Contribuição para o aprimoramento das Resoluções nº 393/98 e nº 398/01.
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1 Contribuição para o aprimoramento das Resoluções nº 393/98 e nº 398/01. (Consulta Pública ANEEL 058/2009) Otávio Ferreira da Silveira
2 São Paulo, 18 de novembro de À Agência Nacional de Energia Elétrica ANEEL SGAN Quadra 603 Módulo I Térreo / CEP , Brasília DF Ref: Contribuição para o aprimoramento das Resoluções nº 393/1998 e nº 398/2001. Prezados Senhores, Pela presente, a (DREEN) vem encaminhar à ANEEL suas contribuições à Consulta Pública 058/2009, visando o aprimoramento das Resoluções nº 393/1998 e nº 398/2001, que regulamentam os processos de registro, análise, seleção e aprovação de Estudos de Inventário. A DREEN é uma empresa que se dedica ao desenvolvimento, implantação e operação de plantas de geração de energia elétrica obtida a partir de fontes renováveis hidrelétrica e eólica, contribuindo para a sustentabilidade de nossa sociedade. Agradecendo pela atenção dispensada, e permanecendo a disposição de V. Sas. para prestar quaisquer esclarecimentos adicionais porventura necessários, subscrevemo-nos. Atenciosamente, Otávio Ferreira da Silveira Diretor-presidente Anexo: Contribuição à Consulta Pública 058/ P ágina
3 Anexo: Contribuição à Consulta Pública 058 / Introdução Contribuição à Consulta Pública 058/2009 Na Consulta Pública 058/2009, a ANEEL disponibilizou a Nota Técnica SGH/ANEEL nº 291/2009 que prevê aspectos relevantes para discussão do processo de aprimoramento das Resoluções nº 393/1998 e nº 398/2001. O Quadro 1 apresenta os principais desafios levantados na referida nota técnica pertinentes aos procedimentos do Estudo de Inventário Hidrelétrico Brasileiro e ao cumprimento de sua função primordial. Essa função é dada pela divisão ótima de quedas d água, de modo que os aproveitamentos propiciem o máximo de geração potencial de energia ao menor custo para a sociedade, com o mínimo de impactos sobre o meio ambiente e em conformidade com os cenários de utilização múltipla dos recursos hídricos. Quadro 1- Principais desafios ao processo de registro, análise, seleção e aprovação dos Estudos de Inventário Hidrelétrico Itens da Nota Técnica 291/ ao 8 35 ao 40 Assunto Com a aprovação da Resolução nº 343/08, foi imputado aos estudos de inventário também atribuição de definir o agente que terá direito de preferência em caso de uma eventual disputa na etapa do projeto básico de PCH. As contribuições trazidas da Resolução nº 343/08 serão incorporadas na revisão das Res. 393/98 e 398/01, principalmente no que se refere ao procedimento de registro. Principais desafios Mediante mudança advinda da Resolução 343/08, surgiu o acirramento da concorrência na etapa do inventário, aumentando o número de potenciais conflitos. Existem casos em que se constata a presença de sete concorrentes para um único Estudo de Inventário da Bacia Hidrográfica. Exemplo de contribuição proveniente da Resolução 343/08 é a exigência de garantia criada para o registro ativo, de forma a assegurar que os projetos básicos de PCH s serão desenvolvidos. O elemento definidor do valor da garantia é adotado pela área de drenagem da bacia e prazo para execução dos 3 P ágina
4 estudos. É necessário enquadrar o critério dessa resolução para os Estudos de Inventário de bacias hidrográficas. 47 ao 65 Dificuldade de seleção dos Estudos de Inventário devido à regra atual de atribuição de pesos e notas às diversas disciplinas do estudo. Há casos de diferenças mínimas de pontos entre eles, podendo resultar em recursos administrativos ou judiciais contra decisão que vier a ser proferida. Atualmente, é possível que o estudo de melhor partição de quedas não seja selecionado, caso os estudos básicos do concorrente tenham qualidade superior. Esse critério de escolha não deveria ser elemento suficiente para seleção dos Estudos de Inventário, indo contra a função primordial dos mesmos, de obter a melhor partição de quedas d água, dentro do conceito de aproveitamento ótimo. FONTE: Informações retiradas da Nota técnica nº 291/2009 SGH/ANEEL. Com base nos pontos levantados no Quadro 1, observa-se a necessidade de aprimoramento das resoluções atuais que regulamentam os procedimentos dos estudos de inventário a fim de conduzi-los de maneira eficiente, precisa e consistente. Dado o exposto, a DREEN BRASIL INVENTIMENTOS E PARTICIPAÇÕES SA, por meio da presente, vem propor suas contribuições a respeito desses desafios, com merecido destaque ao critério de seleção dos Estudos de Inventário, que enquanto for definido na forma prevista pela Resolução 398/2001, a ANEEL continuará enfrentando dificuldades de análise e aprovação dos mesmos. 4 P ágina
5 2- Proposta à Consulta Pública 058/ Contribuição referente aos itens 1 ao 8 da NT 291/09 A partir do benefício instituído nos termos do 3º do art. 3º da Resolução Normativa 343, de 2008, acirrou-se a concorrência na etapa de inventário, aumentando o número de potenciais conflitos, uma vez que a aprovação do inventário confere benefícios e direitos na etapa subseqüente do projeto. Dentre os principais conflitos, destaca-se o conflito de interesses na definição prévia do aproveitamento ótimo. Isso porque a partição de quedas pode ser conduzida ou forçada, pelo o autor dos estudos, a fim de que sejam identificados empreendimentos de até 30MW, com objetivo de vir a ter o benefício de direito de preferência. Assim, na tentativa de eliminar possíveis ameaças ao cumprimento dos 2º e 3º do art. 5º da Lei nº 9.074/1995, propõe-se ao futuro ato regulamentar opções de direito de preferência, mutuamente excludentes. A primeira opção, já prevista na Resolução nº 343/2008, assegura o ao autor dos Estudos de Inventário o direito de preferência a, no máximo, 40% do potencial inventariado, ou, no mínimo, um aproveitamento identificado, desde que enquadrado como PCH. A segunda opção seria a de assegurar ao autor do inventário o direito de preferência a aproveitamento com características de UHE, com até 50 MW. A proposta apresentada acima se torna exeqüível em virtude da recente alteração na redação da Lei nº 9.427/1996, dada pela Lei nº /2009, que estabelece que a autorização para exploração de aproveitamentos com características de UHE, com potencial de até 50 MW, seja outorgada por meio de autorização da ANEEL. 2.2 Contribuição referente aos itens 35 ao 40 da NT 291/09 As contribuições trazidas da Resolução nº 343/2008, na qual se atribuem prazos de entrada de concorrentes para realização dos Estudos Básicos, de entrega desses estudos à ANEEL e exigência de garantia para o registro ativo. Esses são fundamentais para o aperfeiçoamento dos processos do Estudo de Inventário. Para fins do registro para elaboração de Estudo de Inventário, propõe-se a admissão de 5 P ágina
6 outros pedidos para o mesmo aproveitamento durante o prazo de trinta dias depois de efetivado o primeiro registro na condição de ativo. Essa proposta visa agilizar o processo de elaboração dos estudos, limitando a quantidade de agentes oportunistas e, conseqüentemente, diminuição do número de Estudos Básicos de baixa qualidade. Ainda para fins do registro, o interessado deverá aportar garantia equivalente aos valores dados pela área de drenagem e prazo para entrega dos estudos, conforme Quadro 2 abaixo. Área de Drenagem De 0 a km² De a km² Acima de km² Garantia de Registro (R$) Prazo para entrega dos Estudos ano 1,5 ano 2,0 anos Essa sugestão deve ser limitada ao prazo real de execução dos Estudos de Inventário, que é de cerca de 2 anos, permitindo assim a diminuição da quantidade atual dos 461 estudos em trâmite nesta fase de elaboração do projeto. Acrescente-se à proposição dos prazos do Quadro 2, que o registro estabelece a data para entrega dos Estudos de Invetário, devendo o mesmo ser elaborado conforme prazo estipulado no registro. Examinado e aceito o primeiro requerimento para análise, com a devida apresentação do Estudo de Inventário, propõe-se que a ANEEL estabelece e informe aos demais interessados que possuam registro ativo para o mesmo aproveitamento, assinalando-lhes o prazo de cento e vinte dias para apresentação dos estudos e projetos. 2.3 Contribuição referente aos itens 47 ao 65 da NT 291/09 A fase de análise de Estudo de Inventário é a etapa que apresenta maiores desafios a serem superados, pois é neste momento que a ANEEL deverá selecionar o estudo que possui maior qualidade, máximo potencial de energia ao menor custo para sociedade, com impactos mínimos sobre o meio ambiente e usos múltiplos da água. 6 P ágina
7 Atualmente, a regra de seleção atribui pesos e notas às diversas disciplinas do Estudo de Inventário. Ademais, conforme visto ao longo da Nota Técnica nº 291/09, percebe-se a grande dificuldade da ANEEL em selecionar um único estudo, dentro de uma imensa quantidade de outros estudos concorrentes, diferenciando-se em mínimos pontos. Assim, sugere-se que uma nova atribuição de pesos às três grandes disciplinas do estudo, a fim de atender à necessidade de um critério objetivo de competição entre os projetos. Dessa forma, propõe-se a criação do ÍNDICE DE SELEÇÃO, considerando as componentes: potência, impacto ambiental e custo de implantação. O Estudo de Inventário a ser escolhido será aquele que apresentar o maior ÍNDICE DE SELEÇÃO. Deverá ser atribuído à variável potência (X) maior peso percentual. Em sequência, a variável impacto ambiental (Y) e, com menor peso percentual, o custo de implantação (Z). Índice de Seleção = X * MW + Y * MW/Km² + Z * R$/MW Onde: X = potência nominal, em MW; Y = impacto ambiental, em MW/Km²; e Z = custo de implantação, em R$/MW A Tabela 1 exemplifica os percentuais de cada componente e suas justificativas, a fim de tornar exequível a proposta do ÍNDICE DE SELEÇÃO. 7 P ágina
8 Na hipótese de empate na apuração do ÍNDICE DE SELEÇÃO, a ANEEL utilizará como critério de seleção e hierarquização, a ordem de protocolização do pedido de registro para elaboração do Estudo de Inventário na Agência. Alternativamente à proposta apresentada acima, na referida nota técnica a ANEEL propõe a contratação conjunta dos estudos básicos do inventário pelos concorrentes no desenvolvimento dos mesmos, dividindo-se os custos e as mesmas informações. Entretanto, acredita-se que essa prática poderá levar a uma situação de concentração de mercado, restringindo a plena concorrência no início do processo dos Estudos de Inventário. Considerações finais Considerando-se a necessidade de aprimoramento das Resoluções nº 398/98 e nº 398/01, propõe-se novo regulamento a fim de consolidar e estabelecer os procedimentos para registro, elaboração, aceite, análise, seleção e aprovação dos Estudos de Inventário Hidrelétrico de Bacias Hidrográficas. A criação de um único regulamento permitirá a conjunção de pontos importantes que ainda não foram tratados nas Resoluções citadas. Cite-se como exemplo o equacionamento de pontos essenciais tratados nas Notas Técnicas da SGH/ANEEL nº 169/2009, nº 109/2009 e nº 239/2008. Adicionalmente, propõe-se retirar a obrigação da ANEEL de publicar anualmente o Relatório do Potencial Hidrelétrico Brasileiro Inventários Propostos para o Biênio, assim como, a exclusão do Parágrafo único do art. 2º da Resolução ANEEL nº 393/1998, que trata da permissão de Estudos de Inventário de outras bacias não contempladas no referido Relatório, por conta e risco dos empreendedores. Por fim, a ANEEL deverá ser nomeada como responsável em selecionar e autorizar o grupo de empreendedores, pessoa física ou jurídica responsável pela obtenção dos dados básicos, na etapa de desenvolvimento dos Estudos de Inventário e futura competição pela aprovação dos estudos de partição de quedas. 8 P ágina
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