Direito Civil VI - Sucessões. Prof. Marcos Alves da Silva

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Manuella Campelo Santiago
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1 Direito Civil VI - Sucessões Prof. Marcos Alves da Silva

2 Direito das Sucessões Sucessão: alteração de titulares em uma dada relação jurídica Sucessão (sentido estrito): causa mortis A sucessão engloba não apenas direitos patrimoniais (Testamento: reconhecimento de filhos, nomeação de tutores, transmissão dos direitos morais do autor, etc.) Ênfase: transmissão dos direitos patrimoniais

3 Direito das Sucessões Duas grandes tendências em relação à sucessão: ênfase no elemento familiar (social): sucessão legítima ênfase na autonomia da vontade (individual): sucessão testamentária Justificação do direito sucessório: valorização da aquisição, conservação e crescimento da poupança familiar e individual.

4 Direito das Sucessões No decorrer da história o direito de sucessão conviveu com regras de exclusão: Somente homens (excluindo as mulheres) Os primogênitos (excluindo os demais descendentes) Os filhos legítimos (excluindo os adotados e os extra-matrimoniais) Hoje: princípio constitucional da igualdade da filiação

5 Sucessão Legítima Haverá sucessão legítima quando verificada as seguintes circunstâncias: a) o autor da sucessão morreu ab intestato. b) o testamento não abrangeu a totalidade do acervo hereditário. c) invalidade do testamento. Havendo herdeiros necessários há limitação ao poder de disposição do testador. CC/2002, art : Havendo herdeiros necessários, o testador só poderá dispor da metade da herança.

6 Sucessão Legítima Legítima [ou reservatória] dos herdeiros necessários Herdeiros necessários são: Os descendentes Os ascendentes O cônjuge Nota: Importante modificação introduzida pelo novo Código Civil (Art ) * A QUESTÃO do companheiro (??)

7 DISTINÇÕES: Sucessão Legítima - Herdeiros legítimos: são todos os parentes do autor da sucessão na linha reta descendente e ascendente e os parentes na linha colateral até 4º grau, além do cônjuge e do companheiro. - Herdeiros necessários: são aqueles parentes ou cônjuge que não podem ser preteridos da herança por disposição testamentária. (a reserva da legítima é assegurada só aos herdeiros necessários)

8 A SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA Havendo herdeiros necessários, a parte disponível do patrimônio do autor da herança é fixa em 50% do patrimônio líquido. (Ativo menos o passivo à época da abertura da sucessão) Não há variação conforme o número de herdeiros necessários (Direito Português) Na sucessão testamentária há tanto a possibilidade de herdeiro instituído ou testamentário (a título universal) como de legatário (a título singular)

9 A SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA Havendo herdeiro necessário, o autor da sucessão somente pode testar sobre a parte disponível, respeitando a legítima. Proteção da família: Não há no direito brasileiro contemporaneao, liberdade absoluta de testar, como havia no Direito Romano. Novo Código: inclusive impede a imposição de restrições aos bens da legítima, com cláusulas de inalienabilidade, impenhorabilidade, incomunicabilidade, salvo por razões fundamentadas.

10 ABERTURA DA SUCESSÃO Nosso ordenamento: sistema do droit de saisine Implica a investidura instantânea e independente de qualquer ato ou formalidade do herdeiro na titularidade e posse da universalidade hereditária.

11 ABERTURA DA SUCESSÃO São três os momentos que compõem o fenômeno sucessório: a) Abertura da sucessão b) Devolução sucessória (delação) c) Aquisição da herança (ou adição) Abertura da sucessão: se dá como efeito instantâneo da morte do autor da sucessão (oportuniza medidas de conservação e administração da herança). Devolução (ou delação): refere-se ao oferecimento da herança à pessoa que pode adquiri-la. (Coincide com a abertura) Aquisição ou adição: corresponde à investidura do herdeiro na sucessão universal.

12 ABERTURA DA SUCESSÃO A regra do art do CC/2002: Art Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e testamentários. Nota: Por uma ficção jurídica, a aquisição ocorre antes da manifestação de aceitação.

13 ABERTURA DA SUCESSÃO MOMENTO DA ABERTURA DA SUCESSÃO (importância) Premoriência e Comoriência João Tereza Pedro Joana Antônio Carla

14 ABERTURA DA SUCESSÃO Antônio e Carla, casados entre si, não têm descendentes nem ascendentes. Mas, ambos têm dois irmãos indicados no diagrama acima. Ocorrido um acidente, morre imediatamente Antônio, no local do desastre. Carla morre uma hora depois, no hospital. O acervo de Antônio transferiu-se a Carla e desta para Pedro e Joana. João e Tereza, irmãos de Antônio nada receberão.

15 ABERTURA DA SUCESSÃO Antônio e Carla, casados entre si, não têm descendentes nem ascendentes. Mas, ambos têm dois irmãos indicados no diagrama acima. Ocorrido um acidente, no qual ambos morrem, sem que se pudesse verificar qual deles faleceu primeiro, o acervo de Antônio transfere-se para João e Tereza e o de Carla para Pedro e Joana. João Tereza Pedro Joana Antônio Carla

16 LOCAL DA ABERTURA DA SUCESSÃO O Local da abertura da sucessão será o do último domicílio do autor da sucessão. Art do CC: A sucessão abre-se no lugar do último domicílio do falecido. Importância : competência jurisdicional Art. 96 do CPC - Se não há domicílio certo, será competente o Juízo do local onde estão os bens as serem inventariados - Competente será o Juízo do local do óbito se não tinha domicílio certo e os bens do acervo hereditário estão em lugares diversos.

17 ABERTURA DA SUCESSÃO Lei aplicável Regula a sucessão e a legitimação para suceder a lei vigente à época da abertura da sucessão. Art do CC/2204 O que ocorreu com o novo Código Civil Legitimação : aptidão para receber a herança. Melhor nomenclatura que do Código de 1916 ( capacidade sucessória )

18 ACEITAÇÃO DA HERANÇA O art redação nova para uma regra que já era implícita no regime do Código de 1916 Art Aceita a herança, torna-se definitiva a sua transmissão ao herdeiro, desde a abertura da sucessão. Aceitação: negócio jurídico unilateral (necessidade para confirmação da transmissão desde a abertura da sucessão).

19 ACEITAÇÃO DA HERANÇA Espécies de Aceitação Expressa (Art ) declaração expressa Tácita (ou implícita) (Art ) atos próprios da qualidade de herdeiro Ex: constituição de advogado para abertura de inventário; ação possessória, etc. Presumida (Art ) - silêncio juridicamente qualificado.

20 Renúncia da Herança Negócio Jurídico solene: escritura pública ou temo judicial nos autos - Não existe renúncia tácita Não se admite a renúncia translativa (Renúncia em favor de alguém pessoa indicada) neste caso há em verdade uma cessão de direitos hereditários a título gratuito ou oneroso. Só existe em verdade a renúncia abdicativa. (ver 2º do art )

21 Renúncia da Herança Efeitos da Renúncia a) a parte do renunciante retorna ao acervo hereditário b) se o renunciante era o único de sua classe e grau a herança será devolvida aos herdeiros do grau ou da classe subseqüente c) A renúncia tem efeito retroativo à abertura da sucessão d) Não há sucessão por representação do renunciante (art.1.811) e) A renúncia é irrevogável (assim como a aceitação art. 1812)

22 Renúncia da Herança ACEITAÇÃO DA HERANÇA PELOS CREDORES DO RENUNCIANTE Art Analisar Não é necessária ação pauliana - a questão do princípio de saisine - retroatividade da renúncia * Não se trata de anulação, mas, de ineficácia relativa.

23 CESSÃO DE HERANÇA O instituto da cessão da herança não havia sido regulamentado no CC/1916 Foi expressamente regulamentado no novo Código Civil Quanto à forma: escritura pública (Art ) (discussão termo nos autos...) Ineficácia da cessão de direito hereditário sobre bem considerado singularmente (validade / não eficácia)

24 CESSÃO DE HERANÇA Se na partilha, o bem tocar ao cedente, o negócio opera todos os seus efeitos. Direito de preferência // Direito de adjudicação (somente para cessão onerosa) Prazo decadencial: 180 dias (art ) Distribuição do quinhão entre todos os coherdeiros interessados..

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