FACULDADE PITÁGORAS COLEGIADO DE DIREITO



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Transcrição:

1 FACULDADE PITÁGORAS COLEGIADO DE DIREITO DIREITO CIVIL DIREITOS DAS SUCESSÕES QUINCAS BORBAS TEIXEIRA DE FREITAS BA 2011

2 GESSICA ZATTA SOUZA RENZO DE OLIVEIRA SCHEPIERSKI DIREITO CIVIL DIREITO DAS SUCESSÕES QUINCAS BORBAS Trabalho apresentado ao Colegiado do curso de Direito da faculdade Pitágoras, unidade Teixeira de Freitas, na disciplina de Direito das sucessões, como requisito parcial de avaliação. Orientador: Profa. Esp. Rosinete Cavalcante da Costa. TEIXEIRA DE FRETIAS BA 2011

3 SUMÁRIO 1. Introdução ----------------------------------------------------------------------------------- 4 2. Resumo do Livro -------------------------------------------------------------------------- 5 3. Desenvolvimento -------------------------------------------------------------------------- 7 4. Conclusão ---------------------------------------------------------------------------------- 10 5. Referencias Bibliográficas ------------------------------------------------------------ 11

4 1. INTRODUÇÃO Levando-se em consideração os assuntos explanados em Direito das Sucessões, e tendo por escopo o Código Civil de 2002, dentro do livro podemse encontrar alguns dos institutos referentes ao direito sucessório, tais como sucessão de patrimônios, feitura de testamento e demais pontos que serão analisados e discorridos posteriormente de forma individual, tornando possível a visualização da teoria na prática.

5 2. RESUMO DO LIVRO Rubião pretendia ver sua irmã, Maria da Piedade, casada com Quincas Borba. No entanto isso não aconteceu e o laço que os uniu foi o da amizade. Quincas possuía alguns parentes, o último deles foi um tio que lhe deixou uma grande herança. Mas ele tinha uma doença que logo o levaria. Rubião tornou-se seu melhor amigo e foi viver com ele. Rubião teve ao longo desse tempo que dividir seu amigo com o cachorro de tal, também chamado Quincas Borba. Quincas resolveu ir à corte, ignorando seu estado físico, Rubião ficou encarregado de cuidar do cão. Antes de voltar Quincas Borba morreu, Rubião entristeceu-se com a notícia, mas não parava de pensar no quanto receberia de herança. Com a morte do amigo presenteou uma senhora com o cachorro, mas quando o testamento foi lido Quincas Borba havia lhe feito herdeiro universal com a condição de adotar o cachorro pra si. Rubião conseguiu o cachorro de volta. E sendo rico mudou-se pra corte, e foi na viagem de trem que conheceu Cristiano de Almeida e Palha e sua mulher, a belíssima Sofia. Logo se tornaram grandes amigos. Rubião logo de início ficou encantado com os olhos de Sofia, encantamento que só aumentou ao longo dos dias, até se tornar uma grande paixão. Sofia convidou Rubião e D. Tunica para um passeio ao luar no jardim, mas apenas Rubião aceitou. E foi ali no jardim que se declarou para Sofia, a pobre não teve reação, até que foram interferidos pelo major Siqueira. A sós Sofia e Palha conversavam sobre o jantar e Palha ouviu os fatos do jardim, Sofia desejava um corte violento na amizade, mas Palha preferiu ignorar tal acontecimento. A verdade era que Palha tinha negócios com Rubião, não só lhe devia dinheiro como também eram sócios em um comércio de importações. Chegou da roça uma prima de Sofia, Maria Benedita e sua mãe. Porém desta vez Maria Benedita ficou e sempre que as saudades da mãe e do campo lhe viam ela e Sofia iam para lá.

6 Em certo baile por quinze minutos Sofia e Carlos Maria valsaram e foi durante essa dança que ele se declarou. Essa declaração não foi revelada a Palha. E ainda despertou em Rubião uma grande onda de ciúme e em Maria Benedita um desejo de voltar para o campo. Por esses tempos Sofia, a prima e mais algumas senhoras haviam formado a comissão de Alagoas, tal grupo fez D. Fernanda e Maria Benedita criarem laços de amizades. D. Fernanda era prima de Carlos Maria e pretendia casar-lhe com uma amiga do sul, mas sua amizade com Maria Benedita lhe mudou de ideia e assim o casamento entre os dois foi marcado. O ciúme de Rubião diminuiu suas idas à casa de Palha. Em uma tarde chegou um negro em sua casa e lhe entregou uma carta de Sofia, leu-a, quando o negro saía caiu uma carta que Rubião só veio ver depois que o moleque já tinha ido embora, a carta era de Sofia para Carlos Maria. Rubião ficou extremamente enciumado e foi nessas condições que alguns dias depois foi ter com Sofia, lhe entregou a carta acusando-a e saiu antes da senhora ter a chance de se explicar. A carta ainda fechada não passava de uma declaração. Chegou então o aniversário de Sofia, Palha lhe ofereceu um baile, em certo momento Sofia ficou a sós com Rubião e esclareceu o conteúdo da carta, entre as lágrimas pela falsa acusação lhe disse que ele estava tremendamente enganado, noticiou a ele o casamento de Carlos Maria com Maria Benedita. Rubião foi tomado por uma felicidade tremenda e parabenizou a noiva com muito prazer. Por esses tempos Palha havia findado os seus negócios com Rubião. Por esses tempos também Rubião havia ganhado fama na corte e era cercado por muitos amigos que praticamente viviam em sua casa como discípulos de sua filosofia. E nesse momento iniciou-se a loucura de Rubião. O primeiro ato de loucura foi quando chamou um barbeiro para que lhe cortasse a barba como a de Napoleão III, depois buscou por Sofia e se declarou a ela como Napoleão fez à sua amante. Com o tempo as crises de loucura aumentavam, e o dinheiro ia se findando. Palha e Sofia estreitaram suas relações com ele.

7 Rubião foi internado em uma clínica para ser tradado, já se tornara chacota na rua. Palha e Sofia contribuíam com tais atos, financeiramente Rubião havia perdido muito. O médico ao longo do tratamento disse que rápido o homem estaria curado, mas antes disso ele desapareceu. Palha havia lhe dado cem mil contos de réis para se ver livre do homem. Rubião e o cão Quincas Borba voltaram pra Minas, não houve cura. Lá reconheceu toda sua antiga vida, mas sem ter onde ficar dormiu na porta da igreja debaixo de uma tempestade. Ao amanhecer uma comadre o reconheceu e o acolheu. No entanto ele teve nova crise e toda a cidade veio testemunhar a loucura do homem. Louco e vítima de uma febre, faleceu. Quincas Borba morreu três dias depois. 3. DESENVOLVIMENTO Com base no livro e nos institutos jurídicos a cerca da sucessão, torna-se possível fazer um comparativo com relação ao assunto e o desfecho narrado, onde claramente se visualiza a aplicação de alguns conceitos sucessórios. A história relata que certo burguês de nome Quincas Borba, abonado financeiramente, sendo esta abonança proveniente de uma herança deixada por um tio seu, já que não possuía demais parentes, tendo apenas um cachorro, por quem devotava grande afeição e o qual também se chamava Quincas Borba, e um ajudador de nome Rubião, a quem tinha sido seu enfermeiro quando foi acometido de moléstia grave que debilitava suas faculdades mentais, passando a ser não somente seu cuidador, mas sim amigo e discípulo de suas filosofias. Dado ao fato de que não possuir parente a quem pudesse ser delegado de forma legal os seus bens e já visivelmente debilitado em sua capacidade mental, decide este procurar um tabelião para que pudesse, de forma legal, realizar a feitura do testamento, porém o autor omite as circunstâncias nas quais foi elaborado e firmado o referido documento, restando somente presumir

8 que este correspondia a todos os pressupostos legais e de praxe a que se referem à lei. Com a constatação da morte do testador, tem-se a abertura do testamento, no qual seu amigo Rubião é nomeador herdeiro universal de seus bens, possuindo este testamento uma cláusula em que impõe como condição para receptação dos referidos bens é a adoção a manutenção da posse de seu cachorro, mencionado anteriormente e de mesmo nome do testador. Após já ter consolidada totalmente a posse dos bens, tendo seu herdeiro testamentário escondido uma carta na qual é possível comprovar a incapacidade das faculdades mentais do testador no momento da feitura do testamento, por medo da confirmação da debilidade mental de seu chefe e amigo, este encontra-se convicto da plenitude do seu direito, tendo sido, posteriormente, proposta ação de tentativa de invalidação do testamento, restando esta infrutífera, o que torna permanente a posse dos bens por seu herdeiro, passando o decorrer do livro sem maiores relevâncias para o pretendido no presente momento. Fazendo-se a ligação dos fatos narrados contidos nos livros, deparamo-nos com a sucessão que neste caso diz respeito a decorrente da morte de alguém, ou seja, a sucessão causa mortis. Para Maria Helena Diniz em sentido restrito, sucessão é a transferência total ou parcial da herança, por morte de alguém, a um ou mais herdeiros. É a sucessão mortis causa, que no conceito subjetivo é o direito por força do qual alguém recolhe os bens da herança; e, no conceito objetivo, indica a universalidade dos bens do de cujus, caracterizados por seus direitos e encargos. No caso em tela, além da visualização da sucessão de forma restrita, ou seja, causa mortis, temos também a ocorrência da sucessão testamentária, sendo a sucessão testamentária deriva de ato de última vontade, representado por testamento promovido pelo autor da herança, na forma e condições

9 estabelecidas em lei. Nesta hipótese, não é a lei, mas a pessoa que elege seus sucessores, uma vez que, como expressão de ultima vontade o Sr. Quicas Borba elaborou um testamento no qual nomeou Rubião com seu herdeiro universal, mantendo-o com a obrigação de resguardar o bem estar de seu cachorro. Cabe salientar que a titulo de herdeiro universal temos a caracterização pela transmissão do patrimônio de cujus pela atribuição, aos sucessores, de partes ideais (quotas hereditárias). Também será considerada sucessão a título universal quando houver um único herdeiro e este recebera integralidade da herança, sendo neste caso a segunda hipótese a correspondente com a narração que esta sendo analisada, garantida a Rubião após a abertura do Inventário que é o processo judicial pelo qual se promove a transmissão da herança, podendo ter, em determinadas hipóteses, o procedimento mais simples de arrolamento ou ser extrajudicial. Por último e talvez o mais questionável no presente, é com relação a capacidade de testar no momento da elaboração do testamento, uma vez que é visível a debilidade do testador, ou seja, a não aptidão para realizar qualquer ato de manifestação de vontade, tornando o testamento passível de invalidação, desde que comprovada a impossibilidade. De acordo com José de Oliveira Ascensão, existem as situações de incapacidade acidental, onde é anulável o testamento feito por quem se encontrava incapacitado de entender o sentido da sua declaração ou não tinha o livre exercício da sua vontade por qualquer causa, ainda que transitória, cabendo a quem invoca essa situação o impreterível encargo do ónus de provar a incapacidade do testador no momento do testamento. No caso narrado foi proposta uma ação de tentativa de inviabilização do testamento, sendo esta considerada improcedente, consolidado assim o direito do herdeiro e de seu cachorro, que passam o decorrer do livro em posse da referida herança, tendo posteriormente um derradeiro fim, não muito digno.

10 4. CONCLUSÃO Por fim, diante do exposto, conclui-se que apesar da obra literária não corresponder com a realidade e nem tão pouco com normas legais vigentes a época da elaboração do referido trabalho, proporcionou-nos uma possibilidade de visualizar e aplicar na prática os assuntos e os institutos jurídicos do Direito Sucessório, sendo este de suma importância para o aprendizado e desenvolvimento dos conhecimentos adquiridos no decorrer da disciplina de Direito das Sucessões.

11 5. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASCENÇÃO, José de Oliveira, Direito Civil Sucessões, 5. Ed. Editora Coimbra, 2000. DINIZ, Maria Helena, Curso de Direito Civil Brasileiro, 24. Ed. Editora Saraiva, 2010. GAMA, Guilherme Calmon Nogueira da, Direito Civil: Sucessões, 2. Ed. Editora Atlas, 2007. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro: Direito das Sucessões. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2010. MONTEIRO, Washington de Barros, Curso de Direito Civil: Direito das sucessões, 37. Ed. Editora Saraiva, 2009.