PREGÃO ELETRÔNICO x CONVITE: UM ESTUDO DE CASO DO 7º BATALHÃO DE INFANTARIA BLINDADO
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- Márcio Chagas Peixoto
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1 1 PREGÃO ELETRÔNICO x CONVITE: UM ESTUDO DE CASO DO 7º BATALHÃO DE INFANTARIA BLINDADO Fauze Cruz da Rosa 1 Bruno Cesar Faller 2 RESUMO Este artigo tem por finalidade analisar algumas das vantagens advindas da utilização do pregão eletrônico para as aquisições de gêneros alimentícios pelo 7º Batalhão de Infantaria Blindado. Para tanto, são abordados conceitos referentes ao tema, visto que o pregão eletrônico vem ganhando cada vez mais notoriedade, representando parcela significativa perante as demais modalidades licitatórias utilizáveis. A metodologia utilizada neste trabalho foi exploratória, com uso de pesquisa bibliográfica e documental, tratando-se de um estudo de caso, pois aborda o processo de compras do 7º Batalhão de Infantaria Blindado. Com a utilização do pregão eletrônico, a Unidade otimizou o emprego dos recursos públicos disponíveis. Os resultados da pesquisa evidenciaram que há uma significativa economia na aquisição de gêneros alimentícios, seja na comparação do pregão eletrônico com o convite, seja na diferença entre o preço de referência (estimado) e o preço de aquisição. Palavras-chaves: administração pública, licitação, pregão eletrônico ABSTRACT This article has as objective to analyze the advantages coming from the use of electronic bidding for the purchase of food supplies by the 7o Armored Infantry Battalion. To do so, concepts related to the theme are approached, because the electronic bidding has been getting more and more notoriety, representing a significant part towards the rest of the existing bidding types. The methodology used in this work was exploratory, with use of bibliographic research, documental research and it is a case study, because it approaches the purchase process of the 7o Armored Infantry Battalion. With the use of electronic bidding, the Unit optimized the applying of public resources available. The results of the research made it clear that there s a significant saving on the purchase of food supplies, being compared the electronic bidding with the invitation or on the price reference price difference (estimate) and the purchase price. Key words: bidding, electronic bidding, public administration 1 Introdução O início do século XXI está sendo marcado por profundas reformas na Administração Pública. Com isto, estas organizações precisam adaptar-se à era da informática, aperfeiçoando sua gestão financeira para legitimar sua credibilidade junto à sociedade. 1 Graduando em Administração de Empresas da Faculdade Dom Alberto. 2 Docente em Administração de Empresas e Ciências Contábeis na Faculdade Dom Alberto; Mestre em Administração pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
2 2 Nesse contexto, este estudo aborda o tema licitações, mais especificamente a modalidade pregão, na sua forma eletrônica e tem como foco o seguinte problema de pesquisa: quais os benefícios apresentados pela utilização da modalidade de licitação pregão, na sua forma eletrônica, para a aquisição de gêneros alimentícios, visando à manutenção da vida vegetativa do 7 Batalhão de Infantaria Blindado? O objetivo geral deste trabalho é avaliar a economicidade advinda com a utilização do pregão eletrônico, como principal forma de aquisição de gêneros alimentícios pelo 7º Batalhão de Infantaria Blindado, visto que, conforme Torres (1991), economicidade é a obtenção da eficiência na gestão financeira, baseada na minimização dos gastos públicos e na maximização das receitas, buscando equilíbrio entre as duas vertentes das finanças públicas. Este estudo buscou, ainda, apresentar alguns dos benefícios apresentados pela utilização do pregão eletrônico em relação às demais modalidade licitatórias. 2 Licitações e o pregão eletrônico à luz da legislação brasileira Visando a uma melhor compreensão acerca do procedimento licitatório, principalmente da modalidade pregão eletrônico, será realizada uma explanação a respeito do conceito de licitação e de suas modalidades, com uma revisão histórica do procedimento e das legislações pertinentes, além de um exame mais acurado do tema pregão eletrônico, objeto deste estudo. 2.1 Licitações e suas modalidades Não há como se falar de pregão eletrônico sem que antes se efetue uma conceituação a respeito de licitação. Conforme Vaz (2007), o vocábulo licitação provém do latim licitationem, derivado de licitatio ou licitationis, cujo significado é venda por lances, arrematação. Segundo Di Pietro (2006), a licitação é um procedimento administrativo no qual o ente público abre a todos os interessados, que se sujeitam às condições fixadas no edital e seus anexos, a possibilidade de emitirem propostas, dentre as quais selecionará a mais conveniente para a celebração do contrato. A introdução da licitação no Brasil ocorreu no século XIX, como relata Maurano (2006), com a edição do Decreto nº 2.926, de 14 de maio de 1862, que
3 3 regulamentava as arrematações dos serviços a cargo do então Ministério da Agricultura, Comércio e Obras Públicas. Segundo a autora, o sistema de licitações e contratos só foi regulamentado no século XX, com o Decreto-Lei nº 2.300, de 21 de novembro de 1986, atualizado em 1987, pelos Decretos-Lei nº e nº 2.360, instituindo, pela primeira vez, o Estatuto Jurídico das Licitações e Contratos Administrativos, reunindo normas gerais e especiais relacionadas à matéria. Entretanto, somente com a promulgação da Constituição de 1988, as aquisições feitas pela Administração Pública foram regulamentadas, à medida que a obrigatoriedade de licitar tornou-se princípio constitucional, conforme o artigo 37, inciso XXI, da Constituição Federal de 1988, que revela: ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública, que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes [...]. Pode-se verificar que, em se tratando de um princípio constitucional, sua preeminência, torna sua observância um imperativo. Maurano (2006), ainda descreve que o artigo 37, inciso XXI, foi regulamentado pela Lei 8.666, de 21 de junho de 1993, lei esta que rege todo o procedimento envolvendo aquisições por parte da Administração Pública. Já no ano de 2002 foi sancionada a Lei , de 17 de julho, que institui a mais nova modalidade licitatória: o pregão. No entanto, segundo expõe Justen Filho (2005, p. 32), [...] somente poderá adotar-se o pregão quando o registro de preços envolver bens comuns, exigindo-se a presença dos requisitos apropriados. Cabe demonstrar as principais modalidades de licitação, para que a seguir, se analise especificamente uma delas - o pregão e, com mais profundidade, o eletrônico. Segundo Justen Filho (2005), uma modalidade de licitação consiste em um procedimento ordenado segundo certos princípios e finalidades, sendo divididas em cinco modalidades distintas, conforme preconizado na lei nº 8.666/93, conforme quadro abaixo. QUADRO 1 Modalidades de licitação Modalidade Fundamentação Legal Concorrência art. 22, 1º, Lei nº 8.666/93 Tomada de Preços art. 22, 2º, Lei nº 8.666/93 Convite art. 22, 3º, Lei nº 8.666/93 Concurso art. 22, 4º, Lei nº 8.666/93 Leilão art. 22, 5º, Lei nº 8.666/93
4 4 No ano de 2002, foi editada a lei nº , que regulamentou a Medida Provisória nº 2.026, de 04 de maio de 2000, a qual consagrou o pregão como a mais nova modalidade de licitação, 2.2 Pregão Conforme o art. 2º, caput, do Decreto Federal nº 3.555/00, pregão é a modalidade de licitação em que a disputa pelo fornecimento de bens ou serviços comuns é feita em sessão pública, por meio de propostas de preços escritas e lances verbais. Nesse mesmo sentido, Di Pietro (2006, p. 381) afirma que pregão é a modalidade de licitação para aquisição de bens e serviços comuns, qualquer que seja o valor estimado da contratação, em que a disputa pelo fornecimento é feita por meio de propostas e lances em sessão pública Pregão Eletrônico Após a promulgação da Lei 8.666/93, considerada a Lei-mãe das licitações, e da edição do Decreto nº 3.555, de 28 de julho de 2000, foi instituído pelo Decreto nº 3.697, de 21 de dezembro de 2000, o pregão eletrônico, cujo artigo primeiro estabelece normas e procedimentos para a realização de licitações na modalidade de pregão, por meio da utilização de tecnologia da informação, denominado pregão eletrônico, destinado à aquisição de bens e serviços comuns, no âmbito da União. Posteriormente a instituição desse decreto, foi sancionada a lei /02, que abrange ambos os Decretos. De acordo com os termos do art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal de 1988, esta lei institui, no âmbito da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, a modalidade de licitação denominada pregão, para aquisição de bens e serviços comuns e dá outras providências. A relevância de tal proposição justifica-se por ser esta, exatamente a regulamentação do pregão eletrônico, quando o artigo segundo, em seu parágrafo primeiro diz: poderá ser realizado o pregão por meio da utilização de recursos de tecnologia da informação, nos termos de regulamentação específica. Pode-se verificar a partir daí, o enlace existente entre a Lei /02 e os Decretos 3.555/00 (quando diz que poderá ser realizado o pregão) e 3.697/00 (quando cita nos termos de regulamentação específica ). Já em 31 de maio de 2005, foi editado o Decreto nº 5.450, que entrou em vigor em julho do mesmo ano, regulamentando e dando novas
5 5 exigências à modalidade pregão eletrônico, o qual também, revogou o Decreto nº 3.697/00. Desde sua implantação, o pregão eletrônico vem ganhando cada vez mais espaço nas aquisições da Administração Pública, visto que, de acordo com Santanna (2009), o pregão eletrônico funciona como um leilão reverso no qual a disputa ocorre com o envio sucessivo de lances pela internet. O vencedor é aquele que oferecer o menor preço, destacando, ainda, a economia, segurança e celeridade que o processo evidencia. Pode-se destacar, também, a agilidade deste certame, visto que, nas outras modalidades, a Administração precisa olhar a documentação de todos os concorrentes antes do processo, enquanto no pregão, em sua forma eletrônica, só é verificada a documentação do vencedor. Se esta não estiver de acordo, é analisada a do segundo colocado, reduzindo o custo administrativo do Governo. A partir deste contexto, o entendimento do conceito de bens e serviços comuns é de extrema relevância, visto que a utilização do pregão eletrônico é focada, especificamente, para esses tipos de aquisições. Segundo Justen Filho (2005a, p. 22), a utilização da cláusula bem ou serviço comum produz a vinculação do administrador, que deverá apurar a configuração de tal pressuposto para avaliar o cabimento da adoção do pregão. A lei maior do pregão, a Lei /02, em seu artigo primeiro, parágrafo único, conceitua que: consideram-se bens e serviços comuns, para fins e efeitos deste artigo, aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usuais de mercado. Da mesma forma dispõe o artigo segundo, parágrafo primeiro, do Decreto nº 5.450, de 31 de maio de Uma outra concepção apresentada por Pereira Junior (2003, p. 1005) afirma que, [...] comuns são os bens de aquisição rotineira e habitual, cujas características encontrem no mercado padrões usuais de especificação e envolvendo critérios de julgamento rigorosamente objetivos[...]. A partir das definições supracitadas, pode-se concluir que qualquer bem e/ou serviço que se encontre normalmente em um mercado, com especificações cotidianas e que o fornecedor tenha condições de suprir a qualquer momento, pode ser considerado como comum. Logo, essas definições servem para elucidar e, concomitantemente, introduzir o objeto alvo de um pregão eletrônico (o bem e/ou serviço comum).
6 6 3 Metodologia A pesquisa deste estudo classifica-se como exploratória, pois, de acordo com Cervo e Bervian (2002), os estudos exploratórios constituem os primeiros passos de uma pesquisa e são recomendados quando há pouco referencial teórico sobre o objeto analisado. Considerando a pequena produção de pesquisa que envolve o tema pregão eletrônico em organizações militares, esta pesquisa enquadra-se com exploratória. Por isso, em relação aos procedimentos adotados para este trabalho, considera-se oportuno, conforme Lakatos e Marconi (1992) e Gil (1999), o uso da pesquisa bibliográfica, da pesquisa documental e do estudo de caso. Porém, mesmo com a escassez de literatura sobre o tema, a pesquisa bibliográfica é útil para o conhecimento e domínio do que já foi publicado em livros, revistas e periódicos, visto que, esta base teórica servirá como orientação para as investigações, conforme afirma Lakatos e Marconi (1992). Por sua vez, a pesquisa documental é apropriada, uma vez que o processo em questão é regido por leis e decretos que devem ser analisados. (LAKATOS; MARCONI, 1992). Em paralelo, Gil (1999) afirma que a pesquisa documental assemelha-se muito à pesquisa bibliográfica, porém, a única diferença entre ambas está na natureza das fontes. Neste trabalho foi adotado o estudo de caso, pois, para Lakatos e Marconi (1992), este procedimento visa abordar uma investigação que se assume como particularística, debruçando-se sobre uma situação específica, que é o caso em questão, para assim, levantar a economia apresentada pela utilização do pregão eletrônico no 7º Batalhão de Infantaria Blindado. A abordagem será qualitativa, pois é necessária a análise de como é realizado o procedimento, suas características e vantagens (LAKATOS; MARCONI, 1992). A fim de completar a metodologia, as observações necessárias enquadraram-se como participantes e assistemáticas, sendo direcionadas às pessoas envolvidas no certame licitatório em questão. 4 Análise de dados O ano de 2008 foi considerado recorde na utilização da modalidade pregão eletrônico, conforme afirma Santanna (2009). Os gráficos apresentados a seguir,
7 7 para as compras realizadas por intermédio da modalidade convite, foram atualizados pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPC-A) medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), visto que todas as compras mencionadas neste trabalho foram realizadas no ano de Já os resultados apresentados para as aquisições por pregão eletrônico são oriundos de processos realizados no ano de 2008, ou seja, os valores das aquisições por convite foram atualizados a contar de sua aquisição até a data do certame eletrônico. 4.1 Caracterização da Unidade O 7º Batalhão de Infantaria Blindado é uma Unidade Militar que compõe o Poder Executivo Federal, composta por 665 (seiscentos e sessenta e cinco) integrantes, atuante na segurança e integridade nacional, principalmente pelas diferentes características de seu extenso território, tendo como área jurisdicionada 62 (sessenta e dois) municípios dos vales do Rio Pardo e Taquari. Subordina-se diretamente à 6ª Brigada de Infantaria Blindada (6ª Bda Inf Bld), situada em Santa Maria RS, tendo por missão cooperar com a Defesa da Pátria, com a Garantia da Lei e da Ordem e nas ações de defesa civil e desenvolvimento nacional, visando ser uma Unidade Militar referência no Exército Brasileiro. 4.2 Evolução da modalidade pregão eletrônico O gráfico abaixo se refere ao resultado alcançado pelo Governo Federal. GRÁFICO 1 Evolução percentual do número de processos de compras de bens e serviços comuns 2002 a 2008
8 8 Fonte: Os dados acima indicam a grande evolução no número de processos licitatórios na modalidade pregão, na sua forma eletrônica em detrimento às demais modalidades, principalmente a partir do ano de 2005, quando se tornou obrigatória sua utilização, nos órgão do governo federal, conforme o Decreto nº 5.450/05. Um dos fatores que influenciam o crescimento da utilização do pregão eletrônico é a segurança, pois, conforme afirma Santanna (2009), há uma dificuldade para a formação dos cartéis, pois ninguém sabe quem são os participantes, visto que os licitantes não são identificados até que ocorra a declaração do vencedor e o comprador público também não é conhecido. Da mesma maneira, Bittencourt (2003) afirma que, no pregão eletrônico as propostas são emitidas através do meio eletrônico, adotando-se como regra de segurança, a criptografia assimétrica (também conhecida como criptografia de chaves públicas), solução tecnológica proposta para garantir solidez e segurança. TABELA 1 - Evolução percentual do valor das compras de bens e serviços comuns 2002 a 2008 Ano Pregão Eletrônico Pregão Presencial Outras Modalidades Total¹ , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , ² ,60 0, ,92 0, , ,31 0 Média do Período³ , , , ,32 Fonte: A tabela 1 retrata o aumento dos valores das contratações realizadas por intermédio do pregão eletrônico, demonstrando, em contrapartida, a diminuição dos valores das contratações por pregão presencial e demais modalidades licitatórias. Já os gráficos a seguir referem-se aos resultados alcançados pelo 7º BIB,com a utilização do pregão eletrônico, como principal forma de aquisição de bens e serviços comuns. Tais informações foram coletadas junto ao Portal da Transparência do Governo Federal, no Almoxarifado e na Seção Licitações da
9 9 Unidade, as quais evidenciam a economicidade gerada pela utilização dessa nova modalidade. 4.3 Análise comparativa: pregão eletrônico x convite Conforme evidenciado no 7º BIB, uma licitação tem início com a necessidade de algum setor da Unidade que, por sua vez, elabora um pedido de material ao Almoxarifado. Se o material solicitado estiver em estoque nesse setor, o mesmo é descentralizado, porém, caso não haja o material solicitado, o Almoxarifado prepara uma parte requisitória, que resulta em um processo aquisitório. Tal processo é autorizado pelo Ordenador de Despesas do Batalhão, que determina a abertura da licitação ao setor de licitações da Unidade, o qual procede às medidas cabíveis para elaboração do instrumento convocatório. GRÁFICO 2 Gastos do 7º BIB em Material de Consumo no ano de 2008 No gráfico 2, observa-se que a Unidade realizou aquisições de material de consumo, que totalizaram R$ ,84 no ano de 2008, sendo que, deste montante, aproximadamente 91,7% foram compras realizadas por intermédio da modalidade pregão, em sua forma eletrônica. GRÁFICO 3 Convite x Pregão Eletrônico (valor para hortifrutigranjeiros)
10 10 No gráfico 3, é demonstrada a economia apresentada pela utilização do pregão eletrônico em comparação à modalidade convite, na qual se evidencia que houve significativa redução dos valores para a aquisição de gêneros alimentícios do tipo hortifrutigranjeiros, onde destacou-se, principalmente, a economia de 23,3% advinda da aquisição de abacaxi, 14,1% na aquisição de laranja, 20,3% na aquisição de batata inglesa e 28% na aquisição de mamão. GRÁFICO 4 Preço de Referência x Preço de Aquisição (valor para hortifrutigranjeiros) 52% 50,9% 43% 36,7% Este gráfico ratifica a economia apresentada no gráfico anterior, na comparação entre o preço de referência (preço que a Administração está disposta a pagar) e o preço de aquisição final com a utilização do pregão eletrônico, que é consubstanciada por percentuais extremamente relevantes, chegando a uma economia de 52% na aquisição do mamão.
11 11 GRÁFICO 5 Convite x Pregão Eletrônico (valor para enlatados/conservas) Já no gráfico 5, a economia apresentada pela utilização do pregão eletrônico, obteve, da mesma forma, considerável redução para a aquisição de gêneros do tipo enlatados e conservas, onde verifica-se uma economia de 12% na aquisição de leite condensado, 31,2% na aquisição de creme de leite, 18,4% na aquisição de abacaxi em calda e 22% na aquisição de achocolatado. GRÁFICO 6 Preço de Referência x Preço de Aquisição (valor para enlatados/conservas) Preço de Aquisição x Preço de Referência Preço Adquirido Preço Referência Achocolatado R$ 1,10 R$ 1,86 40,5% Abacaxi em calda R$ 2,75 R$ 4,98 44,7% Creme de Leite R$ 0,99 R$ 1,76 43,9% Leite Condensado R$ 1,39 R$ 2,40 42% R$ - R$ 1,00 R$ 2,00 R$ 3,00 R$ 4,00 R$ 5,00 R$ 6,00 A economia apresentada para aquisição de gêneros alimentícios fica ainda mais evidente no gráfico 6, na qual os percentuais acima de 40% corroboram com os estudos realizados por Blum (apud Bittencourt, 2003), que estima que as
12 12 compras pela internet chegam a ser 15% mais baratas que as demais, havendo, ainda, uma redução de custos associados à estrutura de vendas que pode chegar a até 80%. Por fim, fica evidente a economia apresentada pela utilização do pregão eletrônico em detrimento à modalidade convite, visto que era a modalidade utilizada pelo 7º BIB até o ano de 2006 quando, por determinação do Decreto nº 5.450/05 em seu art. 4º, passou-se a utilizar a modalidade pregão, preferencialmente, na sua forma eletrônica. 5 Considerações finais O pregão eletrônico, por utilizar recursos de tecnologia da informação, apresenta determinadas vantagens em comparação às demais modalidades licitatórias, porém, algumas delas apresentam-se de forma intrínseca no processo. Em primeiro lugar, no pregão eletrônico, por ocorrer através da internet, não há tanto uso de papel quanto nas demais modalidades licitatórias. As propostas e quase todos os atos que lhe são pertinentes são enviados e recebidos por meio da internet, o que, sem sombra de dúvidas, acaba com várias formalidades e burocracia. Em segundo lugar, a principal vantagem dos recursos de tecnologia de informação é a aproximação das pessoas, o encurtamento das distâncias, o que causa inúmeras repercussões positivas num processo de licitação pública. Esta é justamente a principal vantagem do pregão eletrônico em relação ao pregão presencial e às demais modalidades, vista que a aproximação das pessoas implica numa ampliação considerável da competitividade. No pregão eletrônico, com o uso da tecnologia da informação, as empresas ou pessoas distantes do lugar da licitação têm condições de participar dela sem maiores investimentos, na medida em que as mesmas não precisam arcar com os custos do deslocamento de prepostos, ao menos para participar do certame. Os interessados participam do pregão eletrônico diretamente das suas respectivas sedes, sem terem que ir ou vir. Deste modo, no pregão eletrônico fomenta-se a competitividade. Isso faz com que mais pessoas participem do pregão eletrônico e, por conseqüência, a Administração receba mais propostas, tendo mais chances de escolher aquela que
13 13 melhor satisfaça o interesse público, o que favorece a eficiência em contratos administrativos. Do ponto de vista da probidade, o pregão busca evitar ajustes prévios entre fornecedores, na medida em que estes não sabem quem são os interessados em participar do certame, não sabem quem é o pregoeiro, e este por sua vez, até o encerramento da fase de lances e apuração do menor valor ofertado, não sabe quem são os licitantes. Também tem sido reconhecido que o pregão cumpre, superiormente, o princípio da transparência, porque a sociedade pode acompanhar pela Internet as contratações eletrônicas do governo federal, por meio do endereço Sua utilização como principal forma de aquisição tem trazido resultados positivos para a otimização dos gastos públicos, elevando o controle dos atos administrativos pelos participantes do certame e pela sociedade em geral, por conseguinte tendendo a reduzir a incidência de fraudes nos procedimentos licitatórios. O uso e a aplicabilidade do pregão, na forma eletrônica, como modalidade de licitação no âmbito da Administração Pública Federal, proporcionou, desde o início, impacto nas contratações governamentais, representando grandes vantagens aos entes públicos, notadamente em virtude de suas características de celeridade, desburocratização, economia, ampla divulgação e publicidade e eficiência na contratação. Isso representa uma desejável aplicação do princípio constitucional da eficiência, com a simplificação do procedimento licitatório, através de uma inversão de fases que lhe propicia maior e mais efetiva funcionalidade. O pregão eletrônico também é preponderante para o perfeito atendimento do princípio da economicidade, uma vez que viabiliza resultados satisfatórios, com uma redução significativa dos valores das ofertas, além de propiciar maior agilidade às contratações, que, em regra, ocorrem com maior celeridade por meio da utilização de seu rito, menos burocratizado. Dessa forma, resta evidenciar a importância desse procedimento licitatório para a Administração Pública, como uma forma de controlar as atividades do Administrador na gerência dos recursos públicos, sempre tendo em mente os princípios imperiosos na atividade administrativa.
14 14 6 Referências BITTENCOURT, S. Pregão eletrônico. Rio de Janeiro: Temas & Idéias, BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasil, DF. Senado, Decreto-lei nº 2.300, de 21 de novembro de 1986, e suas alterações posteriores. Estatuto Jurídico das Licitações e Contratos Administrativos. Diário Oficial {da} República Federativa do Brasil, Brasília, DF, Decreto nº 3.555, de 08 de agosto de Aprova o Regulamento para a modalidade de licitação denominada Pregão, para aquisição de bens e serviços comuns. Diário Oficial {da} República Federativa do Brasil, Brasília, DF, Decreto nº 3.697, de 21 de dezembro de Regulamenta o parágrafo único do art. 2º da Medida Provisória nº , de 23 de novembro de 2000, que trata do Pregão por meio da utilização de recursos de tecnologia da informação. Diário Oficial {da} República Federativa do Brasil, Brasília, DF, Decreto nº 5.450, de 31 de maio de Regulamenta o Pregão, na forma eletrônica, para aquisição de bens e serviços comuns, e dá outras providências. Diário Oficial {da} República Federativa do Brasil, Brasília, DF, Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, e suas alterações posteriores. Dispõe sobre as Licitações e Contratos Administrativos. Diário Oficial {da} República Federativa do Brasil, Brasília, DF, Lei nº , de 17 de julho de Institui, no âmbito da União, Estados e Municípios, a modalidade de licitação denominada Pregão. Diário Oficial {da} República Federativa do Brasil, Brasília, DF, CERVO, A. L; BERVIAN, P. A. Metodologia científica. 5. ed. São Paulo: Prentice- Hall, DI PIETRO, M. S. Z. Direito Administrativo. 19. ed. São Paulo: Atlas, GIL, A. C. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 5. ed. São Paulo: Atlas, JUSTEN FILHO, M. Pregão: Comentários à legislação do Pregão comum e eletrônico. 4. ed. rev. atual. São Paulo: Dialética, LAKATOS, E. M; MARCONI, M. de A. Metodologia do Trabalho Científico. 4. ed. São Paulo: Atlas, MAURANO, A. A instituição do Pregão para a aquisição de bens e contratação de serviços comuns. Disponível em: < Acesso em: 23 dez
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