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Transcrição:

Insolvência pessoa singular (Requerida) 81376716 CONCLUSÃO - 18-01-2018 (Termo eletrónico elaborado por Escrivão Auxiliar Susana Massa) =CLS= Banco Comercial Português, S.A., pessoa coletiva n.º 501 525 882, com sede na Praça D. João I, 28, 4000-295 Porto, vem propor acção especial de insolvência contra Norberto Manuel Trindade Santos, contribuinte fiscal nº176 439 226 e Susana Cristina Santos Brito Santos, contribuinte fiscal nº215 166 647, ambos com domicílio no Sítio Suzão, Casa Amarela, 3650-010 Alhais, com os seguintes fundamentos: O requerente celebrou com os requeridos dois contratos de mútuo com hipoteca, obrigando-se estes a devolver o capital mutuado, os juros contratados e outras despesas em prestações mensais. Os requeridos, porém, deixaram de pagar as prestações em Agosto de 2009 e Abril de 2009. Em dívida, à data da propositura da acção, encontra-se o montante de 112.739,72 relativamente ao primeiro empréstimo, e 50.246,53 relativo ao segundo empréstimo. A requerente celebrou ainda com os requeridos um contrato de conta de depósitos à ordem. A conta apresentava um saldo negativo que, à data da propositura da acção, era de 339,22. Assim, a totalidade das obrigações vencidas e não pagas dos Requeridos, mais juros vencidos, ascendiam a 163.325,48 à data da propositura da presente acção. Foram instauradas contra os requeridos pelo menos duas acções executivas. Os Requeridos têm outros credores. Os bens conhecidos aos devedores têm um valor insuficiente para garantir o pagamento das suas dívidas.

Os requeridos não têm possibilidades de pagar e o seu passivo é manifestamente superior ao seu ativo. Os requeridos foram regularmente citados nos termos do art. 29.º do C.I.R.E., mas não deduziram oposição. II O Tribunal é absolutamente competente, em razão da nacionalidade, da matéria e da hierarquia. Não existem nulidades que afectem todo o processado. As partes têm personalidade e capacidade judiciárias e são legítimas. A requerente encontra-se regularmente patrocinada. Inexistem quaisquer excepções, outras nulidades ou questões prévias que cumpra conhecer oficiosamente e que obstem à apreciação do mérito da causa. III Considerando que os requeridos foram devidamente citados e não contestaram, consideram-se confessados os factos articulados pela Requerente na petição inicial, nos termos do art. 30º, nº5, do C.I.R.E., os quais se dão aqui por integralmente reproduzidos. O Banco Comercial Português, S.A. veio requerer a declaração de insolvência de Norberto Manuel Trindade Santos e Susana Cristina Santos Brito Santos. A situação de insolvência consiste na impossibilidade do devedor cumprir as suas obrigações vencidas. art. 3º, nº1 do CIRE (diploma a que nos referiremos de ora em diante quando não for mencionada a origem do preceito). A legitimidade para requerer a declaração de insolvência de outrem é conferida a qualquer credor, desde que se verifique um dos factos-índice previstos no nº1 do art. 20º. Vejamos, então, se o Banco Autor tem legitimidade para requerer a insolvência dos Requeridos. Requerente e Requeridos celebraram dois contratos de mútuo bancário. O mútuo é um contrato pelo qual uma pessoa empresta a outra determinada quantia em dinheiro, ficando esta obrigada a restituí-lo. Os juros são a remuneração pela disponibilidade do dinheiro. Assim,

quando tenham sido estipulados o mútuo diz-se oneroso. art. 1142º e 1145º, nº1 do C. Civil. Quando o mutuante é uma instituição financeira de crédito o mútuo é oneroso, pois só esta modalidade de mútuo se compreende no fim da instituição financeira. O mútuo bancário é um mútuo de escopo pois o mutuário obriga-se a empregar o dinheiro em determinada finalidade. No caso em apreço, o banco entregou aos requeridos os montantes acordados em cumprimento da sua obrigação no âmbito dos mútuos celebrados. A devolução dos montantes mutuados deveria ser efectuado em prestações mensais. Cada prestação era composta por uma parte de capital, outra relativa a juros remuneratórios, e ainda outra parte relativa a prestações acessórias (impostos, seguros e outras despesas). Os Requeridos deixaram de pagar as prestações mensais acordadas em Abril de 2009 e Agosto de 2009, tendo assim entrado em incumprimento culposo. Daqui resulta para o caso concreto que o banco requerente é credor do requeridos pelo montante de 162.986,25, quantias estas relativas ao capital mutuado em ambos os empréstimos, juros remuneratórios e de mora, comissões e despesas contratadas. A isto acresce que o banco requerente celebrou com os requeridos um contrato de conta de depósito à ordem, sendo que estes não pagaram os custos relativos à manutenção da conta. A conta apresentava um saldo negativo de 339,23. O banco autor é assim credor deste montante. Assim, temos que o banco requerente é credor dos requeridos pelo montante total de 163.325,48. Quantos aos factos presuntivos de insolvência invocados pelo banco requerente (art. 20º, nº1). O facto constante da alínea a) do artigo 20º consiste na suspensão generalizada do pagamento das obrigações vencidas; e o facto constante da alínea b) do artigo 20º implica a falta de cumprimento de, pelo menos, uma das obrigações em circunstâncias tais que revelem a impossibilidade do devedor satisfazer pontualmente a generalidade das suas obrigações.

No caso em apreço, verifica-se que o montante total da dívida dos requeridos é muito elevado, e as obrigações decorrentes dos contratos celebrados já se venceram há bastante tempo. Ora, o decurso de um lapso significativo de tempo sem que o requerente conseguisse cobrar o seu crédito e a existência de outros credores que não têm obtido pagamento leva-nos a concluir que os requeridos estão impossibilitados de satisfazer pontualmente a generalidade das suas obrigações. Assim, podemos dizer que o banco requerente, por ser credor dos requeridos, tem legitimidade para requerer a declaração de insolvência destes, na medida em que se apuraram os factos presuntivos de insolvência constantes das alíneas a) e b) do art. 20º do CIRE. Da situação de insolvência dos requeridos. A situação de insolvência ocorre quando o devedor não cumpre pontualmente as suas obrigações por carência de meios próprios e por falta de crédito. - art. 3º, nº1 com a definição do anterior CPEREF que determinados autores (Luís Manuel Teles de Menezes Leitão, in Direito da Insolvência, pag. 78, Almedina) consideram preferível por evitar a confusão com a impossibilidade do cumprimento das obrigações nos termos do art. 790º do C. Civil. O critério fundamental da lei é o do fluxo de caixa, daí que não seja suficiente a demonstração de que o activo é inferior ao passivo (situação líquida negativa), se o devedor tiver possibilidade de cumprir as suas obrigações com recurso a receitas próprias ou ao crédito. No pólo oposto, a circunstância do activo ser superior ao passivo também não garante a inexistência de uma situação de insolvência, na medida em que tal situação liquida positiva não garante o cumprimento pontual das obrigações, se não for possível ao devedor socorrer-se nem de receitas próprias, nem tiver acesso a crédito. O critério do balanço tem também consagração legal em determinados casos. Com efeito, de acordo com o nº2 do art. 3º, quando o passivo seja manifestamente superior ao activo, no caso de pessoas colectivas, estas devem considerar-se insolventes. A relação contabilística passivo/activo é, para efeitos de insolvência, corrigida pela aplicação dos critérios previstos no nº3 do art. 3º. Assim, quando pela aplicação das correcções previstas

neste número, a desproporção entre passivo e activo deixe de ser manifesta ou não comprometa o futuro económico da requerida, o critério do balanço deixará de funcionar e importará regressar à análise do critério previsto no nº1 deste artigo 3º. O critério principal para a avaliação da situação de insolvência é, como vimos já, o do fluxo de caixa, com as consequências acima apontadas. Vejamos, então, a situação concreta dos requeridos. No fundamental, verifica-se que não se apurou que os requeridos tenham património susceptível de garantir o pagamento das suas dívidas ou que possam recorrer ao crédito. Daqui resulta que os requeridos se encontram numa situação de incumprimento das suas obrigações e que não conseguem ultrapassar tal situação. Por isso, entendemos que os requeridos estão, de facto numa situação de insolvência, pois não conseguem cumprir pontualmente as suas obrigações por carência de meios próprios e por falta de crédito. Pelo exposto, nos termos dos art. 28º e 36º do C.I.R.E., o Tribunal decide: Declarar insolvente Norberto Manuel Trindade Santos e Susana Cristina Santos Brito Santos. 1. Fixar residência aos insolventes na Rua da Escola, Conj. Hab., Figueirinhas, Lote 1- A, 4º Direito, Figueirinhas, 9125-131 Caniço Santa Cruz (Ilha da Madeira). 2. Nomear administrador da insolvência, Nuno Carlos Lamas de Albuquerque, com domicílio profissional constante da lista oficial dos administradores judiciais inscritos na comarca de Viseu. 3. Decretar a apreensão, para entrega imediata ao administrador da insolvência, de todos os bens dos devedores, ainda que arrestados, penhorados ou por qualquer forma apreendidos ou detidos, sem prejuízo do disposto no art. 150º, nº1, do C.I.R.E. 4. Uma vez que dos autos não resultam elementos suficientes, não declaro a abertura do incidente de qualificação da insolvência. 5. Fixar em 30 dias o prazo para reclamação de créditos.

6. Advertir os credores de que devem comunicar prontamente ao administrador da insolvência as garantias reais de que beneficiem. 7. Advertir os devedores dos insolventes que de que as prestações a que estão obrigados deverão ser feitas ao administrador da insolvência e não aos próprios insolventes. 8. Designar o dia 13 de Março de 2018, pelas 11h, para a realização da Assembleia de Apreciação do Relatório, nos termos do disposto no art. 156º do C.I.R.E. 9. Não se procede, por ora, à nomeação de comissão de credores atendendo ao reduzido o número de credores conhecidos. art. 66º, nº2 do CIRE. Autorizo o Sr. Administrador da Insolvência a receber pela massa insolvente a primeira prestação da sua remuneração. nº1 e 2 do art. 29º da Lei nº22/2013 de 26/02. Pague-se ao Sr. Administrador da insolvência a primeira prestação da provisão para despesas. - nº8 e 10 do art. 29º e nº1 do art. 30º da Lei nº22/2013 de 26/02. Fixo o valor da acção em 30.000,01, sem prejuízo de posterior correção. art. 15º do CIRE Custas pela massa insolvente (art. 304.º do C.I.R.E.). Registe e notifique (art. 37º do C.I.R.E.). Cumpra o disposto no art. 38º do C.I.R.E. A Portaria nº280/2013 de 26/08 foi alterada pela Portaria nº170/2017 de 25/05. De acordo com a exposição de motivos desta última Portaria agora prevê-se que o juiz deve determinar expressamente, em função da sua relevância para a decisão material da causa, quais os atos, peças, autos e termos do processo que devem ser materializados tendo em vista a sua inserção no suporte físico do processo. Assim, e ao abrigo do disposto no art. 28º, nº1 da Portaria supra referida, determina-se que devam ser materializados apenas os seguintes actos e peças processuais:

No processo de insolvência. - Petição Inicial e documentos apresentados com esta ou outros posteriormente apresentados mas que a devessem ter instruído ab initio; - Despacho de indeferimento liminar. - Contestação e documentos apresentados com esta ou outros posteriormente apresentados mas que a devessem ter instruído ab initio; - Despacho de admissão dos meios de prova; - Ata de audiência de julgamento; - Sentença; - Relatório a que alude o artigo 155º do CIRE e seus anexos; - Actas de assembleias de credores; - Mapas de rateio parciais e finais; - Despacho de encerramento; - Despacho liminar com vista à exoneração do passivo restante; - Relatórios anuais do período de cessão; - Requerimentos para cessação antecipada do procedimento de exoneração do passivo restante e respectivas respostas. - Despacho que declare, ou não, a cessação antecipada do procedimento de exoneração do passivo restante. - Despacho final de exoneração do passivo restante. Apenso de apreensão de bens. - Autos de apreensão e certidões relativas aos bens sujeitos a registo. - Decisões que determinem a exclusão (separação) da apreensão de determinados bens, quando não resulte de acção própria instaurada para o efeito. Apenso de liquidação. - Relatórios contendo informação sobre o estado da liquidação apenas quando dos mesmos resulte que foram vendidos ou adjudicados bens apreendidos. - Os respectivos títulos de transmissão. Apenso de reclamação de créditos.

- Relação de créditos a que alude o art. 129º e as notificações previstas no nº4 desse artigo. - Impugnações e respostas às impugnações e documentos que instruam essa peças processuais; - Decisões relativas às impugnações quando proferidas fora do âmbito da sentença de verificação e graduação de créditos. - Atas de tentativa de conciliação. - Despacho saneador; - Atas de audiência de discussão e julgamento; - Sentença e despacho de rectificação ou reforma da sentença. Apenso de prestação de contas. - Requerimento inicial e documentos de suporte às contas. - Oposição. - Sentença. Outros apensos. Petição inicial e documentos respectivos. - Contestação e documentos respectivos - Réplica e documentos respectivos. - Acta de audiência prévia e despacho saneador. -Sentença Recursos. - Alegações e contra-alegações. - Despacho de admissão de recurso. Nulidades processuais. - Requerimento para declaração da nulidade. - Respostas. - Decisão. Outros.

- Decisões que condenem em multa e nas custas de incidentes anómalos intervenientes processuais ou acidentais. 19-01-2018