Arquitetura e Urbanismo na Cidade Brasileira Contemporânea Jacareí
A produção literária referente à arquitetura e urbanismo sempre foi caracterizada pela publicação de poucos títulos, baixa diversidade e concentração nos grandes nomes da arquitetura. Grande parte da produção estava concentrada em revistas especializadas, capitaneadas por grandes nomes da arquitetura nacional como Lina Bo Bardi e Oscar Niemayer. Em paralelo às revistas, importavam-se os livros com a produção da arquitetura produzida pelos grandes nomes da arquitetura mundial. Eram livros de grande qualidade, e de preços elevados, impressos nos Estados Unidos e Europa. Ainda que existisse um conjunto importante de lançamentos de várias editoras, muitos deles se caracterizavam pela publicação em português de obras clássicas produzidas na Europa e nos Estados Unidos. A partir deste panorama, em que os livros de arquitetura produzidos no Brasil e dirigidos a um público mais amplo são escassos, a Editora Escuta lança a coleção Arquitetura e Urbanismo nas Cidades Contemporâneas Brasileiras.
O terceiro livro da série tem como intuito apresentar por meio de desenhos, fotos e texto as modificações urbanas ocorridas em Jacareí ou longo dos séc. XIX e XX. Trabalho, realizado pelos arquitetos Antonio Luíz Dias de Andrade e Guilherme Lemke Motta, em que a cidade é revelada a cada desenho dos arquitetos. O método adotado por eles é uma propositura única de como se deve proceder aos levantamentos e o desenvolvimento das tipologias urbanas do lugar, um instrumento riquíssimo para o porvir urbano das cidades.
O livro é, ao mesmo tempo, um conjunto de páginas dedicado ao usufruto da beleza dos desenhos e das situações espaciais e ambientais da cidade; e um material de estudo e reflexão sobre a cidade brasileira, pelo modo como os autores extrapolaram as limitações locais e regionais da cidade de Jacareí. Estabelecendo por meio da delicadeza do desenho, levado as suas últimas conseqüências, um método didático e exemplar de levantamento e entendimento das estruturas ambientais de nossas cidades, mais especificamente a de Jacareí.
A defasagem entre a leitura da cidade pelo viés dos espaços constituídos e vivenciados pelas populações, transformados a cada década de modo a se perder a referência anterior, com a visão mais ligada ao macro planejamento das cidades, entendida como conseqüência de disposições e orientações configuradas em planos diretores e leis do zoneamento, causou uma grande estupefação entre os estudiosos. Visto que, de modo geral, a própria universidade se tornou refém desta defasagem, produzindo arquitetos capazes de entender o espaço da cidade, mas com dificuldades em esclarecer e aprofundar seu processo econômico, e por outro lado, arquitetos com grande sensibilidade para o entendimento dos processos sociais e econômicos da cidade, mas incapazes de propor e gerar espaços urbanos adequados a apropriação mais ampla das populações. Este livro coloca uma visão simples, de que ao investigar o passado e a organização dos espaços urbanos geradores de nossas cidades, encontramos os liames mais sólidos da constituição da cidade contemporânea.
A presença das tipologias urbanas nas cidades brasileiras de hoje, estão somente mascaradas e comprometidas por camadas e camadas de novos símbolos. Mas ainda podem ser reveladas e nos orientar a produzir os espaços necessários para o reencontro da população e de sua cidade, no plano das emoções, no plano do valor real de uso e no plano do aparato simbólico que gera a identificação e a possibilidade de apropriação do território e daí, a constituição definitiva da idéia de lugar. Lugar é o território da cidade com valor cultural atribuído e reconhecido por seus moradores.
A atualidade desta obra está na excepcionalidade dos desenhos, fotos e texto, organizados com coerência e sensibilidade pelos arquitetos, que a partir da visão da arquitetura como cultura, vinculada ao seu tempo, explicita os espaços urbanos geradores da cidade de Jacareí e demonstra de modo cabal, como esses espaços ainda resistem, ainda constituem a cidade atual, embora totalmente ocultos pelos novos símbolos propostos pela cidade contemporânea.
A crise da cidade pode ser entendida e uma proposta de solução para esta crise, pode, na visão dos autores, ser construída pelo reordenamento dos espaços essenciais que constituíram a gênese das cidades brasileiras.
Do ponto de vista didático, é livro de grande valor, ao explicitar com clareza um método possível de análise e entendimento de nossas cidades. Este livro desenvolvido é um documento forte e sincero da constituição e desconstrução de nossas cidades. Nesta fase, de revalorização das estruturas existentes em que vivemos, será livro essencial pela qualidade do material organizado e principalmente pela genialidade da proposta interpretativa deste material.
Trata-se de livro realizado por dois arquitetos artistas, que propõe o desenho como valor artístico pela qualidade do traço e da montagem das ambiências, mas que contém um profundo valor cientifico pela proposta didática, séria e profunda de análise e interpretação dos espaços públicos de nossas cidades e da constituição e transformação das tipologias edilícias que compõem as cidades brasileiras.
Guilherme Lemke Motta Guilherme Lemke Mota foi professor no Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Estadual de Londrina Paraná, de 1984 a 1994. Atualmente é professor da Faculdade de Arquitetura da Universidade Presbiteriana Mackenzie e da Faculdade de Belas Artes de São Paulo. Formado em 1976 em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Braz Cubas. Sempre teve interesse na arquitetura justamente por ser filho de Flávio Motta, professor de História da Arte da FAU/USP. Ainda estudante, Guilherme executou seu primeiro projeto, uma casa para um amigo. Motta sempre teve em seus projetos uma preocupação com a Arquitetura Brasileira, segundo ele a arquitetura Brasileira é a mistura de todas as arquiteturas, por conta de toda a colonização que o nosso país passou e diversos povos que estiveram por aqui - Tipologia Brasileira - um único país com diversas culturas. Guilherme Motta possui um aspecto interpretativo próprio sobre todas as suas influências arquitetônicas.
"Não gosto da arquitetura ostentatória e sim da arquitetura singela, aquela que é receptiva, convidativa." - Guilherme Lemke Motta. Para Motta, arquitetura precisa ser justa, equilibrada, harmoniosa e generosa. Ele tenta condizer a sua arquitetura com as condições de vida do Brasil, sem se distanciar da generosidade, que é uma característica muito brasileira. Antonio Luís Dias de Andrade Arquiteto formado em 1972 pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP), Antônio Luiz Dias de Andrade, falecido em 1997, foi professor-doutor do Departamento de História da Arquitetura e Estética do Projeto da FAU-USP e arquiteto do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Sobre o Livro Jacareí Especificações Técnicas O livro terá as seguintes características gráficas: Formato fechado: 28 X 25 cm. Formato aberto: 58 X 25 cm. Número de páginas: 160. Número de imagens: em torno de 55. Impressão: 4X4 cores em papel couché fosco 150 gramas. Acabamento: capa dura com revestimento em couché brilho 150 gramas. Tiragem: 3.000 exemplares 2.500 em português e 500 em inglês
Plano de Distribuição A primeira edição do livro será de 3 mil exemplares: 300 exemplares (10% da tiragem) destinados aos patrocinadores para distribuição entre clientes, investidores e amigos; outros 300 livros serão distribuídos pelo Ministério da Cultura para bibliotecas públicas de todo Brasil; 300 serão doados para o Sistema Municipal de Bibliotecas de São Paulo para distribuição institucional; cerca de 300 exemplares serão distribuídos para jornalistas, intelectuais e formadores de opinião para a divulgação da obra; e os demais ficarão com os editores para distribuição e/ou venda nas principais livrarias e feiras do país e no exterior.
Custos e Lei de Patrocínio Cultural O livro foi aprovado pela Lei Rouanet por R$ 344.445,50. Caso venha a ser feito, contando com este incentivo fiscal, o patrocinador poderá destinar, para a sua realização, 4% do imposto de renda devido. O incentivo é total e o patrocinador não terá nenhum ônus. O patrocínio pode ser total dividido em cotas de até 20% do valor acima mencionado. Cada patrocinador terá o logo da empresa estampado na contracapa do livro, tendo maior ou menor visibilidade de acordo com o valor aportado ao projeto.
Retorno Institucional e Divulgação Além de contar com a impressão de seu logotipo na contracapa e receberá uma parcela da tiragem para distribuir entre clientes, funcionários e amigos. A empresa terá a divulgação da sua marca na mídia e em todos os eventos e materiais de divulgação do livro. Se for um patrocinador único, poderá, ainda, assinar um texto de apresentação, demonstrando seu papel no incentivo à cultura e à arquitetura brasileira. Na divulgação da iniciativa, além do trabalho específico de assessoria de imprensa, terá grande impacto a organização de um coquetel para o lançamento do livro.