Grupo Hospitalar Conceição Hospital Nossa Senhora da Conceição SONDAGEM VESICAL INTERMITENTE Técnica limpa Orientações para pacientes, familiares e cuidadores Maio 2011. 1
Sondagem Vesical Intermitente Técnica Limpa Orientações para Pacientes, Familiares e Cuidadores Autoras Gislaine dos Santos Jardim 1 Mônica R. Kich 2 Talu Haubert da Silva 3 Colaboradores Daniela Moreira da Silva 4 Revisão Controle de Infecção HNSC 1 Enfermeira do Programa de Internação Domiciliar. Especialista em Enfermagem do Trabalho. 2 Enfermeira do Programa de Internação Domiciliar. Especialista em Administração Hospitalar. 3 Enfermeira da Unidade de Internação Cirúrgica de Ginecologia. Especialista em Enfermagem Obstétrica. 4 Enfermeira Coordenadora do Serviço de Enfermagem Cirúrgica do HNSC. 2
SUMÁRIO: - APRESENTAÇÃO...04 - CONHECENDO NOSSO APARELHO URINÁRIO...05 - TÉCNICA LIMPA...07 - MATERIAL NECESSÁRIO...07 - COMO REALIZAR O PROCEDIMENTO...08 - QUANTAS VEZES DEVE SER REALIZADA A SONDAGEM...09 - COMO LAVAR A SONDA...10 - LEMBRETES...10 - REFERÊNCIAS...11 3
APRESENTAÇÃO: Este manual foi elaborado visando a orientação á pacientes, familiares e cuidadores que necessitem realizar a sondagem vesical intermitente (ou cateterismo intermitente) com técnica limpa no seu domicílio. O procedimento consiste na retirada da urina com o auxílio de uma sonda em pacientes que não tem diurese espontânea ou que não esvaziam totalmente a bexiga quando urinam. 4
CONHECENDO NOSSO APARELHO URINÁRIO O nosso aparelho urinário é composto, normalmente, de 2 rins, 1 bexiga, 1 uretra, e meato urinário. Esse aparelho é responsável pela elaboração, armazenamento e eliminação da urina. Os rins filtram o sangue e elaboram a urina. Os ureteres levam a urina dos rins para a bexiga. A bexiga armazena a urina por um período temporário. A uretra liga a bexiga ao meio exterior e o meato urinário é a abertura de saída da urina. Fig. 1: Aparelho urinário interno 5
Fig. 2: períneo feminino Fig. 3: períneo masculino 6
Lista de figuras Figura 1: aparelho urinário Figura 2: períneo feminino Figura 3: períneo masculino TÉCNICA LIMPA SONDAGEM VESICAL INTERMITENTE A técnica limpa de sondagem vesical intermitente no domicílio pode ser realizada pelo próprio paciente, se este apresentar condições, pelo familiar ou pelo cuidador capacitados para tal. A técnica foi descrita por Lápides em 1972 e prevê a passagem de um cateter pelo meato urinário até a bexiga sem utilizar-se de recursos, com a reutilização do cateter e sem prejuízo para o usuário, seguindo alguns cuidados de higiene e armazenamento. O material necessário: 1. Sabão neutro. Evite uso de sabonetes. 2. Sonda uretral ou de aspiração traqueal limpas, números 12 ou 14; 3. Gel a base de água, exemplo: xilocaína gel; 4. Recipiente para medir a urina, de preferência graduado (em mililitros); 7
5. Recipiente para guardar a sonda (pote de vidro ou plástico limpos e com tampa); 6. Um espelho e uma lanterna, se necessários (facilitam a visualização do meato urinário para as mulheres); 7. Seringa de 20 ml. Como realizar o procedimento: 1.Lavar as mãos com água e sabão e secar em toalha limpa; 2.Realizar a higiene íntima com água e sabão desta forma: Nas mulheres: afastar os lábios da vagina e limpar internamente sempre de cima para baixo, enxaguando abundantemente. Nos homens: retrair o prepúcio (cabeça do pênis), lavar várias vezes com água e sabão e enxaguar abundantemente. 3.Reunir o material (a sonda, a xilocaína gel e o recipiente para coletar a urina) e aproximar esse material do paciente e do local escolhido para a sondagem; 4.Lavar novamente as mãos com água e sabão e enxugar. 5.Lubrificar a ponta da sonda com xilocaína gel; 8
6.Se o próprio paciente for sondar-se, procurar uma posição que lhe seja mais confortável: Mulheres: recostadas no leito, com pernas dobradas em direção ao peito ou em pé apoiando uma das pernas no vaso sanitário (por exemplo), posicionando o espelho para visualização da uretra se for preciso. Homens: deitados, recostados no leito em pé ou sentados. 7.Introduzir a sonda na uretra até sair a urina Mulheres: afastando os lábios da vagina; Homens: estendendo o pênis. 8.Segurar a sonda firme no canal; 9.Retirar com cuidado a sonda quando parar de drenar urina; se continuar saindo urina conforme for retirando o cateter, manter o cateter na posição até que o fluxo pare. 10.Desprezar a urina observando a cor, o cheiro e a quantidade; 11.Lavar a sonda. Quantas vezes deve ser realizada a sondagem Conforme orientação do médico ou do enfermeiro; 9
Aumente a freqüência das sondagens, conforme o volume urinário: - de 100ml a 200ml: 2 cateterismos ao dia; - de 200ml a 300ml: 3 cateterismos ao dia; - de 300ml a 400ml: 4 cateterismos ao dia; - acima de 400ml: 6 cateterismos ao dia. Como lavar a sonda: A sonda deve ser lavada com água e sabão neutro; Realizar alguns jatos de água e sabão com a seringa de 20 ml; Enxaguar abundantemente em água corrente e realizar jatos de água com a seringa de 20 ml; Após, realizar jatos de ar com a seringa de 20 ml de modo a retirar o máximo da água que estiver retida no interior da sonda, secar com toalha limpa; Guardá-la em pote fechado, enrolada em pano limpo passado com ferro bem quente; Lavar as mãos com água e sabão após realizar o procedimento. Preferencialmente utilizar uma sonda por dia, se necessário reutilização esta não deve ultrapassar 7 dias de uso, sendo lavada, seca e armazenada adequadamente após cada utilização. 10
LEMBRETES Em caso de sangramento, febre, urina escura e com cheiro forte, procure o posto de saúde. Quando for possível, deve-se urinar espontaneamente no banheiro antes de realizar a sondagem. Caso não tenha contra-indicação, beba líquidos para evitar a formação de cálculos. Manter unhas curtas e limpas! Isso impede que haja fixação de germes nas mesmas. 11
REFERÊNCIAS BORGES, Cristiane Tavares; FÁBRIS, Márcia; JANSEN, Melânia Maria. Cateterismo Vesical Intermitente. Orientações para pacientes e familiares. HCPA. Porto Alegre, 1999. MOROÓKA, Mitiko; FARO, Ana Cristina Mancussi. A Técnica Limpa do Autocateterismo Vesical Intermitente: Descrição do Procedimento realizado pelos pacientes com lesão medular. São Paulo, 2002. LAPIDES, J.; DIOKNO, A C.; SILBER S. M.; LOWE, B. S.. Clean, intermittent self-catheterization in the treatment of urinary tract disease. J. Urol 1972,; 107: 458-61. Figura 2: Meato urinário feminino. Disponível em:< http://www.empowher.com/media/reference/vulvodynia>. Acessado em 17 fev. 2011. CANALINI, A.F. Procedimentos e cuidados com cateterismo intermitente. In: Consenso Brasileiro de Incontinência Urinária, Uroneurologia, Disfunções miccionais, 1, 1999, São Paulo. BRUNNER, Lillian Sholtis: SUDDARTH, Doris Smith. Tratado de Enfermagem Médico Cirúrgica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000. V.3. LONDRINA, Prefeitura do Município. Autarquia Municipal de Saúde. Atendimento ao usuário com necessidade de cateterismo vesical intermitente: instrução de trabalho. Organizado por Eni do Carmo de Souza Londrina, PR: (s.n), 2008. 12