Milho Período: 11 a 15/05/2015 Câmbio: Média da semana: U$ 1,00 = R$ 3,0203 Nota: A paridade de exportação refere-se ao valor/sc desestivado sobre rodas, o que é abaixo do valor FOB Paranaguá. *Os preços médios semanais apresentados nas praças de Lucas do Rio Verde/MT, Londrina/PR e Passo Fundo/RS são referentes ao mercado disponível. 1 / 7
MERCADO EXTERNO O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda) divulgou, no último dia 12/05, o tão esperado quadro de oferta e demanda, visto que o mercado aguardava a 1ª estimativa oficial da safra 2015/16. Apesar do consumo mundial de milho ter se aproximado da produção, o volume de estoque na ordem de 191,9 milhões de toneladas, mantém um cenário bastante confortável em relação à disponibilidade do cereal e, por consequência, uma manutenção dos preços em Chicago abaixo de US$ 4,00/bushel (US$ 157,47/ton). Aquele Departamento não estima até o presente instante para os Estados Unidos, uma produtividade recorde, visto que a produção projetada está em 346,2 milhões de toneladas, seguindo dentro de uma ótica conservadora e aguardando uma definição do clima para os próximos meses, para que então, em julho, possivelmente, já se tenha uma definição mais aproximada do tamanho da safra de milho estadunidense. Esse conservadorismo é mantido mesmo com o bom andamento do plantio no Meio Oeste norte-americano, superando a média dos últimos 05 anos, com 73,0% da área semeada até o dia 10/05. Assim, nesse cenário, a perspectiva é de que o plantio se encerre dentro do período ideal, não havendo até o momento nenhum indicativo de intempérie climática para os próximos meses. Nesse foco, os preços em Chicago tiveram uma alta, porém, não muito significativa, em função do interesse maior dos fundos em realizar novos contratos a preços mais baixos; das variações positivas do trigo; e do fortalecimento da moeda norteamericana. Desta forma, o pregão de sexta-feira se encerrou com a cotação de US$ 3,65/ton (US$ 143,85/ton) para o contrato de 1ª entrega de julho/15. 2 / 7
Em relação aos demais países produtores, aquele Departamento prevê uma safra recorde na China, na ordem de 228,0 milhões de toneladas, elevando sua relação estoque/consumo para 41,0%, fazendo com que aquele país não necessite importar nem os 3,0 milhões de toneladas previstos neste relatório. Já para a Ucrânia e União Europeia, estima-se que haverá uma queda na produção, face alguns problemas de ordem climática e, especificamente para a Ucrânia, também de natureza geopolítica. Na Argentina, a safra segue com os trabalhos de colheita, já atingindo 33,0%, com uma produtividade média de 8,84 toneladas/hectare, com previsão para a safra 2014/15 de 24,5 milhões de toneladas e com perspectiva de crescimento pequeno para a safra seguinte. 3 / 7
MERCADO INTERNO No cenário doméstico, a paridade segue mais baixa acompanhando os preços baixos da Bolsa de Chicago, como também uma pequena retração no valor do Real frente ao dólar. 4 / 7
Agrega-se a isso, o fato de que as exportações estão praticamente nulas nestes 15 primeiros dias de maio: foram embarcadas, apenas, 4,0 mil toneladas. Não há preços para contratos spot nos portos brasileiros, somente para agosto e setembro, indicando que ainda não há demanda de milho direcionada para o Brasil. Vale lembrar que a preferência do produtor no momento é de recuperar o tempo perdido com a exportação da soja. Como houve uma exportação da oleaginosa menor que o realizado no ano anterior, com produção no país, recorde, a necessidade de escoar o volume produzido é fundamental, portanto, os portos nacionais e tradings, focados nos embarques de soja. Uma preocupação da cadeia do milho é: quanto de volume os embarques de soja podem ser efetuados nos meses de julho e agosto, quando se iniciam fortemente as exportações do cereal? Por essa razão, muitos dos contratos que foram realizados antecipadamente estão sendo agendados para efetuação de setembro a dezembro. Neste cenário, para chegar ou superar o volume de exportação de 21,0 milhões de toneladas, é bem possível que sejam vistos altos volumes exportados, inclusive em janeiro de 2016. Preços internos Apesar do atraso do plantio de milho para dois dos principais Estados produtores de 2ª safra, como Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, a situação climática de boa pluviometria vem propiciando condições para o bom desenvolvimento da safra nacional e superando as incertezas iniciais do mercado. No caso do Mato Grosso: o único fato que pode diminuir a média de produtividade é o investimento menor em tecnologia de produção para as áreas que foram semeadas após a janela ideal de plantio. Para o Mato Grosso do Sul: possivelmente ocorram geadas que podem atingir mais sensivelmente as áreas mais tardias. Para Goiás e Paraná: as condições de desenvolvimento das lavouras também estão boas, gerando uma boa expectativa de produção. Neste sentido há uma forte tendência de safra cheia com grande disponibilidade de milho nestes Estados que, somado ao cenário baixista internacional poderá ocorrer uma pressão ainda maior sobre os preços que já se encontram mais baixos. No Mato Grosso, os preços do mercado spot estão variando de R$ 13,50 a 18,10/60Kg. A maioria das negociações que ocorre antecipadamente fechou em R$ 15,00/60Kg para as Regiões do Médio Norte do Estado. Sabe-se que, mais de 53,0% da safra já foi comercializada antecipadamente, e que as negociações atuais estão ocorrendo de forma pontual, aproveitando um custo de oportunidade, seja por um repique de preços no mercado internacional, seja por uma alta da moeda norte-americana. 5 / 7
Para o Paraná os preços estão variando de R$ 19,00 a 23,00/60Kg, dependendo da distância em relação ao Porto de Paranaguá; as cotações possuem essa grande variação. 6 / 7
Para os Estados de Goiás e Mato Grosso do Sul, as variações de preços são de R$ 18,50 a 24,30/60Kg e de R$ 17,00 a 19,00/60Kg, respectivamente. Assim, pode-se afirmar que há regiões no país onde os preços de milho já estão abaixo do preço mínimo. - Engº Agrº Thomé Luiz Freire Guth Analista de Mercado E-mail: thome.guth@conab.gov.br Tel: (61) 3312-6295 7 / 7