Superior Tribunal de Justiça

Transcrição

1 AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº SP (2007/ ) RELATOR : MINISTRO MAURO CAMPBELL MARQUES AGRAVANTE : CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO - CRF/SP AGRAVADO : UNIMED SANTA RITA SANTA ROSA E SÃO SIMÃO COOPERATIVA DE TRABALHO MÉDICO EMENTA ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL. FARMÁCIA. COOPERATIVA MÉDICA SEM FINS LUCRATIVOS. INSCRIÇÃO. ART. 16, "G", DO DECRETO N /32. INAPLICABILIDADE. 1. As cooperativas médicas sem fins lucrativos que possuem farmácia destinada a fornecer medicamentos a seus médicos cooperados e usuários conveniados, a preço de custo, não se sujeitam à vedação do art. 16, g, do Decreto n / Agravo regimental não-provido. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da SEGUNDA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas, por unanimidade, negar provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Eliana Calmon, Castro Meira (Presidente), Humberto Martins e Herman Benjamin votaram com o Sr. Ministro Relator. Presidiu o julgamento o Sr. Ministro Castro Meira. Brasília (DF), 11 de novembro de MINISTRO MAURO CAMPBELL MARQUES, Relator Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 12/12/2008 Página 1 de 6

2 AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº SP (2007/ ) RELATOR : MINISTRO MAURO CAMPBELL MARQUES AGRAVANTE : CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO - CRF/SP AGRAVADO : UNIMED DE SANTA RITA SANTA ROSA E SÃO SIMÃO COOPERATIVA DE TRABALHO MÉDICO RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO MAURO CAMPBELL MARQUES (Relator): Agravo regimental contra decisão que negou seguimento ao recurso especial com base na Súmula 83/STJ. No regimental, o ora agravante alega, em resumo, que a interpretação do art. 16 do Decreto n /32 deve ser revista, "haja vista que o fato dos médicos se associarem e constituírem uma cooperativa não afasta a vedação prevista na norma em exame" (fl. 341). É o relatório. Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 12/12/2008 Página 2 de 6

3 AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº SP (2007/ ) EMENTA ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL. FARMÁCIA. COOPERATIVA MÉDICA SEM FINS LUCRATIVOS. INSCRIÇÃO. ART. 16, "G", DO DECRETO N /32. INAPLICABILIDADE. 1. As cooperativas médicas sem fins lucrativos que possuem farmácia destinada a fornecer medicamentos a seus médicos cooperados e usuários conveniados, a preço de custo, não se sujeitam à vedação do art. 16, g, do Decreto n / Agravo regimental não-provido. VOTO O SENHOR MINISTRO MAURO CAMPBELL MARQUES (Relator): Vê-se que a parte interessada não trouxe nenhum argumento que pudesse levar à reforma da decisão agravada, motivo pelo qual a transcrevo na íntegra como razão de decidir: Recurso especial contra acórdão resumido, no que interessa, nesta ementa: ADMINISTRATIVO. SOCIEDADE COOPERATIVA. FARMÁCIA. POSSIBILIDADE DE INSCRIÇÃO NO CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA. INABLICABILIDADE DO ART. 16, G, DO DEC / O art. 16, g, do Dec /32 é inaplicável no caso das Cooperativas Médicas, vez que tal artigo veda apenas a participação ou a presença de médico que explore atividade farmacêutica, não podendo dar interpretação extensiva a lei. 2. As normas de regência são endereçadas exclusivamente ao médico, enquanto pessoa física. (fl. 264). No recurso especial, o ora recorrente queixa-se de ofensa ao art. 16 do Decreto n /32. Aponta divergência jurisprudencial. Alega, em resumo, que: - a lei não excepcionou às cooperativas médicas a possibilidade de explorarem atividade farmacêutica; - "as farmácias instituídas por cooperativas médicas se traduzem em atos não cooperativos, eis que sob a modalidade de 'cooperativa', dissimulam sua real atuação mercantil, praticando, inclusive, venda casada e cooptação de clientes" (fl. 288). Sem contra-razões. O recurso foi admitido na origem (fl. 311). É o relatório. Decido. As cooperativas médicas sem fins lucrativos que possuem farmácia destinada a fornecer medicamentos a médicos e usuários conveniados não se enquadram no art. 16, "g", do Decreto n /32. Confiram-se: As cooperativas médicas sem fins lucrativos que possuem farmácia destinada a fornecer medicamentos a seus médicos cooperados e usuários conveniados, a preço de custo, não se sujeitam à vedação prevista no artigo 16, alínea "g", do Decreto n /32. (AgRg no REsp /SP, Rel. Min. Humberto Martins, DJ ). E ainda: REsp /SP, Rel. Min. Castro Meira, DJ ; AgRg no Ag /SP, Rel. Min. Denise Arruda, DJ ; REsp /SP, Rel. Min. Eliana Calmon, DJ ; REsp /SP, Rel. Min. Humberto Martins, DJ Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 12/12/2008 Página 3 de 6

4 83). O acórdão recorrido está em sintonia com a jurisprudência do STJ (Súmula Nego seguimento ao recurso especial (fl. 331). NEGO PROVIMENTO ao agravo regimental. Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 12/12/2008 Página 4 de 6

5 ERTIDÃO DE JULGAMENTO SEGUNDA TURMA Número Registro: 2007/ AgRg no REsp / SP Números Origem: PAUTA: 11/11/2008 JULGADO: 11/11/2008 Relator Exmo. Sr. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES Presidente da Sessão Exmo. Sr. Ministro CASTRO MEIRA Subprocuradora-Geral da República Exma. Sra. Dra. DULCINÉA MOREIRA DE BARROS Secretária Bela. VALÉRIA ALVIM DUSI AUTUAÇÃO RECORRENTE : CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO - CRF/SP RECORRIDO : UNIMED SANTA RITA SANTA ROSA E SÃO SIMÃO COOPERATIVA DE TRABALHO MÉDICO ASSUNTO: Administrativo - Exercício Profissional - Inscrição em Órgão de Classe - Conselho Regional de Farmácia AGRAVO REGIMENTAL AGRAVANTE : CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO - CRF/SP AGRAVADO : UNIMED SANTA RITA SANTA ROSA E SÃO SIMÃO COOPERATIVA DE TRABALHO MÉDICO CERTIDÃO Certifico que a egrégia SEGUNDA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão: "A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do(a) Sr(a). Ministro(a)-Relator(a)." Os Srs. Ministros Eliana Calmon, Castro Meira (Presidente), Humberto Martins e Herman Benjamin votaram com o Sr. Ministro Relator. Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 12/12/2008 Página 5 de 6

6 Brasília, 11 de novembro de 2008 VALÉRIA ALVIM DUSI Secretária Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 12/12/2008 Página 6 de 6