EFEITO DA DENSIDADE DE ESTOCAGEM SOBRE O DESENVOLVIMENTO DO NEON CARDINAL (Paracheirodon axelrodi).

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Transcrição:

EFEITO DA DENSIDADE DE ESTOCAGEM SOBRE O DESENVOLVIMENTO DO NEON CARDINAL (Paracheirodon axelrodi). Tatiane de Sousa Cruz 1, Wallace Henrique de Oliveira 2, Fabiana Cordeiro Rosa 3 1 Aluna do Curso de Zootecnia; Campus de Araguaína; e-mail: taatiiaanee@hotmail.com; PIBIC/UFT 2 Orientador do Curso de Medicina Veterinária; Campus de Araguaína; e-mail: wallaceho@uft.edu.br 3 Co-orientadora do Curso de Medicina Veterinária; Campus de Araguaína; e-mail: biana_rosa@yahoo.com RESUMO O objetivo deste trabalho foi identificar a densidade de estocagem mais adequada para criação de neon cardinal (Paracheirodon axelrodi), sem utilização de aeração artificial. Foram utilizados 248 juvenis de neon cardinal, distribuídos em 16 aquários, sendo cada aquário uma unidade experimental, totalizando quatro tratamentos (densidades de 0,2; 0,3; 0,4 e 0,5 peixes/l e quatro repetições, em delineamento inteiramente casualizado. Durante o período experimental (60 dias), os peixes foram mantidos sem aeração e aquecimento artificiais, alimentados à vontade, duas vezes ao dia, troca diária de 20% da água. Os parâmetros hidrológicos (temperatura e oxigênio dissolvido) foram medidos em dias alternados, observando-se temperatura média da água igual a 30,04 ºC e níveis mínimos de oxigênio dissolvido iguais a 4,01 mg/l. Foram analisados os parâmetros de crescimento, ganho de peso e comprimento, conversão alimentar aparente e sobrevivência. Os resultados indicam que o neon cardinal mantido na densidade de 0,5 peixe/litro apresentam desempenho semelhante àqueles criados em densidades inferiores. Palavras-chave: Crescimento; ganho de peso; nutrição; peixe ornamental. INTRODUÇÃO A criação de peixes ornamentais no Brasil é um segmento da aqüicultura ainda pouco tecnificado, por isto é importante desenvolver tecnologia para produção destes peixes, em diferentes sistemas de criação (VIDAL JUNIOR, 2006). O cardinal tetra (Paracheirodon axelrodi) é uma das espécies ornamentais muito difundidas mundialmente e a taxa de estocagem deste peixe é um parâmetro zootécnico importante, porque interfere no desenvolvimento dos peixes, em função da competição por espaço, alimentos e oxigênio, com efeito sobre as taxas de crescimento e de conversão alimentar. Na Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia da UFT (EMVZ) já foram pesquisados níveis de energia e proteína desta espécie e este trabalho objetivou estudar o efeito de quatro densidades de estocagem sobre o desenvolvimento do neon cardinal.

MATERIAL E MÉTODOS A pesquisa foi conduzida no laboratório de Peixes ornamentais da EMVZ, em Araguaína/TO, entre agosto de 2011 e julho de 2012 utilizando-se doze aquários de vidro, com capacidade de 96 litros (40x40x60 cm) e quatro aquários com capacidade de 41 litros (35x30x39 cm). O período experimental foi de 60 dias e o delineamento estatístico foi inteiramente casualizado. Duzentos e quarenta e oito peixes foram, pesados, medidos e distribuídos nas unidades experimentais (aquários), atendendo às densidades de estocagem inicialmente propostas. O volume de água em cada aquário foi mantido em 50 litros para as densidades de 0,2; 0,3 e 0,4 peixes/litro, com 10; 15 e 20 peixes por aquário, respectivamente e em 34 litros, para a densidade de 0,5 peixe/litro, com 17 peixes por aquário. A dieta foi elaborada para conter 40% de proteína bruta e 3375 kcal de Energia Digestível/kg de ração, atendendo aos requisitos de energia digestível definidos por Abimorad e Carneiro (2004) para o pacu (Piaractus mesopotamicus). Os ingredientes utilizados na composição da ração foram milho (fubá), proteína de soja texturizada, ovo integral desidratado, amido de milho, óleo, DL-metionina, fosfato bicálcico, calcário, sal, premix mineral e vitamínico e antioxidante BHT. Os animais foram pesados e medidos em jejum, no início e final do período experimental. A conversão alimentar foi calculada dividindo-se o consumo total de ração pelo ganho de peso. RESULTADOS E DISCUSSÃO A composição centesimal e bromatológica da dieta estão descritas nas tabelas 1 e 2. Tabela 1. Composição centesimal calculada da dieta experimental, na matéria natural. Alimento Composição Proteína de soja texturizada 49,59 Ovo integral 28,03 Milho (Fubá) 13,48 Amido 3,00 DL- metionina 0,15 Óleo de soja 0,10 Fosfato bicálcico 4,49 Calcário 0,24 Suplemento mineral e vitamínico 0,40 Sal comum 0,50 BHT 0,02 Total 100,00

Tabela 2: Composição bromatológica (%) da ração e de alguns alimentos utilizados na formulação da dieta experimental, na matéria natural. Nutriente (%) Ração Proteína de soja texturizada Ovo integral Matéria Seca 37,84 37,10 37,82 Matéria Orgânica 63,80 65,45 64,38 Energia Bruta (kcal/kg) 4686,71 4303,65 6489,70 Cinzas 36,2 34,55 35,62 Estrato Etéreo 10,00 33,45 33,45 Análises realizadas no laboratório de Bromatologia, curso Pós-graduação em ciência Animal Tropical/UFT Os alimentos utilizados na produção da dieta experimental foram aqueles comercialmente disponíveis na região de Araguaína/TO (milho, ovo integral e proteína texturizada de soja). A dieta foi formulada para conter 40% de proteína bruta e 3375 Kcal/kg de energia digestível, considerando-se os teores de energia digestível estimados para alguns alimentos, conforme previsto por Abimorad e Carneiro (2004). Todas as unidades experimentais foram expostas à mesma temperatura ambiente e mantidas sem aeração ou aquecimento artificiais. Observou-se que não houve diferença na temperatura média da água dos aquários e que a temperatura ambiente não foi limitante para o desenvolvimento da espécie estudada (Tabela 3). Observou-se também uma pequena variação térmica em função do horário (matutino ou vespertino), sendo a temperatura média no período matutino 29,6 C, oscilando entre a mínima de 29,5 C e 29,8 C e no período vespertino, a média foi 30,4 C, com mínima de 30,3 C e máxima de 30,5 C, entretanto esta diferença foi pequena, não influenciando o desempenho. Tabela 3: Médias, coeficiente de variação (CV) e erro padrão dos parâmetros hidrológicos, em função da densidade de estocagem (peixes/litro), de juvenis de neon (Paracheirodon axelrodi). Parâmetros Densidade de estocagem CV Horário Erro padrão Hidrológicos 0,2 0,3 0,4 0,5 (%) Máximo 30,80 a 30,80 a 30,80 a 30,80 a 0,000 0,0 Temperatura Mínimo 29,45 a 29,30 a 29,35 a 29,32 a 0,0621 0,4 ( C) Médias 30,02 a 30,04 a 30,06 a 30,04 a 0,0191 0,1 Oxigênio (mg.l) Máximo 6,07 b 5,96 b 6,12 b 5,06 a 0,1429 4,9 Mínimo 5,36 b 5,84 c 4,96 b 4,01 a 0,1096 4,4 Médias 5,76 b 5,87 b 5,59 b 4,53 a 0,1185 4,36 Parâmetros medidos com utilização de equipamento digital, HANNA Instruments. Médias na mesma linha, seguidas com letras iguais, não diferem entre si (Tukey, P>0,05). Registrou-se taxa média de oxigênio dissolvido na água igual a 5,44 mg/l, com máxima de 5,87

mg/l e mínimas de 4,01 mg/l. Observou se diferença significativa no oxigênio dissolvido, sendo que o tratamento com maior densidade de estocagem (0,5 peixe/l) apresentou menor média: 4,53 mg/l oscilando entre 4,01 mg/l no período matutino e 5,06 mg/l no vespertino (P<0,05). Os resultados indicam que as condições ambientes de temperatura e oxigênio dissolvido não limitaram o desenvolvimento dos peixes em nenhuma das densidades de estocagem. Observou-se peso inicial de 0,0983 mg e comprimento inicial de 1,8594mm (tabela 4). Na biometria final, observou-se peso médio final de 0,2169 mg e comprimento médio final de 2,2806 mm. Com ganho de peso médio de 0,1186 mg e crescimento de 0,4212 mm. Tabela 4: Médias, coeficiente de variação (CV) e erro padrão dos parâmetros Biométricos, em função da densidade da estocagem (peixes/litro), de juvenis de neon (Paracheirodon axelrodi). Tratamento Erro Parâmetros 0,2 0,3 0,4 0,5 Média padrão CV (%) Peso Inicial (mg) 0,1003 ab 0,1037 b 0,0920 a 0,0974 ab 0,0983 0,0022 4,5000 Peso final (mg) 0,2064 a 0,2163 a 0,2132 a 0,2316 a 0,2169 0,0101 9,3300 Ganho de peso (mg) 0,1062 a 0,1126 a 0,1212 a 0,1342 a 0,1186 0,0101 17,002 Comprimento inicial (mm) 1,8830 b 1,8720 ab 1,8186 a 1,8640 ab 1,8594 0,0143 1,5400 Comprimento final (mm) 2,2569 a 2,2739 a 2,2775 a 2,3140 a 2,2806 0,0334 2,9300 Crescimento (mm) 0,3739 a 0,4019 a 0,4589 a 0,4501 a 0,4212 0,0332 15,780 Médias na mesma linha, seguidas com letras iguais, não diferem entre si (Tukey, P>0,05). Não houve diferença (P>0,05) no peso e comprimento finais, no ganho de peso e crescimento. Observou-se consumo médio diário de 7,01 mg de ração/peixe e consumo médio total de 0,42 g de ração/peixe, durante toda a fase experimental. A média de conversão alimentar aparente observada foi 3,66mg de ração/mg de peixe (Tabela 5) e não houve diferença entre tratamentos (P>0,05), indicando que o neon cardinal pode ser mantido na taxa de estocagem de 0,5 peixe/litro, sem comprometer seu desempenho e sem utilização de aeração artificial. Tabela 5: Médias, coeficiente de variação (CV) e erro padrão dos parâmetros de consumo, em função da densidade de estocagem de juvenis de neon cardinal (Paracheirodon axelrodi) Tratamento Parâmetros 0,2 0,3 0,4 0,5 Média Erro padrão CV (%) Consumo diário (mg/cab) 7,7910 a 7,0447 a 5,6489 a 7,5543 a 7,0097 0,7691 21,94 Consumo total (g) 0,4675 a 0,4227 a 0,3389 a 0,4532 a 0,4050 0,0462 21,96 Conversão alimentar 4,7657 a 3,7329 a 2,7599 a 3,3829 a 3,6603 0,4999 27,31 Médias na mesma linha, seguidas com letras iguais, não diferem entre si (Tukey, P>0,05)

Lambert & Dutil (2001) afirmam que o consumo de alimentos e o crescimento podem ser influenciados pela densidade, dependendo do comportamento, como interações sociais, desenvolvimento de hierarquia, estabelecimento de limites territoriais e/ou estresse associado a altas densidades. Segundo Suresh e Lin (1992), a densidade de estocagem tem efeito significativo sobre a taxa de crescimento e taxa de conversão alimentar. A densidade de estocagem elevada implica na redução da taxa de crescimento, maior variação em tamanho de um mesmo lote, piorando a conversão alimentar e favorecendo o estabelecimento da hierarquia social (KHAN, 1994). Essa influencia da alta densidade no comportamento dos peixes não foi observada durante o experimento. É possível que em densidades mais elevadas elas possam se manifestar. CONCLUSÃO Juvenis de neon cardinal (Paracheirodon axelrodi) mantidos na densidade de 0,5 peixe/litro na sua fase inicial de crescimento, sem aeração artificial e com substituição diária de 20% da água, apresentam desempenho semelhante àqueles criados em densidade de estocagem inferiores. LITERATURA CITADA ABIMORAD, E. G.; CARNEIRO, D. J. Métodos de coleta de fezes e determinação dos coeficientes de digestibilidade da fração protéica e da energia de alimentos para o pacu (Piaractus mesopotamicus) Holmberg, 1887. Revista Brasileira de Zootecnia, Viçosa, v. 33, n. 5, p. 1101-1109, 2004. KHAN, M.S. Effect of population density on the growth, feed and protein conversion efficiency and biochemical composition of a tropical freshwater catfish, Mystus nemurus (Curvier & Valenciennes). Aquacult. Fish. Manag. Amsterdam, v.25, p.753-760, 1994. LAMBERT, Y.; DUTIL, J.D. Food intake and growth of adult Atlantic cod (Gadus moruhua L.) reared under different conditions of stocking density, feeding frequency and sizegrading. Aquaculture, v.192, p.133-147, 2001. SURESH, A.V.; LIN, C.K. Effect of stocking density on water quality and prodution of red tilapia in a recirculated water system. Aquaculture Engineering, v.11, p.1-22, 1992. VIDAL JÚNIOR, M.V. Sistemas de Reprodução de peixes ornamentais. Cadernos Técnicos de Veterinária e Zootecnia, Belo Horizonte, v.1, p.62-74, 2006. AGRADECIMENTOS O presente trabalho foi realizado com o apoio da UFT e do curso de Pós-graduação em ciência Animal Tropical, da Universidade Federal do Tocantins.