AMBIENTE FORMADOR COMO FATOR DE INTERFERÊNCIA NO NÍVEL DE DESENVOLVIMENTO MOTOR DE CRIANÇAS DE 7 E 8 ANOS DE IDADE

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Transcrição:

AMBIENTE FORMADOR COMO FATOR DE INTERFERÊNCIA NO NÍVEL DE DESENVOLVIMENTO MOTOR DE CRIANÇAS DE 7 E 8 ANOS DE IDADE BATISTA, Giovani de Paula - PUCPR giovani.batista@pucpr.br Área temática: Educação: Teorias, metodologias e práticas. Agência financiadora: Não contou com financiamento Resumo O trabalho de desenvolvimento motor é de fundamental importância para o crescimento e desenvolvimento de qualquer indivíduo. Tendo isto em vista, este trabalho analisa em que nível de desenvolvimento motor se encontram crianças de sete e oito anos de idade, da rede particular e municipal de ensino em Curitiba, Paraná. A amostra foi composta por trinta e três crianças sendo dezoito da escola pública e quinze de uma escola particular. Trata-se de uma pesquisa descritiva comparativa com registro, análise e interpretação dos dados. O trabalho apoiou-se em atividades de coordenação motora, onde as crianças realizaram as atividades propostas pelo professor de acordo com suas capacidades motoras. Na escola particular 20% dos alunos pesquisados ficaram dentro da classificação normal alto e 80% dentro da classificação normal médio. Já na escola pública 66,7% ficaram dentro da classificação muito superior, porém 22,2% atingiram a classificação superior e 11,1% obtiveram a classificação normal auto. Como resultado geral conclui-se que as crianças da escola particular obtiveram um melhor resultado em relação à escola pública devido ao nível de materiais disponíveis e qualidade das aulas realizadas na instituição. Palavras-chave: Desenvolvimento motor; Coordenação motora; Atividade física para crianças. Introdução O desenvolvimento motor vem sendo a grande preocupação dos professores de escolas públicas e particulares de Curitiba. Prova disso é observar aulas de Educação Física, nas escolas de primeira à quarta série do ensino fundamental. Sabe-se também que em muitas destas escolas existe precariedade quanto à quantidade e à qualidade dos materiais que estão à disposição dos professores para serem trabalhados com os alunos, sendo este, um dos fatores que interferem no desenvolvimento motor da criança. Autores como Gallahue e Ozmun (2005, p. 54) afirmam que podemos observar diferenças de desenvolvimento motor provocada por fatores próprios do indivíduo, onde o ambiente interfere nas habilidades motoras do aluno, relacionando diretamente com alterações

11621 no nível de desenvolvimento motor do mesmo, o que está de acordo com Ferreira Neto (1995, p. 104) onde o autor afirma que o desenvolvimento motor caracteriza-se por alterações no comportamento de bebês, crianças e adolescentes, sendo que o período de 4 a 8 anos revela-se por um crescimento rápido das crianças até as mesmas chegarem a um período de estabilidade, onde o ambiente interfere direto no comportamento motor do indivíduo. Para esse processo de crescimento acontecer de forma espontânea há três grandes conjuntos de fatores atuam neste processo de diferenciação, sendo o primeiro representado pelos fatores biológicos, que determinam aptidões específicas, limites à performance, e tendências de desenvolvimento; o segundo os fatores sócio-culturais, que orientam em parte as opções de desenvolvimento individual, de grupos, e mesmo de gênero; em terceiro a acumulação de experiência motora, quer esta seja facultada de forma organizada ou estruturada, quer de forma não estruturada ou informal. Na infância segundo Santos, Dantas e Oliveira (2000, p. 33 44) o desenvolvimento motor caracteriza-se pela aquisição de um amplo aspecto de habilidades motoras, que possibilitam à criança um amplo domínio do seu corpo em diferentes posturas (estáticas e dinâmicas), locomover-se pelo meio ambiente de variadas formas (andar, correr, saltar, etc.) e manipular objetos e instrumentos diversos (receber uma bola, arremessar uma pedra, chutar, escrever, etc.). Desta forma, entendemos que o desenvolvimento motor na infância é de suma importância para o indivíduo e que cabe aos professores promover este desenvolvimento para que a criança tenha progresso em suas habilidades motoras. Segundo Ferreira Neto (1995, p. 104-105), para que o processo de habilidades ocorra, a criança passa por três etapas no desenvolvimento motor, sendo a primeira a pequena infância que corresponde de 0 a 4 anos, tendo como aquisição dominante os mecanismos sensório-motores elementares, motivação restrita, sendo que neste estágio o nível máximo da criança realizar explorações sensoriais e motoras; o segundo processo de habilidades ocorre na média infância, correspondente ao período entre 4 e 8 anos onde há um crescimento rápido até encontrar uma estabilidade para este período, sendo extremamente ativo. Neste período, as crianças têm maior capacidade de integração, espaço temporal e desenvolvimento do esquema corporal e dos fatores de execução (força, velocidade, destreza) além de uma boa capacidade de execução psicomotora. Este grupo também apresenta qualidades de coordenação e domínio dos principais movimentos naturais como correr, pular, saltar. No último estágio do desenvolvimento motor se tem a grande infância, pré-puberdade, fase que corresponde à idade

11622 dos 9 aos 13 anos, onde ocorre na criança certas transformações das estruturas anatômica e nervosa, domínio global, motor global, devido a grande facilidade em atividades complexas a base do deslocamento e equilíbrio. Ocorre uma melhoria da coordenação tendo, assim, uma maior precisão nos movimentos, e a capacidade de ser autônomo para realizar suas próprias atividades motoras. Junto a esse processo de desenvolvimento motor está à parte da psicomotricidade do aluno, pois isso pode auxiliar toda a fase de aprendizagem de cada indivíduo. Para Molinari (2003, p. 89) o trabalho da educação psicomotora com as crianças deve prever a formação de base indispensável em seu desenvolvimento motor, afetivo e psicológico, dando oportunidade para que, por meio de jogos, de atividades lúdicas, se conscientize sobre seu corpo. Por meio da educação física, a criança desenvolve suas aptidões perceptivas como meio de ajustamento do comportamento psicomotor. Para que ela desenvolva o controle mental de sua expressão motora, a educação física deverá realizar atividades considerando seus níveis de maturação biológica. A educação física, na sua parte recreativa, proporciona a aprendizagem das crianças em várias atividades esportivas que ajudam na conservação da saúde física, mental e no equilíbrio socioafetivo. Entendemos assim que todos esses fatores são essenciais para o desenvolvimento da criança, também podemos concluir que se houver falha durante esse processo o resultado final pode não ser o mais satisfatório em relação às habilidades motoras adquiridas pela criança. Outro fator muito importante no processo de desenvolvimento da criança é o desenvolvimento cognitivo, que de acordo com Papalia e Olds (2000, p. 56), é dividido em quatro estágios: o estagio pré-natal (da concepção até o crescimento) a primeira infância (do nascimento ate os 3 anos), a segunda infância (dos 3 aos 6 anos) de idade, e a terceira infância (dos 6 aos 12 anos de idade). Um bom desenvolvimento cognitivo da criança auxilia diretamente no crescimento dela sendo que atualmente se aceita amplamente que o crescimento é condicionado pela herança genética (transmitida pelos pais, não pelo grupo étnico), mas que é fortemente influenciado pelo ambiente, visto aqui, não apenas fisicamente (clima, altitude), mas também socialmente, principalmente no que se refere às doenças e à nutrição. Logo pode-se entender que tudo isso leva a um bom nível de desenvolvimento de um indivíduo, afinal um bom nível de desenvolvimento motor auxilia de forma muito positiva no crescimento e desenvolvimento da criança. O ambiente pode interferir de forma direta nas habilidades dos alunos, seja em aspectos positivos ou negativos em relação ao local que os

11623 mesmos se encontram. Portanto cabe aos professores dar condições para que essas crianças obtenham um progresso em suas habilidades motoras. Este estudo tem sua importância para melhorar a compreensão dos professores sobre o desenvolvimento motor de crianças de 7 e 8 anos de idade, fazendo com que os alunos tenham um melhor rendimento nas atividades propostas em aulas de acordo com o ambiente que a escola oferece. Através dos resultados obtidos os professores saberão aplicar as atividades de acordo com a idade e nível de habilidade da criança o que, conseqüentemente, fará com que elas tenham um melhor rendimento em todas as atividades propostas, melhorando dessa forma seu nível de habilidade afetiva, cognitiva, motora. Tendo também como objetivo verificar a interferência do ambiente formador na disciplina de educação física sobre o nível de desenvolvimento motor de crianças de 7 e 8 anos de escolas públicas e particulares de Curitiba. Material e métodos Esta pesquisa foi realizada de forma descritiva comparativa, pois segundo Thomas e Nelson (2002, p. 34), os pesquisadores investigam a interação do crescimento e maturação da aprendizagem e variabilidade de performance. Além da mesma ser um estudo de status, sendo amplamente utilizada nas ciências comportamentais. Este método é um estudo exploratório, pois por meio de estudos transversais e longitudinais pode-se investigar a interação do crescimento e maturação da aprendizagem com as variáveis de performance. Fizeram parte desta pesquisa 33 alunos de uma escola pública e de uma escolar particular do município de Curitiba, onde 15 alunos eram da escola particular e 18 da escola pública. Também fizeram parte da pesquisa os professores de Educação Física das respectivas escolas pesquisadas. Para os alunos poderem participar das pesquisas eles deveriam ter entre sete e oito anos, ser aluno da instituição (pública / particular) de Curitiba, ser residente no mesmo Município e estar com o termo de consentimento assinado. Os alunos seriam excluídos caso estivessem com problemas de saúde, faltassem no dia do teste ou não realizassem o teste por completo. Para os professores participarem da pesquisa eles deveriam ser professores da rede pública ou particular de ensino, serem formados no Curso de Educação Física e não estarem afastados da instituição pesquisada. Eles seriam excluídos da pesquisa caso não respondessem

11624 o questionário por completo, atuassem em outra área além da Educação Física ou se recusassem a participar da pesquisa. Como instrumento de coleta de dados foi utilizado a escala de desenvolvimento motor de Rosa Neto (2002), que é composta por motricidade global, motricidade fina, equilíbrio, esquema corporal, organização espacial, organização temporal, lateralidade e resultados. Fez parte do teste um questionário de perguntas fechadas elaborado a partir das 10 competências de Perrenoud (2000), que compõe este estudo com o objetivo de avaliar a interferência e contribuição do ambiente em relação à formação dos alunos. Resultados e Discussão As tabelas abaixo descrevem uma média geral dos alunos das respectivas instituições pesquisadas. A Tabela um é relacionada à Escala de Desenvolvimento de cada indivíduo onde foi constatado que de 15 indivíduos apenas três ficaram com uma classificação acima da média, totalizando um valor de 20% da população pesquisada. Os outros doze participantes da pesquisa ficaram com uma classificação normal média, totalizando assim 80% da população avaliada. Tabela 1 Escala de desenvolvimento motor das crianças da escola particular Classificação Frequência Percentual normal alto 3 20,0 normal médio 12 80,0 Total 15 100,0 Fonte: O autor De acordo com a tabela acima entendemos que os participantes que ficaram com a classificação normal alto estão com um ótimo nível de desenvolvimento motor estando inclusive acima da média geral da população, já as crianças os participantes que atingiram a classificação normal médio também se encontram com um bom nível de desenvolvimento motor, pois eles estão de acordo com a média geral da população dentro da faixa etária pesquisada. As crianças da escola particular obtiveram esses resultados devido à grande quantidade de materiais disponíveis para se trabalhar além dos professores também possuírem especialização e mestrado. Outro fator que também nos leva a esse resultado é o ambiente escolar em que os alunos vivem, pois a escola particular pesquisada também oferece

11625 atividades extracurriculares como judô e balé. O que está de acordo com a opinião de Gallahue e Ozmun (2005, p. 17) onde os autores afirmam que o nível de desenvolvimento motor é influenciado diretamente pelo ambiente no qual o indivíduo se encontra onde o termo motor, quando usado sozinho, refere-se aos fatores biológicos e mecânicos que influenciam o movimento. Porém, este termo é sempre acompanhado por sufixos como psicomotor, sensório motor, aprendizado motor, e também desenvolvimento motor, sendo elementos fundamentais na aprendizagem motora da criança. Os autores também afirmam, (p. 54), podemos observar diferenças de desenvolvimento no comportamento motor provocada por fatores próprios do indivíduo (biologia) no ambiente (experiência) e da tarefa em si (físicos/mecânicos). Podemos observar essas diferenças através do desempenho do indivíduo, ou através de alterações no desenvolvimento no ciclo da vida. Resultados da escola pública A Tabela de número dois refere-se aos resultados de uma média de classificação geral dos alunos da escola pública pesquisada. Tabela 2 - Escala de desenvolvimento motor nas crianças da escola pública Classificação Freqüência Percentual Percentual válido Percentual acumulado muito superior 12 66,7 66,7 66,7 superior 4 22,2 22,2 88,9 normal alto 2 11,1 11,1 100,0 Total 18 100,0 100,0 Fonte: O autor Dentro do grupo pesquisado encontramos 12 indivíduos que estão dentro da classificação muito superior, totalizando assim 66,7% do grupo. Sendo assim entende-se que estes indivíduos têm um nível de desenvolvimento acima da média geral da população. Já 4 indivíduos ficaram dentro da classificação superior que juntos totalizam 22,2% da população. Sendo assim entendemos que estes quatros indivíduos também estão um pouco acima da média geral da população pesquisada. Eles ficaram apenas abaixo do nível dos alunos com a classificação normal alto, isso se deve a fatores ambientais, biológicos etc. E por último temos 2 indivíduos com a classificação normal alto que juntos representa 11,1% do grupo pesquisado. Estes dois indivíduos ficaram com a menor média da população

11626 pesquisada, mesmo assim eles também obtiveram uma média maior do que normalmente indivíduos com essa faixa etária de idade. Pode-se entender que o nível de desenvolvimento motor deles também está muito bom, porém não há garantia que esses resultados significam a média geral da população em relação a idade pesquisada, pois não há como basear-se apenas em um grupo para podermos definir uma população. Entende-se dessa forma que o ambiente interfere diretamente no nível de desenvolvimento motor desses alunos o que na verdade está de acordo com as opiniões de Gallahue e Ozmun (2005) e Ferreira Neto (1995) onde eles consideram que o ambiente interfere diretamente no comportamento do indivíduo seja ela criança, jovem, adulto. Assim sendo cabe aos professores adaptarem-se ao ambiente em que o aluno se encontra para seu melhor desenvolvimento físico, motor, psicológico e social. Compreende-se que a opinião dos autores acima citada também está de acordo com Krebs (1997, p. 69) que diz que as relações entre crianças e o meio carecem ainda de reflexões acerca de suas vivências, experiências, hábitos e rotinas de conduta, levando-se em conta o entre jogo dinâmico e recíproco dos vários sistemas interligados (casa, escola, clube, igreja, etc). Desta forma entendemos que são vários fatores que formam o indivíduo, e que esses fatores estão interligados. Conclusão O presente estudo demonstra alguns aspectos relacionados ao desenvolvimento motor da criança, educação psicomotora e aprendizagem motora que são fundamentais para o seu desenvolvimento durante todo o ciclo da vida. Concluímos que os indivíduos da escola particular obtiveram um resultado melhor em relação aos indivíduos da escola particular, isso se deve a vários motivos entre eles destacaremos os fatores biológicos, já que a parte genética interfere diretamente no desenvolvimento de qualquer pessoa. Outro fator importante a ser destacado é o fator ambiental, pois o ambiente da escola particular é muito mais propício para se fazer atividades físicas devido a grande quantidade de materiais que a escola fornecia e a programas extracurriculares que estavam inserido na grade curricular da escola. Podemos concluir que os indivíduos da escola pública ficaram com uma média menor que os da escola particular devido à falta de espaço para se realizar as atividades e também a falta de comprometimento dos professores em relação às atividades propostas para os alunos,

11627 não podemos atribuir o resultado da escola pública a falta de materiais, pois na instituição pública há uma grande quantidade de materiais disponíveis para se dar boas aulas. De acordo com o questionário entregue para os professores de Educação Física das respectivas instituições pesquisadas, podemos atribuir uma melhor preparação dos professores da instituição particular, pois podíamos notar que as aulas muito bem planejadas nas quais atendiam as necessidades dos alunos, ao contrário da instituição pública, onde os alunos que tinham uma maior habilidade motora, sobressaiam sobre os demais colegas de classe, notamos assim que as atividades propostas não atendiam a todos os alunos o que resulta em um menor nível de desenvolvimento motor dos alunos da instituição pública. Muitas vezes os alunos da escola pública realizam atividades em casa, na rua, em campos de futebol com os amigos e isso também interfere de forma positiva no desenvolvimento da criança, porém hoje em dia além da boa Educação Física realizada nas instituições particulares as crianças também realizam atividades extras o que acaba dando um desenvolvimento melhor em atividades propostas em aula. Concluímos assim que a visão de que as crianças da rede particular de ensino ficam dentro de casa e não praticam nenhum tipo de atividade física está muito equivocada como vimos as crianças dessas instituições estão com um nível de habilidade motora acima das crianças da rede pública. REFERÊNCIAS FERREIRA NETO, Carlos Alberto. Motricidade e jogo na infância. Rio de Janeiro: Sprint, 1995. GALLAHUE, David L; OZMUN John C. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos. 2. ed. São Paulo: Phorte, 2005. MOLINARI, Ângela Maria da Paz; SEMS, Solange Mari. Uma dimensão ecológica na escola pela via da autonomia. Rev. PEC, Curitiba, v. 3, n. 1, p. 89-93, jul. 2002-jul. 2003. PAPALIA, Diane E.; OLDS, Sally Wendkos; FELDMAN, Ruth Duskin. Desenvolvimento humano. 7. ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. 684 p. (Biblioteca Artmed). SANTOS, Suely; DANTAS, Luiz; OLIVEIRA, Jorge Alberto de. Desenvolvimento motor de crianças, de idosos e de pessoas com transtornos da coordenação. Rev. Paul. Educ. Fis., São Paulo, v. 18, n. esp. 33, p. 33-44, ago. 2004.