OPORTUNIDADE DE NEGÓCIOS POR MEIO DO MERCADO DE CRÉDITO DE CARBONO



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Transcrição:

OPORTUNIDADE DE NEGÓCIOS POR MEIO DO MERCADO DE CRÉDITO DE CARBONO RESUMO : A conscientização do homem em relação ao meio ambiente esta cada vez mais dispersa, prevalecendo o capitalismo. Os países subdesenvolvidos deixam de poluir, para assim terem direitos aos certificados de redução de GEE (gases do efeito estufa) e posteriormente comercializar com os países desenvolvidos que continuam a poluir. Para redução dos gases do efeito estufa surge o Protocolo de Quioto, tratado internacional que prevê a redução até 2012, mesmo sendo um tanto irrisório, pois priorizando a economia, os países mais poluentes compram os certificados dos países que deixam de poluir para vender, havendo uma comercialização de poluição. O objetivo principal desse artigo é demonstrar o poder de moeda do crédito de carbono nas empresas. A pesquisa foi realizada por meio de pesquisa bibliográfica. Os resultados mostraram que as empresas que operam com o crédito de carbono reduzem suas emissões de gases poluentes, mas, no entanto, comercializam com países que ainda continuam a poluir. PALAVRAS-CHAVE: Contabilidade Ambiental, Crédito de Carbono, Protocolo de Quioto ABSTRACT: The awareness of man in relation to the environment is increasingly dispersed, the prevailing capitalism. Underdeveloped countries stop polluting, thus having rights to licenses for reducing GHG (greenhouse gas) and then trade with developed countries that continue to pollute. To reduce greenhouse gases comes the Kyoto Protocol, an international treaty providing for the reduction by 2012, despite being somewhat ridiculous, because prioritizing the economy, the most polluting countries they buy certificates from countries which fail to pollute to sell, with a sale of pollution. The main objective of this paper is to demonstrate the power of money in the carbon credit companies. The survey was conducted by means of literature. The results showed that firms that operate with the carbon credit reduce their emissions of greenhouse gases, but, however, trade with countries that still continue to pollute. KEY-WORDS: Environmental Accounting, Carbon Credit, Kyoto Protocol 1 INTRODUÇÃO A variável ambiental tem se tornado num importante diferencial competitivo, com o qual as organizações devem se preocupar, as empresas devem tomar decisões corretas quanto à relação entre o meio ambiente e o meio empresarial, vem a contabilidade que já a muito tempo deixou de ser apenas mensuradora de ativos e passivos financeiros para fornecer dados corretos nas diferentes formas de organizações. Salienta-se a importância da contabilidade ambiental para através de seus recursos auxiliar os tomadores de decisões a evitar os custos e gastos ambientais, ou até mesmo controlar os custos para prevenir futuros impactos ambientais. O Protocolo de Quioto é um tratado internacional que prevê que os países industrializados reduzam suas emissões de gases do efeito estufa até 2012. A implementação do Protocolo deu-se após a assinatura de 55 países. Sendo que os países desenvolvidos como exemplo os Estados Unidos foram uns dos países que se recusaram

em assinar o Protocolo. O interessante é que, como não podia deixar de ocorrer no capitalismo, esse tratado gerou um novo e lucrativo tipo de negócio, o chamado crédito de carbono, onde passou a ser considerado como moeda nas empresas. Esse artigo tem por objetivo demonstrar a operacionalização do crédito de carbono nas empresas. 2 PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS É possível classificar esta pesquisa em relação a dois aspectos: quanto aos objetivos e quanto aos procedimentos. Quanto aos objetivos, a pesquisa é descritiva e quanto aos procedimentos adotados é uma pesquisa bibliográfica. Este trabalho foi elaborado por meio de referencias bibliográficas, sites referentes a gestão ambiental, contabilidade ambiental, protocolo de quioto e credito de carbono. Também foi utilizado teses, artigos e apostila com temas ambientais dando maior ênfase ao crédito de carbono, seu conceito e seus benefícios às organizações e ao meio ambiente. 3 RESULTADOS E DISCUSSÕES 3.1 RESPONSABILIDADE SOCIAL Para Paiva (2003, p. 09) Os países do Primeiro Mundo, depois de terem degradado praticamente todo seu meio ambiente, iniciaram o processo de conscientização da necessidade de controlar os processos de industrialização, assim como de recuperar o meio ambiente degradado. Passaram a desenvolver o controle sobre os processos produtivos e suas emissões de resíduos. O acompanhamento legal vem auxiliar na elaboração de regras a serem seguidas. O esforço de entidades de escopo mundial também se faz presente, como é o caso da ONU e do Banco Mundial, dentre outras. O interesse na prevenção e no combate à poluição ultrapassa fronteiras e diz respeito a todos os habitantes do planeta. Segundo Sônia E. Rampazzo (2008) o início da conscientização ambiental deu-se na década de 70, Com a interação da responsabilidade social, as empresas integradas com essa responsabilidade possuem uma visão mais futura, e uma viabilidade em ser melhor e mais sucedidas que a concorrência. Suma a importância da responsabilidade social nas empresas, para que através dessa conscientização se alcance o desenvolvimento sustentável, ou seja, um desenvolvimento econômico e principalmente social que leve em conta os recursos naturais, evitando a degradação do meio ambiente. Tinoco e Kraemer (2008, p. 30) relatam o surgimento do impacto ambiental que além de prejudicar ao meio ambiente, acarreta graves problemas de saúde, problemas ocorridos pela emissão de enxofre na atmosfera. [...] problemas de saúde ficou evidente na Inglaterra, região de Londres, por um evento ocorrido entre 4 e 13 de dezembro de 1952. Esse desastre ambiental começou a mudar, segundo Tinoco e Kraemer (2008, p. 30), Foi, porém, na década de 60 que a situação de descaso às emissões poluentes começou a mudar. Tinoco e Kraemer (2008, p. 31) salienta que: Na Alemanha, em 1978, surge o selo ecológico, destinado a rotular os produtos ambientalmente corretos, ou seja, os que não envolvessem o descarte indevido à natureza de resíduos gerados em seu processo produtivo, ou em sua utilização. Conforme Seiffert (2009, p.42) o Principio Poluidor Pagador (PPP) também pode ser entendido como princípio da responsabilidade ou responsabilização, sua característica

é sancionatória desse princípio tem como explicação o fato de fazer com que o responsável pelo dano ambiental passe a ter responsabilidade objetiva e financeira pela proteção do meio ambiente. Conforme o PPP seu pressuposto é que o poluidor pague por seus danos contra a natureza. E o mesmo, está por trás da implantação do Protocolo de Quioto e da maioria dos instrumentos de gestão ambiental. Suas formas de pagamento segundo Seiffert (2009, p.42) são: a) emissão de certificados de poluição (licenças/autorizações): negociadas como ações em bolsa de valores; b) envolve o pagamento de taxas ou encargos sobre o produto poluente ou uso de recurso; c) padrões ambientais inseridos em regulamentações de cunho corretivo e cujo custo de realização deve ser pago pelo produtor. Neste princípio nem sempre quem paga é o próprio agente causador pelo impacto ambiental, pois na maioria das vezes, o agente poluidor agrega em seus produtos os custos pagos por indenizações. Passando o consumidor a pagar por tais custos. Desde sempre a preservação ambiental tem sido uma questão ideológica por vários ecologistas, hoje é também uma questão das empresas, pois a questão ambiental tem-se tornado cada vez mais relevante. A responsabilidade social levam as empresas a respeitar as leis, pagar impostos, dispor de segurança adequada aos trabalhadores, ou seja, a conscientização de que assim se tem uma sociedade mais justa. 3.2 MEIO AMBIENTE Segundo Tinoco e Kraemer (2008, p.34) o meio ambiente pode ser definido como, o conjunto de elementos bióticos (organismos vivos) e abióticos (energia solar, solo, água e ar) que integram a camada da Terra chamada biosfera, sustentáculo e lar dos seres vivos. Conservar o meio ambiente é obrigação de todos, pois todos os seres humanos devem utilizar os recursos desse meio de modo a atender às necessidades do presente, além de preservá-lo para as futuras gerações. O homem com os passar dos anos vem pouco a pouco destruindo essa nossa Terra, é uma guerra contra si próprio. Destrói os recursos naturais e por conseqüência dessa irracionalidade, em cada vez mais produzir, inventar novas tecnologias, essa expansão e gana pelo poder esse vindo com muitos recursos financeiros, tem acarretado muitas tragédias, como doenças cancerosas e até mesmo muitos levados a morte. 3.3 CONTABILIDADE AMBIENTAL Segundo Tinoco e Kraemer (2008, p.17), O surgimento e o florescimento da grande empresa a partir do século XIX impuseram novas formas de divisão do trabalho e da produção, ampliaram consideravelmente a produção de riquezas e conquistaram novos mercados de consumo, exigindo grandes investimentos, que necessitavam de financiamentos e de investidores. Tais fatos contribuíram para a implantação do mercado de capitais, especialmente com o estabelecimento das bolsas de valores de Londres e de New York. Segundo Paiva (2003, p. 10) desde seu surgimento, a Contabilidade teve como função primordial, o acompanhamento das atividades econômicas, no papel de mensurada e relatora da situação patrimonial das empresas aos principais usuários das informações contábeis, administrativas, econômicas, sociais e ambientais, acompanhando sua evolução no decorrer do tempo. Conforme Maria Elisabeth Pereira Kraemer (2003) a contabilidade surgiu em 1970, quando as empresas passaram a dar um pouco mais de atenção aos problemas do meio ambiente.

Zanluca (2009) conceitua contabilidade ambiental da seguinte forma A contabilidade como ciência apresenta condições, por sua forma sistemática de registro e controle, de contribuir de forma positiva no campo de proteção ambiental, com dados econômicos e financeiros resultantes das interações de entidades que se utilizam da exploração do meio ambiente. Entende-se então que contabilidade ambiental, é o registro do patrimônio ambiental, ou seja, seus bens, direitos e obrigações ambientais de uma entidade. Conforme Paiva (2003, p. 10) O relato do nível de conscientização atingido pela entidade, portanto, cabe à Contabilidade, que é a responsável pela orientação na elaboração de diretrizes de como produzir o que deve ser evidenciado. Paiva (2003, p. 10) diz que: Com a evolução e diferenciação das necessidades dos usuários, ela abriu, dentro de seu leque de especialização, o ramo da Contabilidade Ambiental, parte integrante de seu enfoque social. Pois a principal ligação das organizações com a comunidade, da-se através da contabilidade. Júlio César Zanluca (2009) salienta o objetivo da contabilidade ambiental, que é propiciar informações regulares aos usuários internos e externos acerca dos eventos ambientais que causaram modificações na situação patrimonial da respectiva entidade, quantificado em moeda. Paiva (2001 apud TINOCO E KRAEMER. 2008, P. 63) realizou uma pesquisa junto a empresas brasileiras do setor de papel e celulose e constatou que: esse setor no Brasil não tem política de contabilização, nem pratica a evidenciação contábil ambiental em sua plenitude, não proporcionando aos usuários da informação detalhamento suficiente que possibilite inferências dos impactos desses gastos no desempenho futuro das empresas. Espera-se que não tão longe do presente, o termo contabilidade ambiental seja não somente conhecido por todos como também praticado. Pois a contabilidade ambiental se trata da contabilidade, que vem para esclarecer a união das empresas e da nação com o meio ambiente, além de auxiliar os administradores em suas tomadas de decisões e avaliação das políticas ambientais. A contabilidade ambiental serve como instrumento gerencial, na geração de relatórios possibilitando tomadas de decisões políticas e estratégicas sempre levando em conta o meio ambiente, como por exemplo a construção de usinas nucleares, grande áreas de desmatamento, entre outros. Conforme Paiva (2003, p. 22) a missão da Contabilidade Financeira Ambiental é a identificação, avaliação e evidenciação de eventos econômico-financeiros relacionados à área ambiental e presta-se ao papel de instrumento de reporte e comunicação entre empresas e sociedade, visando sempre a sua continuidade. 3.4 PROTOCOLO DE QUIOTO Conforme Seiffert (2009, p. 25) pela descoberta realizada pelos britânicos de que a camada de ozônio esta se tornando mais fina em várias partes do mundo, dá abertura ao Protocolo de Montreal (alemão), o autor diz que: o Protocolo de Montreal foi aberto para adesões em 16 de setembro de 1987, mas só entrou em vigor em 1989, contando com 191 países signatários. Os países desse protocolo necessitam cumprir a meta de eliminar completamente de suas emissões os gases CFCs que contribuem para a destruição da camada de ozônio até 2010. A implantação do Protocolo de Quito segue a mesma lógica de implantação do Protocolo de Montreal, e os objetivos de ambos é cuidado extremamente com o meio ambiente. Segundo Seiffert (2009, p.36) para entrar em vigor o protocolo de quioto ele requeria a ratificação de um número total de países que representasse 55% do total de emissão no mundo.

No Brasil, o protocolo foi ratificado no dia 19 de junho de 2002 e sancionado pelo presidente da República em 23 de julho do mesmo ano. (MARCELO THEOTO ROCHA, 2003, p. 25). Conforme Seiffert (2009, p.36) o protocolo funciona como uma espécie de adendo à Convenção do Clima e estabeleceu como meta para 38 países industrializados reduzir as emissões dos gases que contribuem para o efeito em 5,2%, no período de 2008 até 2012, em relação aos níveis existentes em 1990. Segundo Seiffert (2009, p.36) o protocolo insta pela constituição de três tipos de mecanismos de mercado, mecanismos esses também chamados de flexibilização e auxiliam os poluidores a atingir suas metas com o menor custo possível. Tais mecanismos são: o Comércio de Emissões, o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) e a Implantação Conjunta. Um dos pressupostos básicos da implantação do Protocolo de Quioto é a internalização das externalidades, ocorre quando o empreendedor agride o meio ambiente, então suas multas se revertem em dívida com a sociedade. Devemos salientar que o Protocolo de Quioto é um mecanismo de imposição com abrangência internacional com interesse em recuperar o meio ambiente destruído por determinados países. Após a constatação dessa destruição, tais países são obrigados a reduzirem suas emissões de Gases de Efeito Estufa. 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS A constante modificação em nome do progresso vem apagando as memórias do passado e as diversidades criada pela natureza são destruídas a cada dia. Segundo Seiffert (2009, p.10) a definição de pegada de carbono explica seu objetivo em medir o impacto do aquecimento global gerado pelas atitudes inadequadas do homem. pode ser expressa pela quantidade de emissões de dióxido de carbono (CO2) e outros Gases de Efeito Estufa (GEEs) atribuíveis ao individuo, tomada principalmente pelo seu padrão de consumo energético durante um ano. Conforme Seiffert (2009, p.31) a partir da implantação do Protocolo de Quioto e dos resultados divulgados recentemente pelo IPCC, em seu relatório de avaliação, o mercado de créditos de carbono ganhará grande impulso em nível mundial. Essa questão é tão importante que mesmo antes da implantação do protocolo o Brasil já negociava com a Alemanha. Entende-se portanto que créditos de carbono ou redução certificada de emissões (RCE) são certificados emitidos quando ocorre a redução de emissão de gases do efeito estufa (GEE). Segundo Marcelo Theoto Rocha (2003, p. 65) Os EUA continuam sendo um dos principais compradores, apesar do atual governo federal ter afirmado que não irá ratificar o Protocolo de Quioto. Dessa maneira, as empresas norte-americanas não teriam o compromisso de reduzir suas emissões de GEE. Dessa forma, os países em desenvolvimento deixam de poluir para adquirirem seus créditos e poderem vender para os países poluentes já desenvolvidos. Como se fosse um direito de poluir através da compra, havendo uma comercialização de poluição, ou seja, atribuem um valor monetário a poluição. Conforme Seiffert (2009, p.63) no âmbito da Implementação Conjunta (IC), os direitos de poluir podem ser adquiridos pelos agentes econômicos, por divisão de quotas ou por leilão, sob supervisão pública. A IC consiste na criação de um mercado artificial que, através de procedimentos variados, permite a negociação do direito de poluir. As vendas dos créditos de carbono dependem do tipo de mercado e da época em que esses créditos são negociáveis. Com as reduções de GEEs, as organizações além

de reduzirem custos, apresentam uma boa imagem perante a sociedade. Mesmo o mercado de carbono sendo real, encontra-se em sua formação inicial, pois conforme Marcelo Theoto Rocha (2003) atualmente o mercado de carbono não esta totalmente regulamentado uma vez que o Protocolo de Quioto não está ratificado. Sabendo da importância e da necessidade de cuidar dos recursos naturais, a maioria dos países continuam na ignorância capitalista. Nos países em que houve a ratificação do Protocolo de Quioto, ocorrerá a redução dos gases do efeito estufa de forma gradativa. Países mais poluentes como os Estados Unidos e a China, não assinaram o Protocolo de Quioto, admitem que o problema da poluição atmosférica é sério e que algo tem que ser feito, mas priorizam a economia e não o meio ambiente, não admitindo que alguma redução de emissão desses gases possa prejudicar o seu crescimento econômico. Dessa forma, esses e outros países que não assinaram o Protocolo de Quioto negociam os certificados de redução CO2 com os países que assinaram. Sendo assim, os países pobres deixam de poluir para os países ricos possam poluir. Os créditos de carbono são negociados no mercado internacional, sua quantidade recebida depende da quantidade de emissão de carbono reduzida e na maioria das vezes são mais favoráveis aos mercados que ao meio ambiente. A operação do crédito de carbono verificada nas empresas que operam com o crédito de carbono é relevante, pois as indústrias poluentes possuem metas de redução de suas emissões de gases do efeito estufa, e a cada redução de CO2 recebe um certificado, o qual pode ser negociado na bolsa de valores ou até mesmo negociados com países poluentes. Dessa forma o capitalismo prevalece e a preservação aos recursos naturais é disfarçadamente preservados. 5 REFERÊNCIAS EUGENIO, T. C. P. Estudo de caso: Implementação de Contabilidade Ambiental. Portugal. 2006. KRAEMER, M. E. P. Contabilidade Ambiental O Passaporte para a Competitividade. http://www.universoambiental.com.br. Acesso em: 10 de junho de 2009. PAIVA, P. R. Contabilidade Ambiental: Evidenciação dos gastos ambientais com transparência e focada na prevenção. São Paulo: Atlas, 2003. RAMPAZZO, S. E. Apostila de Gestão do Meio Ambiente. Erechim RS. 2008. ROCHA, M. T. Aquecimento Global e o Mercado de Carbono: Uma aplicação do Modelo Cert. Piracicaba SP. 2003. SEIFFERT, M. E. B. Mercado de Carbono e Protocolo de Quioto: Oportunidades de Negócio na Busca da Sustentabilidade. São Paulo: Atlas, 2009. TINOCO, J. E. P.; KRAEMER, M. E. P.Contabilidade e Gestão Ambiental. 2. Ed. São Paulo: Atlas, 2008. VALLE, G. M. V. Laços como ativos territoriais: Anélise das Aglomerações produtivas na perspectiva do Capital Social. Lavras MG. 2006. VALLE, L. F. O Que é Crédito de Carbono e qual sua Importância em Nossas Vidas?

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