ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO. Prof. Fernando Ramos Gonçalves



Documentos relacionados
Acidente Vascular Cerebral Isquêmico - AVCI. Prof. Fernando Ramos Gonçalves-Msc

TUMORES CEREBRAIS. Maria da Conceição Muniz Ribeiro

Ficha de Identificação do Paciente (Apenas para uso interno. Esta informação não é para ser incluída no CRF)

UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA Curso de Graduação em Enfermagem Liga de Enfermagem em Neurologia

Derrame cerebral Resumo de diretriz NHG M103 (dezembro 2013)

Sessão Cardiovascular

azul NOVEMBRO azul Saúde também é coisa de homem. Doenças Cardiovasculares (DCV)

DISTÚRBIOS DE CONSCIÊNCIA. Alunas: Natalie Rios Reginara Souza Sara Felipe Tatiane Costa Thamy Marques

TRAUMA CRANIOENCEFÁLICO E HIPERTENSÃO INTRACRANIANA

FACULDADE DE MEDICINA/UFC-SOBRAL MÓDULO SISTEMA NERVOSO NEUROANATOMIA FUNCIONAL. AVC Isquêmico. Acd. Gabrielle Holanda. w w w. s c n s. c o m.

DIABETES MELLITUS. Prof. Claudia Witzel

AULA 11: CRISE HIPERTENSIVA

12 PROVA DE CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS MÉDICO NEUROLOGISTA

COMA. Recuperação da Consciência. Morte Encefálica

UTILIZAÇÃO DE REALIDADE VIRTUAL COM SOFTWARE NINTENDO WII COMO TRATAMENTO EM PACIENTES COM ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO

EstudoDirigido Exercícios de Fixação Doenças Vasculares TCE Hipertensão Intracraniana Hidrocefalia Meningite

Do nascimento até 28 dias de vida.

Patologia por tomografia. Profº Claudio Souza

INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO

18º Imagem da Semana: Tomografia Computadorizada de Crânio

Protocolo de Monitorização Neurológica

CEFALÉIAS NA SALA DE. Sergio Novis

O que é O que é. colesterol?

Acidente Vascular Cerebral Pedro Schestatsky MD, PhD

Acidente Vascular Encefálico Hemorrágico

AVC: Acidente Vascular Cerebral AVE: Acidente Vascular Encefálico

Acidente vascular cerebral

CRANEOENCEFÁLICO TRAUMA TISMO MONOGRAFIAS ESCALA DE COMA DE GLASGOW 1 ABERTURA DOS OLHOS 2 RESPOSTA VERBAL 3 RESPOSTA MOTORA

TES TE T S E ER GOMÉTRIC GOMÉTRIC (Te ( ste de esforço ç )

ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL ISQUÊMICO

Hipertensão intracraniana Hidrocefalia

CLASSIFICAÇÃO DAS CEFALEIAS (IHS 2004)

Conheça mais sobre. Diabetes

As disfunções respiratórias são situações que necessitam de intervenções rápidas e eficazes, pois a manutenção da função

cateter de Swan-Ganz

Definição IAM. Infarto Agudo do Miocárdio (IAM)

Imagem da Semana: Tomografia computadorizada, exame de líquor e EEG

PREVENÇÃO DAS DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS PREVENIR É PRECISO MANUAL DE ORIENTAÇÕES AOS SERVIDORES VIGIAS DA PREFEITURA DE MONTES CLAROS

Recebimento de pacientes na SRPA

INSTITUTO DE DOENÇAS CARDIOLÓGICAS

Vertigem na emergência. Dra. Cristiana Borges Pereira

CRESEMS, CISCOPAR e 20ª. Regional de Saúde Toledo PR PROTOCOLOS CLÍNICOS ESPECIALIZADOS

Retinopatia Diabética

Ficha de Identificação do Paciente (Apenas para uso interno. Esta informação não é para ser incluída no CRF)

EXERCÍCIO E DIABETES

Índice. Como evitar um AVC e um Infarte do miocardio

ORIENTAÇÕES PARA O PROFESSOR PRESENCIAL

PROGRAMA TEÓRICO E PRÁTICO PARA ESTÁGIO EM CARDIOLOGIA 2014 Credenciado e reconhecido pela Sociedade Brasileira de Cardiologia

à diabetes? As complicações resultam da de açúcar no sangue. São frequentes e graves podendo (hiperglicemia).

Epilepsia e distúrbio de aprendizagem: tem relação?

Qual é a função do Sistema Nervoso Central?

Pós operatório em Transplantes

- Miocardiopatias. - Arritmias. - Hipervolemia. Não cardiogênicas. - Endotoxemia; - Infecção Pulmonar; - Broncoaspiração; - Anafilaxia; - Etc..

Pós Operatório. Cirurgias Torácicas

Colesterol O que é Isso? Trabalhamos pela vida

Hipert r en e são ã A rteri r a i l

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE NEUROLÓGICO

TRAUMA RAQUIMEDULAR (TRM)

TRAUMATISMO RAQUIMEDULAR TRM. Prof. Fernando Ramos Gonçalves-Msc

SIMPÓSIO DE ELETROCARDIOGRAMA

Aspectos Neuropsiquiátricos em Geriatria. Dr. José Eduardo Martinelli Faculdade de Medicina de Jundiaí

II ENCONTRO DE ENFERMAGEM EM URGÊNCIA E EMERGÊNCIA. TCE: Conhecimentos essenciais para o enfermeiro na emergência

Atendimento do Acidente Vascular Cerebral Agudo. Emergência HNSC

Estado- Titular da autorização de Nome do medicamento introdução no mercado. Postfach Ludwigshafen DE Germany.

O TAMANHO DO PROBLEMA

Hospital Beneficência Portuguesa SP GEAPANC JULHO 2008

hipertensão arterial

CARDIOLOGIA ORIENTAÇÃO P/ ENCAMINHAMENTO À ESPECIALIDADE

Gestos que Salvam Vidas..

Aumento dos custos no sistema de saúde. Saúde Suplementar - Lei nº 9.656/98

CONDUTAS: EDEMA AGUDO DE PULMÃO

Sinais e sintomas de AVC

DOENÇAS CARDÍACAS NA INSUFICIÊNCIA RENAL

Plano de Trabalho Docente Ensino Técnico

Cardiologia - Global Consolidado 1 / 9

Cardiologia - Global Consolidado 1 / 9

PROTOCOLO GERENCIADO DE SEPSE PACIENTE COM CONDUTA PARA SEPSE (OPÇÃO 2 E 3 - COLETA DE EXAMES/ANTIBIÓTICO)

AULA 4: TRAUMA CRANIOENCEFÁLICO (TCE)

PRÉ-ECLÂMPSIA LEVE: COMO ACOMPANHAR E QUANDO INTERROMPER COM SEGURANÇA? Eliane Alves. Serviço do Prof. Marcelo Zugaib

21/6/2011 EMERGÊNCIAS CLÍNICAS CARDIOVASCULARES EMERGÊNCIAS CLÍNICAS INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO (IAM) SINAIS E SINTOMAS DE IAM

2. HIPERTENSÃO ARTERIAL

Arritmias Cardíacas e Morte Súbita

Modalidades de Tratamento do Sistema Nervoso

[208] a. CONSIDERAÇÕES GERAIS DE AVALIAÇÃO

Aparelho Cardiovascular

Qual é o papel da ressecção ou da radiocirurgia em pacientes com múltiplas metástases? Janio Nogueira

Programa Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) Campanha de Prevenção e Controle de Hipertensão e Diabetes

Trauma do Sistema Nervoso Central

TERAPÊUTICA DA HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA

Fisioterapia no Acidente Vascular Encefálico (AVE)

Programa de Certificação com Distinção Accreditation Canada. Protocolos de Tratamento de AVE

6º par craneano - nervo abducens

Diretrizes Assistenciais

12/05/2011 DIABETES MELLITUS HIPERTENSÃO ARTERIAL

Cardiologia Hemodinâmica

Punção Venosa Periférica CONCEITO

Cardiologia - Síndromes Coronarianas Agudas 1 / 17

Cardiologia - Síndromes Coronarianas Agudas 1 / 17

Transcrição:

ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO Prof. Fernando Ramos Gonçalves 1

Anatomia Cerebral 2

3

swallowing, breathing,heartbeat, wakefulness, brainstem, smell, speech, judgement, foresight, pain, heat, hear=deglutição, respiração, batimentos cardíacos, vigília, tronco cerebral, cheiro, discurso, acórdão, prospectiva, de dor, calor, ouvir 4

5

Rede vascular Cerebral 6

POLÍGONO DE WILLIS 7

Acidente Vascular Encefálico AVE- é o termo utilizado para definir um grande número de circunstâncias em que uma lesão vascular isquêmica ou hemorrágica provoca um quadro agudo deficitário em alguma área cerebral. 8

Este comprometimento envolve o surgimento súbito ou déficit neurológico, devido ao suprimento inadequado de sangue a uma parte do cérebro. Este suprimento inadequado de sangue, pode ser causado por trombos; geralmente secundário à aterosclerose, à embolia, originada de alguma outra parte do organismo; ou causada por hemorragia, proveniente de uma artéria rompida. 9

Fatores de Risco Geralmente contribuem para o aparecimento desta emergência: - arteriosclerose - doença cardíaca - tabagismo - Diabetes Mellitus - Hipertensão Arterial - Aterosclerose -uso de contraceptivos orais - colesterol elevado -uso de drogas - consumo de álcool 10

Epidemiologia Nos EUA é considerado o mais freqüente problema agudo cerebral de natureza não traumática, excluindo-se as crises convulsivas, e constitui-se a terceira causa de morte mais freqüente. No Japão- primeiro lugar, tanto de morbidade como de mortalidade. 11

Classificação A.Quanto a topografia 1. AVC do sistema carotídeo Principal manifestação clínica: hemiparesia e hemiplegia Sintoma mais freqüente: afasia, transtornos dos campos visuais 12

2. AVC do sistema vertebrobasilar hemiplegia e hemi-hipoestesia com sinais de comprometimento dos nervos cranianos Alteraçôes do olhar, disartrias, anormalidades do equilibrio, disfagias, alteraçôes da consciência e distúrbios maciços dos campos visusis 13

AVE ISQUÊMICO Quanto ao tipo: Trombótico, Embólico, Lacunar 1. AVC trombótico- 40 a 60% dos AVCs isquêmicos é originária de trombose de artérias cerebrais. Lesões ateromatosas são a mais freqüente origem das obstruções trombóticas. O início dos sintomas pode ser abrupto, freqüentemente há sinais prévios de deficiência circulatória 14

2. AVC embólico- as embolias cerebrais são muito mais freqüentes do que se imaginava. A chance de ocorrer um AVC embólico é muito alta em paciente com fibrilação atrial ou com história de infarto do miocárdio recente. O início do quadro é abrupto 15

3. AVC lacunar - Cerca de um terço dos pacientes com AVC isquêmico têm lesões lacunares. As lacunas são lesões de pequeno tamanho (menor que 1 cm de diâmetro), ocorrendo em conseqüência de danos em arteríolas de pequeno calibre. QUADRO: hemiparesia ou hemiplegia proporcionada, completa, sem alterações de sensibilidade associadas e, especialmente, hemiplegias à direita em destros sem comprometimento da fala. O início é abrupto. 16

17

AVE Isquêmico Doença Cerebrovascular Aterosclerótica 20% Doença de Artérias Penetrantes - Lacunar 25% Embolia Cardiogênica 20% Causas Não Usuais 5% Criptogênico 30% 18

19

20

21

22

23

24

Manifestações Clínicas Déficit Motor hemiplegia e hemiparesia; Déficit de Comunicação; Distúrbios da Percepção; Comprometimento da Atividade Mental e efeitos psicológicos; Disfunção Vesical; 25

26

27

AVE Isquêmico Vias Aéreas Pérvias ( Adotar protocolo ABCDE); Cabeceira elevada a 30 graus; Administração de líquidos com cautela; Evitar solução Glicosada. Heparina profilática para TVP/TEP subcutânea AAS 100 a 300 mg nas primeiras 48 h Terapia trombolítica-indicações: 18 a, dentro das 3 primeiras horas do início do quadro, TAC de crânio sem evidência de hemorragia e ausência de contra-indicações Evitar redução aguda da PA manter PAM em torno de 90 a 120 mmmhg 28

AVE HEMORRÁGICO Intraparenquimatoso (HAS) Subaracnóideo (aneurisma) 29

Os AVCs hemorrágicos concorrem em 5 a 10% de todos os AVCs, e sua maior gravidade lhes confere a responsabilidade por até um quatro dos óbitos observados em decorrência direta da doença. Sintomas: aumento da pressão intracraniana, causando cefaléia, vômitos e alterações do nível de consciência. Apenas nos infartos cerebrais grandes e maciços esses sintomas podem aparecer no AVC isquêmico. 30

31

Hemorragia intracerebral Responde por 10 a 15% dos acidentes vasculares cerebrais sendo associado à mais alta mortalidade, com apenas 38% dos pacientes vivos após o primeiro ano do evento. 32

33

34

35

Hemorragia subaracnóidea 36

Tratamento cirúrgico 37

38

Quadro Clínico Déficits neurológicos focais Confusão mental Diminuição do nível de consciência Cefaléia súbita Condições que podem mimetizar AVE: hipoglicemia, convulsões, tumores cerebrais,encefalopatia hipertensiva, enxaqueca 39

EXAMES DIAGNÓSTICOS Glicemia Tomografia computadorizada não contrastada ECG( a fibrilação atrial e o infarto do miocárdio agudo associam-se com até 60% de todos os AVC cardioembólicos. LCR Hemograma completo Coagulograma Triagem toxicológica Enzimas cardíacas 40

ABORDAGEM -vias respiratórias -respiração -circulação -regulação da PA -controle do edema cerebral -av. neurocirurgia imediata -redução da PA com antihipertensivo potente -hiperventilação, manitol e furosemida pacientes com hipertensão intracraniana -descompressão cirúrgica e evacuação do hematoma -controle da convulsões-fenitoina -náuseas e vômitos-antieméticos 41

AIT Acidente Isquêmico Transitório: déficit neurológico com duração menor que 24 hs 1/3 dos AITs não tratados resultarão em AVE completo Principais causas da AIT, exposição prolongada ao frio, ingestão de alimentação copiosa, exercícios físicos em excesso, emoção forte... 42

ABORDAGEM Imediata (tempo de 3 a 6 horas para diagnóstico e início de tratamento) Portanto, direcionar para o local com mais recursos para tratamento Atenção especial às vias aéreas(broncoaspirações freqüentes no local e no transporte). Aspirador portátil é importante 43

Atendimento Emergencial A,B,C da abordagem primária; Paciente em posição lateral; Entubação endotraqueal e ventilação mecânica; Monitorizar diminuição da PA ( ATENTAR PARA DIMINUIÇÃO ABRUPTA DA PA, utilizar hipotensor lento ); Monitorizar complicações pulmonares; 44

Escala de Coma de Glasgow AVALIAÇÃO QUANTITATIVA DO NÍVEL DE CONSCIÊNCIA PROCESSO DINÂMICO AVALIAÇÃO EM SEQUENCIA - 5 MINUTOS Prof. Fernando Ramos Gonçalves

Escala de Coma de Glasgow Avaliação Prof. Fernando Ramos Gonçalves Pontuação 1. Abertura ocular Espontânea 4 pontos Por Estimulo Verbal 3 pontos Por Estimulo A Dor 2 pontos Sem Resposta 1 ponto 2. Resposta verbal Orientado 5 pontos Confuso (Mas ainda responde) 4 pontos Resposta Inapropriada 3 pontos Sons Incompreensíveis 2 pontos Sem Resposta 1 ponto 3. Resposta motora Obedece Ordens 6 pontos Localiza Dor 5 pontos Reage a dor mas não localiza 4 pontos Flexão anormal Decorticação 3 pontos Extensão anormal - Decerebração 2 pontos Sem Resposta 1 ponto

Escala de Coma de Glasgow Prof. Fernando Ramos Gonçalves

Escala de Coma de Glasgow Em que ano estamos? Solta!Almoço!Não Hugh! Ahrr! 2012 1972 Prof. Fernando Ramos Gonçalves

Escala de Coma de Glasgow Prof. Fernando Ramos Gonçalves

Escala de Coma de Glasgow Classificação do paciente A escala de coma serve para classificar os paciente em coma. Coma Score Grave < 8 Moderado 9 12 Leve >12 Prof. Fernando Ramos Gonçalves

OBRIGADO!!!!! 51