Intervenção: Cuidar da higiene 1 do lactente

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Heloísa Helena Mangueira Sá
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1 Intervenção: Cuidar da higiene 1 do lactente (consiste em lavar e secar o corpo ou partes do corpo do lactente, trocar de roupa e cuidar dos cabelos e unhas) Objectivos: Promover conforto do lactente, através da manutenção da higiene corporal; Promover a manutenção de pele saudável. Material necessário para dar banho (dar banho 2 ): Banheira Termómetro para a água Água a 37ºC Sabão líquido/sabonete de ph neutro Compressa (ou toalhetes ou esponja de banho) Torcidos de cambric (5cmX5cm) Toalha de banho Saco de sujos Saco de roupa suja Luvas não esterilizadas Material necessário para depois do banho: Roupa para vestir a criança Fralda descartável Tesoura de pontas redondas Pente/escova de cabelo Creme hidratante (emoliente) Considerações iniciais: Gerir material na unidade do cliente; Gerir o ambiente: controlar temperatura (± 27º); Incentivar o cuidador da criança a participar neste procedimento, instruindo-o sempre que necessário, sobre quaisquer precauções ou material. A banheira deve ser individual, se não for possível deve ser lavada e desinfectada. Manter o lactente em segurança; Observar o lactente (aspecto físico, comportamental e desenvolvimental); Respeitar a hora habitual do banho do lactente. 1 Cuidar da higiene é uma acção de Executar com as características específicas: Dar banho, mudar de roupa, levantar da cama, associado a padrão cultural e nível socio-económico (CIPE, versão 1.0). 2 Dar banho é uma acção de Cuidar da Higiene com as características específicas: Aplicar água a alguma coisa, mergulhar alguma coisa em água, pôr alguma coisa em água (CIPE, versão 1.0). 1

Material necessário para dar banho (dar banho 2 ): Banheira Termómetro para a água Água a 37ºC Sabão líquido/sabonete de ph neutro Compressa (ou toalhetes ou esponja de banho) Torcidos de cambric

2 Princípios orientadores Antes de dar banho ao lactente, verificar se a fralda se encontra limpa ou suja. Se a fralda estiver limpa deve-se executar o procedimento abaixo referenciado. Se a fralda estiver suja, deve-se removê-la e lavar a região perineal de imediato, como se explica no procedimento. Só depois desta actividade é que se deve dar banho ao lactente. Começar a higiene das zonas mais limpas para as mais sujas; Mudar de compressa/ toalhete sempre que necessário; Mobilizar cuidadosamente o lactente, utilizando movimentos suaves e firmes, garantindo a sua segurança. Actividades que concretizam a intervenção Preparação do banho do recém-nascido Clarificação da actividade Gerir ambiente Manter o ambiente normotérmico para prevenir perdas de calor durante o banho. A temperatura do local do banho deve rondar os 27ºC e deve garantir-se que não há correntes de ar. Proporciona conforto. Lavar as mãos Norma de boa prática - As mãos são o principal veículo de transmissão exógena da infecção hospitalar. A lavagem das mãos, antes de manipular os objectos e o próprio lactente, é importante na prevenção de transmissão de microorganismos, potencialmente patogénicos. Reunir o material e vestuário necessários Preparar uma mesa almofadada e colocar a toalha Dispor o material e vestuário necessários O acesso fácil e rápido ao material e vestuário previne que o lactente fique despido durante mais tempo do que o estritamente necessário. Rentabiliza o tempo do enfermeiro. Organizar o material (retirar tampas, por exemplo); Organizar a roupa que vai ser vestida (desapertar a roupa, dispô-la pela ordem que vai ser vestida). Rentabiliza o tempo. Previne perdas de calor. Calçar luvas Verificar a fralda do lactente Se a fralda estiver limpa, continuar o procedimento. Se estiver suja, deve-se removê-la e lavar a região perineal de imediato (ver lavar zona perineal). Descalçar luvas e lavar as mãos Preparar água para o banho Preparar a água colocando primeiro a água fria e só depois a água quente (aquecer a água). A temperatura da água deve rondar os 37ºC. Deitar o lactente em decúbito dorsal, sobre a toalha e próximo da banheira com a água. Verificar a temperatura da água (retemperar a água, se necessário) Despir o lactente (mas manter roupa Proporciona conforto. A temperatura da água pode ser verificada com termómetro e com o cotovelo ou a face interna do punho. Para prevenir perda desnecessária de calor. 2

Começar a higiene das zonas mais limpas para as mais sujas; Mudar de compressa/ toalhete sempre que necessário; Mobilizar cuidadosamente o lactente, utilizando movimentos suaves e firmes, garantindo

3 interior) Calçar luvas Enxaguar as pálpebras A limpeza das pálpebras deve ser a primeira actividade a realizar-se no procedimento do banho. Deve-se usar água tépida usando compressas individualizadas para cada olho, no sentido do canto interno para o externo (a lavagem do canto interno para o externo evita que as secreções se acumulem no ducto nasolacrimal; ao enxaguar as pálpebras neste sentido, segue-se o fluxo natural da lágrima o que evita a disseminação de microorganismos). A temperatura da água a utilizar será a mesma que a utilizada no banho. Deve-se usar água simples. Se existirem secreções, primeiro remover as secreções, num movimento descendente. Secar as pálpebras Enxaguar a face Secar a face Limpar nariz Lavar os pavilhões auriculares Secar os pavilhões auriculares Lavar a cabeça Secar a cabeça As pálpebras devem ser secas de forma delicada, usando uma compressa/toalha em pontos diferentes para cada olho, assegurando-se de que cada movimento seja feito com uma parte limpa, no sentido do canto interno para o externo. Utilizar outra compressa/ toalhete para a limpeza da face. Secar delicadamente por pressão e não por fricção. Limpar as secreções nasais, caso existam, com um torcido húmido, removendo-as através de delicados movimentos rotativos. Limpar delicadamente os pavilhões auriculares com um torcido. O uso do cotonete deve ser evitado pois há risco de, por um lado, a cera ficar impactada dentro do canal auditivo e, por outro, de rompimento da membrana timpânica. Para lavar a cabeça, deve-se segurar o corpo do lactente com a mão (sob a cabeça) e o antebraço (ao longo do tronco) e fixar o lactente a nível da crista ilíaca com o cotovelo. Lavar a cabeça, sobre a banheira, com movimentos circulares, que alcancem a totalidade do couro cabeludo, friccionando com as pontas dos dedos. Posteriormente retirar o sabão. Secar com a toalha. Despir lactente na totalidade, retirar a fralda e colocá-lo progressivamente na Previne acidentes. 3

ducto nasolacrimal; ao enxaguar as pálpebras neste sentido, segue-se o fluxo natural da lágrima o que evita a disseminação de microorganismos).

4 banheira. Para tal passar o braço do enfermeiro por trás da cabeça do lactente e segurá-lo pela axila. Lavar a região anterior do corpo. Escola Superior de Enfermagem do Porto Proporciona segurança ao lactente. Lavar a região posterior do corpo. Para tal, rodar o lactente e segurá-lo pela axila mantendo-o apoiado no seu braço. A lavagem dos membros superiores deve começar sempre pelas mãos. Depois lavar das extremidades para a raiz. Lavar das áreas mais limpas para as mais sujas. Por fim, lavar o tronco, no sentido anterio-posterior primeiro o tórax e depois as costas. De seguida lavar os membros inferiores, respeitando os mesmos princípios. Previne acidentes. Proporciona segurança ao lactente. Lavar zona perineal Retirar luvas usadas e calçar novas luvas Secar lactente Com toalhete lavar a zona perineal de modo a remover todos os vestígios de fezes e/ou urina. Nas meninas deve-se separar os grandes lábios e lavar sempre no sentido antero-posterior (vagina-ânus), para não arrastar para a vagina possíveis micróbios do ânus. Nos meninos, limpa-se unicamente a zona do prepúcio deslocada da glande. Secar bem (por pressão não por fricção) o lactente, dando especial atenção às pregas cutâneas, usando movimentos suaves e firmes. Aplicar emoliente Vestir tronco Aplicar substância protectora da pele na região perineal. Colocar fralda Retirar luvas Cortar as unhas Vestir lactente O uso de emolientes confere à pele uma hidratação eficaz, funcionando como uma barreira mecânica contra a perda de água. Para minimizar as perdas de calor do lactente. O efeito barreira da substância protectora mantém a amónia da urina afastada da pele do lactente e previne desta forma o eritema das fraldas. A fralda deve ficar ajustada ao corpo do lactente. As unhas, se demasiado compridas, podem provocar pequenas fissuras na pele. Deve utilizar-se uma tesoura de pontas redondas. Não cortar os cantos das unhas: Nos pés, as unhas devem ser cortadas a direito de modo a não permitir o encravamento destas nos cantos. Nas mãos, o corte das unhas deve respeitar o seu formato. A altura mais indicada para cortar as unhas é quando o lactente está mais relaxado depois do banho ou quando está a dormir. Assegurar que a roupa não possui etiquetas que agridam a pele. 4

A lavagem dos membros superiores deve começar sempre pelas mãos. Depois lavar das extremidades para a raiz. Lavar das áreas mais limpas para as mais sujas.

5 Pentear lactente Para além da dimensão estética, pentear, com um pente fino ou escova, ajuda a prevenir a descamação do couro cabeludo, através da remoção de crostas e proporciona conforto ao lactente. Preparar o berço Colocar o lactente confortável no berço. Recolher e arrumar o material Lavar as mãos Bibliografia BOWDEN, V.; GREENBERG, C.- Procedimentos de Enfermagem Pediátrica. Guanabara Koogan, CONSELHO INTERNACIONAL DE ENFERMEIRAS Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem (CIPE/ICNP). Versão βeta. Associação Portuguesa de Enfermeiros, CONSELHO INTERNACIONAL DE ENFERMEIRAS Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem (CIPE/ICNP). Versão 1.0. Ordem dos Enfermeiros, EINON, D. Saúde e Desenvolvimento da Criança. Porto Editora, KOZIER, B.; ERB, G.; BLAIS, K Tecnicas en Enfermería Clínica; Macgraw-Hill Interamericana, HOCKENBERRY,M.; WINKELSTEIN, W. Wong Fundamentos de Enfermagem Pediátrica. 7ª. Edição. Mosby- Elsevier, MERCK & DOHME Manual de Merck Saúde para a Família; Editora Oceano, MOREIRA, V. A Criança no Primeiro Ano de Vida. Ambar, POTTER, P. A.; PERRY, A. G. Grande Tratado de Enfermagem Prática Clínica e Prática Hospitalar; 3ª ed.; Editora: Santos Livraria,

Guanabara Koogan, 2005. CONSELHO INTERNACIONAL DE ENFERMEIRAS Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem (CIPE/ICNP). Versão βeta. Associação Portuguesa de Enfermeiros, 2000.

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