertura das empresas para considerar o mercado de capitais como alternativa à banca Necessidade de estruturar soluções atrativas para as empresas Dinamização do ecosistema "intermediários financeiros" e diversificação de intermediários Incentivos fiscais atrativos para emitentes e investidores 21
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