Prontuário Eletrônico do Paciente: vantagens e desvantagens nas instituições de saúde

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Transcrição:

Prontuário Eletrônico do Paciente: vantagens e desvantagens nas instituições de saúde Gérson Lima da Silva 1, Ieda Aparecida Carneiro 2. 1. Bacharel em Sistemas de Informações, Especialista em Gestão em Saúde. Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo SES, São Paulo (SP), Brasil. 2. Professor Doutor. Universidade Aberta do Brasil, Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP, São Paulo (SP), Brasil. Introdução: Na área da saúde a tecnologia é aliada na administração e no cuidado ao paciente através do prontuário eletrônico. Objetivo: Conhecer as vantagens e desvantagens no uso de sistema computacional que utilizam do prontuário eletrônico médico nas instituições de saúde. Método: Trata-se de uma pesquisa de revisão bibliográfica conduzida com foco nos artigos científicos publicados entre 2014 e 2016. Resultados e Discussão: O prontuário eletrônico proporciona vantagens como agilidade no acesso à informação, rapidez e precisão. Entre as desvantagens encontra-se o custo elevado na implantação, resistência da equipe, os aspectos éticos, falta de padronização entre os sistemas e ao manuseio dos softwares. Conclusão: As inovações tecnológicas têm sido uma grande aliada no processo de modernização hospitalar e de suma importância no âmbito do sistema de saúde brasileiro facilitando a gestão dos serviços, a comunicação, o compartilhamento das informações e melhorando a qualidade da assistência prestada. Descritores: PRONTUÁRIOS MÉDICOS, PRONTUÁRIO ELETRÔNICOS, INFORMÁTICA MÉDICA, INFORMÁTICA EM ENFERMAGEM.

Introdução A escolha do tema proposto surgiu por buscar compreender a importância de sua implementação do prontuário eletrônico do paciente nos serviços de saúde, discutir suas possibilidades, vantagens e desvantagens. As instituições de saúde têm procurado a modernização dos serviços oferecidos, objetivando assegurar um serviço de qualidade à população atendida e as inovações tecnológicas têm sido uma grande aliada no processo de modernização hospitalar (1). O Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP) surgiu da busca por um sistema capaz de integrar informações clínicas e administrativas, com o objetivo principal de otimizar e qualificar o atendimento, reduzir custos e traçar o perfil da saúde de uma região. Apesar de parecer um sistema vantajoso, sua adoção ainda divide opiniões entre os profissionais da saúde (2). Uma dificuldade encontrada é a interoperabilidade, que é a troca de informações entre os diversos programas. Isso ocorre devido à falta de uma concordância sobre as informações a serem compartilhadas e a utilização de diferentes tecnologias que não conversam entre si (3). No Brasil, a preocupação com a investigação de um modelo de PEP surgiu no meio universitário na década de 90 (4). A resolução 1638/2002 define prontuário do paciente como um documento único constituído de um conjunto de informações, sinais e imagens registradas, geradas a partir de fatos, acontecimentos e situações sobre a saúde do paciente e a assistência a ele prestada, de caráter legal, sigiloso e científico, que possibilita a comunicação entre membros da equipe multiprofissional e a continuidade da assistência prestada ao indivíduo (5). O Ministério da Saúde propôs, em 2002, um conjunto mínimo de informações sobre o paciente que deveriam constar em um prontuário médico, tendo em vista a necessidade de um padrão para o registro de informações sobre o paciente e a integração dos diversos sistemas de informação de saúde nacionais (1). O Conselho Federal de Medicina aprovou no ano de 2007 as normas técnicas para digitalização e uso dos sistemas informatizados para a guarda e manuseio dos

prontuários dos pacientes, autorizando a eliminação do papel e a troca de informações identificadas em saúde (5). Este estudo tem por objetivo conhecer as vantagens e desvantagens no uso de sistema computacional nas instituições de saúde que utilizam o prontuário eletrônico informatizado, possibilitando demostrar os benefícios para as instituições de saúde com sua implantação e ajudar na tomada de decisões, hoje a TICS é a melhor ferramenta que o médico possui como aliado para melhorar a saúde como um todo. Sabendo-se que na área da saúde a tecnologia é aliada melhoria na administração e também no cuidado ao paciente com a utilização do prontuário eletrônico, será realizada uma avaliação da literatura sobre o uso do PEP na prática profissional nas instituições de saúde. Neste contexto surgem algumas indagações, quais são as vantagens e desvantagens do prontuário eletrônico do paciente e como ele pode contribuir nas instituições de saúde? Método Sabendo-se que na área da saúde a tecnologia é aliada melhoria na administração e também no cuidado ao paciente com a utilização do prontuário eletrônico, será realizada uma avaliação da literatura sobre o uso do PEP na prática profissional nas instituições de saúde. Trata-se de um estudo de Revisão Bibliográfica sistematizado, tipo descritivo. A Revisão Bibliográfica foi realizada através de busca online a partir da BIREME - Biblioteca Virtual de Saúde, nos bancos de dados LILACS (Literatura Latino- Americana e do Caribe em Ciências da Saúde), MEDLINE (Literatura Internacional em Ciências da Saúde), SCIELO (Scientific Electronic Library Online) e da pesquisa em literaturas especializadas, conferiu-se a análise dos principais conceitos relacionados à temática deste estudo, nos principais periódicos da área. Os critérios de inclusão definidos para a seleção dos artigos científicos se deu através da leitura exaustiva do assunto e análise do conteúdo dos artigos publicados em periódicos nacionais, livros que retratassem a temática, publicações nos idiomas Português, textos disponíveis na íntegra nas bases pesquisadas, sendo

selecionadas as obras publicadas entre os anos de 2014 a 2016. Foram excluídas as publicações que não continham resumo e não abordavam a respectiva temática. RESULTADOS Os artigos selecionados encontram-se relacionados na quadro abaixo: Quadro Artigos localizados na Biblioteca Virtual de saúde (BVS), nas bases de dados LILACS (2014-2016), MEDLINE (2014-2016) e SCIELO (2014-2016), sobre a utilização do prontuário eletrônico informatizado utilizado nas instituições de saúde. Título do Artigo/Referência Objetivo Resultados Verificar a contribuição da No Brasil, a informatização hospitalar Vantagens e implantação de prontuário acompanhou a evolução do modelo empresarial, desvantagens do eletrônico, identificando suas à medida que os custos relacionados à prontuário eletrônico vantagens e desvantagens computação reduziam, outros sistemas foram para instituição de para a instituição de saúde. desenvolvidos. Podem-se destacar a saúde (1). telemedicina, os programas de controle de estoque, tele-eletro, etc. No entanto, ainda Fonte: Revista RAS assiste-se de forma muito tímida a adoção do PEP pelas instituições de saúde. Ano: 2014 Prontuário Eletrônico do Paciente: conhecendo as experiências de sua implantação (2). Fonte: LILACS Ano: 2014 Avaliar as principais vantagens e desvantagens da adoção de um sistema de prontuários eletrônicos, tanto para a equipe médica quanto para o paciente. Nota-se que nove das doze instituições analisadas observaram a redução no tempo de atendimento e a facilidade na consulta de dados em atendimentos futuros como vantagens proporcionadas pelo PEP. Observa-se, também, que sete das doze pesquisas apontaram o acesso rápido ao histórico dos pacientes, o processamento contínuo e atualizado dos dados, a melhoria do planejamento e controle hospitalar e a melhoria na qualidade do atendimento como pontos positivos na adoção de um sistema informatizado de prontuários. Implantação do prontuário eletrônico do paciente no Brasil (4). Fonte: Revista Portal Editora Atlântica Ano: 2015 Conhecer as percepções sobre a implantação do Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP) no Brasil Os estudos analisados mostram conclusões e recomendações importantes como: há impactos negativos do PEP sobre o trabalho dos profissionais; os profissionais acreditam que o PEP contribui para melhorar a qualidade na assistência prestada ao indivíduo; as informações do PEP são utilizadas principalmente para atender as questões de cunho administrativo; apesar de desvantagens

do PEP, os profissionais optariam pelo seu uso; muitos profissionais ainda têm dúvidas sobre o funcionamento do PEP e suas potencialidades; há carência de informações sobre o PEP para a Estratégia Saúde da Família no Brasil, sendo necessário incentivar a criação e avaliação contínua de modelos de prontuários de família; Prontuário Eletrônico do Paciente: avaliação de usabilidade pela equipe de enfermagem (7). Fonte: BVS Ano: 2015 Avaliar a qualidade, a partir de critérios da usabilidade, e as dificuldades dos profissionais de enfermagem na utilização de um prontuário eletrônico do paciente. Estes resultados apontam que o uso eficiente do PEP também está relacionado com a satisfação e a aceitação do sistema, bem como com o tempo necessário para o registro dos dados. A presença de eventos alerta estão diretamente relacionados à melhora da assistência ao paciente, orientando a sequência do raciocínio lógico a partir da sistematização da avaliação clínica e do PE. Quanto aos itens que resultaram em avaliação negativa, os técnicos de enfermagem destacaram adequação à tarefa, controlabilidade e conformidade com a expectativa do usuário, pois não tinham domínio para seguir com as tarefas propostas, necessitando auxílio da pesquisadora. Fica clara a necessidade do usuário em buscar conhecimento básico em informática e receber treinamento adequado para poder utilizar com eficiência o sistema PEP estudado. A equipe da UTI está satisfeita com o prontuário eletrônico do paciente? Um estudo transversal (3). Fonte: Scielo Ano: 2014 Processo de Enfermagem: comparação do registro manual versus eletrônico (10). Fonte: Journal of Health Informatics Conhecer a experiência de implantação e utilização do PEP por profissionais da saúde Comparar a funcionalidade, confiabilidade, usabilidade e eficiência dos registros manuais e de um software especialmente desenvolvido para auxiliar na implantação do Processo de Enfermagem. A adesão ao prontuário é uma oportunidade de instituições e profissionais de saúde otimizarem a base de dados dos pacientes, facilitando a assistência prestada, melhorando o atendimento e a segurança dos pacientes, proporcionando benefícios no desempenho de suas atividades administrativas e na gestão do hospitalar Foi possível constatar que, pelo fato do software possuir subsídios de ajuda em caso de dúvidas, as notas atribuídas a ele foram muito elevadas (completamente apropriado), se comparadas ao registro de forma manual (considerado moderadamente adequado), e que esta diferença foi significativa. Ano: 2015

DISCUSSÃO A adesão ao prontuário é uma oportunidade de instituições e profissionais de saúde a otimizarem base de dados dos pacientes, facilitando a assistência prestada, melhorando o atendimento e a segurança dos pacientes, proporcionando benefícios no desempenho de suas atividades administrativas e na gestão do hospitalar (3) É imprescindível considerar também algumas desvantagens, como o custo elevado na implantação (equipamentos e treinamentos), a possibilidade de o sistema ficar inoperante e a resistência da equipe, os aspectos éticos, à falta de padronização entre os sistemas e ao manuseio dos softwares (1). Uma dificuldade encontrada é a interoperabilidade semântica e funcional, que é o intercâmbio de informações entre os diversos programas. Isso ocorre devido à falta de consenso sobre as informações a serem compartilhadas e uso de diferentes tecnologias que não conversam entre si (6). Saber usar essa ferramenta é um problema a ser enfrentado entre hospitais e usuários, e a falta de treinamento adequado, relatado na literatura, faz com que a resistência em sua utilização aumente (2). O prontuário eletrônico proporciona inúmeras vantagens, entre as quais: agilidade no acesso à informação, intercâmbio de informações, economia de espaço, redução de consumo com impressos, informações gerenciais rápidas e precisas e aumento de tempo para os profissionais se dedicarem aos pacientes (1). Os recursos computacionais têm sido utilizados como uma alternativa no apoio ao desenvolvimento do Processo de Enfermagem, oportunizando integrá-lo em uma estrutura lógica de dados, informação e conhecimento para a tomada de decisão do cuidado sistematizado, mas a complexidade do sistema também pode contribuir para ampliar a dificuldade de seu manuseio, bem como a falta de conhecimento básico em informática (6). É fundamental que a privacidade e a confidencialidade sejam asseguradas, sendo que propiciar a segurança das informações é um papel de todos envolvidos. Também se faz necessário que seja desenvolvido pelos criadores do sistema uma

ferramenta para garantir o acesso adequado às informações confidenciais do paciente (2). Entre as desvantagens, aparece a necessidade de capacitação e formação para operar software, problemas de rede, internet, suprimento de energia, falta de recursos físicos e equipamentos, resistência a mudanças e dúvida quanto ao sigilo das informações (7). Os profissionais de saúde, especialmente os médicos, são resistentes à mudança de suas rotinas; a maioria dos profissionais continua resistente ao uso de sistemas eletrônicos no hospital, o que constitui uma das barreiras à adoção de PEP (8). O sistema informatizado mostrou-se ser mais vantajoso quando comparado com o registro manual, no que se refere ser mais preciso na execução das etapas do PE; permitir uma maior compreensão sobre a inter-relação existente entre as etapas do PE; ser mais fácil obter dados para avaliar o serviço a partir do seu uso; possuir subsídios de ajuda que podem ser acessados em caso de dúvidas (9). O benefício imediato do PEP é a precisão da prescrição, melhorando a segurança do paciente, além de poupar a enfermagem e os farmacêuticos da necessidade de decifrar a letra difícil de determinados médicos (8). Como benefícios do uso de sistemas de PEP, para a assistência à saúde, temos: maior disponibilidade e acesso mais amplo a informações de saúde, maior legibilidade; alertas em casos de inconsistências e interações medicamentosas, possibilidade de comparar computacionalmente resultados de exames e a evolução do tratamento, capacidade de rápido compartilhamento de informações, geração de relatórios e indicadores de gestão e assistenciais, tanto para fins epidemiológicos quanto estatísticos, colaborando para os processos de acreditação (4).

CONCLUSÃO A informática na área de gestão dos serviços de saúde cresceu bastante nos últimos anos e nesse cenário destaca-se a utilização do prontuário eletrônico informatizado e inúmeras são as vantagens e desvantagens em uma instituição de saúde. É notório ressaltar as vantagens do prontuário eletrônico tais como a redução da quantidade de papéis, segurança em ter toda a informação clínica do paciente armazenada em um banco de dados, o acesso as informações em qualquer lugar e a qualquer hora, melhor legibilidade, evitando erros na leitura de prescrição, administração de medicamento e maior tempo de atendimento. Também tem desvantagens como alto valor financeiro na implantação, interoperabilidade entre os sistemas por falta de um padrão para comunicação entre os sistemas, falta de treinamento, resistência de alguns profissionais. Sendo assim, conclui-se que a sua utilização traz muitas vantagens, auxiliando com o aperfeiçoamento no cuidado ao paciente e melhorias na gestão hospitalar, segurança permanente dos dados clínicos e tomada de decisões.

REFERÊNCIAS 1. Martins C, Lima SM. Vantagens e desvantagens do prontuário eletrônico para instituição de saúde. RAS. 2014, Abr-Jun; 16 (63): 62-66. 2. Canêo PK, Rondina JM. Prontuário Eletrônico do Paciente: Conhecendo as experiências de sua implantação. J. Health Informa. 2014 Abril-Junho; 6 (2): 67-71. 3. Belique et al. A experiência de implantação do prontuário eletrônico no âmbito hospitalar. 8º Fórum FEPEG. [Internet]. 2014 Setembro [acesso em 09 de setembro de 2016]; [ aproximadamente 3 p.]. Disponível em: http://www.fepeg2014.unimontes.br/sites/default/files/resumos/arquivo_pdf_anais/artigo_infor matica_resumo.pdf 4. Lourenção LG, Junior CJF. Implantação do prontuário eletrônico do paciente no Brasil. Artigo de Revisão. Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, Departamento de Epidemiologia Saúde Coletiva. 2016; 15 (1): 44-53. 5. Cartilha sobre Prontuário Eletrônico. A certificação de sistemas de registro eletrônico de saúde. Segurança e Confidencialidade para a informação do paciente. Certificação digital e certificação de software. Sociedade Brasileira de Informática em Saúde. Fevereiro 2012. 6. Lahm JV. Carvalho DR. Prontuário eletrônico do paciente: avaliação da usabilidade pela equipe de enfermagem. Revista eletrônica Cogitare Enfermagem. 2015 ; 20 (1): 38-44. 7. Poli AG, Klug D. As compreensões que o prontuário eletrônico do paciente sobre o paciente assume no coletivo de trabalhadores em uma Unidade Básica de Saúde. Disponível em: http://saudepublica.bvs.br/pesquisa/resource/pt/sus-25425, Acesso em 27 de outubro de 2016. 8. Fumis RRL, Costa ELV, Martins PS, Pizzo V, Souza IA, Schettino GPP. A equipe da UTI está satisfeita com o prontuário eletrônico do paciente? Um estudo transversal. Revista brasileira de terapia intensiva. 2014; 26 (1): 1-6. 9. Tannure MC, Lima APS, Oliveira CR, Lima SV, Chianca TCM. Processo de Enfermagem: Comparação do registro manual versus eletrônico. J.Health Inform. 2015 Jul Set; 7(3): 69-74.