Superior Tribunal de Justiça

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Fátima Antas Caetano
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1 RELATOR AGRAVANTE PROCURADOR AGRAVADO ADVOGADO : MINISTRO ARNALDO ESTEVES LIMA : INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA - INCRA : JOSÉ DOMINGOS RODRIGUES LOPES E OUTRO(S) : RUI SOARES BARROS E OUTRO : ANA CRISTINA BOAVENTURA TEIXEIRA DE PAUL A E OUTRO(S) EMENTA ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. DESAPROPRIAÇÃO PARA FINS DE REFORMA AGRÁRIA. EXECUÇÃO PROVISÓRIA. PERDA DO OBJETO. POSTERIOR TRÂNSITO EM JULGADO DA AÇÃO DE CONHECIMENTO. AGRAVO REGIMENTAL NÃO PROVIDO. 1. No caso, considerando que não houve expedição de precatório ou levantamento de valores pelos agravados, o posterior trânsito em julgado da ação de conhecimento leva à perda do objeto do recurso especial em que se discute a possibilidade de execução provisória contra a Fazenda Pública. 2. Agravo regimental não provido. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da PRIMEIRA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, negar provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Napoleão Nunes Maia Filho, Benedito Gonçalves e Ari Pargendler votaram com o Sr. Ministro Relator. Brasília (DF), 05 de fevereiro de 2013(Data do Julgamento) MINISTRO ARNALDO ESTEVES LIMA Relator Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 14/02/2013 Página 1 de 5

2 RELATOR AGRAVANTE PROCURADOR AGRAVADO ADVOGADO : MINISTRO ARNALDO ESTEVES LIMA : INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA - INCRA : JOSÉ DOMINGOS RODRIGUES LOPES E OUTRO(S) : RUI SOARES BARROS E OUTRO : ANA CRISTINA BOAVENTURA TEIXEIRA DE PAUL A E OUTRO(S) RELATÓRIO MINISTRO ARNALDO ESTEVES LIMA: Trata-se de agravo regimental interposto pelo INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA INCRA contra decisão de fls. 268/269e, que negou provimento ao agravo de instrumento ao fundamento de que é possível a execução contra Fazenda Pública da parcela incontroversa do débito e não embargada. O agravante sustenta, em síntese, que "não se trata de execução definitiva contra a Fazenda Pública, que esteja na fase dos Embargos do Devedor a ensejar a execução da parte incontroversa, nos termos do art. 739-A, 3º, do CPC" (fl. 281e). Alega que o caso é de indevida "execução provisória contra a Fazenda Pública, porquanto ainda não se operou o trânsito em julgado na ação de conhecimento (ação expropriatória)" (fl. 281e). É o relatório. Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 14/02/2013 Página 2 de 5

3 EMENTA ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. DESAPROPRIAÇÃO PARA FINS DE REFORMA AGRÁRIA. EXECUÇÃO PROVISÓRIA. PERDA DO OBJETO. POSTERIOR TRÂNSITO EM JULGADO DA AÇÃO DE CONHECIMENTO. AGRAVO REGIMENTAL NÃO PROVIDO. 1. No caso, considerando que não houve expedição de precatório ou levantamento de valores pelos agravados, o posterior trânsito em julgado da ação de conhecimento leva à perda do objeto do recurso especial em que se discute a possibilidade de execução provisória contra a Fazenda Pública. 2. Agravo regimental não provido. VOTO MINISTRO ARNALDO ESTEVES LIMA (Relator): A decisão agravada foi assim concebida (fls. 268/269e): Trata-se de agravo de instrumento interposto de decisão que não admitiu o recurso especial manifestado, com base no art. 105, III, "a", da Constituição Federal, contra acórdão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região assim ementado (fl. 177e): DESAPROPRIAÇÃO. EXECUÇÃO PROVISÓRIA DE CARTA DE SENTENÇA. EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM EXAME DO MÉRITO. SENTENÇA DESCONSTITUÍDA. PARTE INCONTROVERSA. I No que diz respeito à parcela incontroversa, dela sequer cabe recurso, o que significa admitir, conseqüentemente, que houve materialmente o trânsito em julgado da decisão, ainda que parcial. Ora, no caso, a execução não trará qualquer risco ao executado, já que alcança atos de satisfação irreversível que têm características de definitiva não desatendendo o 3º do art. 100 da CF. II Apelação provida. Opostos embargos de declaração, foram rejeitados pelo acórdão (fls. 201/205e). O agravante sustenta, nas razões do seu recurso especial, ofensa ao art. 730 do CPC, por entender que a execução contra a Fazenda Pública somente é possível após o trânsito em julgado do título executivo. O Ministério Público Federal, pelo Subprocurador-Geral da República FLÁVIO GIRON, opina pelo provimento do agravo de instrumento, para determinar a subida do recurso especial (fls. 265/266e). Decido. A decisão agravada merece ser mantida por seus próprios fundamentos. Com efeito, é firme a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça no sentido de que "a execução da parte incontroversa constitui execução definitiva, sendo possível a expedição de precatório do valor a ela pertinente, Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 14/02/2013 Página 3 de 5

4 prosseguindo-se a execução da parte não embargada, se esta houver" (REsp /RS, Rel. Min. MAURO CAMPBELL MARQUES, Segunda Turma, DJe 29/3/11). Nesse sentido: REsp /MG, Rel. Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, DJe 5/10/10; EREsp /SC, Rel. Min. LUIZ FUX, Corte Especial, DJ 2/10/06. Ante o exposto, nego provimento ao agravo de instrumento. Intimem-se. Não obstante os fundamentos expostos na decisão agravada, entendo que o presente recurso perdeu o seu objeto. Com efeito, em consulta ao sistema informatizado do Superior Tribunal de Justiça, verifico que as quatro ações de desapropriação que originaram a execução provisória ajuizada pelos agravados (EREsp /TO, REsp /TO, REsp /TO e /TO) transitaram em julgado em 2010, tendo os autos sido remetidos à origem ainda naquele ano. Além disso, cabe ressaltar que não houve expedição de precatório ou levantamento de valores por parte dos agravados na presente execução provisória, pois, após ser extinta por sentença, os autos ficaram sobrestados na origem aguardando o julgamento deste agravo de instrumento. Assim, a discussão sobre a possibilidade de execução provisória contra a Fazenda Pública perdeu o seu objeto. Ante o exposto, nego provimento ao agravo regimental. É o voto. Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 14/02/2013 Página 4 de 5

5 CERTIDÃO DE JULGAMENTO PRIMEIRA TURMA AgRg no Número Registro: 2010/ Ag / TO Números Origem: EM MESA JULGADO: 05/02/2013 Relator Exmo. Sr. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA Presidente da Sessão Exmo. Sr. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA Subprocuradora-Geral da República Exma. Sra. Dra. DARCY SANTANA VITOBELLO Secretária Bela. BÁRBARA AMORIM SOUSA CAMUÑA AUTUAÇÃO AGRAVANTE : INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA - INCRA PROCURADOR : VALDEZ ADRIANI FARIAS AGRAVADO : RUI SOARES BARROS E OUTRO ADVOGADO : ANA CRISTINA BOAVENTURA TEIXEIRA DE PAUL A E OUTRO(S) ASSUNTO: DIREITO ADMINISTRATIVO E OUTRAS MATÉRIAS DE DIREITO PÚBLICO - Intervenção do Estado na Propriedade - Desapropriação por Interesse Social para Reforma Agrária AGRAVO REGIMENTAL AGRAVANTE : INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA - INCRA PROCURADOR : JOSÉ DOMINGOS RODRIGUES LOPES E OUTRO(S) AGRAVADO : RUI SOARES BARROS E OUTRO ADVOGADO : ANA CRISTINA BOAVENTURA TEIXEIRA DE PAUL A E OUTRO(S) CERTIDÃO Certifico que a egrégia PRIMEIRA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Napoleão Nunes Maia Filho, Benedito Gonçalves e Ari Pargendler votaram com o Sr. Ministro Relator. Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 14/02/2013 Página 5 de 5

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