Relatório Semanal de Estratégia de Investimento

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1 11 de agosto de 2014 Relatório Semanal de Estratégia de Investimento Destaque da Semana O cenário internacional foi marcado por questões geopolíticas; O cenário doméstico não ficou imune à questão internacional;

2 nov-06 jul-07 mar-08 nov-08 jul-09 mar-10 nov-10 jul-11 mar-12 nov-12 jul-13 mar-14 Economia Internacional O cenário internacional foi marcado por questões geopolíticas. As consequências no mercado se dão iminentemente por dois motivos: a) o movimento de aversão a risco; e b) as consequências econômicas, notadamente na Europa, que o conflito pode gerar. A crise que segue em curso na fronteira entre a Ucrânia e a Rússia, que acaba por envolver também União Europeia e Estados Unidos, acabou por gerar um movimento de busca para a qualidade na busca dos agentes por proteção de capital. Isso ficou mais nítido no mercado de treasury (título soberano norteamericano). O yield dos ativos de 10 anos chegou a fechar, durante a semana, 2,413%, o menor patamar no ano, mesmo com sinais de recuperação da economia americana e, em última chance, com maior possibilidade de atuação do Fed (banco central daquele país) no sentido de elevação dos juros. É bom lembrar que quanto maior demanda por um título, maior é seu preço e, consequentemente, sua taxa de remuneração menor. Os números vêm indicando ser possível para China crescer os 7,5% de PIB (conforme a meta oficial), bem com os EUA confirmando a tese de que o 1º trimestre foi um caso à parte (com o inverno rigoroso). A tendência é de fato recuperação da atividade americana, com o Fed a encerrar seu programa de afrouxamento monetário (QE) em outubro e, provavelmente, alterando sua política monetária em meados do próximo ano. À luz dessas questões, principalmente com os riscos geopolíticos, preferimos manter o posicionamento neutro, privilegiando os movimentos táticos. Já em relação às consequências no cenário econômico, a crise e as sanções de parte a parte podem prejudicar a economia europeia, no sentido que a Rússia é uma importante fornecedora de gás natural para Europa, cujo gasoduto passa por território ucraniano. Por tanto, essa crise pode ter desdobramentos tanto nas expectativas quanto de fato na atividade econômica. No canal expectativa, o golpe já foi acusado, por exemplo, no índice de encomendas à indústria alemã, que veio muito abaixo do esperado. A acompanhar os desdobramentos. Gráfico G1- treasury 10 anos Gráfico G2- Moedas Globais 6 5,5 5 4,5 4 3,5 3 2,5 2 1,5 1-1,18-0,67-0,63-0,61-0,52-0,46-0,3-0,28-0,15-0,09-0,08-0,07-0,05 0,15 0,53 0,69 Brazilian Real New Zealand Dollar Canadian Dollar Australian Dollar British Pound Singapore Dollar Mexican Peso South Korean Won South African Rand Taiwanese Dollar Euro Danish Krone Swedish Krona Swiss Franc Japanese Yen Norwegian Krone -1,5-1 -0,5 0 0,5 1 Fonte: Bloomberg, 11/08/ :00

3 jan-09 jul-09 jan-10 jul-10 jan-11 jul-11 jan-12 jul-12 jan-13 jul-13 jan-14 jul-14 Economia Brasileira O cenário doméstico não ficou imune à questão internacional. Os desdobramentos foram sentidos nos mercados de câmbio, juros e bolsa. Além disso, questões internas como a divulgação do IPCA e as reações em relação à divulgação de pesquisa eleitoral também tiveram efeitos. A crise geopolítica na Ucrânia que teve, nesta semana, como consequência uma fuga para a qualidade (fly to quality) sensibilizou o mercado cambial, que durante o dia chegou a ultrapassar a cotação de R$ 2,30. Esse movimento também acabou afetando mercado de juros, isso porque se, por um lado, a atividade econômica mostra sinais de fraqueza, por outro o realinhamento dos preços administrados em relação aos preços livres, cria uma ambiguidade nas projeções de inflação para o próximo ano. Nessa conta, o câmbio até então flutuando próximo do 2,20 2,25 era o fiel da balança, ajudando na ancoragem das expectativas. À medida que a moeda norte-americana toma rumos para patamares maiores, a reação do mercado é adicionar prêmio na curva de juros, que no final acabou dando um refresco por conta de um IPCA melhor que o previsto (como comentaremos em seguida). Ainda em relação aos efeitos da questão ucraniana, o movimento de aversão a risco também vitimou a Bovespa, que sofreu uma queda nesta última semana. A boa notícia veio do IPCA. A inflação oficial veio abaixo da esperada, fruto principalmente de um recuo maior que o esperado nos preços de alimentos. Em verdade, a acomodação dos preços das commodities, o que contribui para a queda nos índices de preços do Gráfico G3- Brasil: Taxa Selic atacado, vem atingindo (e provavelmente ainda atingirá) a inflação do varejo. Por fim, destacamos também que o mercado reagiu tanto às expectativas, como a própria publicação da última pesquisa Ibope (divulgada na noite da quinta-feira passada). Diante deste cenário de incertezas internacionais, bem como o calendário doméstico à frente, preferimos manter-nos neutros em termos estratégicos nas classes de ativos, preferindo lançar mão de movimentos oportunísticos (técnicos). Gráfico G4- Brasil: IPCA 15% 14% 13% 12% 11% 10% 9% 8% 7% 11,0% 7,50% 7,00% 6,50% 6,00% 5,50% 5,00% 4,50% 4,00% Fonte: Bloomberg, 11/08/ :00 Página 3 de 6

4 set-12 nov-12 jan-13 mar-13 mai-13 jul-13 set-13 nov-13 jan-14 mar-14 mai-14 jul-14 Mercados BOLSA A bolsa de valores de São Paulo registrou ajuste modesto na semana que passou, a despeito das tensões geopolíticas no leste europeu que resultou em quedas expressivas das praças acionárias Europa. Tudo indica que a fraca agenda de indicadores econômicos locais, combinada à falta de novidades no campo eleitoral justificaram este comportamento. Nesta semana, entretanto, as informações da economia chinesa podem influenciar os mercados, na medida em que o ciclo de crescimento do país asiático tem grande relevância para commodities metálicas e industriais que por sua vez influenciam as ações de materiais (Mineração e Siderurgia, Papel e Celulose) do índice Bovespa. Além disso, a temporada de balanços corporativos e novas pesquisas relacionadas a corrida presidencial local podem afetar a bolsa na semana , , , , , , ,00 jan-11 set-11 mai-12 jan-13 set-13 mai-14 Bovespa Média 6 M Desv + Desv - Under Over CÂMBIO A tensão no leste europeu comandou o movimento da paridade R$/US$ na semana que, similarmente a dinâmica das moedas dos países emergentes e de econômicas com ciclo de crescimento relacionado ao preço das commodities, registrou depreciação de 1,31% na semana. Outro fato que chamou a atenção na semana foi o pronunciamento do diretor de política econômica do BC local, Carlos Hamilton, sugerindo algum conforto da instituição com a recente desvalorização da moeda brasileira. Vale lembrar que a moeda tem sido uma importante variável na trajetória recente os preços internos que, a despeito das quedas recentes, se mantém em patamares bastante pressionados e um Real enfraquecido poderia representar a perda deste benefício. Neste sentido, ainda que o BC deixe a paridade R$/US$ flertar com R$ 2,30, não vemos espaços para ganhos expressivos com nesta classe de ativos EMBI Brasil Dólar Real 2,60 2,50 2,40 2,30 2,20 2,10 2,00 1,90 1,80 1,70 Under Over JUROS A curva de juros local apresentou novo ajuste para cima de seus prêmios, principalmente nos títulos de médio e longo prazo, com a maior aversão ao risco dos investidores motivando o movimento de fly to quality (quando há resgate de posições em ativos de maior risco para títulos mais seguros, notadamente a treasury norte-americana). Interessante notar que grande parte do movimento foi relacionado aos conflitos no leste europeu que, ao que tudo indica, devem ter uma distensão nesta semana, o que pode significar oportunidades táticas neste mercado. Entretanto, do ponto de vista estrutural, acreditamos que os riscos e oportunidades estão bastante simétricos o que justifica uma postura neutra nesta classe de ativos. 12,50 12,00 11,50 11,00 10,50 08/08/ /08/2014 Juros Pré-Fixado Inflação Under Over Under Over Fonte: Bloomberg, 11/08/2014 às 07:00

5 Indicadores e Cotações FECHAMENTO NA SEMANA NO MÊS NO ANO 3 MESES 6 MESES 12 MESES IBOV ,59% 4,52% 7,89% 3,09% 16,23% 10,25% S&P ,33% -1,46% 4,50% 1,80% 5,56% 17,58% DOW JONES ,37% -1,62% -0,14% -0,97% 3,28% 11,12% NASDAQ ,42% -0,85% 4,65% 5,83% 3,07% 21,42% MSCI WORLD ,89% -3,03% 1,78% -0,44% 2,88% 13,49% COMMODITIES: PETRÓLEO 97,65-0,23% -6,76% 3,05% -1,59% 1,72% 3,22% OURO 1.311,00 1,25% -0,89% 8,73% 1,17% 0,69% -4,81% CRB COMMODITIES 292-0,02% -5,12% 4,38% -4,67% -0,05% 1,46% MOEDAS: REAL / DOLAR 2,283 1,13% 3,12% -3,34% 3,09% -4,60% -6,97% DOLAR / EURO 1,34-0,13% -2,06% -2,42% -2,15% -1,98% 0,41% JUROS PÓS FIXADOS: DI OVER 10,81% 0,21% 1,18% 6,69% 2,64% 5,38% 10,34% FED FUND 0,25% 0,00% 0,03% 0,15% 0,06% 0,12% 0,24% JUROS PRÉ FIXADOS: PRÉ DE ANO 11,23% 0,14% 0,34% 0,67% -0,11% -0,26% 1,05% LIBOR 6 MESES 0,33% -0,01% 0,00% -0,02% 0,01% 0,00% -0,07% TREASURY 10 ANOS 2,42% -0,07% -0,11% -0,61% -0,19% -0,31% -0,47% Agenda Semanal QUARTA País Período Estimado Anterior Relevância Retail Sales YoY CHI Jul 12,50% 12,40% ++ Industrial Production YoY CHI Jul 9,20% 9,20% ++ Industrial Production SA MoM EUR Jun 0,40% -1,10% ++ Retail Sales Advance MoM EUA Jul 0,20% 0,20% +++ QUINTA CPI YoY EUR Jul F 0,40% 0,40% +++ GDP SA QoQ EUR 2Q A 0,10% 0,20% +++ Retail Sales MoM BRA Jun 0,50% 0,50% ++ Retail Sales YoY BRA Jun 3,60% 4,80% +++ Formal Job Creation Total BRA Jul ,00 ++ SEXTA FGV Inflation IGP-10 MoM BRA Aug -- -0,56% ++ Economic Activity MoM BRA Jun -1,12% -0,18% + Empire Manufacturing EUA Aug 20,00 25,60 ++ Industrial Production MoM EUA Jul 0,30% 0,20% +++ Fonte: Bloomberg, 28/07/2014 às 07:00

6 INFORMAÇÕES IMPORTANTES AO INVESTIDOR Este material, meramente informativo, foi preparado pela área de Estratégia do Votorantim Private Bank e não se caracteriza como relatório de análise, para fins da Instrução CVM nº 483/2010, e, não foi produzido por analista de valores mobiliários. As informações contidas neste material foram obtidas por meio de comunicação de acesso público, tais como jornais, revistas, internet entre outros, de forma aleatória. Tais informações estão sujeitas a alterações, a qualquer momento, sem que haja necessidade de comunicação neste sentido. Apesar das informações aqui contidas terem sido obtidas de fontes consideradas confiáveis, a área de Estratégia não pode garantir a precisão e veracidade das mesmas. As recomendações de alocação deste documento refletem única e exclusivamente a opinião pessoal dos profissionais da área de Estratégia do Votorantim Private Bank, de modo que as recomendações foram elaboradas de forma independente e autônoma com relação às demais áreas da Votorantim Asset Management DTVM Ltda., ao Banco Votorantim S.A. e demais empresas do Consolidado Econômico Financeiro Votorantim. As recomendações de alocação contidas neste documento apresentam riscos de investimento e não são asseguradas pelos fatos nem contam com qualquer tipo de garantia ou segurança da área de Estratégia. O Votorantim Private Bank e suas áreas de negócio não serão responsáveis por perdas diretas, indiretas ou lucros cessantes decorrentes da utilização deste material para quaisquer finalidades, incluindo, mas não se limitando a realização de negócios, investimentos ou transações baseadas nestas informações.sac: , Deficientes Auditivos e de Fala: Todos os dias, 24 horas por dia, ou pelo sac@bancovotorantim.com.br. Ouvidoria: , Deficientes Auditivos e de Fala: , de 2ª a 6ª feira das 9:00 às 18:00 hs. Estratégia de Investimento Votorantim Private Bank (11)