Política comercial. Reinaldo Gonçalves. Professor titular UFRJ
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- Ana Luiza Barroso Palmeira
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1 Política comercial Reinaldo Gonçalves Professor titular UFRJ
2 Sumário 1. Política comercial: razões 1. econômicas 2. não econômicas 2. Política comercial: bidimensional 1. exportações 2. importações 3. Controle das importações: instrumentos 1. tarifas 2. medidas não-tarifárias 4. Síntese 2
3 Bibliografia básica R. Baumann, O. Canuto e R. Gonçalves Economia Internacional. Teoria e Experiência Brasileira Rio de Janeiro: Ed. Elsevier, 2004, cap. 4. 3
4 4
5 1. Política comercial: razões geração de renda e emprego indústria nascente (ISI) balanço de pagamentos combater competição predatória dumping finanças públicas impostos de importação e exportação inflação 5
6 Razões não-econômicas grupos de interesse setores dominantes segurança nacional armas, alimentos, tecnologia bens estratégicos cultura, recursos naturais, trabalho política externa cooperação (SGP) conflito (retaliação, embargo) 6
7 2. Política comercial: bidimensional 2.1. Exportações 2.2. Importações 7
8 2.1 Exportação a) Regulação e promoção mecanismos operacionais (aduanas, portos, etc.) planejamento e estratégias: upgrade contratação: frete, seguro e câmbio feiras e exposições institucionalidade (MDIC, CAMEX, etc.) 8
9 Cont... b) Financiamento BNDES, BB, etc. c) Tratamento fiscal drawback, isenções ZPE imposto de exportação subsídios 9
10 Subsídios à exportação Distinção: incentivos: ações de apoio direto e indireto às exportações ex.: isenções de impostos subsídio: transferência de renda real para o exportador ex.: juro real negativo 10
11 Subsídios (para todos os setores - média anual: (%) Mundo Países desenvolvidos Estados Unidos União Européia (25) Japão Países em desenvolvimento China Índia Brasil Subsídio como % dos gastos governamentais 6,6 8,2 3,1 6,8 4,9 4,4 5,7 21,0 1,8 Subsídios como % do PIB 1,2 1,5 0,5 1,5 1,8 0,6 1,1 2,6 0,3 Fonte: WTO. World Trade Report 2006, p. 113 e p
12 Subsídios: distinção subsídios específicos são dados a determinadas empresas ou grupos de empresas campeões nacionais (?) não-específicos para todas as empresas e setores 12
13 13
14 Subsídios: Acionáveis vs não-acionáveis subsídios específicos sofrem restrições (são acionáveis) subsídios não-específicos são permitidos 14
15 Subsídios não-acionáveis desenvolvimento regional proteção ambiental financiamento (e.g., venture capital funds) pesquisa e desenvolvimento tecnológico 15
16 Subsídios: efeitos Pressupostos preços internacionais são dados não há variação da taxa de câmbio s % : subsídio por unidade de valor exportado 16
17 Subsídio: efeitos básicos aumento de preço no mercado interno: P*(1 + s) P* = preço internacional aumento do excedente de exportação transferência de renda real para o exportador 17
18 Excedente de exportação 18
19 Curva de oferta (economia aberta) 19
20 20
21 Concessão de subsídio Q4 - Q3 novo excedente de exportação aumento 21
22 Nova curva de oferta (economia aberta): DEF C 22
23 23
24 aumento de preço no mercado interno: P*(1 + s) aumento do excedente de exportação transferência de renda real para o exportador 24
25 Transferência de renda real para o exportador Recapitulando: excedente do consumidor e do produtor 25
26 Preço de equilíbrio, excedente do consumidor e do produtor Excedente do consumidor: ACE Excedente do produtor: BCE 26
27 Economia aberta: curva de oferta (S d+i ) 27
28 Excedente do consumidor: livre-comércio 28
29 Subsídio: redução do excedente do consumidor 29
30 Decomposição dos efeitos Atenção: área de perda do excedente acima ou abaixo do preço de equilíbrio não afeta o resultado 30
31 Efeitos: decomposição perda direta do excedente do consumidor (A+B) aumento do excedente do produtor (A+B+C) custo fiscal do subsídio (B+C+D) perda de bem-estar (B+D) 31
32 perda do excedente do consumidor (A+B) aumento do excedente do produtor (A+B+C) custo fiscal do subsídio (B+C+D) perda de bem-estar (B+D) Aumento do excedente do produtor é menor que a soma das perdas do consumidor e do governo (A+B+C) < (A+B)+(B+C+D) B + D = peso morto 32
33 País não é pequeno aumento do excedente de exportação queda do preço internacional 33
34 34
35 Política agrícola comum: União Europeia quem perde? contribuintes europeus países competidores quem se beneficia? produtores europeus consumidores internacionais que posição adotar na OMC? 35
36 Atenção: toda política econômica... não há benefício sem custo trade-off relação benefício-custo dimensão temporal CP MP LP conflitos de interesses ganhadores vs perdedores 36
37 1.2 Importação: instrumentos tarifas medidas não-tarifárias 37
38 3. Controle das importações: instrumentos 3.1 tarifas 3.2 medidas não-tarifárias 38
39 3.1 Tarifas a) nominal b) proibitiva c) redundante d) efetiva e) consolidada f) aplicada 39
40 a. Tarifa nominal específica R$ x,xx por quilo ad valorem t = x% combinada específica + ad valorem 40
41 combinada Picanha importada 100kg Imposto= 0,128 P( )+ 303,4 41
42 Tarifa: Imposto de importação Imposto = t x VA x e t = tarifa ad valorem VA = valor aduaneiro (FOB+frete+ seguro) FOB = FREE ON BOARD e = taxa de câmbio 42
43 Tarifas aplicadas: setor não-agrícola (%) Média simples Impostos não ad valorem - específicos (%) Tarifa ad valorem máxima Pico nacional (%) Brasil 12,7 0 35,0 0 Índia 27, ,0 0,4 Estados Unidos 3,3 4,8 48,0 8,4 Fonte: WTO. World Trade Report Tariff Profiles, p Notas: Dados para
44 Tabela anterior: Notas impostos não ad valorem específicos = número de linhas tarifárias (HS 6-dígitos) com imposto não ad valorem (sem o equivalente ad valorem) como proporção do número total de linhas tarifárias pico nacional = Número de linhas tarifárias (HS 6- dígitos) que são pelo menos três vezes maiores do que a tarifa média simples como proporção do número total de linhas tarifárias. 44
45 b) Tarifa proibitiva: zera as importações 45
46 c. Tarifa redundante: sobreproteção 46
47 d) Tarifa efetiva proteção sobre valor agregado t e = (t n - a i t i ) / 1 - a i Exemplo: t n = 50% a i = 0,40 t i = 20% t e = 70% 47
48 48
49 Tarifa efetiva t e = (t n - a i t i) /1 - a i Exemplos: t n = 50% t n = 50% a i = 0,40 a i = 0,40 sonho de todo empresário t i = 20% t i = 0% t e = 70% t e = 83% 49
50 e) Tarifa consolidada (bound) tarifa registrada no GATT-OMC base para negociações 50
51 Brasil União Europeia 51
52 Tarifas consolidadas: setor não-agrícola (%) Cobertura Média simples Impostos não ad valorem - específicos (%) Tarifa ad valorem máxima Pico nacional (%) Brasil 100,0 30,8 0 35,0 0 Índia 69,8 34,3 8,8 150,0 0,2 EUA 100,0 3,2 4,8 48,0 8,2 Fonte: WTO. World Trade Report Tariff Profiles, p
53 Tarifas médias: setor não-agrícola por grupos selecionados de produtos: exemplos (%) Brasil Índia Aplicada Consolid ada Aplic/ Consol Aplicada Consolid ada Aplic / Consol Metais 11,4 33,0 34,5 29,0 38,7 74,9 Químicos 8,4 21,0 40,0 29,3 39,6 74,0 Equip. nãoelétrico 13,0 32,4 40,1 25,2 28,3 89,0 Equip. elétrico 14,6 32,0 45,6 24,8 26,8 92,5 Média 12,7 30,8 41,2 27,9 34,3 81,3 Fonte: WTO. World Trade Report Tariff Profiles, p Aplic = aplicada Consol = consolidada. 53
54 f) Tarifa aplicada (verdadeira) considera as isenções de pagamento de imposto de importação 54
55 Tarifa verdadeira: Brasil,
56 3.2 Medidas não-tarifárias 56
57 Medidas não-tarifárias: taxonomia medidas para-tarifárias tarifas associadas a quotas QTs quotas tarifárias tarifas sazonais direitos compensatórios direitos antidumping autorizações automáticas (vigilância) não-automáticas (licença) 57
58 MNTs, cont... restrições quantitativas proibição (total, condicional) quotas (país, sazonal) AVCEs (VER) controle de preços preço mínimo preço de referência investigações antidumping 58
59 MNTs, cont... outras medidas normas técnicas medidas fitossanitárias compras governamentais acordos setoriais (AMF) 59
60 Quotas tarifárias (QTs) Tariff Rate Quotas on U.S. Steel Imports: The Implications on Global Trade and Relative Competitiveness of Industries Hiro Lee e Dominique van der Mensbrugghe Abstract In March 2002, the United States imposed tariff-rate quotas (TRQs) of about 30 percent on most imported steel above set quotas. This measure is expected to reduce steel exports from East Asian countries, particularly from Japan and Korea. At the same time, the U.S. action is likely to harm its automobile, metal products, and other related industries by raising the cost of intermediate input. In this paper, we evaluate the effects of U.S. steel protection on the economic welfare, steel trade, and sectoral output and unit cost f the United States and its trading partners over the period
61 Medidas fitossanitárias 61
62 4. Síntese 1. Política comercial: bidimensional exportações promoção, financiamento, subsídios importações protecionismo 62
63 Síntese, cont Política comercial: protecionismo razões não econômicas grupos de interesse segurança nacional bens estratégicos política externa 63
64 Síntese, cont... Razões econômicas geração de renda e emprego indústria nascente (ISI) balanço de pagamentos combater competição predatória dumping finanças públicas impostos de importação e exportação inflação 64
65 Síntese, cont Política comercial: instrumentos Tarifas nominal proibitiva redundante efetiva consolidada aplicada 65
66 Síntese, cont... Medidas não-tarifárias medidas para-tarifárias autorizações restrições quantitativas controle de preços outras medidas normas técnicas, medidas fitossanitárias, etc 66
67 Obrigado! 67
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