Doença caracterizada por episódios de exacerbação e remissão. Fotossensibilidade erupção cutânea em áreas expostas ao sol.

Documentos relacionados
Glomerulonefrites Secundárias

ESCLEROSE SISTÉMICA - CASUÍSTICA SERVIÇO MEDICINA IV

FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DE CAMPINA GRANDE-FCM CG

Hemograma, plaquetas, creatinina, uréia. creatinina, uréia. Lúpus induzido por drogas, gestantes, lactantes e crianças devem ser tratados por médicos

Profº André Montillo

Lúpus Eritematoso Sistêmico - sinais e sintomas

Pneumonia intersticial. Ana Paula Sartori

Revisão de Reumatologia PARTE II LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO. Dr.Aleksander Snioka Prokopowitsch. Dr.Aleksander Snioka Prokopowitsch

Complementação de Reumatologia

LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO (LES) UMA REVISÃO 1

Esclerose Sistêmica (ES) Generalidades: Esclerose Sistêmica (ES) Esclerodermia É uma Doença Crônica, Multissistêmica e incluída no Grupo das Doenças

Síndrome de Sjögren (SS)

Serviço e Disciplina de Clínica Médica. Sessão Clínica 05/11/2018. Orientador: Prof. Luis Clóvis Bittencourt. Prof. Edilbert Pellegrini

Prof. Ms. Alex Miranda Rodrigues

Anais do 14º Encontro Científico Cultural Interinstitucional ISSN

Lúpus eritematoso sistêmico com acometimento neurológico grave: Relato de Caso

Dia Nacional de Luta contra o Reumatismo

Vai estudar doenças glomerulares? Não se esqueça do elefantinho!

LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO

Perfil FAN e AUTO-ANTICORPOS. Qualidade e precisão para diagnóstico e acompanhamento clínico.

2ª PARTE CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS REUMATOLOGIA

Esclerodermia: Causas Desconhecidas e Ainda sem Tratamento

Diagnóstico Diferencial das Síndromes Glomerulares. Dra. Roberta M. Lima Sobral

Imagem da Semana: Radiografia, Tomografia Computadorizada, Ressonância Nuclear Magnética

CADA VIDA CONTA. Reconhecido pela: Parceria oficial: Realização:

GLOMERULOPATIAS. 5º ano médico. André Balbi

Eduardo Henrique Costa Tibaldi 1) Introdução

Raniê Ralph Nefro. 02 de Setembro de Professor Calipson. Doenças sistêmicas e rim

NOME GÊNERO IDADE ENDEREÇO TELEFONE

Ritha C. Capelato Rocha R3 Dermatologia HRPP 2014

parte 1 estratégia básica e introdução à patologia... 27

Faculdade de Medicina de Botucatu - Unesp

Impacto clínico da tripla positividade dos anticorpos antifosfolípides na síndrome antifosfolípide trombótica

Espectro clínico. Figura 1 Espectro clínico chikungunya. Infecção. Casos Assintomáticos. Formas. Típicas. Fase Aguda. Fase Subaguda.

Etiologia: Etiologia:

SENADO FEDERAL PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 293, DE 2009

Insuficiência Renal Aguda no Lúpus Eritematoso Sistêmico. Edna Solange Assis João Paulo Coelho Simone Chinwa Lo

Glomerulonefrite pós infecciosa

Vai estudar doenças glomerulares? Não se esqueça do elefantinho!

Caio Abner. 3 de Junho de 2009

Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas Lúpus Eritromatoso Sistêmico

REATIVAÇÃO DO LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO NA GRAVIDEZ SOBRE A FORMA DE NEFRÍTE LÚPICA

Glomerulopatias Secundárias. Glomerulopatias Secundárias. Glomerulopatias Secundárias. Glomerulopatias Secundárias. Glomerulonefrites Bacterianas

Lupus Eritematoso Sistémico Revisão Casuística do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia

PROCESSO SELETIVO UNIFICADO DE RESIDÊNCIA MÉDICA 2018 PADRÃO DE RESPOSTAS PRELIMINAR PROVA PARA ESPECIALIDADELIDADES PEDIÁTRICAS

densidade óptica está ilustrada na Figura 1. O grupo anti-lpl positivo (anti- LPL+) foi detectado em 25 dos sessenta e seis pacientes com LES (37,8 %)

ESCLERODERMIA LOCALIZADA LOCALIZED SCLERODERMA

Semiologia do aparelho osteoarticular. Professor Ivan da Costa Barros

Síntese de Fator Reumatóide (mais sensível) e Anti-Peptídeo Citrulinado Cíclico (anti-ccp mais específico).

Identificação:SBR, 48 anos, feminino, parda, casada, funcionária administrativa, natural de Campos dos Goytacazes.

Síndrome de Sjögren. Elementos básicos de diagnóstico e de terapêutica da:

DOENÇAS AUTO IMUNES OBJETIVO CONHECER ALGUMAS DOENÇAS AUTO IMUNES MAIS COMUNS CONECHER ALGUNS MÉTODOS DE DIAGNÓSTICOS MAIS UTILIZADOS

MANEJO DOS CASOS SUSPEITOS E CONFIRMADOS DE INFLUENZA NO HIAE E UNIDADES

Profª. Thais de A. Almeida

Doenças Exantemáticas em Pediatria. Dra. Joelma Gonçalves Martin Departamento de Pediatria Faculdade de Medicina - UNESP

Pneumonia Intersticial Associada à Autoimunidade

Cuidados Partilhados Reumatologia / MGF. Alertar para agudizações e complicações graves mais comuns em doenças reumáticas inflamatórias

Ac. Marina Martinichen Furlaneto 2015

RESIDENCIA MÉDICA UFRJ

Caso Clínico. Flora Cruz de Almeida PET Medicina UFC Fortaleza, 28 de agosto de 2013.

Documentação necessária para abertura de processos para medicamentos do Componente Especializado Lupus Eritematoso

LÚPUS: PROCEDIMENTOS LABORATORIAIS NO DIAGNÓSTICO DA DOENÇA

Pergunte ao especialista. Dra. Eliane Focaccia Póvoa Mestre em Reumatologia pela UNIFESP Chefe SGBENIN GEXSP SUL

EXAMES LABORATORIAIS PROF. DR. CARLOS CEZAR I. S. OVALLE

MIOPATIAS E DOENÇAS DA JUNÇÃO NEUROMUSCULAR

Texto de apoio ao curso de Especialização Atividade física adaptada e saúde Prof. Dr. Luzimar Teixeira

Introdução. *Susceptibilidade. * Unidade funcional e morfológica: néfron - glomérulo ( parte vascular) - túbulo ( parte epitelial) TÚBULO PROXIMAL

Introdução. *Susceptibilidade. * Unidade funcional e morfológica: néfron - glomérulo ( parte vascular) - túbulo ( parte epitelial) TÚBULO PROXIMAL

Autoimunidade e Doenças Auto-imunes: Bases Moleculares, Imunológicas e Diagnóstico

Manejo de casos suspeitos de Febre Maculosa. Outubro de 2018

Helena Ferreira da Silva, Paula Vaz Marques, Fátima Coelho, Carlos Dias. VII Reunión de Internistas Noveis Sur de Galicia

INTRODUÇÃO LESÃO RENAL AGUDA

PROCESSO SELETIVO PARA ACADÊMICO DE MEDICINA DO GRUPO MED IMAGEM. (Nº /1) VAGAS PREVISTAS

RESUMO DOS PRINCIPAIS AUTO-ANTICORPOS E MARCADORES REUMÁTICOS

Eritematoso Sistêmico. Manifestações Gastrointestinais

Derrame Pleural. Hemotórax. Quilotórax. Derrame pseudoquiloso (colesterol / BK e reumatóide)

N o 41. Novembro Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) Afinal, o que é lúpus?

Artrite Psoriásica. 15 Encontro Municipal / 13 Encontro Nacional de Psoríase 10 Encontro de Vitiligo 2017

Doença inflamatória da coluna vertebral podendo ou não causar artrite em articulações periféricas e inflamação em outros órgãos como o olho.

Artigo LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO GRAVE: RELATO DE CASO SEVERE ERITEMATOSO SYSTEMIC LUPUS: CASE REPORT

Avaliação da prevalência de alterações dermatológicas em pacientes com Lúpus Eritematoso Sistêmico

Doenças pulmonares intersticiais

Lúpus eritematoso sistémico

recomendações Atualização de Condutas em Pediatria

LÚPUS ERITEMATOSO DERMATOPATIAS IMUNOMEDIADAS SISTÊMICO E DISCÓIDE 27/05/2017. Lúpus Eritematoso Sistêmico. Aspectos Clínicos.

Síndrome Renal Hematúrico/Proteinúrica Idiopática Primária. (Nefropatia por IgA [Doença de Berger])

Patologia das Glândulas Salivares

ANEXO II CONTEÚDO PROGRAMÁTICO EDITAL Nº. 17 DE 24 DE AGOSTO DE 2017

Avaliação/Fluxo Inicial Doença Cardiovascular e Diabetes na Atenção Básica

História Clínica. 56 anos, sexo masculino, pedreiro

Fenômeno de Raynaud em crianças: uma revisão crítica

DISTÚRBIOS HIPERTENSIVOS NA GRAVIDEZ. Profª Leticia Pedroso

ENFERMAGEM DOENÇAS CRONICAS NÃO TRANMISSIVEIS. Doenças Respiratórias Parte 1. Profª. Tatiane da Silva Campos

CASO CLÍNICO. Medicina-UFC. Everton Rodrigues

Caso Clínico 5. Inês Burmester Interna 1º ano Medicina Interna Hospital de Braga

Transcrição:

Colagenoses Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) Mais comum em mulheres em idade fértil. A luz ultravioleta é relacionada a exacerbação da doença. Doença caracterizada por episódios de exacerbação e remissão. Critérios diagnósticos: 1997 - Pelo menos 4 dos 11 a seguir: Fotossensibilidade; Rash malar; Lupus Discóide; Úlceras Orais; Artrite Não-erosiva; Serosite (pleurite e pericardite); Alteração hematológica (anemia hemolítica; plaquetopenia; Leucopenia ou linfopenia); Nefrite lúpica; Neuropsiquiátricos (convulsão ou psicose); FAN positivo; Imunológicos (Anti-DNAds ou Anti-Sm ou Antifosfolipídio anticoagulante lúpico, anti-cardiolipina IgG ou IgM ou VDRL falso +). 2012 - Pelo menos 4 dos 17 a seguir: Lupus cutâneo agudo (rash malar, fotossensibilidade, lúpus bolhoso etc ou lúpus cutâneo subagudo); Lupus cutâneo crônico (Discóide, paniculite etc); Alopecia não cicatricial; Úlceras Orais ou Nasais; Artrite; Serosite (pleurite e pericardite); Anemia hemolítica; Plaquetopenia; Leucopenia ou linfopenia; Nefrite lúpica; Neuropsiquiátricos (convulsão, psicose, neuropatia periférica, mielite ou estado confusional agudo); FAN positivo; Anti-DNAds; Anti-Sm; Antifosfolipídio (anticoagulante lúpico, Anti-B2glicoproteina IgA, IgG ou IgM; Anti-cardiolipina IgA, IgG ou IgM ou VDRL falso + ); Consumo de complemento (C3, C4 ou CH50); Coombs direto + (na ausência de anemia hemolítica) Cutâneo-Mucosas Fotossensibilidade erupção cutânea em áreas expostas ao sol. Rash malar lesão mais característica do LES. Lupus Discóide surge na face e couro cabeludo, deixa cicatriz Úlceras orais geralmente indolores.

Osteoarticular: Artrite não-erosiva -> migratória e predomina em pequenas articulações. Artrite de Jaccoud: Deformidade reduzível, não erosiva (10% dos casos). Cardiopulmonar (Serosites): Pleurite -> Derrame pleural exsudativo. Pericardite -> Raro levar a tamponamento. Hematológico: Anemia -> Apenas a hemolítica é considerada critério diagnóstico. A mais comum é de doença crônica. Plaquetopenia. Leucopenia e Linfopenia. Anticorpos Anti-Fator VIII. Linfadenopatia e Esplenomegalia. Renal: Dividida em 6 classes: I - Mesangial mínima II - Mesangial Proliferativa III - Glomerulonefrite Proliferativa Focal IV - Glomerulonefrite Proliferativa Difusa (mais comum e mais grave) V - Glomerulonefrite Membranosa VI -Forma Esclerótica Avançada

O Anticorpo Anti-DNAds é o marcador de Nefrite Lúpica. O complemento também é diminuído na Nefrite Lúpica. A única exceção a essas regras é a Nefrite Membranosa (Classe V) que pode ter Anti-DNAds negativo e Complemento normal. Neuropsiquiátrico: Cefaléia, Convulsão, AVE isquêmico e hemorrágico. Disfunção cognitiva, depressão e psicose associada ao Anti-P ou ao uso de corticoide (em 5% dos casos). FAN: Geralmente positivo em altos títulos (> 1:80). Sensibilidade de 98% mas pouco específico. Padrão Nuclear homogêneo -> Anti-histona e Anti-DNAds -> LES, Nefrite lúpica, LES farmacoinduzido. Padrão Pontilhado / Salpicado -> Anti-ENA (Anti-RO, Anti-La, Anti-Sm e Anti-RNP) -> LES, Sjogren, Doença Mista. AUTOANTICORPOS: Anti-DNAds -> Marcador de Nefrite Lúpica. Anti-ENA -> Anti-Sm; Anti-RNP; Anti-Ro; Anti-La Anti-Histona -> Lúpus farmacoinduzido. Anti-P -> Marcador de acometimento neurológico. Antifosfolipídios -> Anticoagulante lúpico; Anticardiolipina e Anti-beta2 Glicoproteína 1. Os mais específicos de LES são: 1º Anti-Sm e 2º Anti-DNAds.

Marcadores de atividade da doença: Aumento de PCRt e VHS Queda do Complemento (C4 e C3) Anti-DNA Citopenias Creatinina elevada e Albumina baixa] EAS ativo Classificação: LÚPUS BRANDO Apenas pele, mucosas, articulações e serosas. LÚPUS MODERADO Lúpus Brando + alterações hematológicas. LÚPUS GRAVE Alterações renais e/ou neurológicas. Tratamento: Formas Leves: Lesões Cutâneas - Corticóide tópico + Antimaláricos. Corticóides sistêmicos, Metotrexato e Azatioprina em casos refratários. Osteoarticular - AINES, antimaláricos, Metotrexato corticoide sistêmico em dose anti-inflamatória, Serosite - Corticóide sistêmico dose anti-inflamatória.

Formas moderadas e graves: Imunossupressão com corticoides e drogas citotóxicas (Ciclofosfamida, Azatioprina, Micofenolato). Corticóide em dose imunossupressora. Anemia Hemolítica e Trombocitopenia: Imunoglobulina em casos graves refratários Lúpus grave de SNC e Glomerulonefrite Rapidamente Progressiva: Pulsoterapia com Metilprednisolona + Ciclofosfamida. Marcadores de mal prognóstico: Creatinina > 1,4mg/dL Hipertensão Síndrome Nefrótica Anemia Hipoalbuminemia Homens, negros Hipocomplementemia Lúpus Fármaco induzido: Principais drogas relacionadas: Hidralazina (mais comum); Procainamida; Isoniazida; Fenitoína; Metildopa; Quinidina; d-penicilamina; clorpromazina. A apresentação clínica é mais branda, não acometendo rins ou SNC, não consome complemento, não há anti-dnads e os anticorpos Anti-Histona são os mais típicos. FAN positivo padrão nuclear homogêneo. O tratamento envolve suspensão da droga responsável.

Síndrome Do Anticorpo Antifosfolipídio (SAF) Epidemiologia: SAF Primária (Isolada) -> 50% dos casos -> incidência igual entre homens e mulheres. SAF secundária (pp. Lupus) -> 50% dos casos -> mais comum em mulheres. Diagnóstico: 01 CRITÉRIO CLÍNICO + 01 CRITÉRIO LABORATORIAL. Critérios clínicos: Episódio de trombose: arterial, venosa profunda ou de pequenos vasos. Morbidade Gestacional: (1) Morte fetal inexplicada com mais de 10 semanas de idade gestacional; (2) Nascimento prematuro de feto morfologicamente normal antes de 34 semanas de gestação devido a pré-eclampsia, eclampsia ou insuficiência placentária; (3) Três ou mais abortamentos espontâneos antes de 10 semanas de idade gestacional, excluindo causas cromossomiais ou maternas. Critérios laboratoriais: Anticoagulante Lúpico; Anticorpo Anticardiolipina IgG ou IgM> 40UI ou percentil 99 Anti-beta2-glicoproteína 1 IgG ou IgM > percentil 99 SAF catastrófico: Quadro clínico grave com presença de trombose venosa e/ou arterial em pelo menos 3 órgãos em 1 semana. Tratamento: Pacientes com história de trombose: Anticoagulação por tempo indeterminado,

Venosa: Alvo INR 2-3 Arterial: Alvo INR >3 ou 2-3 + AAS Pacientes Assintomáticos: Controle de fatores de risco tradicionais. AAS apenas em pacientes com lúpus e anticorpos antifosfolipídeos. Gestantes sem história de abortamento: AAS (nenhum tratamento e heparina profilática são opções) Gestantes com história de abortamento: AAS + heparina profilática. Gestantes com Trombose ou história de trombose : Heparina plena. Se história de complicação obstétrica: + AAS. Esclerose Sistêmica (Esclerodermia) Doença caracterizada pela produção e deposição exacerbadas de colágeno nos tecidos, com disfunção vascular e fibrose cutânea associadas. Classificação: Formas Localizadas: Morfeia, Linear e Golpe de Sabre. Formas Difusas: Cutânea Difusa: Acomete órgãos internos + qualquer parte da pele. Cutânea Limitada (CREST): Acomete órgãos internos + Algumas partes da pele (principalmente extremidades e face). Visceral: Acomete apenas órgãos internos (Rara, apenas 5% dos casos). CREST = Calcinose; Raynaud; Esofagopatia; Sclerodactilia; Telangiectasias. Nosso foco será somente nas formas Difusas (Cutânea Difusa e CREST), uma vez que as formas localizadas não costumam ser cobradas em concursos de instituições particulares.

Manifestações Clínicas Fenômeno de Raynaud Fenômeno Vascular. Gerado pelo vasoespasmo de arteríolas digitais. Evolução: Palidez -> Cianose -> Rubor (vasodilatação rebote) Principal causa de Raynaud: Doença de Raynaud. Fatores predisponentes: Exposição ao frio e estresse. ALTERAÇÕES CUTÂNEAS: Esclerodactilia: fibrose da pele das mãos, que fica espessada e endurecida em flexão. Úlceras cutâneas: ocorre principalmente nas pontas dos dedos. Leucomelanodermia: Despigmentação que poupa áreas perifoliculares (aspecto em sal e pimenta ). Telangiectasias. Calcinose: Deposição de cálcio no tecido subcutâneo. MUSCULOESQUELÉTICAS Artralgia / Artrite não erosive (de distribuição semelhante Artrite Reumatoide) Contraturas tendíneas Mialgia / Miosite GASTROINTESTINAIS: Esofagopatia: Dismotilidade com dilatação nos 2/3 inferiores do esôfago e incompetência do esfíncter esofagiano inferior, gerando disfagia de condução, refluxo gastroesofágico e risco de broncoaspiração Estômago em Melancia -> Ectasia vascular antral, gerando hemorragia digestiva. Hipomotilidade intestinal, gerando constipação intestinal, distensão abdominal e formação

de divertículos em boca larga e supercrescimento bacteriano, que por sua vez provoca diarréia e má absorção Pneumatose Intestinal (ar na parede intestinal) raro. PULMONARES: Alveolite com Fibrose Intersticial -> típica da forma Cutânea Difusa. Vasculopatia Pulmonar com Hipertensão Arterial Pulmonar -> típica da forma Cutânea Limitada (CREST). Principais causas de morte na Esclerodermia. CRISE RENAL DA ESCLERODERMIA: Praticamente exclusiva da forma Cutânea Difusa. Lesões principalmente nas artérias interlobulares e arqueadas. Insuficiência Renal Aguda + HAS grave + Anemia Hemolítica Microangiopática (presença de esquizócitos no sangue periférico). Tratamento com IECA - CAPTOPRIL! OUTRAS MANIFESTAÇÕES Miocardiopatia Restritiva, Pericardite e Bloqueios de condução Fibrose Tireoideana. Síndrome Seca (Sjogren). Risco mais elevado de Ca de Esôfago e Pulmão. Diagnóstico: Quadro Clínico + Auto-Anticorpos + Capilaroscopia de leito Ungueal. Auto-Anticorpos: Anticentrômero -> Mais típico da forma CREST. -> FAN centromérico

Antitopoisomerase 1 (Anti-Scl70) -> Mais típico da forma Cutânea Difusa. -> FAN nucleolar Fator Reumatóide pode ser positivo. Capilaroscopia do Leito Ungueal reflete comprometimento de pequenos vasos, possuindo sensibilidade elevada (98%). Tratamento Raynaud: Prevenção do Vasoespasmo: Evitar exposição ao frio e estresse, usar vasodilatadores: antagonistas de canais de cálcio, inibidores de fosfodiesterase 5, inibidores da endotelina. Agudizações graves: nitroglicerina tópica, análogos da prostaciclina, simpatectomia digital. Alveolite fibrosante: Prednisona + Ciclofosfamida ou Azatioprina ou Micofenolato, apenas na fase de Alveolite (inflamatória). Vasculopatia com hipertensão Pulmonar: Oxigenioterapia, e vasodilatadores (inibidores de fosfodiesterase 5, inibidores da endotelina) Crise Renal: IECA > Devemos evitar diuréticos, corticoides Síndrome De Sjogren (Síndrome Seca) Doença caracterizada pela infiltração linfocitária das glândulas exócrinas levando à presença principalmente de boca seca e olhos secos. Quadro Clínico: Manifestações Glandulares: Xeroftalmia olhos secos (ceratoconjuntivite seca) Xerostomia boca seca, com halitose e cáries. Acloridria gastrite crônica atrófica. Aumento de Parótidas Geralmente na SJ primária.

Ressecamento de vias respiratórias rinite, sinusite, tosse seca Ressecamento vaginal - dispareunia Manifestações Extraglandulares: Artralgia e artrite não-erosiva. Fenômeno de Raynaud (30% dos casos) Doença Pulmonar Doença Intersticial pulmonar. Doença Renal Nefrite Intersticial Linfocítica Crônica (acidose tubular renal tipo 1), Glomerulonefrite por imunocomplexos (raro). Vasculite predominante na pele. Neuropatia periférica: polineuropatia sensitiva (semelhante ao DM)/ sensitiva motora SNC: Lesões disemielinizantes. Aumento do risco de linfoma. Pode se associar a Cirrose biliar primária. Laboratório Aumento de VHS e anemia de doença crônica. FAN positivo em 80-90% dos casos Fator Reumatóide positivo em 70 90% dos casos. Anti-Ro (SS-A) positivo em 60% dos casos e Anti-La (SS-B) positivo em 40% dos casos. Diagnóstico: CRITÉRIOS DO AMERICAN COLLEGE OF RHEUMATOLOGY (ACR 2012) Anti-Ro OU Anti-La OU Fator Reumatóide positivo associado a FAN positivo 1:320.

Ocular Staining Score (OSS) 3. Sialoadenite linfocítica local com escore de foco 1/4mm² em biópsia de glândula salivar labial. Pelo menos 2 dos 3 Critérios Anteriores, fecham o Diagnóstico. Pelos Critérios antigos, os sinais e sintomas oculares e os sintomas orais eram importantes para o diagnóstico da doença. Para avaliarmos os sinais oculares, lançamos mão do Teste de Schirmer que consiste na colocação de uma fita sob a pálpebra durante 5 minutos para avaliar a produção normal das glândulas lacrimais (positivo se <5mm em 5 minutos) e do Escore Rosa Bengala com substância que cora as regiões oculares com ceratoconjuntivite seca. Tratamento: Ingestão hídrica, lágrima artificial, saliva artificial. Agentes colinérgicos para estímulo à salivação. Corticoides e imunossupressores em geral somente na doença extraglandular mais grave. Polimiosite e Dermatomiosite São doenças raras, contudo são as mais comuns miopatias idiopáticas inflamatórias. A população mais acometida são as mulheres de meia idade. Apesar de ambas acometerem a musculatura, apenas a Dermatomiosite acomete também a pele. Quadro Clínico: Principal achado: Fraqueza muscular de caráter insidioso, simétrico e com predomínio da musculatura proximal, dificultando movimentos com a cintura pélvica e escapular. Disfagia alta (de transferência) com disfonia, engasgos e até broncoaspiração por comprometimento da musculatura esquelética da faringe do 1/3 superior do esôfago. Doença Pulmonar Intersticial: Relacionada à Síndrome Anti-sintetase Principal marcador:

Anti-Jo1 Alterações Dermatológicas da Dermatomiosite: Heliótropo: coloração roxo-azulada das pálpebras. Pápulas de Gottron: Exantema nos nós dos dedos das mãos. Mão do mecânico : Descamação da face lateral e palmar dos dedos das mãos. Rash facial e em V no tórax relacionado ao Anti-Mi2. COMO DIFERENCIAR DERMATOMIOSITE DE POLIMIOSITE? A dermatomiosite apresenta lesões cutâneas (heliotropo e Gottron). A dermatomiosite em adultos tem relação com neoplasias (paraneoplásica) em até 10-15% dos casos. A Dermatomiosite possui melhor resposta ao tratamento clínico. Diagnóstico: Padrão-Ouro: Biópsia Muscular. Enzimas musculares costumam estar elevadas. Eletroneuromiografia apresenta padrão de miopatia. Autoanticorpos: Anti-Jo1: Relação com doença pulmonar intersticial, fenômeno de Raynaud e mão do mecânico. Anti-Mi2: Na Dermatomiosite com rash facial e em V no tórax e início agudo. Anti-SRP: Na Polimiosite mais agressiva e refratária.

Tratamento Medicamentoso: Corticóide sistêmico + Imunossupressor. Casos refratários: Imunoglobulina EV. Medidas gerais de reabilitaçãoo: Fisioterapia, filtro solar na DM. Doença Mista Do Tecido Conjuntivo (DMTC) É uma doença reumatológica distinta com achados clínicos presentes em outras doenças reumatológicas auto-imunes: LES, Esclerodermia, Polimiosite ( e Artrite Reumatoide) com manifestações variadas, sendo obrigatório o encontro de Anti-RNP para firmarmos seu diagnóstico. Os sintomas podem ser seqüenciais e não simultâneos. Principais Achados Clínicos: Fenômeno de Raynaud, esclerodactilia Artrite, puffy hands (edema de mãos) Hipertensão Arterial Pulmonar Miosite, Neuralgia do Trigêmeo (raro) Nefropatia Membranosa AUTO-ANTICORPOS: Anti-RNP positivo em altos títulos (> 1:1000). Fator Reumatóide positivo em até 70% dos casos. FAN positivo padrão pontilhado grosso (anti-rnp).

Diagnóstico (CRITÉRIOS DE ALARCON-SEGOVIA): Critérios Clínicos: Mãos edemaciadas; Sinovite; Miosite; Raynaud; Acroesclerose com ou sem esclerose sistêmica. Critérios Sorológicos: Anti-RNP positivo com título > 1:1600. Sinovite ou Miosite devem SEMPRE estar presentes. Um critério sorológico e 3 clínicos fecham o diagnóstico de DMTC. Tratamento Manifestações Cutâneas: Antimaláricos. Doença Branda: Corticóide sistêmico em baixas doses. Doença Grave: Imunossupressão. Síndrome de Overlap Paciente apresenta mais de uma doença distinta. Ex: lúpus e artrite reumatoide com anticorpos das 2 doenças positivos, sem Anti-RNP em altos títulos.