CONSIDERAÇÕES SOBRE MONTEIRO LOBATO REPRESENTANDO A LITERATURA INFANTIL NAS ESCOLAS



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Transcrição:

CONSIDERAÇÕES SOBRE MONTEIRO LOBATO REPRESENTANDO A LITERATURA INFANTIL NAS ESCOLAS MEDEIROS, Elaine Regina de 1 PEREIRA, Estela Inácio 2 ANTONIO, Fernanda Peres 3 RESUMO O presente artigo objetiva a importância que a literatura infantil traz para os educandos na fase escolar, uma vez que, em muitos casos é somente na escola que ela entra em contato com esse universo cultural. O grande escritor Monteiro Lobato revolucionou a Literatura Infantil trazendo novos cenários e personagens para o público infantil, com isso Lobato introduziu as crianças no mundo da literatura de uma forma simples e ao mesmo tempo lúdica, inserindo as mesmas, desde cedo, no mundo da linguagem e da nossa cultura. Palavras-chave: Literatura Infantil no Brasil. Literatura nas escolas. Monteiro Lobato ABSTRACT This article aims at the importance that children's literature brings to learners during school, since in many cases is the only school that she comes into contact with this cultural universe. The great writer Monteiro Lobato, revolutionized the Children's Literature bringing new scenarios and characters for children, thereby Lobato introduced children to the world of literature in a simple and playful at the same time, children entering the world of early language and of our culture. Keywords: Children's Literature in Brazil. Literature in schools. 1.INTRODUÇÃO Nesse trabalho vamos salientar a revolução obtida na área da Literatura Infantil Brasileira, após as obras de Monteiro Lobato. O mesmo introduziu no mundo da leitura novos ambientes e personagens, valorizando o simples e comum, levando os pequenos leitores a se imaginarem na história já que os contos se passam num ambiente mais próximo da realidade deles. Na escola, além de benefícios emocionais, a leitura infantil auxilia no desenvolvimento da criatividade, aprendendo com o lúdico e com maneiras simbólicas. Proporciona também o contato prévio da língua portuguesa e contribui para o conhecimento das letras. É importante analisar, que a escola deve considerar a leitura como uma fonte de saber, tornando o momento da leitura uma ótima oportunidade para transferir conhecimento de forma prazerosa e planejada. 1 Acadêmica do curso de bacharelado em Pedagogia da Faculdade de Ciências Humanas (FAHU) mantida pela Associação Cultural e Educacional de Garça (ACEG) elaineasdmr@hotmail.com 2 Acadêmica do curso de bacharelado em Pedagogia da Faculdade de Ciências Humanas (FAHU) mantida pela Associação Cultural e Educacional de Garça (ACEG)estelacastroo@hotmail.com 3 Docente do curso de Pedagogia da Faef Fernanda@faef.br

A metodologia utilizada para a realização da pesquisa foi bibliográfica, utilizando as obras dos seguintes autores: Zilbermam, Yunes e Costa, e acesso a alguns sites da internet. Podemos caracterizar como indispensável para a formação da criança, o contato com a literatura desde a mais tenra idade, formando assim um bom leitor no futuro, além de que, cultivando esse hábito, trará benefícios que facilitam a aprendizagem durante o processo de alfabetização. 2. MONTEIRO LOBATO, UM ÍCONE DA LITERATURA BRASILEIRA INFANTIL Os primeiros livros destinados às crianças, tinha origem Europeia e os contos de fadas tinham como universo principal castelos e os personagens principais que eram os príncipes e as princesas. Na literatura brasileira não era diferente até a chegada de Monteiro Lobato. Lobato (1882 1948) nasceu em Taubaté, São Paulo, no dia 18 de Abril de 1882, e é em sua homenagem que comemoramos no Brasil nessa data, o dia do Livro. Em 1904, ingressou na faculdade de direito. A literatura infantil no Brasil inicia-se na segunda metade do século XIX mais precisamente em 1921 com a história: Narizinho Arrebitado, obra de Monteiro Lobato que em 1931, muda o nome de Narizinho Arrebitado para Reinações de Narizinho. Considerado o pai da literatura infantil Brasileira, escreveu 34 obras, entre histórias e fábulas. Arroyo (1968) descreve a verdadeira vontade de Lobato: Era uma fase de grande entusiasmo. Monteiro Lobato esquecia-se inclusive das restrições que opusera a alguns clássicos da literatura infantil traduzidos para o Brasil. Resolvera entrar pelo caminho certo: livros para crianças. De escrever para marmanjos já me enjoei. Bichos sem graça. Mas para as crianças, um livro é todo um mundo. Lembro-me de como vivi dentro de Robinson Crusoe, do Laemmert. Ainda acabo fazendo livros onde as nossa crianças possam morar. Não ler e jogar fora; sim, morar, como morei no Robinson e no Os Filhos do Capitão Grant. E indagava: Que é uma criança? Imaginação e filosofia, nada mais, respondia certo de que as crinaças são em todos os tempos e em todas as pátrias as mesmas. (ARROYO, 1968, p. 250) Desde então Monteiro Lobato revoluciona os contos, que passa dos castelos a sítios, fazendas, matas e nas cidadezinhas aos redores. Os personagens fogem do padrão e aparecem como animais, personagens folclóricos, bonecas e sabugo de milho falantes; enfim muitos outros misturados com as princesas e vilões dos contos tradicionais. Segundo Zilbermam (1981), Monteiro Lobato assume lugar de destaque quando se fala em Literatura infantil:

O papel exercido por Monteiro Lobato no quadro da literatura infantil nacional tem sido seguidamente reiterado, e com justiça. É com este autor que se rompe (ou melhor, começa a ser rompido) o círculo da dependência aos padrões literários provindos da Europa, principalmente no que diz respeito ao aproveitamento da tradição folclórica. Valorizando a ambientação local predominante na época, ou seja, a pequena propriedade rural, constrói Monteiro Lobato uma realidade ficcional o que acorre pela invenção do Sítio do Pica Pau Amarelo. (ZILBERMAM, 1981, p. 48) As histórias então, se misturam entre o real e o fantástico e não apresentam aquele cunho fechado e único, transfere para o pequeno leitor a fantasia e a criatividade; tudo de uma forma natural, possível e o mais próximo possível da realidade dos pequenos brasileiros. Além de um excelente escritor, Monteiro Lobato era um homem polêmico, pois em sua época defendia com ardor a capacidade do país em produzir petróleo. Segundo Renato Roschel, a luta de Lobato pelo petróleo acabaria por deixá-lo pobre, doente e desgostoso. Morreu em 4 de julho de 1948, vitima de um derrame; deixando para nós brasileiros uma fortuna em obras literárias e personagens que perdurarão para sempre na memória de todos aqueles que conhecerão suas histórias. 3. A LITERATURA INFANTIL NAS ESCOLAS Nem toda criança tem em sua casa livros para serem manuseados ou lidos pelos adultos a eles, é muito importante que as crianças tenham contato com os livros mesmo quando ainda não sabem ler. A escola é o lugar onde a maioria dos alunos tem maior acesso aos livros do que em outros ambientes. Yunes (1988) afirma que: A maioria das crianças chega à escola com um déficit cultural pela falta de estímulo do seu ambiente sócio-economico, além das conseqüências da subnutrição durante o período de desenvolvimento neurocerebral. Um professor desmotivado e/ou desavisado do valor político da leitura fecha o círculo de desestímulo. (YUNES, 1988, P. 136) Os professores devem reconhecer que ao trabalharem com a literatura infantil corretamente, ela auxilia no processo de alfabetização e não apenas desenvolve o encantamento e magia. Nesse caso o professor deve ser o agente da leitura, inserindo obras em seu planejamento de aula, incentivando o gosto pela leitura e não apenas contar histórias quando sobra um tempo, tornando assim uma atividade sem objetivo; é muito importante o planejamento envolvendo a leitura infantil no cotidiano delas e com um fundo educativo.

Yunes (1988, p. 136), afirma que a leitura deve conter uma expressão dos próprios sentimentos e deve haver após a leitura, uma conversa ou reflexão sobre o texto lido, caso contrário a leitura não trará nenhum benefício educacional. As bibliotecas devem ser exploradas pelas crianças, seja qual for sua faixa etária, com o objetivo de fascinar os pequenos ao ver a enorme quantidade e variedade de livros que os esperam para ser descoberto, o importante é que essa atividade seja feita com descontração e prazer; e com finalidade pedagógica. Costa (2008) descreve sobre o ambiente da biblioteca: A apresentação da biblioteca é muito importante aos alunos de todas as séries, levados à biblioteca, devem ser recebidos através de uma apresentação descontraída, afetuosa e, ao mesmo tempo, informativa. Esses leitores podem ser cativados e despertados seus interesses através de painéis, jornais (murais ou impressos) e entrevista. (COSTA. 2008. p. 131) Além de contribuições emocionais a leitura também deve trazer para os alunos na fase do Ensino Fundamental a alegria de escrever seus próprios textos conforme citado por Yunes(1988): O domínio da leitura por si só é gratificante e leva a criança a produzir seus próprios textos com prazer. Aos poucos o pequeno leitor descobre um diálogo com a escrita que lhe abre os horizontes do mundo, as possibilidades de expressão; nesse momento, ocorre uma consciência intuitiva de que há o que buscar e encontrar na literatura. ( YUNES, 1988, p. 137). Outra grande proposta além das demais que a leitura nos proporciona, está na oportunidade de estreitar os laços familiares, quando a escola autoriza as crianças a levarem os livros para serem lidos em casa com os pais. Portanto, vemos que a escola e a literatura interagindo juntas, podem transformar o mundo das crianças contribuindo para a formação do indivíduo. 4.CONSIDERAÇÕES FINAIS A literatura infantil ganhou mais vida a partir das novidades inseridas em seu contexto trazidas por Monteiro Lobato, tais como: a criatividade, imaginação e a ludicidade, que tornam-se peças fundamentais para uma boa interpretação tanto dos ouvintes para o contador das histórias. Uma relação de amizade deve existir entre a escola e a literatura infantil, pois é na escola que muitos pequenos praticam o ato da leitura e são estimuladas a conhecer esse universo cultural, além de contribuir para a formação não só do indivíduo, mas também de um futuro leitor e escritor.

5.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: COSTA; Marta Morais da. Literatura, Leitura e Aprendizagem. Curitiba: IESDE, Brasil/A. 2008 YUNES, Eliana. Leitura e leituras da literatura infantil/ Eliana Yunes, Glória Pondé. São Paulo: Global, 1981 ZILBERMAM, Regina. A Literatura Infantil na Escola. São Paulo: Global, 1981