APLICAÇÃO DO SISTEMA KANBAN NO AGRONEGÓCIO
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- Amadeu Neiva Molinari
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1 APLICAÇÃO DO SISTEMA KANBAN NO AGRONEGÓCIO Larissa de Proença Custódio 1, Maria Eduarda Lara de Paula 2, Pâmela C. de Almeida Sousa 3, Hélder Boccaletti 4 1 Faculdade de Tecnologia de Itapetininga FATEC, larissapcustodio07@gmail.com 2 Faculdade de Tecnologia de Itapetininga FATEC 3 Faculdade de Tecnologia de Itapetininga FATEC 4 Faculdade de Tecnologia de Itapetininga FATEC 1 INTRODUÇÃO Num mundo globalizado, a competitividade é uma realidade presente envolvendo todas as organizações e a logística é parte integrante e fundamental da estratégia das empresas em busca de vantagem competitiva, ou melhor, para que ela se torne autêntica. Um dos principais desafios da logística é melhorar o nível de serviços junto aos clientes, agregando valor ao produto ou ao serviço prestado, por meio de um perfeito controle de seus estoques e simultaneamente buscando reduções de custos. Para isso, as empresas têm adotado ferramentas a fim de que a cadeia logística maximize sua eficiência, com base em um fluxo de informações veloz e eficaz. Uma dessas ferramentas, o sistema Kanban, auxilia no controle dos fluxos de produção em empresas de produção em série e está estreitamente ligado ao conceito de just in time indicador da hora exata de produzir, transportar ou comprar, visando à redução de estoques e os respectivos custos decorrentes. A implementação do método Kanban é a etapa mais decisiva. Qualquer colaborador que tenha as noções básicas dessa ferramenta, consegue implementá-la, porém alguns detalhes no processo de implantação devem ser observados, como a definição do tipo de sistema Kanban mais adequado (cartão simples, duplo, etc.); escolher um setor piloto para o desenvolvimento e o aprendizado da técnica; definir o número e os tipos de cartões para cada peça; criar painéis porta Kanbans, entre outros. Com essas precauções acima mencionadas, os resultados serão significativos e satisfatórios. Este artigo tem como objetivo apresentar as vantagens da implementação do sistema Kanban em Cooperativas nos mais diversos segmentos do agronegócio, visando discutir questões como: a escolha adequada de um sistema eficaz de controle de estoque. O intuito é estudar as Cooperativas que pretendam implantar essa técnica, e analisar se sua implantação é viável ou inviável. 2 MATERIAL E MÉTODOS O Sistema Kanban é um instrumento de controle de produção, com a finalidade de solicitar itens junto à produção e informar quanto à entrega junto ao processo imediatamente posterior, visto que de maneira geral, os funcionários que produzem determinada quantidade de um produto dentro de certo tempo, não sabem quanto e quando o mesmo será de fato,
2 utilizado. Funcionários só devem produzir algo de acordo com um programa de produção previamente comunicado pelo departamento de controle de produção. O sistema Kanban tem a função de informar inicialmente o empregado, que está produzindo as peças, se essas são necessárias (MOURA, 2003). No agronegócio, esse sistema pode ajudar diretamente o estoque, a produção e o transporte - etapas decisivas e importantes, visando armazenar apenas o necessário, minimizando custos e tempo, além de proporcionar toda adequação necessária às operações logísticas para torná-las eficientes e competitivas. A metodologia utilizada para o desenvolvimento do artigo, do ponto de vista dos objetivos, é exploratória, visto que busca evidenciar um problema, envolvendo revisão bibliográfica, e, do ponto de vista dos procedimentos técnicos, é utilizada a pesquisa bibliográfica, a partir de livros, artigos científicos, dissertações e teses envolveu uma pesquisa bibliográfica, onde foram abordados com base teórica, a teoria da ferramenta Kanban, o controle de estoques e o uso da Gestão Visual. Foi realizado um estudo de caso junto a uma Cooperativa, para saber sobre suas necessidades e dificuldades, para possivelmente solucioná-las. Após analises realizadas, foi decidido implantar uma adaptação do sistema Kanban. Após ter o conhecimento aprimorado e a base teórica do que deveria ser executado, chegou-se à fase de escolha dos produtos que seriam utilizados para a implantação. De posse dessas informações, foram desencadeadas as etapas do estudo, que foram inicialmente a aplicação da gestão visual e o sistema Kanban de estoque, em seguida a análise do ambiente a ser implantado, como: local, quantidade de quadros Kanbans, tamanho do estoque, e em seguida, a parte operacional, criando os procedimentos necessários para a implantação e o funcionamento do método e escolhendo os responsáveis por acompanhar o mesmo. A implementação do sistema, assim como de qualquer outra técnica, necessita de certas características presentes no ambiente organizacional. Vale salientar que o Kanban é uma ferramenta do just in time que, isoladamente, não consegue solucionar os problemas como um todo, sendo necessário recorrer a outros meios que visem o mesmo objetivo. O Kanban atuará diretamente no estoque, deixando-o apenas com o necessário, ou seja, sem excessos ou faltas. É um método de adaptação às variações da demanda de produtos, sendo que os processos devem produzir os produtos necessários, no tempo e quantidades necessárias. O sistema Kanban atuará diretamente no estoque, por meio de placas que estarão
3 disponíveis em um quadro branco com faixas de cores (Figura 1), para facilitar a compreensão de todos. No quadro serão colados post-its de apenas uma cor e a quantidade de faixas será definida pela empresa. A Cooperativa atua no ramo da fruticultura e seu estoque é realizado em duas câmaras frias, cada uma com 6m x 8m, podendo ser estocadas até 1000 caixas em cada uma das câmaras. Dois colaboradores são responsáveis pelo estoque, bem como, os demais que cuidam do processo de beneficiamento e embalagem dos produtos também usufruem do Kanban. Figura 1. Visão detalhada do roteiro prescrito Na empresa o processamento e a embalagem dos produtos acontecem, conforme os pedidos forem surgindo. No quadro existem cinco faixas, sendo três verdes, uma amarela e a outra vermelha. Cada cor define o grau de urgência da reposição: Verde define o nivelamento da produção; Amarela - é o tempo de resposta; Vermelha - é a segurança necessária para que a empresa não pare de produzir para atender a demanda. Caso seja processado ou embalado mais de um produto na mesma safra, poderão ser incluídas linhas adicionais, específicas para cada produto. Ao criar um produto (embalar / processar), o responsável retira um dos adesivos que está neste quadro e o cola sobre o produto. Ele deve começar pelos cartões de cor vermelha e terminar utilizando os de cor verde, ou seja, da direita para a esquerda. Ao utilizar todos os cartões que estavam dispostos no quadro, a empresa fica ciente de que o estoque está totalmente preenchido com os produtos necessários. A produção será feita por lotes, de no mínimo 10 caixas/lote. Assim, toda vez que o produto for vendido ou o estoque for utilizado, o responsável pela linha deve retornar os cartões para o quadro, começando pela cor verde, ou seja, deve
4 ser reposto da esquerda para direita. Quando atingir os cartões verdes, significa estoque suficiente, quando atingirem os cartões amarelos é sinal de que terão que voltar a produzir e ao atingir o cartão vermelho, a empresa fica ciente de que precisa processar e/ou embalar produtos imediatamente. O cartão poderá estar em apenas dois lugares: ou no quadro ou no produto, com isso, não haverá a possibilidade de faltar produto, tornando-se uma eficaz ferramenta. A aplicação desse roteiro de trabalho deve ficar sob a responsabilidade dos colaboradores responsáveis pelo estoque e movimentações da carga, devidamente treinados pelo gerente da Cooperativa. A técnica foi bem aplicada e os resultados alcançados foram satisfatórios e imediatos, visto que todos os setores se integraram e houve a colaboração de todos. 3 RESULTADOS E DISCUSSÕES A maior de todas as vantagens é a redução de custos, isto por que as empresas terão em estoque apenas a quantidade necessária, ou seja, para suprir a demanda, mais o estoque de segurança ou estoque mínimo. O sistema aumenta a flexibilidade de resposta para o cliente, permitindo uma produção mais próxima da demanda real. Mudanças nos pedidos deixam de ser catastróficas, e a empresa pode ajustar seu rumo durante a semana ou o mês. No decorrer da implementação do sistema Kanban na Cooperativa, um fator de grande importância foi à confiança dos cooperados, gestores, colaboradores e demais envolvidos com as mudanças que ocorreriam, pois a junção da necessidade de melhoria do controle de estoque com o sistema Kanban possibilitou o gerenciamento e organização de maneira que os resultados fossem aparecendo rapidamente. Uma dificuldade apresentada inicialmente na empresa, eram pedidos para produção feitos em excesso, sem o controle da demanda real, gerando produtos parados. Outro problema encontrado eram pedidos para produção, que ocorriam quando o estoque estava baixo e sem a matéria-prima necessária para produção, ocasionando a falta de alguns produtos. O Sistema Logístico Kanban de Produção, adaptado às necessidades da Cooperativa utiliza um quadro branco com pot-its, sendo reconhecido por utilizar gestão visual que integra vendas, produção e estoques, sendo interpretado de maneira correta pelo responsável e é capaz de mostrar a quantidade disponível de cada produto no estoque, a quantidade a ser produzida e quando a quantidade mínima era atingida. No quadro há apenas informações simples e necessárias, sendo suficiente para controlar bem o estoque. Ao analisar o estoque, foram observados a necessidade de uma reorganização e mudança de plano da parte dos funcionários e gestores, fazendo com que busquem a
5 melhoria contínua, após a implementação do sistema para que no decorrer do tempo não haja mais falhas. As palestras foram realizadas durante uma semana no período matutino, primeiramente abordando o assunto Kanban, explorando a sua origem, sua adequação a necessidade apresentada e possíveis mudanças no estoque da empresa. A figura 2 apresenta o comparativo do sistema convencional x Kanban, com base nos dados médios coletados em uma Cooperativa regional. Figura 2. Comparativo: Sistema Convencional x Kanban Tempo (min.) A mão-de-obra foi mais otimizada, visto que o tempo de resposta é mais rápida. No comparativo da utilização do sistema convencional e Kanban, com 150 caixas em estoque, concluiu-se que a cada 22 dias trabalhados com o sistema Kanban, a empresa ganha o equivalente há 1188 minutos, ou seja, 19,8 horas. Como a jornada diária de trabalho é de 8 horas, a empresa ganhará aproximadamente 2,475 dias. A média de faturamento diária da empresa é R$5.000,00, com o excedente de 2,475 dias adcionais, a empresa terá um faturamento mensal de R$ ,00. 4 CONCLUSÕES A utilização da Gestão Visual em produção ajuda assimilar e controlar o processo de produção de forma visual, simples, facilitando a compreensão de todos de forma rápida, fácil e objetiva. Na empresa, os responsáveis se adequaram rapidamente à ferramenta e todos os setores da mesma, ficaram satisfeitos. O setor de vendas sabe o que tem disponível para venda, depois de vendido a Nota Fiscal já pode ser emitida e posteriormente a carga já pode ser entregue. Esse sistema poderá ser aplicado em outros segmentos do agronegócio da
6 mesma forma. Assim, as empresas só têm a ganhar tempo, diminuir gastos e produzir apenas o necessário, evitando desperdícios e se tornando cada vez mais competitiva no mercado. 5 REFERÊNCIAS Kanban: do início ao fim! Disponível em: Acesso em 25/05/2016. MOURA, Reinaldo A., Kanban a Simplicidade do Controle da Produção. Ed. IMAM, São Paulo, Brasil. O sistema Toyota de produção: além da produção em larga escala. Porto Alegre: Bookman, 1997.
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