Ficha 03 MEGP 2014. Os fundamentos gerais estão mantidos com base nos princípios da Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência. Apesar disso, foram incluídos os seguintes princípios: Separação entre os poderes: a mesma instituição/agente público não devem acumular poderes de formulação, julgamento e execução. Orientação fundamental à consecução dos objetivos da República Federativa do Brasil: toda a atuação das organizações públicas deve ser para o alcance dos objetivos fundamentais da Republica Federativa do Brasil (CF, art. 3o) - construir uma sociedade livre, justa e solidária; garantir o desenvolvimento nacional; erradicar a pobreza e a marginalização; de reduzir as desigualdades e de promover o bem de todos, sem preconceitos. Centralidade dos direitos individuais e sociais: segundo o próprio MEGP "As atividades estatais na área de provimento dos direitos sociais exigem estruturas e processos ágeis e flexíveis; permeáveis a mecanismos de gestão de resultados e controle social; e abertos a mecanismos de articulação e colaboração com a sociedade civil sem fins lucrativos."
Descentralização federativa: é preciso compartilhar responsabilidades entre as três esferas de governo na execução das políticas públicas. Participação social na governança das instituições: é necessário o fortalecimento da participação social nas instituições públicas. Funcionamento em rede. Parceria com a sociedade civil: é preciso fortalecer as relações de cooperação com confiança mútua entre os agentes públicos e privados. Outro ponto relevante é que no modelo de 2010 do Gespública existiam diferentes pontuações para a organização. No processo de autoavaliação, a depender de sua experiência com a excelência em gestão, a organização deveria utilizar um modelo com o total de 250, 500 ou 1.000 pontos. O modelo mais recente, de 2014, traz apenas a possibilidade de autoavaliação em um modelo de 1.000 pontos, independentemente da maturidade da organização. Hoje, o modelo se apresenta dividido em 8 critérios, em 4 blocos, conforme a seguir:
FONTE: MEGP 2014 Perceba a diferença entre o modelo atual e o modelo adotado no ciclo anterior (2010):
FONTE: INSTRUMENTO PARA AVALIAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA CICLO 2010 As diferenças incluem: Critério/dimensão de liderança é substituído por "governança"; Critério/dimensão "cidadãos" é substituído por "público-alvo"; Critério/dimensão "sociedade" é substituído por "interesse público e cidadania".
Voltando ao modelo de 2014, perceba que as oito partes integradas podem ser agrupadas em quatro blocos distintos. As informações disponibilizadas pelo próprio instrumento sobre os blocos é a seguinte: O primeiro é o bloco do Planejamento, constituído pelas quatro primeiras dimensões do Modelo: Governança, Estratégia e planos, Sociedade e Interesse público e Cidadania. Essas partes movem a organização e lhe dão direcionalidade. O segundo bloco é o da Execução e se constitui pelas dimensões Pessoas e Processos. Esses dois elementos representam o centro prático da ação organizacional e transformam finalidade e objetivos em resultados. O terceiro bloco, de Resultados, representa o controle, pois apenas pelos resultados produzidos pela organização é possível analisar a qualidade do sistema de gestão e o nível de desempenho institucional. O quarto bloco, de Informação e conhecimento, representa a inteligência da organização. Este bloco dá ao órgão/entidade capacidade de corrigir, melhorar ou inovar suas práticas de gestão e, consequentemente, seu desempenho. É importante você saber que o bloco de resultados é o mais importante, pois estamos falando da administração pública gerencial com foco em resultados para a população! Para a avaliação desse modelo, as partes são transformadas em CRITÉRIOS/DIMENSÕES para avaliação da gestão pública, aos
quais foram incorporados requisitos de excelência para que a organização pública possa implementar ciclos contínuos de avaliação e melhoria de sua gestão. Neste sentido, o Instrumento para Avaliação da Gestão Pública 2014 está estruturado em oito Critérios/Dimensões, assim divididos: Critério / Dimensão 1. Governança 2. Estratégias e Planos Conceitos Pode ser entendida como o exercício de autoridade, controle, gerenciamento e poder de governo. É a capacidade institucional de conseguir fazer sua finalidade ser atingida, agregando valor para a sociedade de acordo com seus objetivos. Está relacionada ainda com a capacidade de colocar as competências organizacionais na prática, utilizando seus recursos disponíveis da melhor maneira para formular, planejar e implantar as políticas públicas, assim como acompanhar, avaliar e fiscalizar a sua execução e resultados obtidos. Esssa dimensão amplia a ideia de "liderança" adotada nos modelos anteriores do MEGP. São aspectos relacionados: 1) a formação e gestão de líderes; 2) a estruturação do processo decisório de forma a favorecer a decisão célere, concertada e voltada para a geração de valor social; 3) a prática institucional de monitoramento e avaliação sistemáticos de seu desempenho, com base em indicadores, com vistas ao contínuo reposicionamento do órgão ou entidade e atualização da estratégia, a fim de melhor atender às demandas e aos desafios internos e externos. A organização pública deve formular e implantar formalmente sua estratégia, devendo atender aos objetivos e articular metas e planos para suas áreas internas. O MEGP 2014 fala nos seguintes requisitos específicos:a. identificação de possíveis parcerias com agentes públicos e privados e potenciais conflitos de atuação; b. o conhecimento dos pontos fortes e das oportunidades de melhoria do próprio
3. Público Alvo 4. Interesse Público e Cidadania desempenho institucional; c. as necessidades de investimento e inovação de forma a atender requisitos específicos do setor em que atua; d. o alinhamento ao Plano Plurianual; e. o desdobramento da estratégia em planos específicos que atendam às outras dimensões do sistema de gestão públicas; tais como plano de tecnologia; capacitação; melhoria e inovação da capacidade de gestão; gestão patrimonial; gestão do conhecimento; gestão da comunicação; e f. a vinculação da programação orçamentária à estratégia. Traz as práticas ligadas ao relacionamento com a sociedade e a forma como a instituição induz a participação social, incluindo: a. à identificação e classificação dos públicos alvos e de suas necessidades e expectativas; b. ao tratamento dessas necessidades e expectativas, inclusive no redesenho dos processos institucionais, para a geração de resultados mais efetivos; c. ao atendimento à Lei de Acesso à Informação; d. à comunicação ao cidadão sobre os seus serviços e padrões de atendimento (Carta ao Cidadão); e. à manutenção de canais de comunicação acessíveis e adequados aos perfis de seus públicos alvos; f. ao gerenciamento da qualidade do atendimento ao público; g. ao tratamento das solicitações, reclamações e sugestões; h. ao fortalecimento das relações com a sociedade, inclusive por meio de instrumentos de pesquisa, ausculta e concertação. É preciso atender o interesse público e o regimento administrativo, além de oferecer participação e controle social. O modelo fala em práticas relacionadas: α. à identificação e avaliação dos principais aspectos sociais, econômicos e ambientais relacionados à atuação do órgão ou entidade; β. à capacidade de prevenir ou mitigar impactos adversos na sociedade ou no ambiente, decorrentes de sua atuação; χ. à identificação da necessidade de atualização ou adequação da ordem constitucional/legal; δ. à conscientização das partes interessadas quanto à responsabilidade social e ambiental e à sustentabilidade econômica; ε. à observância dos direitos alcançados por públicos específicos; φ. à análise
5. Informações e conhecimento 6. Pessoas 7. Processos 8. Resultados dos resultados de auditorias internas e externas, para a identificação de riscos institucionais; γ. à observância interna do regime administrativo imposto à atuação institucional; η. à manutenção de mecanismos efetivos para a atuação pautada pela ética pública; e ι. ao estímulo à sociedade à participação e ao controle social. A Dimensão representa a capacidade de gestão das informações e do conhecimento, especialmente a implementação de processos gerenciais que contribuam diretamente para a seleção, coleta, armazenamento, utilização, atualização e disponibilização sistemática de informações atualizadas, precisas e seguras aos usuários internos e externos, com o apoio da tecnologia da informação. A excelência da gestão pública pressupõe sistemas de trabalho estruturados, que considerem as competências, os requisitos técnicos, tecnológicos e logísticos necessários para a execução dos processos institucionais, de forma a cumprir as finalidades do órgão ou entidade. Inclui as adequadas estruturação e alocação de cargos efetivos, funções e cargos em comissão; os padrões remuneratórios e a alocação interna. São particularmente relevantes os investimentos em adequado dimensionamento da força de trabalho; em gestão de competências institucionais e profissionais; e na estruturação de sistemas de remuneração e de gestão do desempenho sintonizados com os paradigmas do gerenciamento por resultados. É preciso a correta estruturação de processos finalísticos e de apoio, de modo que erros sejam identificados e superados por meio de ações corretivas de melhoria e incorporação de inovações. Inclui ações de: 1) o atendimento ao público; 2) a gestão de parcerias com entidades civis; 3). a gestão financeira; 4) a gestão de suprimentos; 5) a gestão do patrimônio público. Este critério examina os resultados da organização.
Com base nesses critérios, que são desdobrados em itens e posteriormente em alíneas, o sistema de pontuação utilizado permite quantificar o grau de atendimento aos requisitos - que representam o item avaliado por meio do desdobramento em alíneas. A escala utilizada permite que a organização atinja uma pontuação entre 0 (zero) pontos e 1000 (mil) pontos, sendo o resultado final igual à soma da pontuação obtida em cada um dos itens. Veja a relação de critérios e itens no quadro a seguir, retirado do Gespública 2014:
Segundo o modelo do gespública, os itens de 1.1 a 7.4 são chamados de itens de processos gerenciais enquanto os itens 8.1 a 8.5 são itens de resultados, ou seja, solicitam a apresentação das
consequências objetivas da implementação das práticas de gestão descritas nos itens de processos gerenciais. - É isso ai pessoal! São apenas algumas diferenças - mas é importante conhecê-las para uma eventualidade na hora da prova! Forte abraço e bons estudos! Carlos Xavier