FERRAMENTAS DA QUALIDADE

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Transcrição:

FERRAMENTAS DA QUALIDADE GRÁFICO DE PARETO PLANEJAMENTO E CONTROLE DA QUALIDADE

A lei de Pareto Vilfredo Federico Damaso Pareto percebeu, em 1897, que a distribuição de renda de uma população seguia uma lei de potência simples, ou seja, que o número de pessoas que ganham uma certa quantia mensal diminui conforme essa quantia vai aumentando. Em outras palavras, V. Pareto percebeu que a distribuição da riqueza não se dava de maneira uniforme, mas havendo grande concentração de riqueza (cerca de 80% do total considerado) nas mãos de uma pequena parcela da população (perto de 20%). A partir de então, tal princípio de análise foi estendido a diversas atividades, sendo mais amplamente aplicado a partir da segunda metade do século XX. CLASSE POPULAÇÃO RENDA A B C A curva ABC é um método de classificação de informações, para que se separem os itens de maior importância ou impacto (normalmente em menor número)

Análise A B C Trata-se de classificação matemática, baseada no Princípio de Pareto, em que se considera a importância dos materiais, por exemplo, conforme as quantidades utilizadas e no seu valor A análise ABC pode ser utilizada em deferentes aspectos, como por exemplo: Classificação de materiais; ; Classificação de produtos da empresa pela lucratividade proporcionada; ; Programação de produção, mostrando os produtos de maior consumo; Localização de produtos no depósito Inventários de bens em estoque. Há certamente um vasto campo de aplicações para o princípio de Pareto, porém ao se focalizar na administração de estoques, o que se observa é que uma pequena parte dos itens é responsável pela maior parte dos investimentos em estoque.

Análise A B C A classificação ABC sugere: Itens classe A sejam analisados mais extensamente; Itens classe C sejam avaliados de forma menos frequente. Fundamentalmente a classificação ABC permite separar o essencial do trivial, possibilitando dispensar tratamento diferenciado, direcionando medidas e controles mais apurados e constantes sobre um número mais restrito de itens: aqueles que têm maior representatividade (não que os menos representativos possam ficar ao sabor dos ventos, mas que os controles para estes sejam menos intensos). É importante notar que os parâmetros de representatividade foram conseguidos de forma empírica, portanto a utilização prática poderá definir valores diferentes, conforme a aplicação, ficando os de Pareto apenas como referência. A tabela a seguir mostra o cálculo para facilitar a aplicação do princípio na administração dos estoques.

Análise A B C: Exemplo de aplicação ITEM VALOR CONS. ANUAL TOTAL % NOVA ORDEM % % AC. ABC 101 102 103 104 105 106 107 108 109 110

Análise A B C: Representação Gráfica % 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 105 109 103 101 106 110 104 108 102 107 itens

Classificação A B C Exercícios 1. A tabela a seguir mostra o consumo anula e o custo de cada produto do estoque. Com base nessas informações pede-se classificar os itens em A 70% do valor total em estoque, B 20% do valor e C - 10% do valor total em estoque. ITEM VALOR CONS. ANUAL TOTAL % NOVA ORDEM % % AC. ABC

Classificação A B C Exercícios

Exemplo de construção do Gráfico de Pareto Coleta e preparo dos dados Defina o tipo de problema a ser estudado Liste os possíveis fatores de estratificação (categorias) do problema escolhido Crie a categoria outros para agrupar as ocorrências menos frequentes Estabeleça o método e o período de coleta de dados Elabore uma planilha de dados para o gráfico : Categorias Quantidades (totais individuais) Totais acumulados Percentagens do total geral Percentagens acumuladas Exemplo: planilha genérica de dados Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Categoria Quantidade Total Acumulado Porcentagem do total geral (%) Porcentagem acumulada (%) 1. ZYXW Q1 Q1 Q1/Qtotal x 100 P1 2. YZWX Q2 Q1 + Q2 Q2/Qtotal x 100 P1 + P2 3. WXZY Q3 Q1 + Q2 + Q3 Q3/Qtotal x 100 P1 + P2 + P3............... Outros Totais Qtotal 100%

Exemplo: Exemplo de construção do Gráfico de Pareto Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Causa da parada Quantidade Total Acumulado Porcentagem do total geral (%) Porcentagem acumulada (%) 1. Arrepentou papel na junta 2. Artigo não destacou do papel 3. Arrebentou papel na faca 66 66 53,23% 53,23% 21 87 16,94% 70,16% 12 99 9,68% 79,84% 4. Enrosco do suporte 12 111 9,68% 89,52% 5. Falta de energia 7 118 5,65% 95,16% 6. Outros 6 124 4,84% 100% Totais 124 100% BASE DO GRÁFICO: Trace dois eixos: vertical e eixo horizontal Marque o eixo horizontal o nome da variável representada e divida-o em um número de intervalos igual ao número de categorias constantes na planilha de dados. Marque o eixo vertical do lado direito com uma escala de zero até 100% (porcentagem acumulada)

Exemplo de construção do Gráfico de Pareto CONSTRUÇÃO DO GRÁFICO Identifique cada intervalo do eixo horizontal escrevendo os nomes das categorias Construa um gráfico de barras utilizando a escala do eixo vertical Construa a curva de Pareto marcando os valores acumulados (percentagem acumulada), acima e no lado direito (ou no centro) do intervalo de cada categoria, e ligue os pontos por segmentos de reta Registre outras informações que devam constar no gráfico (Título, período de coleta de dados, número total de itens inspecionados, objetivo do estudo realizado, etc.) UMA POSSÍVEL REPRESENTAÇÃO

Classificação A B C Exercícios 2. Marque F ou V nas afirmações abaixo.

Exemplos de utilização do Gráfico de Pareto Qualidade: Percentual de produtos defeituosos Quantidade de reclamações de clientes Quantidade de devoluções de produtos Custo: Perdas de produção Gastos com reparos de produtos dentro do prazo de garantia Custos de manutenção de equipamentos Entrega: Índices de atraso de entrega Quantidade de entregas incorretas (em quantidade e local errados) Quantidade de falta de matéria-prima em estoque Moral: Índices de reclamações trabalhistas Quantidade de demissões Absenteísmo Segurança: Número de acidentes de trabalho Tipos e gravidade dos acidentes

Exemplos de utilização do Gráfico de Pareto Máquinas: Desgaste do equipamento Quantidade de Manutenções corretivas Matérias-primas: Fornecedor Lote Tipo Armazenamento Transporte Meio Ambiente: Temperatura Umidade Iluminação Clima Mão-de-obra: Idade Experiência Treinamento Saúde Cliente Pendência de pagamentos Frequência de pedidos

3 Classificação A B C Exercícios

Críticas ao uso da classificação A B C Outros fatores podem ser importantes nas decisões relativas a estoques. Exceções devem ser feitas para certos tipos de materiais, como por exemplo: : Uma vez que stockouts desses materiais podem paralisar linhas de produção inteiras, estoques maiores podem se justificar. : Uma vez que esses materiais podem estar sujeitos a obsolescência ou deteriorações muito rápidas, estoques menores podem se justificar. : Produtos muito grandes ou volumosos exigem muito espaço de armazenagem, assim estoques menores podem se justificar (apesar do possível baixo custo). : Quantidades que não sejam o lote econômico de compra (LEC) podem se justificar, devido aos custos extras se o tamanho do pedido se afastar da norma. Um produto de baixo valor, porém consumido em grandes quantidades poderá ter a mesma classe de um outro item de altíssimo valor, porém consumido em quantidades bastante reduzidas. A forma de tratamento destes produtos é muito diferente na gestão de estoques. : O número de vezes com que o produto é vendido (ou consumido) influencia na classificação dos produtos. : As nuances de consumo podem variar (e muito) a classe de um item dentro de um universo de produtos. Embora a classificação ABC seja útil, critérios extras devem ser observados (isto não significa que a classificação de Pareto deve ser relevada, mas deve ser agregada a outros critérios de classificação)

Classificação de produtos exercícios 4) As orações abaixo foram ditas por empresários e administradores a respeito da classificação ABC. a) Investimos pesadamente em informática e hoje temos capacidade ociosa de processamento de dados, de modo que não precisamos mais fazer a classificação ABC, pois poderemos controlar com o mesmo rigor todos os itens de estoque. b) No nosso negócio, a maioria dos itens possui preços unitários semelhantes, por isso a classificação ABC é desnecessária. c) A classificação ABC quase nos levou a falência; ainda bem que deixamos de fazê-las a tempo, pois perdemos muitos clientes depois que eliminamos grande parte dos itens C. d) A classificação ABC isoladamente não basta; precisamos encontrar outras formas de classificar os produtos, englobando outros aspectos. Que repostas você daria à cada um deles? Pense um pouco...

Artigo para leitura O tratamento adequado de todos os recursos (humanos, tecnológicos, financeiros, patrimoniais e materiais) de uma empresa é uma das grandes preocupações dos gestores. A escassez de recursos e a concorrência estimulam as empresas à buscar alternativas para a otimização, em particular, da logística de suprimentos O trato com fornecedores sua seleção, desenvolvimento e manutenção é missão importante a ser bem cumprida. Mas, determinar o que manter em estoque e identificar os SKU (item mantido em estoque), determinar quando reabastecer (cobertura de estoque), quanto requisitar (tamanho do lote), acionar o processo de abastecimento pelo departamento de compras e produção, manter acuracidade (inventários), retirar itens obsoletos (saneamento dos estoques), entre outros pontos, são tarefas fundamentais ligadas à gestão de estoques hoje em dia. Neste contexto, uma das ferramentas que auxiliam a definir, como tratar os itens em estoques em uma empresa para suportar decisões na área de gestão é a Curva ABC. O principio básico da regra de Pareto, também conhecida como regra 80 20, ocorreu quando Vilfredo Pareto, no final do século XIX, desenvolveu um estudo para verificar o comportamento da distribuição de renda da população. O resultado foi a constatação de que a riqueza estava concentrada em uma pequena parcela da população, mais exatamente na proporção de 80% da riqueza sendo acumulada por 20% da população. Algum tempo depois, após a 2ª Guerra Mundial, F. Dixie, aplicou o princípio de Pareto sobre os itens existentes no estoque da empresa. O resultado da pesquisa não foi surpreendente: 8% dos itens em estoque representavam aproximadamente 75% do valor do estoque no período estudado. E, 67% dos itens, apenas 5% do valor, o que comprovou o princípio de forte concentração polarizada, que pode ser entendido como a essência do princípio de Pareto. Conceitualmente, a Curva ABC é um método de orientação de itens (altamente empregado em questões de estoque de uma empresa) e a classificação em grupos de itens, de acordo com suas importâncias relativas. De forma bem objetiva, ela permite identificar aqueles itens que justificam a atenção e os tratamentos mais apurados na administração. Os itens da classe A são os mais importantes e devem, por isso, ser tratados com uma atenção especial (por exemplo políticas diferenciadas para a definição do estoque mínimo, giro, controles, inventários). Os itens da classe C são menos importantes e assim, justificam menor atenção por parte da administração (por exemplo, aquisição de lotes maiores) e, B é uma classe intermediária entre A e C. É importante ressaltar que cada classe tem bem declarada a exigência do cuidado a ser dispensado, mas, um item de classe C, pode, apesar de sua pouca importância gerencial, parar uma linha de produção. Portanto, não deve ser negligenciado. Para auxiliar neste processo existe a classificação por Criticidade o que complementa a gestão dos itens em estoque. Além disso, as empresas, dependendo do rigor e, visando o melhor gerenciamento, podem estabelecer, além de A, B e C, novas classes como D e E. A definição das classes A, B e C obedece apenas a critérios de bom senso e conveniência dos controles a serem estabelecidos e é definida pelo gestor. A construção da curva ABC é um processo simples e que exige poucas informações (no eixo do X tem-se os itens e, no eixo do Y os valores acumulados percentualmente). É importante deixar claro que o uso da Curva ABC pode acontecer sempre que o gestor tiver a necessidade de classificar objetivando facilitar seu processo de tomada de decisão. Assim, para a área de compras, para fornecedores, clientes (de distintas áreas de negócio) a Curva ABC é uma ferramenta simples de ser utilizada e de grande valia.