PESSOA NATURAL. Artigos 1º ao 10 do Código Civil DIREITOS DA PERSONALIDADE. Artigos 11 a 21 do Código Civil

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PONTO 1: Parte Geral - introdução PONTO 2: Fim da personalidade jurídica PONTO 3: Direitos de personalidade PONTO 4: Teoria do fato jurídico

Transcrição:

PESSOA NATURAL Artigos 1º ao 10 do Código Civil DIREITOS DA PERSONALIDADE Artigos 11 a 21 do Código Civil

Art. 1 o do Código Civil Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil.

Art. 2 o do Código Civil A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.

Nascituro é aquele que foi concebido, mas ainda não nasceu. Essa palavra é de origem latina (nascituru) e significa aquele que ainda irá nascer.

Quando começa a vida? Quais são os direitos do embrião?

FECUNDAÇÃO

NIDAÇÃO

O embrião é uma estrutura originária da fertilização de um óvulo (gameta feminino) por um espermatozoide (gameta masculino). Logo após a fertilização, a estrutura gerada passa a ser chamada de zigoto, em seguida, começa a dividir-se em várias células, iniciando o desenvolvimento de vários órgãos e tecidos, recebendo então o nome de embrião até o final da 8 semana após a fertilização.

EMBRIÃO NA 5ª SEMANA

EMBRIÃO NA 8ª SEMANA

FETO INÍCIO DA 9ª SEMANA

O Direito Civil distingue nascituro de pessoa. Para você o nascituro é pessoa? Justifique.

DIREITOS DO NASCITURO

Direito à vida (Art. 5º da CF/88) Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes.

Art. 124 do CP PROIBIÇÃO DA PRÁTICA DE ABORTAMENTO Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque. Pena - detenção, de um a três anos.

Art. 128 do CP - Não se pune o aborto praticado por médico: Aborto necessário I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante; Aborto no caso de gravidez resultante de estupro II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal.

DIREITO A PATRIMÔNIO Art. 542 do CC. A doação feita ao nascituro valerá, sendo aceita pelo seu representante legal. Art. 1.799 do CC. Na sucessão testamentária podem ainda ser chamados a suceder: I - os filhos, ainda não concebidos, de pessoas indicadas pelo testador, desde que vivas estas ao abrir-se a sucessão.

DIREITO A SER RESPEITADO Art. 186 do CC. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. Art. 5º, inc. X, da CF/88: são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.

DIREITO A ALIMENTO Lei 11.804/2008 Alimentos Gravídicos Art. 1 o Esta Lei disciplina o direito de alimentos da mulher gestante e a forma como será exercido. Art. 6 o Convencido da existência de indícios da paternidade, o juiz fixará alimentos gravídicos que perdurarão até o nascimento da criança, sopesando as necessidades da parte autora e as possibilidades da parte ré.

O nascituro tem direitos em estado potencial, sob condição suspensiva (direito condicional ou eventual), pois aguardam a verificação de evento futuro e incerto (nascimento com vida) para ter eficácia.

Hubert Lepargegneur afirma no capítulo VII, sob o título Bioética e conceito de pessoa: esclarecimentos, afirma que: a pessoa é considerada como a entidade biológica imediatamente formada pela fusão dos gametas no instante da fecundação. (PESSINI, Léo; Christian de Paul de Barchifontaine (Org.) Fundamentos da bioética. São Paulo : Paulus, 1996.

Christian de Paul Barchifontaine defende a ideia de que o embrião humano deve ser considerado como pessoa e pertencer à comunidade moral, não se reconhecendo assim, nenhuma diferença de estatuto moral em relação aos diferentes estados de desenvolvimento humano.

TEORIAS QUANTO AO DIREITO DO NASCITURO

1ª) Teoria Natalista: parte da interpretação literal e simplificada da lei dispõe que a personalidade jurídica começa com o nascimento com vida, o que traz a conclusão de que o nascituro não é pessoa, portanto, tem apenas expectativa de direitos. Nega seus direitos fundamentais, tais como, o direito à vida, à investigação de paternidade, aos alimentos, ao nome e até à imagem.

2ª) Teoria da personalidade condicional: afirma que a personalidade jurídica começa com o nascimento com vida, mas os direitos do nascituro estão sujeitos a uma condição suspensiva, portanto, sujeitos à condição, termo ou encargo. Ao ser concebido o nascituro poderia titularizar alguns direitos extrapatrimoniais, como, por exemplo, à vida, mas só adquire completa personalidade quando implementada a condição de seu nascimento com vida.

3ª) Teoria concepcionista: sustenta que o nascituro é pessoa humana desde a concepção, tendo direitos resguardados pela lei. Adeptos: Pontes de Miranda, Rubens Limongi França, Pablo Stolze Gagliano, Rodolfo Pamplona Filho, Maria Helena Diniz, Teixeira de Freitas, Clóvis Beviláqua, entre outros. É a posição adotada pela doutrina civilista brasileira atual.

TEORIA ALEMÃ O nascituro só é pessoa a partir da ligação dos tubos neurais (12ª semana a 24ª semana). Antes disso, não pode ser considerado pessoa.

Mãe grávida toma conhecimento, por meio do exame de ultrassonografia, que o nascituro é portador de Síndrome de Down. Profundamente abalada a ponto de ser internada no Hospital, foi orientada a fazer outro exame, cujo resultado foi negativo para Síndrome de Dows. Pergunta-se: a)cabe ação indenizatória? Justifique sua resposta. b)quem deverá figurar no polo ativo da ação (autores)? Justifique sua resposta. c)quem deverá figurar no polo passivo da ação (réus)? Justifique sua resposta. d)qual é o valor a ser pleiteado a título de dano moral?

RESPONSABILIDADE CIVIL. Dano moral. Hospital. Responsabilidade subjetiva porquanto decorrente da atuação dos médicos. Negligência ou imperícia não comprovadas. Falha na informação e erro de diagnóstico não verificados. Síndrome de Down que se caracterizou mera suspeita ante as características físicas do recémnascido. Necessidade de análise cromossômica não ignorada pelos médicos. Exame realizado, descartando a síndrome. Conduta ofensiva ou desrespeitosa por parte de médico também não comprovada. Indenização indevida. Ação improcedente. Inversão dos ônus de sucumbência, observada a gratuidade Recurso provido. Tribunal de Justiça de São Paulo. APELAÇÃO Nº 0029051-04.2009.8.26.0564 São Bernardo do Campo.

Arguição de Descumprimento de Preceito fundamental

ADPF/54. A Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental - ADPF, introduzida no ordenamento jurídico pela EC n. 03/93, prevista no 1º, do art. 102, da Constituição Federal, representa uma das formas de exercício do controle concentrado de constitucionalidade.

Regulada pela Lei n. 9.882/99, essa lei tem como principal objetivo, assim como todas as ações de controle de constitucionalidade, a prevalência da rigidez constitucional e a segurança jurídica.

O jurista Goffredo Telles Jr, citado por Maria Helena Diniz (2011, p. 28) explicita que a personalidade consiste no conjunto de caracteres próprios da pessoal.

Mãe, no início da gravidez, toma conhecimento de que está com câncer. O médico lhe diz que o tratamento será incompatível com a gravidez e que ela terá de abortar. Pergunta-se: A) Qual é a ação judicial? Justifique sua resposta B) Qual o foro competente? C) Qual o pedido?

RESPOSTA AÇÃO: HABEAS CORPUS PREVENTIVO COM PEDIDO LIMINAR VARA CRIMINAL Tribunal do Júri

DOS PEDIDOS concessão da medida liminar garantidora de salvo conduto à paciente para interromper sua gestação face ao exposto, estendendose os efeitos do salvo conduto para toda a equipe médica, de enfermagem e para quaisquer outros que porventura atuem nos procedimentos necessários ao feito e expedição de alvará autorizando a realização da cirurgia pelo Sistema Único de Saúde (SUS) ou autorizando a realização da cirurgia no Hospital.

Aplicação ao presente instrumento do sigilo judicial na forma do Código de Processo Civil e também o disposto no CPP, artigo 792, 1º. Citação do órgão do Ministério Público para manifestar-se como fiscal da lei no processo, sem prejuízo do deferimento ab initio da medida liminar. No mérito, seja deferido o "writ" e mantidos os provimentos acautelatórios.

Art. 3 o Código Civil São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos.

ATENÇÃO O artigo 3º do Código Civil foi alterado pela Lei n. 13.146, de 06 de julho de 2015 Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência) Artigo 1º da lei supramencionada dispõe que: É instituída a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), destinada a assegurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania.

ATENÇÃO A mudança do artigo 3º do Código Civil interfere na curatela, tutela e no processo de interdição.

Noção de incapacidade A incapacidade é a restrição legal ao exercício dos atos da vida civil, devendo ser encarada restritivamente, considerando-se o princípio de que a capacidade é a regra e a incapacidade a exceção.

Incapacidade absoluta A incapacidade será absoluta quando houver proibição total do exercício do direito pelo incapaz, acarretando, em caso de violação de preceito, a nulidade do ato (artigo 166, inciso I, do Código Civil).

Art. 166 do Código Civil É nulo o negócio jurídico quando: I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz.

A capacidade de direito, oriunda da personalidade, existe para adquirir direitos e contrair deveres na vida civil.

A capacidade de fato ou de exercício é a aptidão de exercer por si os atos da vida civil dependendo, portanto, do discernimento que é critério, prudência, juízo, tino, inteligência, e, sob o prima jurídico, a aptidão que tem a pessoa de distinguir o lícito do ilícito, o conveniente do prejudicial.

ATENÇÃO A capacidade jurídica da pessoa natural é limitada, pois uma pessoa pode ter capacidade de usufruir um direito, sem ter o seu exercício por ser incapaz, logo, seu representante legal é o que o exerce em seu nome.

Art. 4 o Código Civil São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer: I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; IV - os pródigos. Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será regulada por legislação especial.

Art. 5 o do Código Civil A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil. Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:

I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos; II - pelo casamento; III - pelo exercício de emprego público efetivo; IV - pela colação de grau em curso de ensino superior; V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria.

Art. 6 o do Código Civil A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva.

Art. 7 o do Código Civil Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência: I - se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida; II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra. Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento.

Art. 8 o do Código Civil Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos.

Comoriência Morte de duas ou mais pessoas ao mesmo tempo, sem que se possa determinar quem morreu antes. Essa situação pode trazer diferentes consequências no mundo jurídico, principalmente no tocante à sucessão hereditária.

Art. 9 o do Código Civil Serão registrados em registro público: I - os nascimentos, casamentos e óbitos; II - a emancipação por outorga dos pais ou por sentença do juiz; III - a interdição por incapacidade absoluta ou relativa; IV - a sentença declaratória de ausência e de morte presumida.

DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE Artigos 11 ao 21 do Código Civil

Os direitos da personalidade são absolutos, intransmissíveis, indisponíveis, irrenunciáveis, ilimitados, imprescritíveis, impenhoráveis e inexpropriáveisl.

a) Absolutos São absolutos por serem oponíveis erga omnes, pois contém em si um dever geral de abstenção.

b) Extrapatrimoniais São insuscetíveis de aferição econômica, tanto que, se impossível for a reparação in natura ou a reposição do status quo ante, a indenização pela sua lesão

c) Intrasmissíveis Não podem ser transferidos à esfera jurídica de outrem. Nascem e se extinguem ope legis com o seu titular, por serem dele inseparáveis.

d) Indisponíveis Insuscetíveis de disposição, mas há temperamentos quanto a isso. Exemplo: disponibilidade em relação ao direito da imagem, pessoa famosa poderá explorar sua imagem na promoção de venda etc.

e) Impenhoráveis e imprescritíveis Não se extinguindo nem pelo uso nem pela inércia na pretensão de defendê-los. São insuscetíveis de penhora.

Compreende o direito de personalidade: a) a disposição do próprio corpo, quando importar na diminuição permanente da integridade física, ou que contrarie os bons costumes (art. 13 do CC); b) a disposição gratuita do próprio corpo, após a morte, para fins científicos e altruísticos (art. 14 do CC); c) direito à recusa de tratamento (art. 15 do CC); d) direito ao nome (prenome e sobrenome) (art. 16 do CC).