SOLUÇÃO DE CONSULTA COSIT (COORDENAÇÃO-GERAL DE TREIBUTAÇÃO DA RECEITA FEDERAL) Nº 226, DE 2015 COMENTÁRIOS
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- Sabrina Minho Azambuja
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1 SOLUÇÃO DE CONSULTA COSIT (COORDENAÇÃO-GERAL DE TREIBUTAÇÃO DA RECEITA FEDERAL) Nº 226, DE 2015 COMENTÁRIOS Os comentários feitos aqui dizem respeitos aos tópicos: AQUISIÇÃO DE SERVIÇO DE TRANSPORTE INTERNACIONAL DE CARGA; AQUISIÇÃO DE SERVIÇO DE TRANSPORTE INTERNACIONAL DE CARGA. CUSTO REPASSADO AO IMPORTADOR; AQUISIÇÃO DE SERVIÇOS EM GERAL; e CONTRATAÇÃO DE SEGURO EM MOEDA ESTRANGEIRA COM SEGURADORA DOMICILIADA NO BRASIL, que contam da SC 226, exarada pela COSIT, em Destaca-se que a SC 222 reafirma os termos da SC 257/14 da maneira que se segue (in verbis, negritos do original): Antes de prosseguir, vale lembrar que esta Coordenação-Geral de Tributação (Cosit) já se manifestou de forma minudente acerca da prestação de informações no Siscoserv relativas a transações envolvendo o serviço de transporte internacional de carga, por meio da Solução de Consulta Cosit nº 257, de 26 de setembro de 2014, (...), cumpre destacar o item de sua Conclusão, no qual está estipulado que é do exportador a obrigação de informar no Siscoserv a tomada do serviço de transporte perante o prestador residente ou domiciliado no exterior (no Módulo Aquisição, por evidente). 3. Ora, a SC 257/14 considera que os incoterms devem ser tomados em com (item Por consequência, é do exportador ou importador (se residente ou domiciliado no Brasil) a obrigação de informar no Siscoserv a tomada do serviço de transporte junto a prestador residente ou domiciliado no exterior (claro, conforme o Incoterm adotado na transação), o que não impede que alguém lhe forneça serviços auxiliares, tais como a realização dos respectivos registros no sistema), o que é um contrassenso sob a ótica da SC 222, no seu 10.
2 AQUISIÇÃO DE SERVIÇO DE TRANSPORTE INTERNACIONAL DE CARGA & AQUISIÇÃO DE SERVIÇO DE TRANSPORTE INTERNACIONAL DE CARGA. CUSTO REPASSADO AO IMPORTADOR 4. No parágrafo 11 da SC 226, no item 11.2 e no subitem tem-se (in verbis, negritos do original): Quanto ao registro do serviço de transporte no Módulo Venda, esclarece o Manual Informatizado Módulo Venda (9ª edição) do Siscoserv que nesse Módulo devem ser registrados os serviços, intangíveis e outras operações que produzam variações no patrimônio, vendidos (prestados) por residentes ou domiciliados no País a residentes ou domiciliados no exterior (item 1.3). Esse mesmo Manual, no item 1.6, dispõe que a responsabilidade pelos registros RVS/RF do Módulo Venda do Siscoserv é do residente ou domiciliado no País que mantenha relação contratual com residente ou domiciliado no exterior e contra este fature a prestação de serviço, a transferência de intangível ou a realização de outra operação que produza variação no patrimônio, ainda que ocorra subcontratação de residente ou domiciliado no País ou no exterior Ora na situação em pauta, o residente ou domiciliado no País realiza a venda de mercadorias ao exterior e obriga-se a contratar e pagar o frete internacional, cobrando do cliente (adquirente da mercadoria, domiciliado no exterior) o correspondente valor. Fica evidente, neste caso, que não há venda do serviço de transporte internacional de carga ao residente ou domiciliado no exterior (importador) e não há, por consequência, faturamento do serviço de transporte contra o adquirente da mercadoria o que ocorre, de fato, é apenas a venda da mercadoria, em cujo preço se inclui o custo do transporte (e seguro, se for o caso). Não há de se falar, portanto, em registro desse serviço no Módulo Venda do Siscoserv o registro se dará somente no Módulo Aquisição, como visto anteriormente.
3 5. Resta claro em ambos os Manuais (Aquisição e Venda) que: frete, seguro e serviços de agentes externos, bem como demais serviços relacionados às operações de comércio exterior de bens e mercadorias, serão objeto de registro no Siscoserv, por não serem incorporados aos bens e mercadorias (grifou-se). Aqui há dois aspectos que merecem destaque: 1º) A não incorporação dos fretes às mercadorias é fundamental para que se possa verdadeiramente avaliar a balança nacional de serviços. É por esse motivo que em ambos os Manuais consta a menção de não incorporação do valor do frete a mercadoria. Ora, o grande foco do SISCOSERV é o fomento de estatísticas sobre os serviços adquiridos ou vendidos ao exterior. 2º) Se o legislador desejasse excluir os fretes, ou seguros ou ainda serviços de agentes externos, então nos Manuais de Aquisição e de Venda seriam encontradas as devidas exclusões, como por exemplo: se o exportador, no exterior comprar, o frete e cobrar seu valor do importador nacional, então não será necessário que este último faça o devido registro no SISCOSERV. Todavia, não há tal restrição, ao contrário, os Manuais são taxativos e diretos: OS SERVIÇOS DE FRETE, (...) SERÃO OBJETO DE REGISTRO NO SISCOSERV, POR NÃO SEREM INCORPORADOS AOS BENS E MERCADORIAS. Portanto, não cabe a assertiva que se encontra na SC 222 de Quanto a alegação que não há venda do serviço de transporte internacional de carga ao residente ou domiciliado no exterior (importador), data máxima vênia, há um severo equívoco aqui, qual seja: se o frete não se agrega a mercadoria, então ele se apresenta fora do âmbito do contrato de compra da mercadoria. Em consequência, o frete aqui se apresenta como um serviço. Segue daí, que o importador deverá cumprir o que manda o art. 25 da Lei nº , de 14 de dezembro de 2011, ou seja: É instituída a obrigação de prestar informações para fins econômicocomerciais ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior relativas às transações entre residentes ou domiciliados no País e residentes ou domiciliados no exterior que compreendam serviços, intangíveis e outras
4 operações que produzam variações no patrimônio das pessoas físicas, das pessoas jurídicas ou dos entes despersonalizados. 7. De início, destaca-se que no citado artigo não há nenhuma menção que somente os serviços prestados devem ser registrados no SISCOSERV ou impedimentos do tipo a responsabilidade pelos registros RVS/RF do Módulo Venda do Siscoserv é do residente ou domiciliado no País que mantenha relação contratual com residente ou domiciliado no exterior e contra este fature a prestação de serviço (negrito do original), que se encontra no item 11.2 da SC 226. Ao contrário, exige-se que TODAS AS TRANSAÇÕES ENTRE RESIDENTES OU DOMICILIADOS NO PAÍS E RESIDENTES OU DOMICILIADOS NO EXTERIOR QUE COMPREENDAM SERVIÇOS (...) DEVEM SER INFORMADAS. 8. Assim, quando um exportador, estrangeiro ou brasileiro, solicita ao importador o pagamento do frete que ele havia adquirido, tem-se nada mais nada menos que uma transação, no âmbito do comércio exterior, que pelo mandamento do art. 25 da Lei nº , de 2011, deve ser declarada no SISCOSERV. 9. Em consequência, a assertiva que se encontra na SC 226, qual seja: b) o exportador de mercadorias domiciliado no Brasil não se sujeita a registrar no Módulo Venda do Siscoserv os serviços de transporte internacional de carga adquiridos de residente ou domiciliado no exterior (e seguro, se for o caso), cujo custo seja por ele repassado ao importador; o exportador obriga-se a registrar a aquisição desses serviços no Módulo Aquisição do Siscoserv; ESTÁ EQUIVOCADA, haja vista o art. 25 da Lei nº , de 2011! AQUISIÇÃO DE SERVIÇOS EM GERAL 10. A SC 226 estabelece que: A pessoa jurídica domiciliada no Brasil obrigada a registrar no Siscoserv as informações relativas à aquisição de serviços em geral deve fazê-lo em nome do estabelecimento no qual foram prestados os serviços; nas situações
5 em que não seja possível atribuir a determinado estabelecimento a prestação de serviços, as informações serão registradas em nome do estabelecimento matriz da pessoa jurídica. 11. Tem toda razão a SC 226 ao fazer tal afirmação. Assim, por exemplo, fique claro: se uma filial adquirir ou vender o serviço, então será ela, a filial, a declarar no SISCOSERV. Não sendo possível fazer a determinação de quem fez a compra ou a venda, então será a matriz a responsável por essa declaração. CONTRATAÇÃO DE SEGURO EM MOEDA ESTRANGEIRA COM SEGURADORA DOMICILIADA NO BRASIL 12. Informa a SC 226 que A pessoa jurídica domiciliada no Brasil que realize a contratação de seguro em moeda estrangeira com empresa seguradora também domiciliada no Brasil, nos termos dos arts. 2º a 5º da Resolução CNSP nº 197, de 2008, não está obrigada a registrar no Siscoserv as informações referentes a essa transação. 13. A fundamentação legal da correta assertiva mencionada pela Autoridade Fiscal não é a Lei Complementar nº 126, de 2007; a Resolução CNSP nº 197, de 2008; a Circular Susep nº 392, de 2009; a Circular Bacen nº 3.691, de 2013; a Resolução CMN nº 3.525, de 2007; ou ainda, por fim, a Solução de Consulta Cosit nº 66, de O verdadeiro marco legal para a assertiva tela, infelizmente, não foi mencionada pela Autoridade Fiscal. Esse marco é a Lei nº , de 2011: É instituída a obrigação de prestar informações para fins econômico-comerciais ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior relativas às transações entre residentes ou domiciliados no País e residentes ou domiciliados no exterior que compreendam serviços, intangíveis e outras operações que produzam variações no patrimônio das pessoas físicas, das pessoas jurídicas ou dos entes despersonalizados. 15. Ora, como os dois polos da transação estão domiciliados no Brasil, então não tem sentido pensar em fazer registros no SISCOSERV.
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