FEVEREIRO/2015. Relatório Econômico

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Transcrição:

FEVEREIRO/2015 Relatório Econômico

ÍNDICE Indicadores Financeiros Pág. 3 Projeções Pág. 4-5 Cenário Externo Pág. 6 Cenário Doméstico Pág. 7 Renda Variável e Renda Fixa Pág. 8

INDICADORES FINANCEIROS BOLSA DE VALORES AMÉRICAS mês % ano % 2014 Ibovespa Fech. 46.908 (6,2%) (6,2%) (2,9%) IBrX Fech. 19.485 (5,9%) (5,9%) (2,8%) ISE 2.292 (5,8%) (5,8%) (1,9%) S&P500 1.995 (3,1%) (3,1%) 11,4% EUROPA DAX 10.694 9,1% 9,1% 2,7% FTSE 6.749 2,8% 2,8% (2,7%) CAC 4.604 7,8% 7,8% (0,5%) IBEX 10.403 1,2% 1,2% 3,7% Euro Stoxx 50 3.351 6,5% 6,5% 1,2% PAN ÁSIA Nikkei 17.674 1,3% 1,3% 7,1% Hang Seng 24.507 3,8% 3,8% 1,3% Austrália 5.588 3,3% 3,3% 1,1% Coréia do Sul 4.022 2,0% 2,0% (9,5%) Índia 8.809 6,4% 6,4% 31,4% OUTROS MERCADOS MOEDAS mês % ano % 2014 BRL/USD 2,6841 1,4% 1,4% 12,0% BRL/EUR 3,0278 (5,8%) (5,8%) (1,0%) USD/EUR 1,1289 (6,7%) (6,7%) (12,0%) YEN/USD 117,4900 (1,8%) (1,8%) 13,6% USD/AUD 0,7766 (5,0%) (5,0%) (8,4%) JUROS BRASILEIROS jan/15 2014 2013 Futuro de DI jan/16 Futuro de DI jan/17 Futuro de DI jan/18 Futuro de DI jan/21 12,75 12,96 11,62 12,47 12,90 12,28 12,23 12,75 12,63 11,89 12,30 13,07 COMMODITIES Petróleo 48,24 (9,4%) (9,4%) (45,9%) Ouro 1.283,78 8,3% 8,3% (1,7%) Fonte : Santander Brasil Asset Management,

PROJEÇÕES ECONOMIA Global INDICADORES MACROECONÔMICOS GLOBAIS Última atualização 5/2/2015 2009 2010 2011 2012 2013 PROJEÇÕES 2014 2015 2016 GLOBAL (*) (0,3) 4,9 3,7 2,9 3,1 3,0 3,3 3,8 DESENVOLVIDOS (3,9) 2,6 1,4 1,1 1,2 1,7 2,1 2,2 ESTADOS UNIDOS (2,8) 2,5 1,8 2,3 2,2 2,4 2,8 3,0 ZONA DO EURO (4,4) 2,0 1,6 (0,7) (0,4) 0,8 1,3 1,5 ALEMANHA (5,1) 3,9 3,4 0,6 0,2 1,5 1,3 1,4 FRANÇA (3,1) 1,7 2,0 0,4 0,4 0,4 0,8 1,7 REINO UNIDO (5,2) 1,7 1,1 0,3 1,8 3,0 2,8 2,4 JAPÃO (5,5) 4,7 (0,5) 1,5 1,5 0,4 1,0 0,7 EMERGENTES 3,0 7,0 5,7 4,5 4,5 4,2 4,4 5,2 ASIA EX-JAPÃO 7,7 9,7 7,9 6,7 6,5 6,7 6,8 6,7 CHINA 9,2 10,4 9,3 7,7 7,7 7,4 7,0 6,8 AMÉRICA LATINA (1,3) 6,0 4,6 3,1 2,7 1,2 1,9 3,3 BRASIL (0,3) 7,5 2,7 1,0 2,5 0,0 (0,6) 1,5 (*) Calculado pelo poder de compra (*) As áreas sombreadas são projeções Fonte : Santander Brasil Asset Management,

PROJEÇÕES ECONOMIA Brasileira INDICADORES MACROECONÔMICOS Última atualização 5/2/2015 2008 2009 2010 2011 2012 2013 PROJEÇÕES 2014 2015 2016 PIB crescimento real (%) 5,2 (0,3) 7,5 2,7 1,0 2,5 0,0 (0,6) 1,5 Inflação (IPCA/IBGE) (%) 5,9 4,3 5,9 6,5 5,8 5,9 6,4 7,3 5,8 Inflação (IGPM/FGV) (%) 9,8 (1,7) 11,3 5,1 7,8 5,5 3,7 6,0 6,2 Taxa de câmbio média (R$/US$) 1,84 1,99 1,73 1,67 1,95 2,16 2,35 2,69 2,89 Taxa de câmbio final (R$/US$) 2,34 1,74 1,67 1,88 2,04 2,34 2,66 2,75 3,00 Taxa de juro nominal final do ano (Selic) 13,75 8,75 10,75 11,00 7,25 10,00 11,75 12,50 11,50 Taxa de juro real média (deflacionado pelo IPCA) Resultado primário do setor público (% do PIB) (*) 6,1 5,3 4,0 4,8 2,5 2,0 4,1 4,5 5,4 3,4 2,0 2,7 3,1 2,4 1,9 (0,6) 1,0 2,0 (*) As áreas sombreadas são projeções. (**) As áeras sombreadas são projeções Fonte : Santander Brasil Asset Management,

CENÁRIO EXTERNO Melhora da economia global está concentrada nos EUA Os Estados Unidos seguem observando recuperação forte e sustentada de sua economia, mas o resto do mundo parece estar na direção oposta, com parte das economias desenvolvidas, como Japão e Eurolândia, lutando para acelerar a sua retomada com políticas monetárias não convencionais arrojadas. Do lado dos emergentes, com crescimento persistentemente mais fraco, observase inesperadas iniciativas de reduções de juros e afrouxamento. Esse foi o caso de China, Peru, Índia e Turquia. Canadá e Austrália também executaram cortes nos juros e mais países devem seguir esta tendência. O afrouxamento em parte se explica pela forte desinflação das commodities, notadamente petróleo, com queda de mais de 50% desde junho de 2014. No caso dos emergentes, o afrouxamento foi claramente induzido por esse efeito, ao passo que no caso de alguns dos desenvolvidos, a desinflação apenas agravou o risco pré-existente de deflação e estagnação das suas economias, como é o caso de Japão e Eurolândia, que já caminhavam para mais afrouxamento mesmo sem esse impulso dos preços mais baixos do petróleo. Até Reino Unido, que mantém crescimento robusto, fez uso de uma inflação mais deprimida para mudar seu discurso e sinalizar adiamento na alta de juros para o final desse ano ou no começo do ano que vem. A divergência de políticas monetárias entre os EUA, que pode elevar as suas taxas de juros gradualmente a partir de junho de 2015, e dos demais países com sinais crescentes de afrouxamento, está por trás de um forte movimento de moedas. Tanto a queda do preço de petróleo quanto a de certas moedas trazem riscos para algumas economias, com maior déficit em conta corrente ou dívida em dólar e maior dependência da produção de petróleo. Esse contexto trouxe uma pressão para baixo nos juros globais, inclusive os americanos, e volatilidade recorde para moedas e juros. Durante o primeiro semestre, deve prevalecer a grande divergência de ciclo econômico e de políticas monetárias entre EUA e o resto do mundo, primeiro porque o efeito da queda de juros é defasado no tempo, ao passo que o efeito da queda do preço de petróleo é mais rápido e mais pronunciado principalmente nos EUA, cujo consumo já se acelerou consideravelmente. Na virada do primeiro para o segundo semestre alguns fatores podem contribuir para reduzir essa divergência, como por exemplo, a contaminação do efeito positivo dos EUA no resto do mundo e o efeito cumulativo do afrouxamento monetário de diversos países, além de algum benefício produzido pelos preços de petróleo mais baixos. No momento em que a divergência começar a se reduzir, deve cair a volatilidade dos mercados e um deslocamento do apetite por risco dos EUA para emergentes pode surgir. Todo esse movimento global em dois estágios deve provocar ligeira elevação dos preços de petróleo por dois motivos: (i) redução da atividade exploratória com os preços baixos e (ii) aumento de demanda por conta da atividade global. O nível de preços do petróleo no prazo de um ano ou mais pode estabilizar no melhor dos mundos, ou seja, elevados o suficiente para manter os produtores nos negócios, mas ainda baixo o suficiente para estimular ou suportar o crescimento global.

CENÁRIO DOMÉSTICO Forte deterioração nas perspectivas para crescimento em 2015 Desde o final de outubro do ano passado tínhamos uma projeção de crescimento de 0% para o PIB em 2015, que se baseava em duas premissas principais: (i) uma desaceleração mais acentuada no consumo das famílias, tendo em vista a fraqueza recente do mercado de trabalho e a piora nas condições de crédito; e (ii) uma contribuição neutra dos investimentos (após uma forte queda em 2014), graças a uma recuperação modesta na confiança dos empresários. Desde outubro/14, as condições econômicas têm sido muito consistentes com a primeira premissa, mas há vários novos elementos que estão colocando a segunda premissa em cheque. Entre esses novos elementos destacam-se uma redução significativa no plano de investimentos da Petrobras para 2015; aperto nas condições de crédito para o setor de construção civil não residencial; um aumento significativo na probabilidade racionamento de energia e desabastecimento de água, o que aumenta a incerteza das perspectivas econômicas; e uma política fiscal mais apertada, indicando contribuição mais negativa (ou menos positiva) do setor público sobre o crescimento. Tendo em conta todos esses fatores, fizemos uma revisão para baixo na nossa perspectiva de crescimento dos investimentos em 2015. De acordo com os nossos novos números, os investimentos cairão mais uma vez nesse ano, apresentando queda de magnitude semelhante à observada em 2014. Com tal perspectiva de investimento em mãos, revisamos para baixo nossa projeção para o crescimento do PIB em 2015, de 0% para -0,6%. É importante ressaltar que tal previsão não inclui os possíveis efeitos do racionamento de energia e desabastecimento de água no Estado de São Paulo. Para o racionamento de energia, nossos cálculos indicam que um corte obrigatório de 10% no consumo teria um impacto sobre o crescimento do PIB equivalente a -0,9 pontos percentuais. Já para o racionamento de água em São Paulo, nossas estimativas mostram que um corte de 10% no consumo pode causar uma redução de 0,4 pontos percentuais no PIB brasileiro. É importante destacar, no entanto, que para o caso da água, nossos números são muito preliminares, devido à falta de dados e experiência histórica sobre o assunto. Além disso, a escassez de água não está restrita a São Paulo. Minas Gerais e Rio de Janeiro também relataram problemas com o abastecimento de água. Em relação à inflação, revisamos nossa projeção para um aumento de 7,3% no IPCA, devido à percepção de que o retorno dos preços das tarifas públicas será mais forte do que o inicialmente esperado, especialmente em combustíveis e energia elétrica. As mudanças em nossa expectativa para o aumento de combustíveis se deram graças ao anúncio do aumento de dois impostos (Cide e PIS-Cofins) sobre gasolina e diesel, que serão integralmente repassados aos consumidores. A revisão em energia elétrica se deve a uma maior convicção de que os crescentes custos operacionais da distribuição de energia serão transmitidos com maior intensidade para as tarifas ao consumidor. Assim, nossa expectativa para o aumento no grupo de preços administrados em 2015 subiu de 9,0% para 10,5% e, por isso, revisamos nossa projeção para o IPCA do ano para 7,3%. Apesar das perspectivas de inflação preocupantes, acreditamos que o enfraquecimento da atividade terá mais peso nas decisões de política monetária. Por isso, esperamos somente mais um aumento de 25 pontos base da taxa Selic, que encerrará 2015 em 12,5%. Ainda assim, dadas as perspectivas de inflação pressionada nos próximos meses, reconhecemos que existem riscos para cima em nossa visão para os juros nesse ano. O setor público brasileiro registrou em 2014 um déficit primário de 0,6% do PIB, o pior resultado desde 1997. Para 2015, o cumprimento da meta fiscal está se tornando cada vez mais difícil. Não obstante o ponto de partida desfavorável deixado pelo déficit atual, as perspectivas para as receitas fiscais também são alarmantes, devido ao panorama desfavorável para o crescimento econômico. Portanto, a fim de sustentar a credibilidade nas novas diretrizes da política fiscal, a equipe econômica do governo terá de anunciar medidas adicionais para aumentar receitas e cortar gastos. O real reagiu à deterioração recente das perspectivas econômicas, vindo de R$ 2,56 em dezembro/14 para níveis mais próximos a R$ 2,70 recentemente. Ainda vemos espaço para uma depreciação adicional da moeda local, com a aproximação da normalização da política monetária nos EUA e uma postura menos intervencionista do Banco Central do Brasil no mercado de câmbio. A velocidade de tal depreciação, no entanto, é bastante difícil de determinar.

MERCADO Renda Fixa Em janeiro, continuamos observando os efeitos da queda do preço do petróleo sobre as economias globais. A Rússia teve seu rating rebaixado, seguido de forte depreciação de sua moeda, perdendo o grau de investimento. Além disso, segue sem perspectivas de reversão a dicotomia entre os EUA (contínua recuperação, se aproximando de um ciclo de aumento de juros) e o resto dos países desenvolvidos (baixo crescimento, risco de deflação e política monetária expansionista), o que contribuiu para o fortalecimento do dólar frente as outras moedas no mês. A liquidez global deve continuar elevada. No cenário doméstico, a situação fiscal continua relevante. Com algumas medidas de ajuste já anunciadas, o mercado se mostrou mais otimista, o que beneficiou o desempenho dos papéis de títulos públicos com vencimentos mais longos. No entanto, durante o mês, temas como o risco de racionamento de água e energia geraram volatilidade, e serão objeto de interesse para os próximos meses. Renda Variável O desempenho do mercado mundial de ações em janeiro foi negativamente impactado pelas incertezas atuais, com a depreciação das commodities, impactando as ações das empresas produtoras de insumos de petróleo, aço e minerais básicos. A eleição de um novo governo na Grécia trouxe à tona novas preocupações sobre a unidade do bloco e suas consequências econômicas. Nesse contexto externo, o Ibovespa registrou perdas significativas e superiores às observadas nos principais mercados ao redor do mundo, com destaques para os setores de educação, petróleo, mineração e siderurgia. Vale ressaltar que na virada do ano, o governo apresentou mudanças nas regras do FIES, o que motivou revisão para baixo nas projeções para o setor de educação. Além da depreciação no preço do petróleo, as ações da Petrobrás foram impactadas pela não divulgação do balanço auditado do terceiro trimestre de 2014. O baixo nível de chuvas nos últimos meses tem aumentado as preocupações sobre a possibilidade de um racionamento de água e energia no Brasil, o que poderia comprometer ainda mais o crescimento do PIB esse ano. No cenário externo, a tempestividade da alta de juros nos EUA continua relevante, num momento em que o Banco Central Europeu se prepara para injetar 60 bilhões de euros mensalmente na economia ao longo dos próximos meses.. CIO Eduardo Castro Departamento Econômico Ricardo Denadai Hugo Penteado Danilo Passos Clayton Calixto

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