Contribuições referentes à Audiência Pública ANEEL 072/2012



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Transcrição:

Contribuições referentes à Audiência Pública ANEEL 072/2012 Objetivo: obter subsídios para o aprimoramento do mecanismo de garantias financeiras associadas à liquidação financeira do Mercado de Curto Prazo na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Instituição: União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) A UNICA, entidade representativa do setor sucroenergético, primeiramente congratulando essa Agência com relação à iniciativa de aprimorar a regulamentação referente às garantias financeiras no MCP, gostaria de apresentar as seguintes contribuições e observações no âmbito da Audiência Pública ANEEL 072/2012, a saber: 1ª Contribuição A suspensão da eficácia do registro de contratos de venda ou parcela de contratos de venda deve alcançar toda a cadeia de contratação. De acordo com a Nota Técnica 087/2012 SEM/ANEEL, a ultrapassagem do limite operacional ensejará a perda da eficácia do registro de contratos de venda ou parcela de contratos de venda, de forma que serão considerados na contabilização apenas montantes de contrato que resultem em exposição estimada coberta pelo limite operacional do Agente. Ainda segundo a Nota Técnica, a CCEE verificará a última modificação feita nos dados de contratos constantes do sistema (podendo esta modificação ser caracterizada por meio de um ajuste ou do registro de um novo contrato) para definir qual será a ordem de suspensão da eficácia dos registros, até que a exposição do Agente esteja adequada ao seu limite operacional. Atualmente, os contratos registrados só perdem a eficácia se o Agente inadimplente for desligado da CCEE. Entendemos que a proposta da ANEEL representa um avanço em trazer segurança ao MCP, mas não trata adequadamente o possível efeito cascata, quando da suspensão de contratos, ao se adotar que a ordem de contratos que não terão eficácia no caso de respaldo insuficiente sejam os últimos contratos registrados, devendo essa suspensão alcançar toda a cadeia de contratação.

2ª Contribuição Permitir que os contratos suspensos sejam considerados para fins de apuração do lastro do Agente Comprador. A assimetria de informações está presente no Mercado de Curto Prazo, podendo conduzir o Agente comprador à seleção adversa da parte vendedora. Sob a égide da razoabilidade, entendemos ser adequado que, caso ocorra a suspensão de contratos, haja a consideração dessa energia para fins de apuração do lastro do Agente Comprador. Considerando o ônus que existirá para o Agente Comprador em transações fora do limite operacional do Vendedor, a adoção da medida proposta não ensejará a condição de risco moral por parte do Agente Comprador, mas somente o reconhecimento da necessidade de proteção mínima à parte compradora, semelhante ao reconhecimento regulatório da exposição involuntária que permite proteção às distribuidoras de energia elétrica. 3ª Contribuição Seja instituído o registro on-line dos contratos, mediante aporte de garantias como pré-requisito para a consideração na contabilização. O sistema computacional da CCEE deveria aprovar ou rejeitar, de um dia para o outro, o registro de novos contratos ou o ajuste no volume de contratos já registrados, mediante a pré-existência de lastro (garantia física, declaração de geração, contratos de compra ou garantias financeiras). Neste sentido, a CCEE seria informada diariamente da disponibilidade financeira de garantias do Agente vendedor junto ao agente de liquidação e custódia. Em contrapartida, a CCEE retornaria ao agente de liquidação e custódia qual o novo valor a ser comprometido com garantias financeiras. Dessa forma, o Agente vendedor não conseguirá aumentar sua exposição sem que tenha lastro efetivo. A possibilidade de cancelamento posterior do registro de um contrato pela CCEE, em função do não aporte pelo Agente Vendedor, ocasionará insegurança no mercado, exposições involuntárias de Agentes compradores e um possível efeito cascata no caso de cancelamento de contratos após a data limite para o registro de novos contratos.

A adoção da medida ora sugerida vai ao encontro do objetivo da Agência Reguladora de alocar corretamente os riscos e custos, sem onerar os Agentes adimplentes, e eliminar uma importante fragilidade do modelo atual, que tem sido explorada por agentes de idoneidade duvidosa trazendo volumosos níveis de inadimplência ao mercado, pela venda de energia sem lastro sustentada por liminares e decisões judiciais. Ao nosso entendimento, a sugestão ora apresentada representa uma evolução da metodologia atualmente praticada, preservando seus princípios e conceitos. Por outro lado, a proposta objeto dessa Audiência Pública representa uma revolução à atual, por romper com a lógica de cobertura de exposição, criando a figura do limite operacional que envolve a cadeia de bancos comerciais para suporta-la. Notadamente, sem entrar no mérito de qual alternativa é mais eficaz, a proposta sugerida nesta contribuição poderia ser implementada em um prazo muito menor. Esta vantagem ganha relevância quando avaliamos que com os atuais níveis PLD, bastante elevados, é possível que continuem surgindo novos episódios repetindo os problemas de venda sem lastro de energia e elevando ainda mais a inadimplência do MCP. 4ª Contribuição As opções atualmente existentes de constituição de garantias financeiras devem permanecer válidas para a composição do limite operacional. Dessa forma, os Agentes também poderão prestar garantias financeiras nas seguintes modalidades convencionais: Caução (R$); Seguro-Garantia; Fiança Bancária; Títulos da Dívida Pública; entre outras modalidades tradicionalmente aceitas no Sistema Financeiro. O limite operacional tem como objetivo garantir as operações dos Agentes no mercado. As possibilidades hoje existentes para a constituição de garantias devem permanecer válidas para o estabelecimento do limite operacional. Trata-se de modalidades tradicionais quanto à composição de garantias financeiras, já consolidadas no setor elétrico brasileiro por meio do aporte de garantia nos frequentes processos de licitação no Ambiente de Contratação Regulada.

5ª Contribuição Segundo a Nota Técnica nº 087/2012 SEM/ANEEL, quando se tratar de geradores com geração térmica e Custo Variável Unitário (CVU) diferente de zero modelado, o cálculo do limite operacional inicial será baseado em um percentual da geração máxima dos últimos 12 meses, multiplicado por um Preço de Referência, e multiplicado por um Percentual de Ajuste, objetivando considerar encargos, entre outros. No entanto, há casos de usinas a biomassa que apresentam CVU superior a zero. Nestes casos, sugere-se que se adote como diretriz para cálculo do limite operacional a mesma empregada para o caso de geradores e comercializadores sem perfis de consumo ou geração modelado, ou seja, o limite operacional seria o apresentado pelo Agente. Conforme mencionado, há casos de usinas a biomassa que apresentam CVU superior a zero. Apesar de serem usinas com CVU diferente de zero, são unidades geradoras que empregam a biomassa como combustível, com suas particularidades sazonais e próprias do tipo de combustível. A proposta original pela Agência fará com que haja frequente alteração no valor do limite operacional. Dessa forma, sugerimos nas situações de usinas à biomassa com CVU diferente de zero que, no cálculo do limite operacional, essas usinas sejam consideradas como geradores e comercializadores sem perfis de consumo ou geração modelado. Outros pontos de aprimoramento Além das Contribuições supracitadas, apresentamos também os seguintes pontos, todos já expostos na Nota Técnica nº 087/2012 SEM/ANEEL, mas que devem continuar sendo reforçados/aprimorados pelo Órgão Regulador. Alocação de riscos e custos: A ANEEL constatou que, na maior parte dos casos, as inadimplências são provocadas por Agentes que não aportam garantias. De forma que o atual mecanismo de aporte de garantias financeiras não é robusto para mitigar os efeitos da inadimplência no MCP, e seus consequentes custos aos Agentes. Como se trata de uma alteração basilar no modelo de aporte de garantias financeiras, entendemos ser recomendável o aprofundamento dos estudos e apresentação de dados visando identificar, dentre outros aspectos, os benefícios ao mercado relativamente ao aumento de custos possíveis para os

Agentes, antes da implementação de nova metodologia de aporte de garantias para liquidação financeira no MCP. Um ponto fundamental é que os custos para a cobertura dos riscos dos Agentes não sejam desproporcionais. Nesta linha, apenas reforçando o já disposto na Nota Técnica nº 087/2012 SEM/ANEEL, entendemos que a adoção das novas diretrizes deve proporcionar a correta alocação de riscos e custos, sem onerar os Agentes adimplentes. Apresentação de dados para avaliação do impacto da nova metodologia: Consta da Nota Técnica nº 087/2012 SEM/ANEEL que os cálculos das exposições estimadas deverão observar determinados critérios, entre eles um fator de ajuste para considerar encargos, etc., mas que não é detalhado ao longo da Nota Técnica. Este é um exemplo de uma informação importante que deve ser detalhada para permitir se estimar os impactos em termos de custos e benefícios que a implementação da nova metodologia poderá impingir aos Agentes. Mesmo sendo essa primeira Audiência Pública para tratar dos aspectos conceituais da proposta de nova metodologia, ainda assim, nesta etapa, há necessidade de dados e informações mínimas para se permitir a avaliação desses aspectos conceituais dispostos na Nota Técnica. Critérios para o credenciamento das instituições financeiras (bancos e seguradoras): Segundo a Nota Técnica nº 087/2012 SEM/ANEEL, a nova metodologia de constituição de garantias financeiras exigirá que os Agentes utilizem até duas instituições financeiras, previamente credenciadas pela CCEE, para garantir suas liquidações no mercado de curto prazo. Ainda, conforme a Nota Técnica, as instituições financeiras possuem a expertise necessária para avaliação de crédito dos Agentes e serão responsáveis pelo pagamento dos valores devidos por cada Agente na liquidação mensal até o limite operacional. Em síntese, a escolha do rol de instituições financeiras que participarão do processo em tela adquire sobremaneira importância, pois essas instituições serão as garantidoras do processo de liquidação financeira do mercado de curto prazo.

Uma vez implementada as alterações propostas pelo Órgão Regulador, externamos a relevância no esforço do estabelecimento de critérios que permitam a formação de um elenco de instituições financeiras (bancos e seguradoras) de primeira linha para o cumprimento das funções determinadas na nova metodologia. Compartilhamento do risco entre Vendedor e Comprador e a necessidade de informações para tomada de decisão: Um dos pilares da nova metodologia é o compartilhamento dos riscos da compra e venda de energia elétrica entre as partes envolvidas (Vendedor e Comprador). Contudo, entendemos que a proposta de nova metodologia de aporte de garantias para liquidação financeira no MCP ainda precisa ser aprimorada no sentido de garantir o mais amplo e possível conjunto de informações que os Compradores terão para avaliar a qualidade de Vendedores. Não se trata de relegar a proposta de atribuir maior responsabilidade na avaliação do risco da contraparte, mas sim de garantir informações e dados, de forma mais ampla possível, para minimizar os efeitos da assimetria de informações e da seleção adversa presentes nesse mercado, principalmente quando a atuação no setor elétrico brasileiro não é a atividade principal da contraparte compradora.