Page 1 of 5 Planos de aula Educação Infantil Formação social e pessoal Cuidados Cuidar de si Plano de trabalho Cuidar de si Introdução O bebê humano é dependente de outras pessoas para cuidar de si mesmo. Ele nasce inacabado tanto do ponto de vista físico, como psíquico. Do ponto de vista físico, sua sobrevivência está atrelada ao cuidado que o outro lhe dispensa (que lhe dá de comer, troca as fraldas) e da ordem do psíquico ao fato de ser objeto de investimento amoroso (aquele que lhe acalma, acalanta e empresta a voz). Por meio deste duplo estado de desamparo e da forma como ele é superado por meio da ajuda do outro, sejam seus pais ou cuidadores este bebê poderá se constituir como ser humano. A maneira como a criança aprenderá a cuidar de si mesmo está diretamente relacionada à maneira como ela é cuidada pelo outro. Na escola de educação infantil quando o bebê é pequeno o adulto precisa fazer as coisas por ele, cuidar dele em todos os sentidos, e sua postura diante da criança lhe ensinará muitas coisas a respeito de si mesmo. Os meios que a criança dispõe para aprender a cuidar de si mesma são fundamentalmente pela imitação, pela brincadeira e pela linguagem. As crianças observam os adultos e as outras crianças e podem desta forma aprender com os outros. A Escola de Educação Infantil precisa dar condições para que as crianças desenvolvam a capacidade de fazer por si mesmas coisas em que antes precisavam de ajuda. A criança não aprende a cuidar de si mesma em atividades retiradas de seu real contexto. A aprendizagem de cuidados está ligada a formação de hábitos saudáveis e cuidar de si mesmo são atitudes que se adquire para toda a vida. As crianças aprendem a cuidar de si mesmas por meio dos cuidados que os adultos lhes dispensam e por meio da observação e imitação de adultos cuidando de si mesmos. A criança não aprenderá a escovar os dentes, recortando e colando num papel escovas e pastas de dentes que encontra em revistas, nem resolvendo quebra-cabeças sobre esse tema, nem assistindo teatrinhos. É por meio da orientação e atenção do adulto, sem pressa e com disponibilidade interna que melhor resultado trará neste aspecto. Objetivos
Page 2 of 5 - Ampliar o repertório da criança com relação a hábitos de cuidado pessoal Ano 0 a 5 anos Desenvolvimento das atividades 1) Alimentação - Incentivo ao aleitamento materno; - Uso do leite materno na escola de educação infantil, oferecendo-o de modo adequado; - Ambiente organizado para a amamentação caso a mãe queira e possa oferecer o seio na entrada e na saída da creche ao bebê; - Oferecer leite em mamadeira de modo individualizado e confortável, incentivando a criança a tomar o leite sozinha quando demonstrar destreza motora para tal; - Oferecer o leite em copo ou caneca por volta entre 1 ano e meio a dois anos, auxiliando a criança a desempenhar esta tarefa. - Auxiliar a criança a sentar à mesa, proporcionando mobiliário adequado para tal, que ela fique encostada e com os pés apoiados no chão. - Possibilitar que a criança participe da sua alimentação, experimentando ficar com uma colher na sua mão, ou pegando os alimentos em pequenas porções com suas próprias mãos e levando-os à boca. - Oferecer os alimentos separados para que a criança identifique os diferentes sabores e desenvolva seu paladar. - Introduzir a criança no self-service auto serviço de alimentação - Entre 2 a 3 anos como a criança está aprendendo a comer sozinha é interessante que alguns alimentos fiquem disponíveis na própria mesa, como a farinha de mandioca, as saladas e que os utensílios para se servir sejam adequados ao tamanho da criança. - Por volta dos 3 anos a criança já poderá servir-se e alimentar-se sozinha e o adulto pode conhecer o jeito de cada criança quanto a quantidade, preferência e ritmo respeitando-os e ao mesmo tempo incentivando a criança a conhecer e experimentar novos alimentos assim como os procedimentos para servi-se de diferentes alimentos como saldas, frutas, sucos, arroz e feijão, auxiliando-a quando necessário. - As crianças podem participar da elaboração do cardápio e preparar alguns alimentos conforme a ocasião e os projetos que estejam sendo desenvolvidos. 2) Higiene pessoal - A lavagem de mãos é um hábito adquirido desde a mais tenra infância. Os adultos devem lavar as mãos dos bebês antes e depois do almoço, após a troca de fraldas, quando eles tocam os genitais e/ou
Page 3 of 5 as fraldas já usadas, e após as brincadeiras no chão. As crianças que já andam podem lavar as mãos sozinhas numa pia de seu alcance e desde que os procedimentos sejam orientados pelos adultos. - Os dentistas podem orientar as famílias e os professores quanto à higienização da boca das crianças antes de dentição. Após a erupção dos dentes é necessário o uso de escova apropriada, e realizada pelo adulto. - As crianças desta faixa etária normalmente usam fraldas e os adultos devem trocá-las à medida da necessidade. A forma correta de higienização das partes íntimas dos bebês deve ser orientada por profissional de saúde. As crianças podem participar da troca auxiliando o adulto, que as orienta e estimula por meio da linguagem, por exemplo, dobrar as pernas, pegar a fralda limpa que está ao lado etc. - O banho dos bebês é fundamental para a higienização e conforto. Em geral as escolas de período integral costumam dar banho nos bebês antes do almoço, ou sono ou quando fazem coco. É um momento de maior prazer ao entrar em contato com água aquecida e de intensa relação com o próprio corpo. - As atividades de higiene pessoal como lavagem de mãos e escovação dos dentes podem ser realizadas pelas crianças sob supervisão do adulto. - Entre o 1 ano e 8 meses a 2 anos e meio, as crianças tiram as fraldas e passam a aprender a usar o banheiro. Todos os procedimentos de uso do banheiro devem ser foco de ensino nesta fase: como usar o vaso sanitário, abaixar ou levantar a tábua, dar descarga, limpar o bumbum, jogar o papel da lixeira, lavar as mãos, apagar as luzes. As diferenças entre meninas e meninos começam a ser percebidas também na forma diferente de uso dos sanitários e podem ser mote de boas rodas de conversa. Os adultos não podem esquecer que estes procedimentos precisam ser acompanhados durante toda a Educação Infantil, pois a criança precisa de tempo para conhecer todas as nuances de uso do banheiro em diferentes situações. - As crianças podem aprender a limpar seu próprio nariz. - Nesta faixa etária, o banho é oferecido quando há necessidade e as crianças o fazem com a ajuda do adulto que os orienta quanto aos procedimentos, mas de forma contextualizada e afetiva. - As crianças podem ser incentivadas a trocar de roupa, vestir-se e despir-se, tirar e colocar sapatos, quando necessário 3) Linguagem O uso da linguagem possibilita a constituição da pessoa no campo simbólico. Os adultos precisam conversar com os bebês de maneira afetiva, mesmo que eles não entendam ou não sejam capazes de responder da mesma forma. As crianças pequenas se interessam pela voz humana e pela entonação da voz mais do que pelo sentido exato das palavras. Os pequenos precisam ser escutados e compreendidos e, o adulto que se identifica com o bebê e lhe empresta as palavras, ensina-o a nomear sensações, sentimentos e idéias. Ao mesmo tempo o adulto sabe se dirigir ao bebê como pessoa independente dele, perguntando coisas sobre ele e deixando que ele descubra-se a si mesmo.
Page 4 of 5 As crianças podem ser incentivadas as expressarem seus desejos, suas sensações, suas idéias e pensamentos. O professor pode organizar rodas de conversas como uma atividade permanente diária na qual as crianças aprendem a ouvir umas às outras e a adequar seu jeito de falar para ser compreendida e a nomear aquilo que sentem ou mesmo os objetos e situações vividas. A conversa pela conversa deve ser a tônica. As crianças ao falarem sobre si mesmas, desenvolvem a capacidade de argumentação e de interlocução com os adultos e com as outras crianças, aprendendo mais sobre si mesmas. 4) Sono e repouso O sono está associado à economia de energia física e mental, à manutenção do sistema imunológico, ao restabelecimento das condições que o cérebro possuía no período de vigília anterior e aos processos de amadurecimento do sistema nervoso central nos primeiros anos de vida, portanto ele é vital. No entanto as regras sobre a quantidade do sono e o seu horário durante o dia são variáveis, principalmente nesta faixa etária. È importante que o adulto auxilie a criança a reconhecer seus sinais de sono e de cansaço e o auxilie a ganhar autonomia para procurar a melhor forma de recuperar suas forças. 2 a 4 anos As crianças podem ser incentivadas a dormir ou fazer um pequeno repouso no meio do dia, mas isso não pode ser imposto. O sono deve se usado como forma de repor energias e nunca como forma de descanso do adulto. O ambiente deve ser organizado para atender as características e necessidades individuais, respeitando os que dormem e aqueles que apenas precisam de atividades mais relaxadas e repousantes. Reconhecer os sinais de sono e procurar seu cantinho, arrumando colchões, tirando sapatos, se aninhando e conseguindo adormecer com tranqüilidade é uma das melhores formas de auxiliar a criança a aprender a cuidar de si mesma. Quer saber mais? Bibliografia Rossetti Ferreira, et al Os fazeres na educação Infantil 2ª. Edição revista e ampliada SP:Cortez Lella Gandini; Carolyn Edwards Bambini - A abordagem italiana à educação infantil- Artmed Judit Falk (org) Educar os Três Primeiros Anos: a experiência de Lóczy Junqueira e Marin Editores
Page 5 of 5 Cisele Ortiz Psicóloga, coordenadora do Instituto Avisa Lá FUNDAÇÃO VICTOR CIVITA - Todos os direitos reservados.