ESTÁGIO OBRIGATÓRIO E EDUCAÇÃO FÍSICA: CONTRIBUIÇÕES DOS ESTUDANTES NO ENSINO MÉDIO. Resumo

Documentos relacionados
REFLEXÃO DOCENTE SOBRE A FORMAÇÃO OFERECIDA NO MUNICIPIO DE FORTALEZA

O ESTÁGIO DOCENTE NA POS-GRADUAÇÃO ESPAÇO OU LUGAR DE FORMAÇÃO DO PROFESSOR UNIVERSITÁRIO?

APRENDER E ENSINAR: O ESTÁGIO DE DOCÊNCIA NA GRADUAÇÃO Leise Cristina Bianchini Claudiane Aparecida Erram Elaine Vieira Pinheiro

PROJETO DE EXTENSÃO ALFABETIZAÇÃO EM FOCO NO PERCURSO FORMATIVO DE ESTUDANTES DO CURSO DE PEDAGOGIA

CURSO DE PEDAGOGIA NO ESTADO DE SÃO PAULO: REFLEXÃO SOBRE O ESTÁGIO E PRÁTICAS DE ENSINO i

O MOVIMENTO EM CONSTRUÇÃO E ESTRUTURAÇÃO UM RELATO DE INTERVENÇÃO NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA COM TURMAS DO ENSINO FUNDAMENTAL RESUMO

A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM: CONTRIBUIÇÕES NA FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL DE SECRETARIADO EXECUTIVO

A CONCEPÇÃO DE ENSINO ELABORADA PELOS ESTUDANTES DAS LICENCIATURAS

CONCEPÇÕES DE FORMAÇÃO CONTINUADA ENTRE DOCENTES DE ENSINO SUPERIOR: A EDUCAÇÃO FÍSICA EM QUESTÃO

O PAPEL DO TCC NA FORMAÇÃO DE ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS

CONSTRIBUIÇÕES DO PIBID NA FORMAÇÃO DOCENTE

A REFLEXÃO COMO NÚCLEO ESSENCIAL DA FORMAÇÃO DE PROFESSORES

OS DESAFIOS DA PESQUISA NA FORMAÇÃO DOS ESTUDANTES DO CURSO DE PEDAGOGIA OFERECIDO PELA PLATAFORMA FREIRE, NO MUNICÍPIO DE BOM JESUS DA LAPA BA

O DIÁRIO DE BORDO COMO FERRAMENTA REFLEXIVA E AVALIATIVA NO ESTÁGIO SUPERVISIONADO DE CIÊNCIAS

ESTÁGIO DOCENTE: UMA ATIVIDADE DE FORMAÇÃO CONTINUADA E DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA

AS CONTRIBUIÇÕES DO PIBID NO DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA

DIDÁTICA DA FÍSICA NO ENSINO SUPERIOR: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

ENSINO MÉDIO: INOVAÇÃO E MATERIALIDADE PEDAGÓGICA EM SALA DE AULA 1. Palavras-Chave: Ensino Médio. Inovação Pedagógica. Pensamento docente.

UMA REFLEXÃO SOBRE AS CONCEPÇÕES DE ESTÁGIO CURRICULAR E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA O FUTURO LICENCIADO EM CIÊNCIAS AGRÍCOLAS.

O ESTÁGIO DOCENTE COMO LUGAR DE FORMAÇÃO DO PROFESSOR UNIVERSITÁRIO

A AVALIAÇÃO COMO PROCESSO DE CONTRIBUIÇÃO E AUTO-REFLEXÃO SOBRE A PRÁTICA PEDAGÓGICA EM TURMAS DE EJA

O CONHECIMENTO DA GINÁSTICA NAS SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL (1º AO 5º ANO) Resumo

Contribuições do Pibid na construção dos conhecimentos específicos na formação inicial de professores de Ciências

Palavras-chave: Didática da Matemática. Teoria Antropológica do Didático. Formação Inicial de professores.

A FORMAÇÃO DO PROFESSOR E A PRÁTICA DE ENSINO EM GEOGRAFIA

FORMAÇÃO DO PEDAGOGO: VIVÊNCIAS EM AMBIENTES NÃO ESCOLARES NO ESTÁGIO CURRICULAR DO CURSO DE PEDAGOGIA/EAD.

ESTÁGIO SUPERVISIONADO: QUESTÕES E DESAFIOS NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES EM EAD

Universidade Pública na Formação de Professores: ensino, pesquisa e extensão. São Carlos, 23 e 24 de outubro de ISBN:

A DISCIPLINA DE DIDÁTICA NO CURSO DE PEDAGOGIA: SEU PAPEL NA FORMAÇÃO DOCENTE INICIAL

Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC Centro de Ciências Humanas e da Educação - FAED Habilitação: Orientação Educacional PLANO DE ENSINO

PEDAGOCIA UNIVERSITÁRIA desafios e possibilidades ao trabalho docente

Plano de Ensino IDENTIFICAÇÃO. SEMESTRE ou ANO DA TURMA: 5º semestre

DICOTOMIA ENTRE TEORIA E PRÁTICA? O PAPEL DO ESTÁGIO NA FORMAÇÃO DOCENTE

OS RECURSOS TECNOLÓGICOS UTILIZADOS PELOS ALUNOS DO PEG

FORMAÇÃO CONTINUADA NO PROGRAMA OBEDUC: POSSIBILIDADES DE MUDANÇA NA PRÁTICA AVALIATIVA

O ENSINO DE BOTÂNICA COM O RECURSO DO JOGO: UMA EXPERIÊNCIA COM ALUNOS DE ESCOLAS PÚBLICAS.

TÍTULO: A ATUAÇÃO DO PEDAGOGO EM ESPAÇO NÃO ESCOLAR CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS SUBÁREA: PEDAGOGIA

OS SABERES DOCENTES: AS CONCEPÇÕES DE PROFESSORAS DA REDE MUNICIPAL DO RECIFE

Programa de Aperfeiçoamento de Ensino PAE. Diretrizes para as Disciplinas da Etapa de Preparação Pedagógica

AULA 04. Profº André Luis Torres SABERES E PRÁTICAS

A avaliação da aprendizagem no curso de Pedagogia da Universidade Estadual de Londrina: um olhar sobre a formação discente

ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO E A FORMAÇÃO DE LEITORES EM MATEMÁTICA

MAIS RESENHA: UMA PROPOSTA PARA FORMAÇÃO DO LEITOR CRÍTICO NA ESCOLA

FORMAÇÃO DE PROFESSORES: AMBIENTES E PRÁTICAS MOTIVADORAS NO ENSINO DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS. Apresentação: Pôster

O IMPACTO DA VISITA TÉCNICA COMO RECURSO DIDÁTICO NA FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES DE FÍSICA E MATEMÁTICA

Palavras chave: Monitoria; Relato de Experiência; Educação de Jovens e Adultos; Projeto de TCC.

UTILIZAÇÃO DAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NO PROCESSO DE FORMAÇÃO DOCENTE EM CIÊNCIAS DA NATUREZA CRUZ, J. V. ¹, COELHO, F. B. O.

ALUNOS E ESTAGIÁRIOS: UMA RELAÇÃO DESAFIADORA DE APRENDIZAGEM

INTRODUÇÃO

A ATUAÇÃO E O PERFIL DO PEDAGOGO NO ESPAÇO NÃO ESCOLAR: FORMAÇÃO DE PROFESSORES

A DOCUMENTAÇÃO PEDAGÓGICA COMO INSTRUMENTO PARA REFLEXÃO DA PRÁTICA DOCENTE NA EDUCAÇÃO INFANTIL¹

A CONCEPÇÃO DE AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM ESCOLAR NO ENSINO DA FÍSICA PELOS DOCENTES NA REGIÃO DO CURIMATAÚ ORIENTAL DA PARAÍBA

O CAMINHO DA PESQUISA

ESTUDO DE CASO: AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM NO ENSINO DE ELETROMAGNETISMO NO CURSO DE TECNOLOGIA EM SISTEMAS DE TELECOMUNICAÇÕES DO IFPA/CAMPUS BELÉM 1

NARRATIVAS DE FORMAÇÃO: UMA PERSPECTIVA A PARTIR DO OLHAR DO FUTURO PROFESSOR

RELATOS DE EXPERIÊNCIA: UMA ANÁLISE DA FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES-PNAIC

CONSIDERAÇÕES EM TORNO DO PAPEL DA DISCIPLINA SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO PARA A FORMAÇÃO E PRÁTICA DOCENTE

Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Licenciatura em Educação Física no ano de

A FORMAÇÃO INICIAL DO PEDAGOGO PARA ATUAR NO AMBIENTE HOSPITALAR: LIMITES E PERSPECTIVAS

A VISÃO DA ESCOLA SEGUNDO OS ALUNOS DO OITAVO ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL: UMA VIVÊNCIA DO ESTÁGIO E PIBID

O PROGRAMA DE APERFEIÇOAMENTO DO ENSINO PAE E A FORMAÇÃO DOS FORMADORES DO ENSINO SUPERIOR

O ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO E A FORMAÇÃO DOCENTE. CARDOZO, Luciana Pereira 1. PINTO, Dra. Maria das Graças C. S. M. G. 2

TÍTULO: HISTÓRIA DO ENSINO SUPERIOR: DESAFIOS E PERSPECTIVAS DE MUDANÇA NA PRÁTICA DE ENSINO

IDENTIDADE E SABERES DOCENTES: O USO DAS TECNOLOGIAS NA ESCOLA

EXPECTATIVAS DE CONTINUIDADE DOS ESTUDOS DOS ALUNOS DA EJA- EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS DA ESCOLA ESTADUAL TERESINHA NUNES NA CIDADE DE PICOS-PIAUÍ

A Prática Profissional terá carga horária mínima de 400 horas distribuídas como informado

ALFABETIZAÇÃO MATEMÁTICA DAS CRIANÇAS NOS ANOS INICIAIS NO ENSINO FUNDAMENTAL: A IMPORTÂNCIA DA ARGUMENTAÇÃO

FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL DOCENTE NO ENSINO MÉDIO: A BUSCA PELA QUALIFICAÇÃO NA CONTEMPORANEIDADE M.R.F.L.

PROGRAMA DE DISCIPLINA

O PAPEL DO LABORATÓRIO NO PROCESSO DE ENSINO- APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA

O EXERCÍCIO DA PRÁTICA PEDAGÓGICA NO ENSINO DE CIÊNCIAS ATRAVÉS DE OFICINA DE PRÁTICAS EXPERIMENTAIS NA EDUAÇÃO BÁSICA

RELATO DE EXPERIÊNCIA: O ESTÁGIO SUPERVISIONADO NA RELAÇÃO TEORIA E PRÁTICA NA FORMAÇÃO DOCENTE

NOVAS METODOLOGIAS DE ENSINO: UMA PESQUISA SOBRE O USO DO SOFTWARE GEOGEBRA NO PRIMEIRO ANO DO ENSINO MÉDIO

CUBO MÁGICO: uma estratégia pedagógica utilizada nas aulas de matemática 1

Palavras-chave: Formação docente. ensino de História. metodologia. técnica de seminário.

ENSINO E APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA): PROPOSTA INTERDISCIPLINAR A PARTIR DA PEDAGOGIA DO MOVIMENTO RESUMO

XVIII ENDIPE Didática e Prática de Ensino no contexto político contemporâneo: cenas da Educação Brasileira

PESQUISA COMO PRINCÍPIO EDUCATIVO: UMA POSSIBILIDADE METODOLÓGICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA

FORMAÇÃO CONTINUADA DE DOCENTES DO ENSINO SUPERIOR: POSSIBILIDADES DE CONSTRUÇÃO GRUPAL DE SABERES DOCENTES EM INSTITUIÇÃO PARTICULAR DE ENSINO

A MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL E ANOS INICIAS: DISCIPLINA PARA O DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES MENTAIS

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA, PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO PLANO DE ENSINO

AVALIAÇÃO: INSTRUMENTO DE ORIENTAÇÃO DA APRENDIZAGEM

LIBRAS NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES: CURRÍCULO, APRENDIZAGEM E EDUCAÇÃO DE SURDOS

RELAÇÃO TEORIA E PRÁTICA: Docência e Prática pedagógica

RECIPROCIDADE NA FORMAÇÃO INICIAL E CONTINUADA DE PROFESSORES: PROPOSTA EM DISCUSSÃO

PROGRAMA DE ENSINO CÓDIGO DISCIPLINA OU ESTÁGIO SERIAÇÃO IDEAL/PERÍODO FIS0716 DIDÁTICA 2ª S / 4º P

PRÁTICAS DOCENTES DE TUTORIA VIRTUAL E ESTÁGIO CURRICULAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL: POTENCIALIDADES DE FEEDBACKS PARA A FORMAÇÃO DE PROFESSORES

Práticas Avaliativas e Aprendizagens significativas

Plano de Ensino IDENTIFICAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA

ESTÁGIO SUPERVISIONADO: APRENDIZAGENS SIGNIFICATIVAS NA RELAÇÃO ESTAGIÁRIO/PROFESSOR REGENTE. Sandra Mara Vieira Oliveira 1 INTRODUÇÃO

FORMAÇÃO DOCENTE: O PIBID E A FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES 1

O IMPACTO DO ESTÁGIO NA CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE DOS DOCENTES EM FORMAÇÃO. Lima S.C.¹, Paes E.F.²

Palavras-chave: Pesquisa Científica. Currículo. Formação Docente.

O ESTUDO DE CASO COMO ESTRATÉGIA DE ENSINO SOBRE EQUILÍBRIO QUÍMICO E VALORIZAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO CRÍTICO DE ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO

DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM EM QUIMICA DE ALUNOS DO ENSINO MÉDIO NA ESCOLA CÔNEGO ADERSON GUIMARÃES JÚNIOR

A INTERDISCIPLINARIDADE COMO EIXO NORTEADOR NO ENSINO DE BIOLOGIA.

IV Jornada de Didática III Seminário de Pesquisa do CEMAD A PERCEPÇÃO DOS ESTUDANTES SOBRE PLANEJAMENTO E A AÇÃO DOCENTE NO ENSINO SUPERIOR

O PAPEL DAS INTERAÇÕES PROFESSOR-ALUNO NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA

ALIANDO A TEORIA E A PRÁTICA DOCENTE NO COTIDIANO DA ESCOLA ATRAVÉS DO PIBID

Transcrição:

ESTÁGIO OBRIGATÓRIO E EDUCAÇÃO FÍSICA: CONTRIBUIÇÕES DOS ESTUDANTES NO ENSINO MÉDIO Gabriel Gonçalves Freire* Karen Cristina Valença da Silva** Tatiane da Silva Pacífico Alves** Resumo O presente estudo abordou o estágio obrigatório no ensino médio e a contribuição dos estudantes da escola de educação básica na avaliação do estagiário. O problema do estudo foi: como possibilitar a participação dos estudantes no processo avaliativo do futuro professor no estágio obrigatório? Assim, o objetivo geral do estudo foi analisar como possibilitar a participação dos estudantes no processo avaliativo do futuro professor no estágio obrigatório. A pesquisa teve um enfoque qualitativo, sendo um estudo de caso, na qual o instrumento de coleta das informações foi um questionário. Participaram do estudo duas professoras estagiárias e uma turma de segundo ano do ensino médio. A análise das informações aconteceu por meio do método análise de conteúdo. Os resultados mostraram que alcançamos o objetivo, uma vez que, analisamos a participação possibilitada dos estudantes na avaliação das estagiárias por meio do questionário. Diante disso, as estagiárias refletiram sobre suas intervenções no estágio, ressignificando seus conhecimentos para as futuras enquanto profissionais. Por conseguinte, destacamos que o trabalho evidencia a falta de estudos dessa natureza em Educação Física, mostrando que os professores e as instituições formadoras devem abrir espaços para que os estudantes participem da avaliação do estagiário. Palavras-chave: Formação docente; Estágio Obrigatório; Ensino Médio. Introdução [...] na formação permanente dos professores, o momento fundamental é o de reflexão crítica sobre a prática. É pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a próxima prática (FREIRE, 1996, p. 39). Quando refletimos sobre a escola e a função educacional que ela assume no século XXI, em um cenário marcado por mudanças visíveis da sociedade no que diz respeito às tecnologias, globalização e mundo do trabalho, muitas são as indagações e até preocupações sobre a qualidade das ações docente e discente que lá acontecem.

Enquanto professores da rede pública de ensino, muitas têm sido as reflexões a cerca da qualidade dos processos de ensinar e aprender, buscando entender sua intrínseca relação com o processo formativo docente com o qual nós caminhamos diariamente no chão na escola. Alguns autores há décadas nos alerta para a formação docente, mostrando todos os percursos que um professor trilha durante a atuação profissional. Ressalta-se que a formação nas universidades a titulo de graduação é apenas o ponta pé inicial do processo contínuo de aprendizagem dos modos de e para que ser professor. A formação inicial, por melhor que seja, não dá conta de colocar os professores à altura de responder, por meio de seu trabalho, às novas necessidades que lhe são exigidas para melhorar a qualidade social da escolarização (PIMENTA & LIMA, 2010, p. 89). No percurso formativo, presenciamos uma preocupação das instituições formadoras em possibilitar uma inicial formação crítica dos professores. Essa criticidade perpassa pela conscientização política, histórica e cultural da práxis educativa escolar. Dentre as várias relações e indagações possíveis sobre o cenário educacional que a escola pretende materializar diariamente (expresso formalmente no projeto político e pedagógico) e a formação docente necessária para isso, percebemos que o estágio obrigatório assume um papel significativo no processo. O estágio enquanto campo de atuação e ao mesmo tempo campo de conhecimento, tem possibilitado, algumas vezes, muitas reflexões a cerca da escola, sua função social e política, sobre os processos de ensinar e aprender. Concordamos com Ghedin et al (2008, p. 36) que, O estágio deve oferecer ao aluno de licenciatura condições para que percebe que o professor é um profissional, inserido em determinado espaço e tempo históricos, capaz de questionar e refletir sobre sua prática assim como sobre o contexto político e social no qual esta se desenvolve. Porém, infelizmente, na formação inicial dos professores, tem se reservado apenas no momento de estágio obrigatório uma aproximação direta do futuro docente com a realidade escolar.

Nos últimos anos a reflexão do estagiário sobre sua práxis de ensino, mesmo que ainda embasada em um processo aligeirado, tem tido as contribuições formais e informais do professor supervisor de estágio (docente universitário) e do professor orientador de campo (professor da educação básica). Essa tríade participativa (estagiário supervisor orientador de campo) necessária para uma formação com mais qualidade tem sido alvo de reflexões sobre as possíveis contribuições de cada um no processo de formação docente. Diante disso, a reflexão realizada pelo futuro professor sobre sua intervenção no estágio, recebe do professor universitário o seu olhar a partir da realidade externa escolar, mas olhando criticamente para dentro dela e do professor orientador de campo o olhar a partir de dentro da realidade escolar, mas alcançando criticamente uma visão para além dela. Porém, quando pensamos no processo avaliativo formal em que o estagiário perpassa nesse processo, percebemos a partir das leituras que fazemos da realidade que, os estudantes das escolas de educação básica pouco tem se expressado nessa mesma avaliação. Ou seja, o futuro professor é avaliado formalmente pelo supervisor e orientador de campo, mas ainda são escassos os espaços destinados aos estudantes (quando existem) nesse processo. Essa percepção da realidade escolar, de sua contribuição com o processo formativo inicial docente, especificamente no período de estágio obrigatório, nos levou a elaborar a questão do nosso estudo desenvolvido: Como possibilitar a participação dos estudantes no processo avaliativo do futuro professor no estágio obrigatório? Diante disso, pensando sobre o processo avaliativo do estagiário, de sua reflexão sobre sua intervenção, ressaltamos que o estudo justifica-se pela necessidade que temos de materializar uma avaliação mediadora (HOFFMANN 1993) inclusive no período de estágio, envolvendo, portanto, todos os participantes do processo de ensino e aprendizagem.

Por conseguinte, o objetivo geral do estudo foi: Analisar como possibilitar a participação dos estudantes no processo avaliativo do futuro professor no estágio obrigatório. Decorrente deste surgem os objetivos específicos: a) Construir procedimentos para que os estudantes participem de seu processo avaliativo formal no ensino médio; b) Apresentar ao curso formador os resultados da pesquisa para que o mesmo analise a possibilidade de normatizar esse tipo de avaliação estudantil no estágio. Caminho Metodológico O estudo demandou coleta de informações com toda riqueza de detalhes, pois, voltamos nossa atenção a todas as cenas que se desenrolaram no cotidiano da escola durante o período de estágio no ensino médio. Diante isso a pesquisa apresentou predominância da abordagem qualitativa, porém com algumas características de uma abordagem quantitativa expressadas na análise dos dados. Assim, pelas características do nosso estudo, aceitamos as considerações de Bogdan e Biklem (1982 apud LÜDKE & ANDRÉ 1986), ao afirmarem cinco características básicas em pesquisas qualitativas. São elas: 1) A pesquisa qualitativa tem seu ambiente natural como sua fonte direta de dados e o pesquisador como seu principal instrumento; 2) Os dados coletados são predominantes descritivos; 3) A preocupação com o processo é muito maior do que com o produto; 4) O significado que as pessoas dão as coisas e à sua vida são focos de atenção especial pelo pesquisador e; 5) A análise de dados tende a seguir um processo indutivo. A pesquisa foi um estudo de caso, pois a realizamos em um contexto específico, com sujeitos específicos. Diante disso, ressaltamos que não pretendemos generalizar os possíveis resultados para outros contextos, outras culturas, uma vez que envolve toda uma rede complexa de relações. No estudo de caso, os resultados são válidos para o caso que se estuda. Não se pode generalizar o resultado atingido no estudo de um hospital, por exemplo, a outros hospitais. Mas aqui esta o grande valor do estudo de caso: fornecer o conhecimento aprofundado de uma realidade delimitada que os resultados atingidos podem permitir

e formular hipóteses para o encaminhamento de outras pesquisas (TRIVIÑOS 1987, p. 111). Nosso estudo foi descritivo e, por apoiar-se na teoria fenomenológica, exigiu que os dados coletados e análise dos mesmos fossem descritos com toda riqueza de detalhes. A pesquisa qualitativa com apoio na fenomenologia é essencialmente descritiva (TRIVIÑOS 1987, p. 128). Gil (1999, p. 44) afirma que, As pesquisas deste tipo têm como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou estabelecimento de relações entre variáveis. Como precisamos entrar em contato com um contexto específico para a realização do estudo, pois tratou-se de um período de estágio curricular obrigatório no ensino médio, optamos por uma participação que influenciasse significativamente nas ações espontâneas dos participantes sendo, mesmo que brevemente, considerados membro do grupo. Por isso, escolhemos como técnica de coleta das informações a pesquisa de campo participativo. Sobre esse tipo de pesquisa, Minayo (1998, p. 105) afirma que [...] Na pesquisa qualitativa a interação entre o pesquisador e os sujeitos pesquisados é essencial. Por conseguinte, os sujeitos participantes da pesquisa foram estudantes de um segundo ano do ensino médio de uma escola localizada na cidade de Londrina- PR, localizada especificamente na área central e duas professoras estagiárias do curso de Educação Física ofertado pela Universidade Estadual de Londrina. Para a realização da pesquisa utilizamos, como instrumentos de coleta das informações, um questionário estruturado (anexo a) elaborado pelas estagiárias com auxílio de um professor de Educação Física que atuava em uma escola privada da mesma cidade. O questionário foi respondido pelos estudantes do segundo ano após a intervenção das estagiárias. O período de estágio obrigatório destinado a esse nível de ensino (ensino médio) no currículo do curso formador previa a duração de 40

horas de realização, sendo 10 destinadas à preparação e reflexão sobre as intervenções e 30 para intervir em sala de aula. Os conteúdos ensinados nesse processo foram Saúde relacionada ao mundo do trabalho e Musculação relacionada ao contexto da academia. Ainda, ressaltamos que a escolha do procedimento decorreu da possibilidade de ser respondido pelos estudantes do ensino médio, o que seria mais difícil em outros níveis de ensino. Buscando solucionar a problemática geral do estudo, elaborouse um procedimento que possibilitasse a participação dos estudantes da escola durante o processo avaliativo das professoras estagiárias. Como adiantamos, esse procedimento foi à elaboração de um questionário. Percebemos por meio do procedimento que conseguimos proporcionar aos estudantes uma participação significativa do processo avaliativo necessário as suas autorreflexões enquanto futuras docentes. Para isso, optou-se pela análise de conteúdo, pois atendendo as exigências da pesquisa, concebendo os fatos como complexos e correlacionados, para realizarmos a análise, interpretação e discussão das informações, utilizaremos esse método. Detalhado por Bardin (1977), esse método nos favoreceu no encaminhamento da análise dos dados. De acordo com Bardin (1977, p. 21), a análise de conteúdo [...] é um conjunto de técnicas de análise das comunicações, visando, pro procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, obter indicadores quantitativos ou não, que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção (variáveis inferidas) das mensagens. Resultados e Discussões Após a análise das respostas dos estudantes, percebemos que a expressão dos mesmos, possibilitada pelo questionário estruturado do processo avaliativo da atuação docente das estagiárias, foram significativas do ponto de vista da construção da identidade profissional, da visualização da

experiência enquanto campo de elaboração de conhecimento e de possíveis reajustes para futuras intervenções. Em relação às respostas dos estudantes aos questionamentos, entendemos que a presença de estagiário na escola é visto com bons olhos pelos estudantes participantes da pesquisa, uma vez que, 100% deles foram favoráveis a pergunta a. A maioria, ou seja, 60% argumentou o favorecimento da presença de estagiário por entenderem que o mesmo elabora aulas diferenciadas e dinâmicas. Outras respostas significativas que permitiram as estagiárias repensarem suas intervenções futuras diz respeito à pergunta b, uma vez que 80% dos estudantes relacionaram que as contribuições das estagiárias para suas formações, estão diretamente ligadas com os conteúdos ensinados por elas e aprendidos por eles. Isso nos levou a concordar com Libâneo (1994) sobre a importância que os conteúdos assumem na formação estudantil. Na escola, o conhecimento do mundo objetivo expresso no saber científico se transforma em conteúdos de ensino, de modo que as novas gerações possam assimilá-los tendo em vista ampliar o grau de sua compreensão da realidade, e equipando-se culturalmente para a participação nos processos objetivos de transformação social (p. 130). Ainda, em relação aos conteúdos de ensino, a pergunta c proporcionou as estagiárias refletir sobre suas intervenções e concluírem que estão no caminho certo, pois 90 % dos estudantes citaram quais foram os conteúdos ensinados por elas. Por fim, sobre os conteúdos, 70% afirmaram na pergunta e que os conteúdos ensinados faziam relação com a realidade em que eles vivem, proporcionado assim, que as estagiárias verificassem que suas intervenções apresentaram sentido e significado para os mesmos. Quando pensamos no processo de ensino e aprendizagem, especificamente nos objetivos elaborados pelo docente para e no processo, a questão d permitiu as estagiárias pensarem sobre suas ações e perceberem que evidenciaram os objetivos das aulas para os estudantes, visto que, 75% responderam que sempre elas deixavam evidente e 25% afirmaram que algumas vezes.

Uma questão que evidenciou a concepção em construção dos estudantes sobre as aulas de Educação Física foi a f que tratava sobre a motivação dos mesmos durante as aulas. Juntando os que responderam sempre e algumas vezes totalizamos um porcentual de 95% dos estudantes motivados, porém, a argumentação de todos eles recaem sobre a possibilidade de ir para a quadra poliesportiva fazer práticas. Evidenciamos assim, uma concepção de Educação Física ainda voltada para área de atividades. Deste modo, concluímos que o objetivo geral foi alcançado, uma vez que conseguimos analisar como possibilitar a participação dos estudantes no processo avaliativo do futuro professor no estágio obrigatório, em que foi permitido pelo questionário. Ainda conseguimos alcançar o objetivos específico a ao elaborar o próprio questionário. Considerações Finais Por fim, destacamos a relevância do estudo em mostrar a participação dos estudantes na avaliação dos estagiários, sendo esta significativa para o desenvolvimento e aprendizado dos mesmos. Ainda destacamos que há uma necessidade e carência de que novos estudos sejam produzidos e discutidos a respeito do assunto, pois no processo de formação dos futuros docentes ( e o estágio faz parte desse processo) é fundamental que os retornos e respaldos estudantis sejam de alguma forma concebidos pelos mesmos durante a graduação. Referências ANGROSINO, Michael. Etnografia e observação participante. Porto Alegre: Artmed, 2009. BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. Lisboa, Portugal: Edições 70, 1977. FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. São Paulo: Paz e terra, 1996. GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2009.

GHEDIN, Evandro.; ALMEIDA, Maria, I de.; LEITE, Yoshie U. F. Formação de professores: caminhos e descaminhos da prática. Brasília: Líber livro editora, 2008. HOFFMANN, Jussara. Avaliação Mediadora: uma prática em construção da pré-escola à universidade. Porto Alegre: Educação e realidade, 1993. LIBÂNEO, José C. Didática. São Paulo: Cortez, 1994. LUDKE, M e André, M.E.D.A. Pesquisa em educação: Abordagens qualitativas. In: Análise de dados e algumas questões relacionadas à objetividade e à validade nas abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1986. PIMENTA, Selma, G.; LIMA, Maria, S. L. Estágio e docência. São Paulo: Cortez, 2010. TRIVIÑOS, Augusto N. S. Introdução a pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 1987. *Professor de Educação Física da rede municipal de Joinville-SC - gaba_sp06@hotmail.com **Graduadas em Educação Física pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). karen_15_cvs@hotmail.com e tatiane.silva.pacifico@hotmail.com. Linha de estudo: Formação de professores em Educação Física

Anexo A Questionário: Avaliação dos discentes referente às aulas ministradas pelas estagiárias. Disciplina: Educação Física Estagiárias: Karen/Tatiane Turma: 2 Ano do Ensino Médio Período: Noturno a) Você é a favor da presença de estagiários na escola? ( ) Sim ( ) Não. Justifique: b) No período em que a estagiaria de Educação Física permaneceu ministrando as aulas, quais foram as contribuições que a mesma trouxe para sua formação? c) A estagiária ensinou conteúdos? ( ) Sim ( ) Não. Quais foram? d) A estagiaria deixou claro os objetivos das aulas? ( ) Sempre ( ) Algumas vezes ( ) Nunca. Comente: e) De maneira geral, os conteúdos ensinados faziam relação com sua realidade fora da escola? ( ) Sempre ( ) Algumas vezes ( ) Nunca. Comente: f) Você sentia motivação para participar das atividades proposta pelas estagiárias? ( ) Sempre ( ) Algumas vezes ( ) Nunca. Explique como foi sua participação: