TUBERCULOSE NA POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA PSR NO MUNICÍPIO DE PORTO ALEGRE

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Transcrição:

TUBERCULOSE NA POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA PSR NO MUNICÍPIO DE PORTO ALEGRE Laís Haase Lanziotti Letícia Possebon Müller Enfª da Vigilância Epidemiológica da Tuberculose Patrícia Zancan Lopes Simone Sá Britto Garcia Aux. de Enf. da Equipe da Vigilância Epidemiológica da Tuberculose Angélica Furquim dos Santos Caroline Scola da Silva Cynthia Antunes Moresco Elisandra da Silva Mendes Madine Viafore da Silva Tainã Flores Telles Estagiárias de Enf. da Equipe da Vigilância Epidemiológica Tuberculose Segundo o Ministério da Saúde, a população em situação de rua tem 44 vezes mais chance de ter tuberculose quando comparada à população em geral. Em Porto Alegre, foi realizado um censo pela FASC (Fundação de Assistência Social e Cidadania) no ano de 2011, identificando 1.347 moradores de rua. Estudo recente 2016 foi realizado pela UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) em parceria coma FASC, conforme o gráfico 1, em 2016, foram identificados 2.115 moradores de rua; no mesmo ano 111 casos novos de tuberculose nessa população, o que gerou uma incidência de 5.248 casos/100.000 habitantes epidemia (CLANCY, 1991 apud FIOCRUZ, 2008, p. 76). Ao observar o gráfico 1 abaixo, aparentemente, há uma queda na incidência, isso deve-se ao fato de até o ano de 2015 ter se considerado a população em situação de rua de 1.347 pessoas e a partir do ano de 2016, a PSR passou a ser 2.115 pessoas. Entretanto, o número absoluto de casos novos de tuberculose em moradores de rua vem aumentando, bem como o número de pessoas vivendo nas ruas da cidade.

Gráfico 1 Incidência de tuberculose, na PSR residente em Porto Alegre, de 2011 a 2016 8000 7000 Incidência de Tuberculose na PSR por 100.000 hab. 7350 6000 5000 4380 5248 4000 3000 2000 1930 2227 2301 INCIDÊNCIA 1000 0 O gráfico 2, informa os tipos de entradas (em percentual) no SINAN (Sistema de Informação Nacional de Agravos de Notificação) de PSR com tuberculose, de 2011 à 2016; observa-se um equilíbrio na população de rua entre os que não tinham história pregressa de tuberculose (casos novos) e aqueles que já tinham antecedentes (reingressantes e recidivantes). Conforme o gráfico 3, entre os casos novos, o maior percentual é de pulmonares com confirmação laboratorial forma transmissível da doença impactante na saúde coletiva.

Gráfico 2 - Percentual do tipo de entrada na PSR com tuberculose, em residentes em Porto Alegre, de 2011 a 2016 70,0 60,0 50,0 40,0 30,0 20,0 10,0 0,0 60,5 27,9 9,3 2,3 46,2 41,5 7,7 50,5 32,0 12,4 39,6 47,7 4,6 5,2 4,7 44,4 44,4 8,1 8,1 50,5 36,4 10,5 3,1 2,7 CASO NOVO RECIDIVA REINGRESSO APÓS ABANDONO TRANSFERÊNCIA Gráfico 3 - Percentual da forma clínica de tuberculose de casos novos na PSR, residente em Porto Alegre, de 2011 a 2016 120,0 100,0 80,0 88,5 96,7 77,4 93,2 83,8 89,2 PULMONAR 60,0 EXTRAPULMONAR 40,0 PULMONAR + EXTRAPULMONAR 20,0 0,0 7,7 9,7 3,3 12,9 5,1 6,1 5,4 10,1 3,8 5,4 0,0 1,7

O perfil da PSR do município de Porto Alegre vai de encontro ao perfil da PSR nacional. A maioria é do sexo masculino (gráfico 4), da raça/cor branca (gráfico 5), faixa etária dos 20 aos 49 (gráfico 6), com ensino fundamental incompleto (gráfico 7) (BRASIL, 2008). Gráfico 4 Percentual de casos novos de tuberculose em PSR, por sexo, residentes em Porto Alegre, de 2011 a 2016 100,0 90,0 84,6 86,7 83,9 83,1 84,7 80,0 73,7 70,0 60,0 50,0 40,0 Masculino Feminino 30,0 26,3 20,0 15,4 13,3 16,1 16,9 15,3 10,0 0,0

Gráfico 5 Raça/cor de casos novos de tuberculose na PSR, em residentes em Porto Alegre, de 2011 a 2016 70 66 60 50 46 40 Ign/Branco 30 29 30 23 27 Branca Preta Parda 20 17 16 18 13 17 17 10 0 8 6 6 7 4 4 1 0 0 0 0 1 Gráfico 6 Faixa etária de casos novos de tuberculose na PSR, em residentes em Porto Alegre, de 2011 a 2016 45 40 35 30 25 20 15 10 5 2011 2012 2013 2014 2015 2016 0 5 a 9 15 a 19 20 a 29 30 a 39 40 a 49 50 a 59 60 a 69 70 a 79 80 e mais

Gráfico 7 Escolaridade de casos novos de tuberculose na PSR, residente em Porto Alegre, de 2011 a 2016 35 30 25 20 15 10 5 0 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Deve-se lembrar que Porto Alegre é a capital brasileira com maior incidência de AIDS. Sendo a taxa de coinfecção TB-HIV, no ano de 2016, em residentes de Porto Alegre de 24,6% (gráfico 8). O gráfico 9 mostra a taxa de coinfecção TB-HIV na PSR de Porto Alegre nos de 2011 a 2016, evidenciando a maior vulnerabilidade dessa população.

Gráfico 8 Percentual de coinfecção TB-HIV em casos novos de tuberculose, residentes em Porto Alegre, de 2011 a 2016 28,0 27,5 27,0 26,5 26,0 25,5 25,0 24,5 24,0 23,5 23,0 26,5 % de coinfecção TB-HIV em Porto Alegre 25,4 27,6 26,9 25,9 24,6 Percentual Gráfico 9 Percentual de coinfecção TB-HIV nos casos novos de tuberculose, na PSR residente em Porto Alegre, de 2011 a 2016 % de coinfecção TB-HIV na PSR 60,0 50,0 43,3 51,6 47,5 40,0 36,0 30,0 26,9 30,5 Coinfecção TB/HIV 20,0 10,0 0,0 O quadro 1 mostra o tipo de saída dos casos novos de tuberculose na PSR de 2011 a 2016; lembra-se que o tratamento contra tuberculose preconizado é de no mínimo 6 meses, sendo que os casos que iniciaram o tratamento no fim de 2016 ainda estão em tratamento.

Quadro 1 Percentual do tipo de saída de casos novos de tuberculose, na PSR residente de Porto Alegre, de 2011 a 2016 Ano Diagnóstico Em tratamento Cura Abandono Óbito Transferência TB-DR Mudança de Esquema Falência 2011 0 7,7 61,5 23,1 3,8 3,8 0 0 2012 0 33,3 36,7 26,7 0,0 3,3 0 0 2013 0 19,4 61,3 12,9 3,2 0,0 0 3,2 2014 0 30,5 59,3 8,5 1,7 0,0 0 0 2015 0 30,3 53,5 8,1 5,1 1,0 2,0 0 2016 23,4 10,8 42,3 14,4 6,3 0,9 1,8 0 O gráfico 10, abaixo, mostra que mais da metade da PSR faz uso de drogas. Esse dado só pôde ser mensurável a partir do ano de 2015, pois em dezembro de 2014, houve mudança na ficha de notificação da tuberculose com inclusão desta variável. Gráfico 10 Percentual de drogadição nos casos novos de tuberculose, na PSR residente em Porto Alegre, em 2015 e 2016 59,0 58,0 57,0 56,0 55,0 54,0 53,0 52,0 51,0 50,0 49,0 48,0 51,5 % de drogadição na PSR 57,7 2015 2016 % de drogadição na PSR Diante dos dados apresentados sobre a PSR, a tuberculose representa somente mais uma das tantas vulnerabilidades a que essas pessoas estão expostas. Comprova-se que não se pode pensar somente em resolver a tuberculose, quando no cenário de fundo se faz presente outros agravos como a coinfecção por HIV e a drogadição. Por isso, abordar população de rua

requer o tão preconizado olhar para a integralidade dos sujeitos diretriz do SUS (BRASIL, 1990). Quadro 2 Número absoluto dos casos ANO Subclassificação Casos 43 65 97 149 223 220 Casos novos 26 30 31 59 99 111 Casos novos por forma clínica Pulmonar 23 29 24 55 83 99 Extrapulmonar 2 1 3 3 6 6 Pulmonar e extrapulmonar 1 0 4 1 10 6 Casos novos com confirmação laboratorial 20 26 23 49 85 85 Casos novos por sexo masculino 22 26 26 49 73 94 feminino 4 4 5 10 26 17 Casos novos por raça cor Ignorado 1 0 0 0 0 1 Branca 17 16 18 29 46 66 Preta 4 6 6 13 30 27 Amarela 0 0 0 0 0 0 Parda 4 8 7 17 23 17 Indígena 0 0 0 0 0 0 Casos novos por escolaridade Ignorado 5 8 6 13 19 28 Analfabeto 0 2 1 1 4 11 1ª a 4ª série incompleta do EF 2 6 5 2 14 7 1ª a 4ª série completa do EF 2 1 2 2 2 6 5ª a 8ª série incompleta do EF 13 10 11 29 32 30 Ensino fundamental completo 0 1 4 6 12 16 Ensino médio incompleto 1 0 2 4 4 3 Ensino médio completo 3 2 0 2 10 8 Educação superior incompleta 0 0 0 0 1 1 Educação superior completa 0 0 0 0 0 1 Casos novos por faixa etária 05 a 09 0 0 0 0 1 0 15 a 19 0 1 1 0 1 3 20 a 29 6 9 7 12 27 18 30 a 39 6 5 8 21 33 41 40 a 49 9 8 13 18 22 34 50 a 59 2 7 2 7 12 10 60 a 69 2 0 0 1 1 5

70 a 79 1 0 0 0 1 0 80 e mais 0 0 0 0 1 0 Casos novos por testagem para HIV Positivo 7 13 16 18 47 40 Casos por tipo de entrada Caso Novo 26 30 31 59 99 111 Recidiva 4 5 12 12 18 22 Reingresso após abandono 12 27 49 71 99 80 Transferência 1 3 5 7 7 6 Casos novos por tipo de saída Em tratamento 0 0 0 0 0 26 Cura 2 10 6 18 30 12 Abandono 16 11 19 35 53 47 Óbito 6 8 4 5 8 16 Transferência 1 0 1 1 5 7 Mudança de diagnóstico - - - - - - TB-DR 1 1 0 0 1 1 Mudança de esquema 0 0 0 0 2 2 Falência 0 0 1 0 0 0 Casos novos por uso de drogas ilícitas Sim - - - - 51 64 *Banco de dados de 2016 ainda não fechado **PSR considerada 1347 pessoas (BRASIL, 2008) até o ano de 2015 ***PSR considerada 2115 pessoas (UFRGS, 2016) a partir do ano de 2016

REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação. Sumário executivo: pesquisa nacional sobre a população em situação de rua. Brasília: Distrito Federal, 2008. BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para assuntos jurídicos. Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Brasília: Distrito Federal, 1990. FIOCRUZ. Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca Educação à Distância. Controle da tuberculose: uma proposta de integração ensino serviço. Rio de Janeiro, 2008. 348p. UFRGS. Estudos quanti-qualitativos população em situação de rua de Porto Alegre. Porto Alegre, 2016.