PIPE 2009 / 1 A ORALIDADE NA ESCRITA
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- Iago Macedo Carvalhal
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1 PIPE 2009 / 1 A ORALIDADE NA ESCRITA
2 LEITURA DOS TEXTOS
3 PRESSUPOSTO: A ENUNCIAÇÃO O ATO DE UM ENUNCIADOR QUE TENHA ENUNCIADO O TEXTO COM O PROPÓSITO DE SE COMUNICAR COM O ENUNCIATÁRIO. A ENUNCIAÇÃO É PRESSUPOSTA AO TEXTO. É ANTERIOR AO TEXTO (ENUNCIADO). É PRODUTO DA ENUNCIAÇÃO.
4 ENUNCIADOR: AUTOR, (FALANTE, ARTISTA) ENUNCIATÁRIO: LEITOR, (OUVINE, FRUIDOR) O ENUNCIADOR IMPLICA O ENUNCIATÁRIO. ENUNCIADOR: FAZER PERSUASIVO ENUNCIATÁRIO: FAZER INTERPRETATIVO
5 SUJEITO DA ENUNCIAÇÃO: O COENUNCIADOR (O ENUNCIADOR DETERMINADO PELO ENUNCIATÁRIO) QUANDO O AUTOR (O ENUNCIADOR) ESCREVE O SEU TEXTO ELE LEVA EM CONTA AQUELE PARA QUEM O TEXTO SE DESTINA, NO CASO O LEITOR (O ENUNCIATÁRIO). ANÁLISE DOS TEXTOS 1, 2 E 3.
6 O ATO DA ENUNCIAÇÃO É SEMPRE REALIZADO POR UMA PESSOA, NUM TEMPO E NUM ESPAÇO. - A PESSOA: É O EU/TU. - O TEMPO: É O AGORA O MOMENTO DA ENUNCIAÇÃO. - O ESPAÇO: É O AQUI O ESPAÇO EM QUE A ENUNCIAÇÃO ACONTECE. PESSOA, ESPAÇO E TEMPO SÃO AS CATEGORIAS DA ENUNCIAÇÃO.
7 ANÁLISE DOS TEXTOS 1 E 3 -TEXTO 1: TEM-SE A IMPRESSÃO DE QUE A ENUNCIAÇÃO ACONTECE ENQUANTO SE LÊ. - SÓ O EU ESTÁ MENCIONADO. O AQUI E AGORA ESTÃO IMPLÍCITOS. PODERIAM ESTAR EXPLÍCITOS: Heloísa: Até agora vou passando bem. Encontrei aqui excelentes companheiros (início de outro bilhete da prisão). TEXTO 1: A PROXIMIDADE. TEXTO 2: PROXIMIDADE MENOR. TEXTO 3: DISTANCIAMENTO
8 A INSTALAÇÃO DO NARRADOR E DO NARRATÁRIO. -NO TEXTO, O ENUNCIADOR DELEGA A VOZ AO NARRADOR QUE IMPLICA SEMPRE UM NARRATÁRIO. - NARRADOR: É O ENUNCIADOR DENTRO DO TEXTO. -NARRATÁRIO: É O ENUNCIATÁRIO DENTRO DO TEXTO. ANÁLISE DOS TEXTOS 1 E 3 TEXTO 1 NARRADOR: EU / NARRATÁRIO: TODAS AS REFERÊNCIAS A HELOÍSA (A COMEÇAR COM O SEU PRÓPRIO NOME). TEXTO 3 NARRADOR ELE / NARRATÁRIO NÃO MENCIONADO
9 DO PONTO DE VISTA DO NARRADOR, DOIS TIPOS DE TEXTOS: -TEXTOS EM 1ª. PESSOA -TEXTOS EM 3ª. PESSOA NÃO É INDIFERENTE O ENUNCIADOR OPTAR POR UM E OUTRO TEXTO. PRODUZEM EFEITOS DE SENTIDO DIFERENTES.
10 QUE TEM ISSO TUDO A VER COM O PIPE? O SEU TRABALHO COMEÇA COM UM ESTUDO, UMA PESQUISA. SEGUEM-SE DOIS MOMENTOS:
11 MOMENTO 1: A SISTEMATIZAÇÃO DOS RESULTADOS DE SUA PESQUISA NUM TEXTO ACADÊMICO. DOIS ASPECTOS A CONSIDERAR: - A QUEM SE DESTINA O TEXTO. QUEM É O ENUNCIATÁRIO. O PRINCÍPIO DA COENUNCIAÇÃO. - A INSTITUIÇÃO DE UM NARRADOR EM 3ª. PESSOA OU AO MENOS DE UM NÓS DE AUTOR.
12 MOMENTO 2: A TRANSFORMAÇÃO DO TEXTO ACADÊMICO NUM PROGRAMETE DE RÁDIO. ASPECTOS A CONSIDERAR: -MUDANÇA DA RELAÇÃO COMUNICATIVA: DE UM LEDOR PARA UM OUVINTE. INSTALA-SE UMA COMUNICAÇÃO ORAL. - O TEXTO PRECISA CONTER MARCAS DE ORALIDADE. SÃO MARCAS QUE PRODUZEM A ILUSÃO DE QUE A ENUNCIAÇÃO ESTÁ ACONTECENDO AQUI E AGORA. SÃO MARCAS QUE APROXIMAM O TEXTO ESCRITO DO TEXTO FALADO, QUE NELE LEMBRAM A FALA, A RELAÇÃO FACE A FACE ENTRE UM EU E UM TU.
13 As marcas da oralidade vão se situar no âmbito das três categorias da enunciação: a pessoa, o tempo e o espaço. Do ponto de vista da pessoa, as marcas mais marcantes de oralidade são as formas de instituição do narrador/narratário eu/tu.
14 Como o narrador vem identificado no texto? -pode ser em primeira pessoa; -pode ser na forma do nós inclusivo; -pode haver variações entre essas duas formas; - pode ser a gente.
15 Como o narratário vai ser abordado no texto? -é fundamental interpelar explicitamente o narratário (isso produz um efeito de diálogo, de presença do interlocutor, de interação face a face); -pode ser por sua identificação genérica como radiouvintes; -pode ser por você (individualizando cada um dos ouvintes) - pode ser vocês (pluralizando os ouvintes)
16 Do ponto de vista do tempo e do espaço: - embora estejam sempre implícitos em toda enunciação, é fundamental explicitar de alguma forma o aqui e o agora da fala (Hoje/ Nesta meia hora vamos estudar as alterações que ocorreram na ortografia da língua portuguesa com o recente acordo ortográfico celebrado entre os países lusófonos.)
17 Além das projeções das categorias da enunciação, há ainda outras escolhas que são determinadas pelo princípio da COENUNCIAÇÃO: - o vocabulário (não pressupor um ouvinte ingênuo nem o especialista); -a estruturra sintática das frases e dos períodos. Na interação falada são mais comuns: períodos simples, orações absolutas, períodos compostos por coordenação. Quando ocorrem períodos compostos por subordinação, são mais freqüentes: subordinadas adjetivas; substantivas objetivas diretas e indiretas; adverbiais causais e temporais. - é interessante produzir efeitos de realidade.
18 CONCLUSÃO
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