Prescrição Eletrônica: Vantagens e desvantagens.

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1 Prescrição Eletrônica: Vantagens e desvantagens. Sérgio Bassalo Paludeto 1, Fábio Oliveira Teixeira 2 1. Graduado em Tecnologia da Informação. Universidade de Franca UNIFRAN, Franca (SP), Brasil. 2. Professor Doutor. Universidade Aberta do Brasil, Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP, São Paulo (SP), Brasil. Resumo: Objetivo: Verificar as vantagens e desvantagens da Prescrição Eletrônica nas instituições de saúde no Brasil. Método: Trata-se de uma pesquisa bibliográfica do tipo revisão de literatura. Os artigos foram selecionados na base de dados da Biblioteca Virtual em Saúde. Para localização dos artigos, foi utilizada a expressão (tw:(prescrição eletrônica)) AND (tw:(sistemas computadorizados de registros médicos)) OR (tw:(prontuário eletrônico)). Resultado: A partir do enfoque da utilização da prescrição eletrônica em instituição de saúde foram utilizados 5 artigos para análise. Conclusão: Percebe-se que em todos os trabalhos consultados a prescrição eletrônica possui mais vantagens do que desvantagens quando comprada à prescrição manual feita em papel. Descritores: Prontuário eletrônico; Sistemas computadorizados de registros médicos; Prescrição Eletrônica. Introdução De acordo com Pazin-Filho et all (1), a prescrição médica hospitalar pode ser definida como: uma etapa no processo de fornecimento de medicamentos para um paciente internado. Esse processo é multidisciplinar, envolvendo médicos, farmacêuticos, nutricionistas e equipe de enfermagem e pode adquirir enorme complexidade. Esse processo pode ser feito utilizando papel e caneta. Com avanço da tecnologia da informação, surgiram sistemas informatizados para uso na área de saúde, em clínicas e hospitais e esses sistemas possibilitaram que a prescrição seja feita de forma digital, em meio eletrônico. O advento da prescrição eletrônica nas instituições de saúde não eliminou a prescrição manual (2).

2 A prescrição eletrônica já está presente em muitas instituições privadas e públicas no Brasil e verificar suas vantagens e desvantagens fornece subsídios para quem deseja implantar ou aprimorar esse processo. Baseado na experiência de outras unidades de saúde, que foram objeto da literatura aqui pesquisada, é possível observar os pontos do processo que devem receber atenção especial para mitigar as desvantagens. Ao considerar o contexto, esse estudo teve como objetivo verificar as vantagens e desvantagens da Prescrição Eletrônica nas instituições de saúde no Brasil. Tendo em vista esse cenário, este artigo baseou-se na seguinte questão: Quais são as principais vantagens e desvantagens da prescrição eletrônica?. Método Trata-se de uma pesquisa bibliográfica do tipo revisão de literatura, pois faz uma análise e síntese da informação disponibilizada por todos os estudos relevantes publicados sobre um determinado tema, de forma a resumir o corpo de conhecimento existente e levar a concluir sobre o assunto de interesse. Foi realizada a pesquisa bibliográfica no portal da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) que contempla as que seguintes bases de dados: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS); National Library of Medicine (PUBMED); EMBASE e Cumulative Index to Nursing and Allied Health (CINAHL), EDUCA, ERIC, COCHRANE, SCIELO, BDENF. Para localização dos artigos, foi utilizada a expressão de busca Prontuário eletrônico; Sistemas computadorizados de registros médicos; Prescrição Eletrônica. Foram aplicados os seguintes critérios de inclusão: artigos de pesquisa que apresentaram especificidade com o tema, com os descritores relacionados, publicados entre 2000 a 2016, escritos no idioma em português. Critérios de exclusão dos artigos: foram excluídas teses, dissertações e monografias.

3 Resultados e Discussões Foram localizadas 32 publicações utilizando a expressão de busca (tw:(prescrição eletrônica)) AND (tw:(sistemas computadorizados de registros médicos)) OR (tw:(prontuário eletrônico)). A partir do enfoque da utilização da prescrição eletrônica foi realizada a leitura dos resumos dos artigos na busca por aproximação com a temática, sendo selecionados 05 artigos para a extração dos dados e avaliação crítica. Ver Tabela 1. Tabela 1 Artigos localizados na base de dados BVS, sobre prescrição eletrônica. Título do Artigo/Referência Objetivo Resultados A prescrição médica eletrônica em um hospital universitário: falhas de redação e opiniões de usuários (2). Analisar as falhas de redação da prescrição médica eletrônica e opiniões dos usuários acerca de suas vantagens e desvantagens Os profissionais indicaram as seguintes vantagens: facilidade de leitura dos dados e rapidez com que a prescrição é feita e liberada e como desvantagens a repetição de prescrições de dias anteriores sem revisão e informações digitadas de forma incorreta. Avaliação do registro eletrônico da prescrição e evolução de enfermagem (3). Implantação de prescrição eletrônica a fim de otimizar a dispensação de medicamentos(4) A análise em hospital da serra gaúcha (rs) (5). Prescrição Eletrônica como fator contribuinte para segurança de pacientes hospitalizados (6). Conhecer a percepção e a preferência do usuário na prática estabelecida antes da implementação de melhorias e novos desenvolvimentos de rotinas eletrônicas. Implantar a prescrição eletrônica a fim de otimizar a dispensação de medicamentos e evitar erros de dispensação. Verificar as vantagens e desvantagens da sistematização eletrônica do prontuário do paciente. Identificar fatores causais de erros de medicação relacionados à redação da prescrição médica eletrônica e suas vantagens e desvantagens, segundo médicos, Em todos os quesitos investigados, houve preferência pela prescrição e evolução de enfermagem eletrônica, quando comparada com o registro manual. A liberação das prescrições via computador aumenta a eficiência na dispensação de medicamentos, porém não erradica a possibilidade de ocorrência de fatores causais de erros na medicação, principalmente quando há também prescrições manuais. Com a implantação do prontuário eletrônico nos hospitais ocorre a melhoria da qualidade do atendimento, bem como recuperação rápida e organizada de informações de um conjunto de pacientes ou sobre um paciente em particular. Com relação à opinião dos profissionais, verificou-se que grande parte deles identificava erros na prescrição eletrônica o que nos mostra que o sistema computadorizado não erradica a possibilidade de ocorrência de fatores causais de erros na medicação. Porém, várias vantagens foram apontadas como a maior legibilidade, praticidade e

4 equipe de enfermagem e oficiais administrativos. organização, rapidez com que é elaborada e emitida, dentre outras. A partir das análises dos artigos observou-se que o período de publicação foi entre os anos de 2003 à Nota-se que as publicações selecionadas, em sua maioria, foram elaboradas por pesquisadores da área de enfermagem, o que revela o interesse dessa categoria pela temática. Os artigos permitiram identificar as vantagens do uso da prescrição eletrônica, tais como: maior legibilidade (2, 3, 6), praticidade e organização da prescrição (2, 3, 4, 5, 6), eficiência na dispensação do medicamento (4), minimização de erros ao paciente decorrente de prescrições mal formuladas (2); melhora da qualidade dos atendimentos (2). A análise dos artigos indica que a equipe de enfermagem prefere utilizar a prescrição eletrônica, pois a consideram mais fácil de preencher, que é visualmente superior e mais completa (3). Porém os estudos também revelaram algumas desvantagens relacionadas ao uso da prescrição eletrônica, como (2, 3, 4, 5, 6): Repetição inadequada da prescrição sem revisões; necessidade de profissionais treinados para o uso do sistema e indisponibilidade do sistema. Conclusões Conclui-se que a prescrição eletrônica é mais segura quando comparada à em papel, trazendo maior segurança ao paciente, uma vez que são mais legíveis e os sistemas de informação podem até mesmo criticar interações medicamentosas. Entretanto, foi observado na análise dos artigos alguns fatores de risco para essa modalidade, que são decorrentes do uso inadequado do sistema, como a repetição das prescrições sem revisões e a falta de treinamento dos usuários para o uso adequado da ferramenta.

5 Referências 1. Pazin-Filho A, et all. Princípios de prescrição médica hospitalar para estudantes de medicina. Medicina (Ribeirão Preto) [internet] 2013;46(2): Disponível em: M%E9dica%20Hospitalar%20para%20Estudantes%20de%20Medicina.pdf 2. Cassiani SHB, Gimenes FRE, Freire CC. A prescrição médica eletrônica em um hospital universitário: falhas de redação e opiniões de usuários. Rev. Esc. Enferm. USP [Internet] 2003; 37(4): Disponível em: 3. Palomo JSH, Damas BGB, Gutierrez MA. Avaliação do registro eletrônico da prescrição e evolução de enfermagem. J. Health Inform. [Internet] 2010; 2(1): Disponível em: 4. Cardoso AM. Implantação de prescrição eletrônica a fim de otimizar a dispensação de medicamentos. Rev. Bras. Farm. Hosp. Serv. Saúde São Paulo [Internet] 2013; 4 (4): Disponível em: 5. Brocheto AD et al. Prontuário eletrônico do paciente (pep): A análise em hospital da serra gaúcha (rs). Revista Eletrônica Gestão & Saúde [Internet] 2015; 6 (Supl. 3): Disponível em: 6. Gimenes FRE, Miasso AI, Lyra Junior DP, Grou CR. Prescrição Eletrônica como fator contribuinte para segurança de pacientes hospitalizados. Pharmacy Practice [Internet] 2006; 4(1): Disponível em: