SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA DECRETO ESTADUAL 45.471/2008 Modifica o regulamento do ICMS e determina a substituição tributária para frente nas operações internas e interestaduais de colchoaria, cosméticos, artigos de higiene pessoal e de toucador
Conceito de substituição Tributária Técnica de arrecadação mediante a qual se atribui a uma terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da obrigação, a responsabilidade pelo recolhimento do tributo.
No caso especifico do ICMS o legislador inseriu a substituição tributária sobre operações ainda não ocorridas, ou seja, de forma presumida, inaugurando a chamada substituição tributária por fato gerador subseqüente, ou, simplesmente, substituição tributária para frente. Neste aspecto não há qualquer ilegalidade, tanto que o STF consolidou o entendimento de ser plenamente possível a ocorrência de fatos geradores subseqüentes futuros (RE 213.396)
Onde reside o problema da sistemática da substituição tributária? O problema esta quando o legislador, ao exigir o imposto sobre o fato gerador presumido, faz mediante presunção da base de cálculo dissociada da realidade econômica, ou mais, quando o valor da operação utilizada é superior àquele sobre qual ela efetivamente se realiza.
Para evitar essa polêmica, a denominada substituição tributária para frente foi alçada a garantia constitucional, mediante inserção, pela Emenda n 03/93, do 7 ao art.150 da CF/88, prevendo expressamente: a lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não se realize o fato gerador presumido.
Esta alteração constitucional gerou inúmeras batalhas judiciais, mas o STF, na ADI no. 1.851-4, interpretou a referida norma constitucional, no sentido de que a substituição tributaria é método de arrecadação de tributo instituído com o espoco de facilitar e otimizar a cobrança de impostos, que possibilita maior justiça fiscal por impedir a sonegação, e não comporta a restituição de valores em razão de o tributo pago antecipadamente ser repassado no preço de venda da mercadoria como custo.
Resta evidente, diante desta negativa de restituição, que a base de calculo presumida deverá ser arbitrada com extremo rigor e observância das garantias constitucionais. A Lei Complementar nº 87/96 estabelece os seguintes critérios que devem ser observados para fixação da base de cálculo presumida:
a) tratando-se de mercadoria ou serviço cujo preço final a consumidor, único ou máximo, seja fixado por órgão público competente, a base de cálculo será o preço estabelecido pelo órgão. b) existindo preço final a consumidor sugerido pelo fabricante ou importador, a base deverá ser o referido preço sugerido.
c) nas demais hipóteses, a base de cálculo deverá ser fixada com base em preços usualmente praticados no mercado considerado, obtidos por levantamento, ainda que por amostragem ou através de informações e outros elementos fornecidos por entidades representativas dos respectivos setores, adotando-se a média ponderada dos preços coletados.
Nas hipóteses "a" e "b" anteriormente mencionadas, é muito improvável que a operação seja realizada por valor dissonante da base de cálculo presumida, ao menos no momento da realização da operação pelo contribuinte substituto. O que costuma ocorrer, entretanto, é a oscilação dos preços em momento posterior, principalmente no caso de bens cuja saída do estabelecimento do contribuinte substituído (operação subseqüente) se dá meses após a operação original (p. ex. venda de veículos novos). Como, regra geral, o "mercado" não dá aviso prévio e o prejuízo do contribuinte substituído acaba acompanhado de odioso aumento da carga tributária, proporcionalmente ao valor final de venda a consumidor.
Já na hipótese "c", caso se constate que a base de cálculo presumida fixada para o produto é superior aos "preços usualmente praticados no mercado considerado", no momento de realização da operação pelo substituto, a cobrança do ICMS por substituição poderá ser imediatamente questionada pelo contribuinte. Ocorre que, numa economia de mercado extremamente dinâmica como a que vivemos, o valor dos "preços praticados no mercado considerado" em relação a alguns produtos, tende a variar de maneira extremamente célere.
Bem por isso, o Poder Executivo e as entidades representativas dos respectivos setores, deverão acompanhar pari passu a evolução dos preços, para evitar que ocorra, a qualquer tempo, um distanciamento desarrazoado entre a base de cálculo presumida e os preços efetivamente praticados. Se isso não ocorrer o cenário será de constantes embates judiciais entre o Fisco e os contribuintes, ressaltando-se que o Poder Judiciário, ao se deparar com abusos, não poderá fixar a base presumida que entender razoável, já que tal tarefa é alheia à sua competência. Em outras palavras, se a base de cálculo presumida for abusiva, o Poder Judiciário terá de afastar a aplicação do regime de substituição tributária até que outra base seja fixada pelo Poder Executivo.
Caberá ao Poder Judiciário mensurar até quanto o contribuinte substituto poderá ser sacrificado em prol de um sistema de tributação que visa a evitar a sonegação do substituído, tarefa extremamente difícil se considerarmos que cada produto, atividade econômica e mercado sujeitam-se a parâmetros diferenciados de valoração. Se é verdade que a substituição tributária pra frente atende aos princípios da praticidade e da eficiência na arrecadação, mediante evidente redução dos custos administrativos de fiscalização e arrecadação, também é verdade que provoca um conseqüente aumento dos custos operacionais do contribuinte substituto, em face da complexidade de aplicação do regime.
Nesse contexto, a substituição tributária somente será justa se a base de cálculo presumida for sempre inferior à média de preços praticados no mercado. O Fisco deve "abrir mão" de uma parcela da arrecadação em prol da eficiência e do combate à sonegação. Somente assim haverá equilíbrio e justiça.
DECRETO N. 45.471/2008 Operações com Cosméticos, Perfumaria, Artigo de Higiene Pessoal e Toucador Base de Cálculo: preço praticado pelo remetente + frete + seguros + impostos + taxa de franquia + outros encargos transferíveis ou cobrados pelo destinatário,acrescido dos seguintes percentuais:
59,26% - óleos, perfumes, maquiagem, preparações capilares e para barbear, desodorantes, sais para banho, depilatórios, saboes e sabonetes (inclusive os líquidos) - 37,78% - henna, acetona, lenços umidecidos, papel higienico, pinças, escovas, etc. 41,34% - gaze, ataduras, preparacoes para higiene pessoal e bucal, absorventes, fraldas, etc.
Apuração de estoque Simples Nacional Anexo I da LC 123/2006 Parcelamento 6 parcelas Contribuinte Geral Aliquota interna - Parcelamento em 4 parcelas