A C Ó R D Ã O. ACORDA, em Turma, a Primeira Câmara Civil do Tribunal de Alçada do Estado de Minas Gerais NEGAR PROVIMENTO, VENCIDO O JUIZ 2º VOGAL.

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Transcrição:

Ementa: Ação de revisão de contrato - SPC - Exclusão - Medida em benefício da jurisdição - Deferimento mantido. A Justiça deve propiciar ao jurisdicionado a tranqüilidade necessária para litigar em Juízo, revelando-se adequada a decisão que determina a exclusão do nome do devedor do SPC ou SERASA até que seja decidida ação de revisão de contrato proposta pelo mesmo, mormente porque tal inclusão em nada diretamente beneficia o credor, tratandose de mero meio de coerção. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos de Agravo de Instrumento nº 302.295-3, da Comarca de GUAXUPÉ, sendo Agravante(s): BANCO ITAÚ S.A. e Agravado(s)(a)(as): RONALDO LEITE RIBEIRO, ACORDA, em Turma, a Primeira Câmara Civil do Tribunal de Alçada do Estado de Minas Gerais NEGAR PROVIMENTO, VENCIDO O JUIZ 2º VOGAL. Presidiu o julgamento o Juiz ALVIM SOARES (1º Vogal) e dele participaram os Juízes VANESSA VERDOLIM ANDRADE (Relatora) e MOREIRA DINIZ (2º Vogal, vencido). Belo Horizonte, 28 de março de 2000. JUÍZA VANESSA VERDOLIM ANDRADE Relatora JUIZ MOREIRA DINIZ 2º Vogal, vencido nº 77

-2- V O T O S SESSÃO DE 21/03/2000 A SRA. JUÍZA VANESSA VERDOLIM ANDRADE: Trata-se de Agravo de Instrumento proposto por Banco Itaú S. A. contra Ronaldo Leite Ribeiro, visando a reforma da decisão do Juiz de primeiro grau, de f. 15-17 (f. 22 22 TA), que deferiu a liminar para excluir o nome do agravado do SPC e Serasa, sob pena de multa, em face de pendência de ação de revisão de cláusulas contratuais proposta pelo agravado. Recebi o agravo no efeito devolutivo, pois dos autos não emerge qualquer perigo imediato contra o agravante. A decisão é auto-explicativa e dispensou esclarecimentos do Juiz do feito. O agravante comprovou, à f. 56, que cumpriu o disposto no art. 526 do CPC. Intimado o agravado a responder ao presente agravo em 10 (dez) dias, nada manifestou nos autos. Conheço do agravo, presentes os pressupostos de sua admissibilidade. Trata-se de liminar deferida em medida cautelar inominada incidental à ação de revisão de cláusulas contratuais proposta pelo agravado, tendo sido determinado, pelo despacho atacado, a exclusão do nome do agravado junto ao SPC e Serasa, no que se refere ao débito objeto da ação.

-3- Tenho para mim que a medida deferida em nada prejudica o agravante, trazendo somente benefício ao agravado, que poderá discutir em juízo com a tranquilidade que deve ser propiciada ao jurisdicionado o direito que alega ter. O STJ recentemente decidiu que: Processo Civil - Execução - Serviço de Proteção ao Crédito - Inscrição do nome do devedor - Ilegalidade - Ação revisional de contrato ajuizada - Código de Defesa do Consumidor, art. 42. Execução. Inscrição do nome do devedor em serviços de proteção ao crédito. Ação revisional de contrato ajuizada. Código de Defesa do Consumidor, art. 42. Havendo ação de revisão de contrato em curso, mesmo sem o depósito da quantia considerada devida, a inscrição do nome do autor em serviço de proteção ao crédito configura o constrangimento ou ameaça a que se refere o art. 42 do Código de Defesa do Consumidor. Recurso especial conhecido e provido. (REsp. n. 180.843-0-RS. Relator MINISTRO CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO. Terceira Turma. Unânime. DJ 29.06.99, BSTJ 12/). ARNOLDO WALD, em Revisão de Valores no Contrato: A Correção Monetária, a Teoria da Imprevisão e o Direito Adquirido observa que: as transformações sofridas pelo Direito Privado, como as decorrentes do Direito Judiciário, não significam o desaparecimento do Direito Clássico, mas a criação de um certo número de exceções às regras tradicionais

-4- O mesmo autor alerta, na mesma obra: Não se justifica, juridicamente, a oneração excessiva de uma parte diante da outra, em razão de distorções provocadas por factum principis, que, ao revés, esteiram a aplicação da teoria da imprevisão, ou da cláusula rebus sic stantibus, para a restauração do equilíbrio na economia do contrato. De fato, através do mecanismo em questão permite-se a revisão judicial dos termos do ajuste, para compatibilizá-lo à realidade econômica, ou a sua resolução, com a devolução das partes ao estado anterior à contratação, com a satisfação de todos os efeitos patrimoniais compreendidos. Nascida de imperativo de justiça, essa teoria encontra ampla aceitação na doutrina e na jurisprudência, viabilizando a manutenção de contratos existentes, mas sob condições passíveis de suportar-se, ou o respectivo rompimento, com a restituição das partes ao estado de origem, sempre sob a intervenção judicial, quando se frustrem os mecanismos privados de composição de interesses (ARNOLDO WALD, A Influência do Direito Francês sobre o Direito Brasileiro no Domínio da Responsabilidade Civil, Rio, Imprensa Nacional, 1953, p. 70 e seguintes). A ação de revisão de contrato tem, assim, em tese, sido admitida, devendo cada caso ser analisado em suas circunstâncias especiais, não se revelando teratológica a decisão do Juiz que defere liminar que propicia ao autor a possibilidade de litigar, nesse tocante, com a recomendada tranquilidade que a Justiça deve proporcionar. Com tais considerações nego provimento ao agravo. Custas recursais pelo agravante.

-5- O SR. JUIZ ALVIM SOARES: De acordo. O SR. JUIZ MOREIRA DINIZ: Peço vista. SESSÃO DE 28/03/2000 O SR. JUIZ PRESIDENTE: Este feito veio adiado a pedido do Vogal. a Relatora e o Revisor negavam provimento. O SR. JUIZ MOREIRA DINIZ: Estou dando provimento, porque verifico que o pedido impeditivo de negativa junto ao SPC e ao SERASA se sustenta em ação revisional de cláusula contratual, sendo que tenho admitido o provimento cautelar em tais situações, apenas no caso de execução já embargada, não se justificando que uma simples tentativa de modificação de cláusula, ainda não acolhida, impeça a parte de exercitar direito a ela deferido. SL.JR